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Micobacterioses Hanseníase Infecção crônica, granulomatosa, CURÁVEL de ALTA infectividade e BAIXA patogenicidade; Notificação compulsória e investigação obrigatória após diagnóstico, notificação através de ficha de notificação do SINAN. Agente etiológico: Mycobacterium leprae ou Bacilo de Hansen (BH); o Bacilo Álcool Ácido Resistente (BAAR), parasita intracelular obrigatório com predileção pelas células do sistema reticuloendotelial (especialmente histiócitos do sistema nervoso periférico = célula de Schwann), células da pele e mucosa nasal; o Disseminação para outros tecidos (linfonodos, olhos, testículos, fígado) = formas mais graves; o Multiplicação extremamente lenta (apresentação insidiosa da doença + anos de incubação) + preferência ambientes com temperatura mais baixa (< 36,5ºC); o NÃO pode ser cultivado IN VITRO, fator que dificulta seu estudo; o Bacilo da tuberculose (BK) ≠ BH BH em grande quantidade forma aglomerados bacilares = globias; Características: máculas hipocrômicas, hipo ou anestésicas (clássico); placas, nódulos, tubérculos e mesmo infiltração sem lesões de pele aparentes (dependência da forma clínica); manifestações dermatológicas e neurológicas associam-se a deformidades e mutilações (evolução da doença não tratada); Histopatologia: bacilo localiza-se nas partes profundas da derme; Epidemiologia: prevalência e incidência global MENORES; mais de 214 mil casos de hanseníase registrados em 2016 (94% em 13 países Brasil, Índia e Indonésia, juntos, são responsáveis por 81% dos casos!!!); o BR: Norte, Nordeste e Centro- Oeste (exceto Rio Grande do Norte e Distrito Federal), sobretudo nos estados de Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Rondônia e Pará. Prevalência: todas as idades e sexos (crianças < 5 anos = raramente); antecedentes genéticos comuns sugerem a possibilidade de uma predisposição genética à infecção marcadores imunológicos = fenótipos HLA-DR2 e HLA-DR3 (forma paucibacilar) e fenótipo HLA-DQ-1 (forma multibacilar); Transmissão: o Homem = único reservatório natural do bacilo; o Pacientes multibacilares principal fonte de infecção; o Vias aéreas SUPERIORES principal via de inoculação e eliminação do bacilo; BAAR com formação de globias Bacilo de Hansen o Período de incubação: LONGO = 2 a 5 anos, podendo ser de meses a +10 anos M. leprae se reproduz por divisão binária simples a cada 14 dias; o Soluções de continuidade na pele podem ser porta de entrada; o Secreções orgânicas (ex.: leite, esperma, suor, secreção vaginal) podem eliminar bacilos, mas NÃO possuem importância na disseminação; o Imunidade humoral (dependente de anticorpos) ≠ INEFICAZ contra o M. leprae; defesa = imunidade CELULAR, capaz de fagocitar e destruir os bacilos, mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e mediadores da oxidação, no interior dos macrófagos; Forma paucibacilar predomínio de linfócitos Th1, produzindo IL-2 e IFN-gama impedem a proliferação bacilar, mas podem se tornar lesivas ao organismo, causando lesões cutâneas e neurais, pela AUSÊNCIA DE FATORES REGULADORES; Forma multibacilar predomínio de linfócitos T supressoras e Th2, produzindo IL-4, IL- 5 e IL-10 produção de substâncias pelo bacilo (ex.: PGL-1), no interior do macrófago, favorece seu escape à oxidação, pois estes possuem FUNÇÃO SUPRESSORA DA ATIVIDADE DO MACRÓFAGO e favorecem a sua disseminação; Classificação: 3 classificações diferentes; o Classificação de Madri (Congresso Internacional, 1953): mais utilizada no Brasil; consideram-se 2 polos estáveis e opostos (virchowiano e tuberculoide) e 2 grupos instáveis (indeterminado e dimorfo), que caminhariam para um dos polos, na evolução natural da doença; o Classificação de Ridley e Jopling (1962): divide em forma Tuberculoide (TT), casos borderline ou dimorfos que são subdivididos em Dimorfo- Tuberculoide (DT), Dimorfo- Dimorfo (DD) e Dimorfo- Virchowiano (DV), Virchowiano-Subpolar (VVs) e Virchowiano (VV); o Classificação operacional da OMS: se dá pelo número de lesões paucibacilar (< 5 lesões); multibacilar (> 5 lesões); Classificação de Madri Classificação Operacional Hanseníase Indeterminada (HI) Paucibacilar (< 5 lesões e/ou 1 nervo acometido) Hanseníase Tuberculoide (HT) Formas Dimorfas (BT, BB, BV) Multibacilar (> 5 lesões e/ou > 1 nervo acometido) Hanseníase Virchowiana (HV) Clínica: doença dermatoneurológica com perda de sensibilidade nas áreas afetadas pelas lesões (ou em outras áreas inervadas por nervos periféricos) mais frequente em pacientes paucibacilares (imunidade celular EXACERBADA ao englobar o bacilo, acaba atingindo o nervo macrófagos têm papel fundamental na neurite); outros achados sistêmicos podem ocorrer em virtude do processo inflamatório associado (ex.: uveíte, glomerulonefrite) ou da própria extensão da doença em quadros de baixa resistência ao bacilo (ex.: linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia); o Pacientes HIV+: curso da doença NÃO se altera!!! Tipos de Hanseníase: o Hanseníase Indeterminada (HI): mancha(s) hipocrômica(s), anestésica e anidrótica, com bordas imprecisas; lesões únicas ou em pequeno número em qualquer área da pele, SEM comprometimento de troncos nervosos, apenas ramúsculos nervosos cutâneos; considerada a 1ª manifestação clínica da hanseníase, evoluindo de poucos meses a anos para cura ou para outra forma clínica (paucibacilar ou multibacilar). Histopatologia: infiltrado perivascular e perineural; Baciloscopia: negativa; Diagnóstico diferencial: pitiríase alba, pitiríase versicolor, vitiligo, pinta, leucodermia gutata, nevo acrômico, nevo anêmico, hipomelanose idiopática do tronco... o Hanseníase Tuberculoide (HT): forma clínica de contenção da multiplicação bacilar, dentro do espectro da doença; inicialmente são máculas, que evoluem para lesões em placas com bordas papulosas bem delimitadas, eritematosas ou hipocrômicas, em número reduzido, com perda total da sensibilidade e distribuição assimétrica; crescimento centrífugo lento leva à atrofia no interior da lesão, que pode assumir aspecto tricofitoide, com descamação das bordas; Pode-se VER emergindo da placa o espessamento neural (sinal da raquete); Variedade infantil (forma paucibacilar cujo foco foi um paciente multibacilar): ocorre em crianças conviventes com portadores de formas bacilíferas, localizando-se principalmente na face e podendo se manifestar como nódulos, placas, lesões tricofitoides ou sarcoídicas. Baciloscopia: tipicamente negativa; Neurite: quadro agudo de dor intensa e edema, sem comprometimento Sinal da Raquete HT eritematosa HT infantil funcional do nervo; a lesão se torna crônica e passa a evidenciar o dano, identificado por anidrose e ressecamento cutâneo, alopecia, alteração sensitiva (na ordem: térmica, dolorosa e tátil) e motora (dormência e perda da força muscular). Se não tratado: pode provocar incapacidades e deformidades; Em alguns casos, as alterações de sensibilidade e motricidade aparecem SEM os sintomas AGUDOS de neurite (neurite silenciosa) Forma neural pura: NÃO há lesões cutâneas, mas espessamento do tronco nervoso e dano neural precoce grave; o HT surge a partir da HI NÃO TRATADA, nos pacientes com boa resistência; o HT e HI = formas paucibacilares; o HT DEVE SER TRATADA!!! o Hanseníase Virchowiana (HV)/ lepra/Hanseníase Lepromatosa: forma multibacilar (polo de baixa resistência imunológica); infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das vias aéreas superiores, olhos, testículos, nervos, podendo afetar os linfonodos, o fígado e o baço (hepatoesplenomegalia); comprometimento nervoso nos ramúsculos da pele, na inervação vascular e nos troncos nervosos; Sinais precocesde HV: obstrução nasal, rinorreia serossanguinolenta e edema de MMII; Baciloscopia: fortemente positiva (multibacilar); Histopatologia: aglomerado de bacilos nas camadas profundas da derme (globias) ou QUALQUER tecido/órgão, EXCETO pulmão e SNC; Pele: máculas, pápulas, nódulos e tubérculos; infiltração difusa e acentuada (face e Principais troncos nervosos periféricos acometidos: Trigêmio e Facial face, olhos e nariz; Radial, Ulnar e Mediano braços e mãos; Fibular e Tibial pernas e pés. Principais Síndromes de Nervos Periféricos: Ulnar mão em garra e atrofia de interósseos; Mediano mão do pregador; Ulnar + Mediano mão simiesca ou garra completa; Radial queda do punho; Ramo trigeminal do facial lagoftalmo; Fibular comum queda do pé; Tibial posterior Mal perfurante plantar, deformidade em garra de artelhos. membros); luzidia, xerótica, com aspecto apergaminhado e tonalidade de cobre; rarefação dos pelos nos membros, cílios e da cauda da sobrancelha (madarose); Infiltração da face + pavilhões auriculares, COM madarose SEM queda de cabelo = fácies leonina; Lepromatose difusa / “Lepra bonita”: subtipo de HV, com infiltração difusa da pele, mas SEM nódulos ou placas; Histoide: tem lesões nodulares que se assemelham com dermatofibromas (caracterizado por histiócitos fusiformes); o Pode evoluir a partir de HI ou se apresentar como tal desde o início. o Acometimento dos testículos MENOS testosterona MAIS FSH e LH MENOS libido e eventualmente ginecomastia; o Acometimento da câmara anterior do olho glaucoma e catarata; o Insensibilidade da córnea trauma (triquíase) e infecção secundária; o HV avançada perfuração do septo nasal e desabamento nasal; o Hanseníase Dimorfa (HD)/ Borderline (HB): instabilidade imunológica promove grande variação de manifestações clínicas na pele, nos nervos ou no comprometimento sistêmico; lesões da pele: numerosas e mesclam aspectos de HV e HT; infiltração assimétrica da face e dos pavilhões auriculares e presença de lesões no pescoço e nuca são elementos sugestivos; lesões neurais: precoces, assimétricas e levam a incapacidades físicas; Borderline Tuberculoide (BT): placas ou manchas eritematosas, por vezes anulares, de maior extensão, distribuição assimétrica, pouco numerosas ou com lesões satélite; Baciloscopia: negativa/discreta mente positiva; Borderline Borderline (BB): lesões bizarras, esburacadas (tipo “queijo suíço”)/anulares/ foveolares, com limite interno nítido e limites externos imprecisos, com bordos de cor ferruginosa; mais numerosas que a BT; pode evoluir com neurite, orquite, epididimite, irite, proteinúria e dano hepático. Edema de MMII, pré-tibialgia e febre acompanham esta reação. Madarose Fácies Leonina Às vezes, febre alta e prolongada domina o quadro clínico. Achados frequentes: leucocitose com desvio para esquerda, anemia normocítica normocrômica, VHS bastante elevado e proteína C- reativa aumentada; Baciloscopia: moderadamente positiva; Borderline Virchowiana (BV): múltiplas lesões elevadas eritematoinfiltradas, algumas de aspecto anular; Baciloscopia: francamente positiva (= HV); o Hanseníase Reacional: episódios inflamatórios de evolução aguda que se intercalam no curso crônico da hanseníase; seguem-se a fatores desencadeantes, como: infecções intercorrentes, vacinação, gravidez e puerpério, medicamentos iodados, estresse físico e emocional; Até 30% dos casos!!! Às vezes, antecedem o diagnóstico da hanseníase, surgem durante o tratamento ou após a alta. Reação tipo 1 (reversa): reação mediada pela imunidade CELULAR; surge precocemente no tratamento (2º-6º mês), na Hanseníase Dimorfa (HD); manifestações clínicas: exacerbação das lesões preexistentes, tornando-se edemaciadas, eritematosas, brilhantes, semelhante à erisipela; surgem novas lesões à distância, pouco História da Doença: Hanseníase Indeterminada (HI) forma inicial típica lesão hipocrômica (única ou em número pequeno), SEM comprometimento de troncos nervosos meses a anos, cura OU um dos extremos; ALTA resistência Hanseníase Tuberculoide (HT) bacilos controlados, lesões bem delimitadas, espessamento do tronco nervoso e dano neural precoce e grave (espessamento neural emergindo da placa = sinal da raquete) cura espontânea ou COM tratamento (- tempo, - risco); BAIXA resistência Hanseníase Virchowiana (HV) infiltração progressiva e difusa (face e pavilhões auriculares = fácies leonina) OU sem nódulos ou placas (lepromatose difusa/“lepra bonita”) bacilos numerosos e aglomerados (formando globias) nas camadas profundas da derme; INSTABILIDADE imunológica Hanseníase Dimorfa (HD)/Borderline (HB) manifestações clínicas variadas borderline-tuberculoide, borderline-borderline OU borderline-virchowiana; numerosas, com sintomas sistêmicos variados (geralmente febre baixa); neurites são frequentes e graves (se não tratadas precocemente, deixam sequelas; podem ser silenciosas; nervos mais comprometidos: ulnares e medianos (MMSS), fibular comum e tibial posterior (MMII) e facial e grande auricular (segmento cefálico); Reação tipo 2 (Eritema Nodoso Hansênico): na paniculite (inflamação da hipoderme) lobular (predomina nos lóbulos), acompanhada de vasculite nas formas multibacilares (virchowianas ou dimorfas) após 6 meses de tratamento; síndrome desencadeada por DEPÓSITO DE IMUNOCOMPLEXOS nos tecidos e vasos, com aumento de citocinas séricas (como TNF-alfa e interferon gama) SEM mudança definitiva da condição imunológica; manifestações clínicas: febre e linfadenopatia, neurite (n. ulnar), uveíte, orquite, glomerulonefrite; na pele, o eritema nodoso se caracteriza por lesões eritematosas, dolorosas, de tamanhos variados incluindo pápulas e nódulos em qualquer região da pele, que evoluem para ulceração, (eritema nodoso necrotizante); pode evoluir com neurite, orquite, epididimite, irite, proteinúria e dano hepático. Edema de MMII, pré-tibialgia e febre acompanham esta reação. Às vezes, febre alta e prolongada domina o quadro clínico. Achados frequentes: leucocitose com desvio para esquerda, anemia normocítica normocrômica, VHS bastante elevado e proteína C- reativa aumentada; Eritema nodoso Eritema nodoso necrotizante Eritema poliforme: também pode acompanhar a reação tipo 2. As reações do tipo 2 REPETEM-SE E EVOLUEM INDEFINIDAMENT E em surtos subentrantes! Diagnóstico da hanseníase: clínico e epidemiológico (história e condições de vida + exame dermatoneurológico); o Exame neurológico - etapas no exame físico: (1) inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés; (2) palpação dos troncos nervosos periféricos - verificar queixa de dor espontânea no trajeto do nervo, de choque ou de dor, espessamento do nervo comparado com o oposto, alteração na consistência do nervo, alteração na forma do nervo (abscessos e nódulos), apresentação de aderências; (3) avaliação da mobilidade articular; (4) avaliação da força muscular; e (5) avaliação de sensibilidade nos olhos, MMSS e MMII – térmica (tubos de ensaios quente e frio), dolorosa (agulha) e tátil (algodão; nos olhos usa-se fio dental); o Baciloscopia: exame complementar de fácil execução e baixo custo; é feito com a linfa de pelo menos 4 locais (lóbulos das orelhas D e E, cotovelos D e E) e em lesão cutânea suspeita e coloração pelo método de Ziehl-Neelsen; resultado: Índice Baciloscópico (IB), de 0 a 6+ negativa (IB = 0) = formas tuberculoide e indeterminada; fortemente positiva = virchowiana e variável = dimorfa; o Antígeno Glicolípide Fenólico-1 (PGL-1): específico do M. leprae; níveis aumentados do anti- PGL-1 = Hanseníase Virchowiana;sem resposta de anticorpos = Hanseníase Tuberculoide; o Identificação do Micobacterium leprae pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): detecta quantidades mínimas de micobactérias; NÃO é realizada rotineiramente. o Diagnóstico POSITIVO: 1 ou mais sinais cardinais: mancha e/ou área(s) da pele com alterac ̧ão Fenômeno de Lucio: Anterior ao tratamento de Hanseníase Virchowiana (HV), especialmente com “Lepra Bonita”/Lepra de Lucio; Lesões maculares equimóticas (necróticas) que se ulceram em pequeno número ou por uma área extensa, mais comumente em extremidades inferiores. Lesões generalizadas: paciente = “grande queimado” teme-se infecção secundária por Pseudomonas aeruginosa; Histopatologia: necrose isquêmica da epiderme e derme, parasitismo e proliferação de células endoteliais e trombos em grandes vasos profundos da derme; Tratamento: poliquimioterapia, medidas de suporte, antibioticoterapia e transfusões de troca; Ainda se discute se pode ser considerada uma reação!!!! (perda) de sensibilidade; acometimento de nervo(s) periférico(s), com ou sem espessamento, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; e baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico; o Em caso de dúvida: provas complementares teste da histamina (ausência do eritema secundário/pseudopódico em manchas hipocrômicas hensenianas iniciais; NÃO realizado na raça NEGRA) e da pilocarpina (anidrose em lesões hansênicas). o Reação de Mitsuda: teste intradérmico de leitura tardia (28 dias) para classificação e definição do prognóstico, SEM valor diagnóstico! o Suspeita de comprometimento neural OU com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa SEM lesão cutânea evidente encaminhar para UBS de maior complexidade exame dermatoneurológico criterioso + coleta de material para exames laboratoriais confirmação diagnóstica; o Crianças Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase em Menores de 15 anos. Tratamento: POLIQUIMIOTERAPIA via oral!!! As drogas padronizadas pela OMS e MS são a RIFAMPICINA (única bactericida dos esquemas-padrão), DAPSONA e CLOFAZIMINA. PB adulto: Mensal: 1º dia 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg x 2) 1 comprimido de Dapsona (100 mg) Diário: do 2º ao 28º dia 1 comprimido de Dapsona (100 mg) Ciclo completo: 6 cartelas. PB crianças (10-14 anos): Mensal: 1º dia 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg + 150 mg) 1 comprimido de Dapsona (50 mg) Diário: do 2º ao 28º dia 1 comprimido de Dapsona (50 mg) Tratamento completo: 6 cartelas. MB adulto: Mensal: 1º dia 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg x 2) 3 cápsulas de Clofazimina (100 mg x 3) 1 comprimido de Dapsona (100 mg) Diário: do 2º ao 28º dia 1 cápsula de Clofazimina (50 mg) 1 comprimido de Dapsona (100 mg) Ciclo completo: 12 cartelas. MB crianças (10-14 anos): Mensal: 1º dia 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg + 150 mg) 3 cápsulas de Clofazimina (50 mg x 3) 1 comprimido de Dapsona (50 mg) Diário: do 2º ao 28º dia 1 cápsula de Clofazimina (50 mg) 1 comprimido de Dapsona (50 mg) Tratamento completo: 12 cartelas. Crianças < 10 anos dose ajustada conforme peso corporal. Tratamento das formas reacionais: manter a PQT (se ainda estiver em tratamento); imobilizar o membro afetado com tala gessada (em neurite associada); monitorizar a função neural sensitiva e motora e programar e realizar ações de prevenção de incapacidades; o Neurites refratárias aos corticoides poderão necessitar de tratamento cirúrgico. o Reação do tipo 1 (reversa): prednisona (1-1,5 mg/kg/dia), reduzindo a dose conforme resposta terapêutica; o Reação do tipo 2 (eritema nodoso hansênico): talidomida (100 a 400 mg/dia, conforme a intensidade); Corticoterapia em: contraindicações à talidomida; lesões oculares reacionais, com hiperemia conjuntival com ou sem dor, embaçamento visual, acompanhadas ou não de manifestações cutâneas; edema inflamatório de mãos e pés; glomerulonefrite; orquiepididimite; artrite; vasculites; eritema nodoso necrosante; reações de tipo eritema polimorfo-símile e síndrome de Sweet- símile. Pentoxifilina (1.200 mg/dia, em doses de 400 mg de 8/8 hrs.), associada ou não ao corticoide quando a talidomida for contraindicada. Reação crônica/ subintrante reação intermitente avaliar a coexistência de fatores desencadeantes (parasitose intestinal, infecções concomitantes, cárie dentária, estresse emocional); Reações hansênicas NÃO contraindica o início da PQT, NÃO implica interrupção e NÃO é indicação de reinício de PQT!!! Recidiva: tratamento com PQT completado com sucesso e desenvolvimento de novos sinais e sintomas encaminhamento a um centro de referência para confirmação e reinício do tratamento! o Causas: tratamentos irregulares (!!!); persistência bacilar (bacilos latentes não afetados pelos medicamentos); resistência bacilar e reinfecção; o Critérios clínicos: PB: dor no trajeto de nervos, novas áreas com alterações de sensibilidade, lesões novas e/ou exacerbação de lesões anteriores, que não respondem ao Hanseníase e HIV/Aids: esquema PQT padrão NÃO deve ser alterado; Hanseníase e tuberculose: esquema terapêutico para tuberculose + para hanseníase, (esquema padrão PQT); o PB: + dapsona; o MB: + dapsona, + clofazimina (até final tto tuberculose); Hanseníase e gravidez: MENOS imunidade celular, POUCAS complicações (exceto anemia); o Rifampizina pode interagir com ACO; o RN: pele hiperpigmentada (clofazimina) com regressão após parada da PQT; Hanseníase e insuficiência hepática ou renal grave: NÃO devem tomar rifampicina; tratamento com corticosteroide, por pelo menos 90 dias; MB: lesões cutâneas e/ou exacerbação de lesões antigas; novas alterações neurológicas, que não respondem ao tratamento com talidomida e/ou corticosteroide; baciloscopia positiva; ou quadro clínico compatível com pacientes virgens de tratamento. o Geralmente 1-5 anos após a alta; o EXCETO: anteriormente tratados com monoterapia OU não completado o tratamento (abandonos); Tratamento cirúrgico das neurites: modalidade de exceção, tendo como indicações os quadros refratários: abscesso de nervo; neurite não respondente ao tratamento, em 4 semanas; neurites subintrantes; neurite do nervo tibial; o Dores persistentes, com quadro sensitivo e motor normal ou sem piora encaminhamento antidepressivos tricíclicos, fenotiazínicos ou anticonvulsivantes; o Quadro neurológico de difícil controle protocolo clínico de pulsoterapia com metilprednisolona endovenosa, (1 g/dia); Vigilância epidemiológica: notificação compulsória + descoberta de casos e tratamento específico + vigilância de casos em menores de 15 anos (PCID - < 15) + vigilância de recidivas + atenção às áreas de ex-colônias de hanseníase + prevenção e tratamento de incapacidades físicas + vacinação BCG (Bacilo de Calmette-Guërin); o Vacina BCG: aplicada nos contatos intradomiciliares, sem presença de sinais e sintomas, no momento da avaliação; depende da história vacinal, conforme: Avaliação da cicatriz Conduta vacinal Sem cicatriz 1 dose Com 1 cicatriz de BCG 1 dose Com 2 cicatrizes de BCG Nenhuma dose < 1 ano, já vacinados: não necessitam outra dose de BCG; Incerteza de cicatriz: aplicar 1 dose, independentemente da idade; o Graduação da Incapacidade: varia de 0 a 2 pela determinação do grau de incapacidade para cada olho, mão e pé; Prevenção: diagnóstico e tratamento precoces; Critérios de Avaliação do Grau de Incapacidade e da Função Neural Grau Características 0 Nenhuma incapacidade nos olhos, mãos e pés devido à hanseníase. 1 Diminuição ou perda da sensibilidade nas mãos e/ou pés. 2 Presençade uma lesão ou incapacidade visível; Olhos: logoftalmo e/ou ectrópico; triquíase; opacidade corneana central; acuidade visual < 0,1 ou não conta dedos a 6 cm de distância. Mãos: lesões tróficas e/ou lesões traumáticas; garras; reabsorção; mão caída. Pés: lesões tróficas e/ou traumáticas; garras; reabsorção; pé caído; contratura do tornozelo.
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