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Micoses Classificadas pelo nível de invasão tecidual: micoses superficiais, cutâneas, subcutâneas e profundas ou sistêmicas. Micoses Superficiais Doenças que não provocam resposta inflamatória histopatológica significativa; os fungos se proliferam na camada córnea da pele ou sobre a haste livre dos pelos; Ceratofitoses 1. Pitiríase Versicolor (“pano branco”) Causa: Malassezia furfur levedura lipofílica saprobiota da pele humana em + de 90% da população saudável, predominante nas áreas corporais ricas em glândulas sebáceas; o Na dermatose estão em grande quantidade, associadas a hifas rudimentares ou pseudo-hifas; Prevalência: ocorrência universal, predominando em clima quente e úmido; acomete adultos de ambos os sexos, numa predisposição à infecção; Manifestação clínica: lesões assintomáticas, caracterizadas por manchas ou máculas, múltiplas, confluentes, hipocrômicas (pacientes de pele pigmentada), eritematosas ou hipercrômicas acastanhadas (pacientes brancos), apresentando uma descamação fina (furfurácea) ao se raspar a pele com a unha (Sinal da unha ou de Besnier) ou ao se esticar a pele (Sinal de Zileri); acomete a face, o pescoço, o tronco superior e a porção proximal dos MMSS; o Couro cabeludo geralmente é imperceptível; o Região palmoplantar e mucosa NUNCA são atingidas; o Hipocromia: decorre da produção de ácidos dicarboxílicos (ácido azelaico) pelo metabolismo do fungo, que INIBE a tirosinase (enzima responsável pela formação da melanina); Diagnóstico: suspeitado clinicamente e pelo exame da luz de Wood (característica fluorescência rósea- dourada); confirma-se pelo exame direto (KOH 10%), pelo raspado das lesões (elementos leveduriformes e hifas curtas e largas); Tratamento: tópico; o Xampu de sulfeto de selênio 2,5%, durante 4 semanas; o Antifúngicos imidazólicos tópicos, como tioconazol 1% loção, isoconazol 1% loção ou cetoconazol 2% creme, aplicados nas lesões 1x/dia por 4 semanas, associado ao xampu de cetoconazol; o Casos mais extensos/resistentes: terapia sistêmica oral, com cetoconazol 200 mg/dia por 10 dias, itraconazol 200 mg/dia por 5 dias ou fluconazol 150 mg/semana por 3 semanas; SOLICITAR provas de função hepática antes de iniciar os imidazólicos. LEMBRAR: antifúngicos interagem com ACO, diminuindo a eficácia!!! 2. Tínea Negra Causa: Phaeoannellomyces werneckii (outros nomes: Exophiala werneckii, Cladosporum werneckii), um fungo filamentoso pigmentado (demáceo); Prevalência: crianças do sexo feminino; Manifestação clínica: mácula acastanhada/enegrecida, assintomática, que acomete o extrato córneo palmar ou superfície ventral dos dedos e região plantar; o Diagnóstico diferencial: melanoma, nevo juncional e púrpura do atleta; Diagnóstico: exame direto KOH 10% (hifas escuras septadas); Tratamento: ceratolíticos (ácido salicílico creme 0,1%) ou antifúngicos tópicos, até 2 semanas após a cura clínica; 3. Piedra Negra Causa: Piedraia hortai; Prevalência: comum em áreas tropicais (ex.: Amazônia); Manifestação clínica: infecção do pelo formando nódulos pretos aderentes à haste dos cabelos e/ou da barba; Tratamento: corte do cabelo + imidazólico tópico; 4. Piedra Branca Causa: Trichosporum beigeli; Manifestação clínica: nódulos que variam do branco ao castanho claro, de consistência cremosa, que podem ser removidos facilmente, acometendo os pelos genitais, axilares, da barba e couro cabeludo; o Diagnóstico diferencial: pediculose e tricomicose axilar; Tratamento: corte do cabelo + imidazólico tópico OU sistêmico (alta taxa de recidiva); Micoses Cutâneas Fungos queratinofílicos (consomem queratina) podem provocar mudanças patológicas no hospedeiro ao degradarem a camada córnea, os pelos e as unhas e liberarem antígenos que desencadeiam uma resposta imunoinflamatória superficial; Ceratofitoses e dermatofitoses são exclusivas da pele queratinizada; já a candidíase superficial pode afetar tanto a pele quanto as mucosas; Dermatofitoses Infecções causadas por fungos queratinofílicos (dermatófitos), cujos antígenos são reconhecidos pelas células de Langhans e estimulam uma resposta imunoinflamatória (hipersensibilidade) que atinge a epiderme e a derme superficial; São conhecidas 42 espécies de dermatófitos, de 3 gêneros (Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton), provenientes do solo (geofílicos), animais (zoofílicos) e homem (antropofílicos); Prevalência: varia conforme sexo (+ no sexo masculino); idade (tínea de couro cabeludo crianças; tínea do pé e inguinocrural adultos); imunidade (+ nos imunocomprometidos); hábitos; Transmissão: contato direto (seres humanos, animais, solo) ou indireto (fômites contaminados, banhos públicos); pelos esporos assexuados liberados das hifas dos fungos; Diagnóstico: raspagem das lesões e demonstração das hifas em KOH 10% (exame direto); gênero é determinado pela morfologia dos conidióforos, e a espécie pela cultura nos meios ágar de Sabouraud (ágar glicose) ou ágar de Mycosel (cloranfenicol e cicloeximida); 1. Tínea Capitis Causa: dermatófitos do gênero Microsporum ou Trichophyton; Prevalência: crianças entre 4-14 anos; o Após a puberdade, o aumento das glândulas sebáceas, com produção de ácidos graxos inibitórios, dificulta a proliferação do fungo involução espontânea); Manifestação clínica: cabelo quebrado perto da base, deixando uma área tonsurada (alopecia focal); o parasitismo pode ser ectotrix (acomete a cutícula capilar) ou endotrix (acomete a haste capilar); Tipos clínicos: o Tínea capitis TONSURANTE: causada por Microsporum canis (+ COMUM), Trichophyton tonsurans, Trichophyton rubrum ou Microsporum adouinii; o contágio inter- humano se dá por contato direto ou através de máquinas de cortar cabelo, pentes ou escovas; após período de incubação (10-14 dias), surge alopecia focal, descamativa, associada ou não a eritema, de evolução CRÔNICA. Tínea microspórica: produz uma área única e grande; Exame da luz de Wood: fluorescência esverdeada; Tínea tricofítica: várias áreas pequenas; Quérion (Kerion Celsi): forma AGUDA da tínea pelo M. canis, com intensa reação inflamatória; há formação de placa elevada, bem delimitada, dolorosa, com eritema e formação de pústulas e microabscessos que Fatores determinantes da infecção Fatores inerentes ao dermatófito Fatores inerentes ao hospedeiro Afinidade seletiva às diferentes classes de ceratina (pele, pelo e unha); Virulência; Adaptação. Integridade da epiderme; Umidade local; Fatores de efeito antifúngico; o Transferrina insaturada ligada ao ferro sérico; o Alfa-2-macroglobulina no soro; o Ácidos graxos (função antifúngica); Fator genético; Hábitos (higiene, calçado, populações fechadas). drenam pus à expressão manual; o Tínea capitis FAVOSA (favo): causada por Trichophyton schoenleinii (PRINCIPAL) ou Microsporum gypseum (raro); ocorre sob a forma de microendemias na zona rural ou em pequenas comunidades do interior; é CRÔNICA e se apresenta como pequenas lesões crostosas crateriformes em torno do óstio folicular (ESCÚTULA FÁVICA ou “GODET”), acompanhada de descamação e supuração, com atrofia com alopecia definitiva (por acometer o bulbo capilar); Exame da luz de Wood: observa-se fluorescência verde-palha; Tratamento: terapia sistêmica via oral (griseofulvina 10-15 mg/kg/dia por 8-12 semanas ou terbinafina por 4-8 semanas (< 20 kg: 62,5 mg/ dia; 20-40 kg: 125 mg/dia; > 40 kg: 250 mg/ dia)); o TTO Quérion: terapia antifúngica + compressas de permanganato de potássio 1:40.000 e drenagem (casos graves); 2. Tínea Barbae Causa: Trichophyton rubrum, Trichophyton mentagrophytes ou Microsporum gypseum; Tipos clínicos: o Inflamatório: idêntico aoquérion do couro cabeludo; o Herpes circinado: lesões anulares circinadas eritematopapuloescamosas, com vesículas nas bordas; o Sicose da barba: idêntico à foliculite bacteriana estafilocócica; 3. Tínea Corporis (“impingem”) Causa: Trichophyton rubrum, Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes, Trichophyton verrucosum ou Epidermophyton flocossum; o Pode ser causada pelos 3 gêneros de dermatófitos!!! Transmissão: inter-humana (contato direto, fômites, banhos públicos) ou pelo contato com cães e gatos; Manifestação clínica: lesão eritematosa ou eritematopapular, de formato anular, descamativa, com bordos elevados eritematodescamativos ou vesiculosos, únicas ou múltiplas, e de tamanhos variáveis no tronco, membros e face (tínea da face); as lesões podem coalescer dando o aspecto circinado; Formas clínicas: vesiculosa, anular e em placas; Diagnóstico: exame micológico direto; Tratamento: o Lesões localizadas: antifúngicos tópicos (creme a 1%) durante 2-4 semanas imidazólicos (tioconazol, miconazol, isoconazol, econazol ou bifonazol), os tiocarbamatos sulfurados (tolciclato, tolnaftato), ciclopirox olamina, terbinafina e amorolfina; o Lesões disseminadas ou refratárias: antifúngicos sistêmicos via oral por 4 semanas cetoconazol 200 mg/dia, terbinafina 250 mg/dia, itraconazol 100 mg/dia, fluconazol 150 mg/semana. 4. Tínea Cruris (Coceira de Dhobi) Causa: Trichophyton rubrum, Epidermophyton flocossum ou Trichophyton mentagrophytes; Prevalência: mais comum nos homens adultos, nos obesos e nos diabéticos; Manifestação clínica: lesões eritematoescamosas, por vezes com vesículas, acometendo o períneo, a coxa proximal e o abdome, sendo geralmente bilateral e extremamente pruriginosa; o Diferente da candidíase inguinal, POUPA a bolsa escrotal e NÃO apresenta lesões satélites!!! 5. Tinea Pedis (Intertrigo) e Tinea Manuum Causa: Trichophyton rubrum, Epidermophyton flocossum ou Trichophyton mentagrophytes; Tínea pedis (“pé de atleta”, “frieira”) Prevalência: comum; + frequente em homens jovens, durante o verão, e em diabéticos; Formas clínicas: o Intertriginosa (forma + COMUM; T. rubrum: agente + comum): descamação, maceração e fissura dos espaços interdigitais e superfície inferior dos artelhos, geralmente comprometendo os espaços entre o 2º e 3º ou entre o 3º e 4º artelhos; algumas vezes há infecção bacteriana secundária (presença de secreção purulenta); o Vesicobolhosa (AGUDA): pode estar associada à forma anterior; o Escamosa (CRÔNICA): apresenta eritematodescamação. Complicações: importante PORTA DE ENTRADA para o Streptococcus pyogenes; episódios de erisipela de repetição; Diagnóstico: exame direto e cultura; Tratamento: antifúngicos tópicos creme 1% por 2-3 semanas (preferência imidazólicos); secar bem as regiões intertriginosas; pós-antifúngicos e polvilho antisséptico no tênis/sapato (reduzir recidivas); o Infecção secundária: compressa de permanganato 1:10.000 com ou sem antibiótico sistêmico (macrolídeo, tetraciclina); Tínea manuum Prevalência: mais rara; Manifestação clínica: escamação dos sulcos da palma das mãos; acomete sempre uma das mãos e geralmente está associada ao comprometimento ungueal (tínea ungueal); Tratamento: antifúngicos sistêmicos (cetoconazol, terbinafina, itraconazol, fluconazol) por 6 semanas; 6. Tínea Unguium (Onicomicose) Causa: Trichophyton rubrum, Epidermophyton flocossum ou Trichophyton mentagrophytes; Prevalência: maior entre os idosos (menor na taxa de crescimento da unha); Manifestação clínica: lesão da lâmina ungueal por dermatófitos, em que as unhas se tornam grossas, opacas, amarelo esverdeadas, frágeis, com sulcos e irregularidades; o Diagnóstico diferencial: psoríase e líquen plano; o Afetadas as BORDAS, suspeita- se de infecção por Candida!!! o Imunodeprimidos: onicomicose subungueal proximal e onicomicose branca superficial são FREQUENTES! Diagnóstico: exame direto; Tratamento: demorado; antifúngicos sistêmicos VO + terapia tópica; o Terapia sistêmica: de 6 semanas (tínea ungueal da mão) a 3-4 meses (tínea ungueal do pé); opções: terbinafina 250 mg/dia, itraconazol 200 mg/dia; Podem ser feitas sob a forma de “pulsoterapia”; Chance de cura (onicomicose avançada) com esses antifúngicos: 70-80%!!! Onicomicose incipiente: pode ser curada SEM terapia sistêmica; o Terapia tópica: amorolfina 5% esmalte para unhas (Loceryl), aplicado 1x/semana até a melhora (alguns meses); tioconazol 28% solução para unhas (Tralen 28%), ciclopirox olamina 8% em esmalte (Loprox, Micolamina); 7. Tínea Imbricata (“tokelau”/“chimberê”) Causa: Trichophyton concentricum; Prevalência: encontrada em algumas ilhas do pacífico, em alguns países da América Central e no Brasil Central; Manifestação clínica: lesões escamosas que se IMBRICAM e têm crescimento excêntrico. 8. Tínea Incógnita Há falta de características clínicas de dermatofitose, muitas vezes com história prévia de uso de corticoide que mascara o quadro; Diagnóstico: exame direto. 9. Tínea Granulomatosa Manifestação clínica: lesões eritematoescamosas, nódulos eritematosos com tendência à fistulização, tubérculos e até acometimento sistêmico com lesões ósseas, lesões tumorais e adenopatias; 10. Dermatofítide (“Ide” Dermatofítica) “Ides”: reações de hipersensibilidade em um local distante da lesão original onde se demonstra o agente patogênico, devido à disseminação hematogênica de produtos antigênicos; Causa: nas dermatofítides, o agente é um dermatófito; Manifestação clínica: a lesão fúngica geralmente se localiza nos pés (Tinea pedis) ou no corpo (Tinea corporis), e as lesões da dermatofítide apresentam- se na palma ou dorso das mãos (semelhante à desidrose), como grupo de vesículas com base eritematosa, pruriginosas, geralmente bilateral; Outros tipos de dermatofítide: máculas eritematosas esparsas no tronco (reação ao quérion) ou eritema nodoso nos MMII; Teste intradérmico da tricofitina: costuma ser POSITIVO; Exame micológico NÃO demonstra o fungo; Tratamento da lesão fúngica primária leva ao seu desaparecimento. Candidíase Cutâneo-Mucosa Causa: Candida albicans (70-80%), C. tropicalis, C. parapsilosis ou C. guillermondii; o As espécies de Candida se apresentam como leveduras, pseudo-hifas e hifas verdadeiras; o Candida albicans: saprobiota (comensal) que habita a superfície da pele, mucosa oral, intestino e mucosa vaginal (50% das pessoas hígidas albergam este fungo); Prevalência: atinge com frequência recém-natos, mas pode acometer adultos, idosos e certas profissões, como lavadeiras (umidade local é fator predisponente); Etiopatogenia: o Fatores intrínsecos: extremos de idade; endocrinopatias; gravidez; doenças imunológicas; neutropenia. o Fatores extrínsecos: uso de dentaduras; antibióticos; antineoplásicos; corticoides; procedimentos cirúrgicos; anticoncepcionais. o Fatores menores: umidade, traumatismo, sudorese. 1. Candidíase Oral FORMA + COMUM Prevalência: comum no período neonatal (sistema imunológico pouco desenvolvido), e pode ser contraída da mãe durante o parto vaginal; também nos enfermos, imunossuprimidos (ex.: Aids), uso de corticoide tópico para asma, pessoas com má higiene bucal; Manifestação clínica: placas branco- cremosas, às vezes pseudomembranosas, podendo assumir aspecto eritematoso ou enegrecido; as lesões são facilmente removidas com uma espátula; 2. Queilite Angular Prevalência: classicamente descrito no desnutrido, porém é mais visto nas sociedades ocidentais, em pacientes desdentados ou que usam dentaduras mal adaptadas; Manifestação clínica: ângulos da boca feridos, com fissuras, eritema e descamação; 3. CandidíaseGenital Vulvovaginite Prevalência: frequente na gravidez, uso de anticoncepcionais, diabetes, antibioticoterapia prolongada, irritação mecânica ou química da mucosa vaginal (duchas vaginais); Manifestação clínica: leucorreia e placas eritematosas e/ou esbranquiçadas cremosas na vulva e mucosa vaginal; são pruriginosas; Diagnóstico: exame direto (KOH 10%) e cultura; Balanopostite Prevalência: idosos, obesos, diabetes, higiene inadequada, pacientes não circuncisados; Manifestação clínica: lesões eritematoerosivas (glande) recobertas ou não por induto esbranquiçado; há eritema e edema (prepúcio), pode ter ardor e prurido; 4. Candidíase Intertriginosa Prevalência: obesos, diabéticos e pessoas de pobre higiene; Manifestação clínica: lesões eritematosas, úmidas, exsudativas, podendo formar erosões ou fissuras, que são envoltas por um colarete córneo, nas dobras axilares, inguinais, interglútea ou submamárias; podem cursar com prurido e ardência; com frequência há LESÕES SATÉLITES (diferente da Tínea cruris e da Tínea corporis); o Lesão interdigital (mão ou pé): mais comum em indivíduos que mantêm a umidade entre os dedos (“mão da lavadeira”); 5. Candidíase Folicular Prevalência: diabéticos e imunossuprimidos; Manifestação clínica: pústulas foliculares ou erosões crostosas, semelhantes a foliculite bacteriana ou dermatofítica, na área da barba; 6. Candidíase da Região das Fraldas Causa: retenção de urina e fezes, que leva à umidade e maceração do local; Manifestação clínica: apresenta a clássica satelitose da candidíase, diferenciando-a da dermatite de contato das fraldas e da dermatite seborreica; 7. Candidíase Ungueal Prevalência: diabéticos, desnutridos, pessoas que retiram a cutícula e pessoas que mantêm um contato contínuo com água; Manifestação clínica: eritema e edema doloroso em torno da matriz ungueal (PARONÍQUIA por Candida!!!); 8. Candidíase Mucocutânea Crônica Infecção CRÔNICA e RECORRENTE da pele, das unhas e da orofaringe; Prevalência: crianças (em geral < 3 anos); Manifestação clínica: lesões ceratósicas com tendência a formação de cornos cutâneos ou de granulomas, localizados no couro cabeludo, face e extremidades; o Pode ter início tardio sem história familiar e surgir como manifestação secundária de neoplasias e timoma!!! Tratamento da candidíase: evitar fatores predisponentes + antifúngicos tópicos; o Candidíase oral ou orofaríngea: nistatina suspensão oral 100.000 U/ml, 2x/dia, bochechar e engolir, por 2 semanas; o Vulvovaginite e balanopostite: antifúngico tópico nistatina creme vaginal dose única de fluconazol 150-300 mg; o Candidíase intertriginosa, das fraldas e queilite angular: antifúngicos imidazólicos (cetoconazol, isoconazol, tioconazol, etc.); o Casos extensos, recidivantes, refratários ou na candidíase ungueal (paroníquia): preferência por terapia sistêmica fluconazol 150 mg/semana OU itraconazol 100- 200 mg/dia ou em “pulsoterapia” (intertriginosa: 4 semanas; ungueal da mão: 12 semanas; ungueal do pé: 24 semanas); Micoses Subcutâneas Inoculação de fungos patogênicos, encontrados no solo e plantas, que entram pela via transepidérmica e são depositados na pele ou no tecido subcutâneo; a infecção pode progredir por contiguidade ou através do sistema de drenagem linfática regional; 1. Esporotricose Causa: Sporotrix schenckii, saprobo na natureza adquirido pela inoculação traumática desse agente gera quadro localizado na pele e tecido celular subcutâneo ou invade o trato respiratório após aspiração do fungo, provocando quadro sistêmico; Prevalência: distribuição universal; pode afetar o homem e outros animais (gatos, cachorros, ratos, cavalos e papagaios); o número de gatos com a doença vem aumentando e isso se reflete numa maior incidência nas pessoas, pela mordedura ou arranhadura desses animais; há tambeém cepas mais virulentas, dependendo da região (ex.: cepas do RJ > cepas do RS); Manifestações clínicas: classificadas, segundo a forma de penetração do fungo, em 2 grupos: esporotricose cutânea (ou subcutânea dividida em cutaneolinfática, cutaneolocalizada/fixa e cutaneodisseminada) e extracutânea (ou sistêmica); o Forma cutaneoLINFÁTICA (+ COMUM; 70-80%): ocorre um nódulo no local de inoculação, seguido de disseminação linfática deixando um “cordão” ascendente ao longo dos vasos linfáticos regionais; pode haver ulceração nos nódulos com eliminação de material purulento; é mais comum nas áreas expostas como MMSS e MMII (adultos) e face (crianças); o Forma cutaneoLOCALIZADA: lesão papulosa ou nodulosa que evolui com ulceração e eliminação de exsudato purulento; mais comum na face e mucosa orofaríngea; NÃO há linfangite (apenas lesão localizada, de crescimento centrífugo, por continuidade e limitado) denota boa resposta imunológica do tipo celular (?); o Forma cutaneoDISSEMINADA: pacientes imunossuprimidos; ocorre disseminação hematogênica, levando a lesões nodulares e gomosas por TODA a pele; É RARA; CUIDAR: não deve ser confundida com múltiplos pontos de inoculação transepidérmica; o Forma EXTRAcutânea: paciente, em geral imunodeprimido, que INGERE ou INALA o fungo, acometendo, por disseminação hematogênica, diversos órgãos internos; forma de maior importância clínica (+ prevalente): subtipo osteoarticular, caracterizado por uma mono ou oligoartrite destrutiva, envolvendo as articulações, além de osteolite e periostite; outras formas: pulmões (lesão cavitária), rins (nefrite), fígado, baço, pâncreas, glândula mamária, tireoide, testículos, epidídimo, músculos e SNC (meningite); Diagnóstico diferencial: mnemônico PLECCT: o Paracoccidioidomicose; o Leishmaniose (forma cutaneolinfática); o Esporotricose; o Cromomicose; o Carcinoma espinocelular; o Tuberculose. Diagnóstico: isolamento do fungo cultivado em ágar Sabouraud (5-21 dias de crescimento); o Intradermorreação com esporotriquina: NÃO é utilizada com finalidades diagnósticas; o Exame histopatológico: formação de granuloma na derme; raramente observados elementos fúngicos (esporos); pode ocorrer depósito de anticorpos ao redor dos esporos (corpúsculo asteroide); Tratamento: farmacoterapia mantida até 1 mês APÓS a cura clínica; o Formas cutâneas: solução saturada de iodeto de potássio via oral, 5 gotas de 8/8h aumentando diariamente até dose máxima de 20 gotas (60 gotas/dia), ou itraconazol 100- 200 mg/dia; o Formas extracutâneas: itraconazol 200-400 mg/dia ou anfotericina B lipossomal (infusão venosa lenta de 3-5 mg/kg/dia correndo em duas horas, com dose máxima de 800- 2.950 mg casos GRAVES); o LEMBRAR: gestantes NÃO podem tomar KI e itraconazol; opção: anfotericina B!!! 2. Cromomicose (Cromoblastomicose) Causa: Fonsecaea pedrosoi (Brasil) e Cladosporium carrionii (regiões tropicais com baixos índices pluviométricos; ex.: Nordeste brasileiro); fungos saprobos da natureza, produtores de pigmento que lhes confere coloração acastanhada (demácios) e que se reproduzem por septações de uma mesma célula, simultaneamente, originando estruturas arredondadas (corpos/células fumagoides, talos muriformes ou corpos de Medlar); Prevalência: Brasil (maior número de casos no mundo); mais comum na zona rural e profissionais que trabalham com solo e plantas; Manifestação clínica: MESES após o trauma, surge pápula verrucosa que cresce evoluindo continuamente para uma placa verrucosa com pontos enegrecidos ricos em parasitas; frequentemente oligo/assintomáticas, exceto quando há infecção bacteriana secundária, quando é comum a queixa de prurido local; mais comum nos MMII; a disseminação linfática ou hematogênica é excepcional; o Complicações: linfedema crônico, elefantíase, carcinoma espinocelular; Diagnóstico: isolamentoe identificação do fungo; o Exame direto (KOH 10% ou lactofenol): estruturas arredondadas ou ovoides, acastanhadas, COM septos em diversos sentidos (aspecto de amora = moriforme); raramente há hifas tortuosas e acastanhadas; o Cultura em ágar Sabouraud: cultura aveludada de coloração enegrecida (após 1 semana); o Exame histopatológico: hiperplasia pseudoepiteliomatosa (epiderme) e corpúsculos acastanhados (derme); podem ocorrer reação granulomatosa e abscessos; Tratamento: a resposta aos antifúngicos NÃO é boa; o Formas localizadas: medidas cirúrgicas (crioterapia com nitrogênio líquido, exérese cirúrgica, eletrocirurgia, laser de CO2) + itraconazol 200-400 mg/dia; o Lesões + extensas: itraconazol 200 mg/dia (18 meses) + fluorocitosina 150 mg/kg/dia ou anfotericina B; 3. Lobomicose (Doença de Jorge Lobo ou Blastomicose Queloideana) Causa: afecção causada pelo fungo Loboa loboi / Lacazia loboi inoculado por via transepidérmica, em um período de MESES a 3 ANOS; Prevalência: Brasil (maior número de casos), basicamente em áreas de floresta com elevada média de temperatura anual e de pluviosidade (ex.: bacia amazônica); acomete apenas humanos e golfinhos; Manifestações clínicas: lesões ocorrem na pele das áreas expostas, como os pavilhões auriculares e os membros; apresentação mais característica é a forma queloideana: nódulos semelhantes ao queloide, distribuídos assimetricamente (geralmente unilaterais), com tendência a coalescer; são assintomáticas e não tendem à regressão espontânea; o Outras formas clínicas (infiltrativa, verruciforme, gomosa e ulcerada) são menos frequentes! Diagnóstico diferencial: hanseníase, leishmaniose tegumentar anérgica, queloide, dermatofibrosarcoma, histiocitomas e xantomas; Diagnóstico: o Exame direto: células fúngicas vistas como estruturas arredondadas em grande quantidade com parede dupla espessa, refringentes e dispostas em cadeia (disposição catenular) ligadas entre si por formações tubulares; o Exame histopatológico: reação granulomatosa com muitos histiócitos e fibrose; grande número de elementos fúngicos do MESMO tamanho (≠ Paracoccidioides braziliensis); Tratamento: procedimentos cirúrgicos/ablativos quando possível; NENHUMA droga antifúngica mostrou resposta satisfatória; 4. Micetoma Quadro CRÔNICO de infecção da pele e tecido subcutâneo, podendo se estender até o osso, caracterizado pela tríade: aumento de volume + presença de fístulas + eliminação de grãos; Causa: fungos (responsáveis pelos micetomas eumicóticos), como o Madurella mycetomatis (+ comum no Brasil), e actinomicetos (responsáveis pelos actinomicetomas), como a Nocardia braziliensis (no Brasil) e a Actinomices israelii (principal agente da actinomicose endógena); Prevalência: o Eumicóticos: BAIXA incidência; predominam nas zonas tropicais e subtropicais; a maioria ocorre em homens entre 20-45 anos, muitas vezes etilistas graves, desnutridos e com história de traumas de repetição nas extremidades; o Actinomicóticos: muito MAIS frequentes; são cosmopolitas, ainda que mais prevalentes nas regiões tropicais e subtropicais; Manifestações clínicas: ambos cursam com infecção crônica, fibrosante e de longa duração; iniciam com edema e eritema que evoluem para fístulas; a evolução é indolor, geralmente com inflamação e dor menores que esperado; à palpação observa-se massa endurecida, pela fibrose, e eliminação de exudato contendo grãos; o Actinomicose endógena pode assumir 3 formas clínicas: Cervicofacial (70%): associada a condições predisponentes como traumas da mucosa, extração dentária e cirurgias orofaríngeas; hospedeiro apresenta algum grau de imunodepressão; forma- se tumoração na mandíbula, com fístulas e, ocasionalmente, eliminação de grãos; Torácica: pode ocorrer por aspiração do agente ou extensão da lesão cervical; Abdominal: antecedida por traumatismos que comprometem as alças intestinais ou procedimentos cirúrgicos abdominais; Diagnóstico diferencial: botriomicose, uma lesão de achados clínicos semelhantes, porém provocada por bactérias que NÃO formam filamentos (ex.: Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, E. coli, etc.); Tratamento: avaliação das partes ósseas subjacentes + drenagem do pus + debridamento cirúrgico dos tecidos desvitalizados; o Actinomyces israelli: Penicilina cristalina 18-24 milhões de unidades por 2-6 semanas + amoxicilina por mais 6-12 meses; o Outras actinomicoses: Cotrimoxazol 800/160 mg de 8/8h ou 12/12h por até 2 anos; o Eumicetomas: Itraconazol 200- 400 mg/dia por 6 meses; 5. Feoifomicose Causa: Exophiala jeanselmei e Wangiella dermatitidis (forma subcutânea) e Cladosporium bantianum (forma sistêmica) são fungos de hifas septadas, toruloides (em “salsicha”) e produtores de pigmento acastanhado (demáceos); podem ou não gerar infecção oportunista, associada à doença crônica debilitante ou imunossupressão; Manifestações clínicas: o Forma subcutânea: ocorre após traumatismo local e inoculação; comum em áreas expostas das extremidades; pode ter aspecto de nódulo, cisto ou abscesso; o Forma sistêmica: infecção OPORTUNISTA contraída por inalação, contaminação cirúrgica, infusão de material contaminado ou infecção subcutânea seguida de disseminação hematogênica (para o SNC C. bantianum é neurotrópico!!!); formam-se múltiplos abscessos no cérebro; o quadro é indolor e composto por sinais como náusea, letargia, hemiparesias, convulsões e coma; NÃO é possível ISOLAR o fungo a partir do liquor; Diagnóstico: o Exame direto: observam-se hifas acastanhadas e toruloides; o Exame histopatológico: MAIOR sensibilidade do que o exame direto, principalmente associado à cultura; o Cultura: único capaz de identificar, com PRECISÃO, a espécie envolvida!!! Tratamento: ressecção ou drenagem cirúrgica (quando possível) e anfotericina B ou fluconazol (tem boa penetração no SNC!!!); 6. Zigomicoses Causa: fungos do filo Zygomycota, composto por 2 ordens: o Ordem Mucorales (gêneros Rhizopus, Absidia, Mucor e Rhizomucor) causam Mucormicose (zigomicose SISTÊMICA); o Ordem Entomophthorales (gêneros Basisiobolus e Conidiobolus) causam Entomoftoromicoses (zigomicose SUBCUTÂNEA). Manifestações clínicas: o Mucormicose (zigomicose SISTÊMICA): fungos resistentes a pH baixos (acidez) que se proliferam causando doença em situações de acidose (ex.: cetoacidose diabética); na mucormicose rinocerebral há invasão do nariz e seios paranasais, com lesões necróticas, gangrenosas, liberando secreção enegrecida de odor fétido, podendo se estender ao SNC; tem capacidade de invadir os vasos sanguíneos provocando trombose vascular e necrose tecidual; ocorre em situações de disfunção do sistema imune como diabetes mellitus, Aids, leucemia, linfoma, transplantados renais, etc.; o Entomoftoromicoses (zigomicose SUBCUTÂNEA): após inoculação traumática, ocorre a formação de granuloma eosinofílico que invade a gordura do tecido celular subcutâneo; forma nódulos, tumorações e grandes áreas de infiltração óligo/ assintomáticas, SEM invadir órgãos internos; Basidiobolus: acomete principalmente crianças (< 20 anos) do sexo masculino e mais extremidades; Conidiobolus: acomete mais a região centrofacial de adultos; Diagnóstico: o Exame direto: do escarro, lavado broncoalveolar, raspados cutâneos, aspirados dos seios, evidenciando hifas curtas, largas e com septação IRREGULAR; o Cultura: crescimento rápido, (48-72h); o Exame histopatológico: elementos fúngicos + invasão de grandes e pequenos vasos; pode ser observada uma bainha eosinofílica circundando os granulomas (fenômeno de Splendore-Hoeppli); Tratamento: o Mucormicose: controle clínico + debridamento cirúrgico amplo; anfotericinaB 1,5-2 mg/kg/dia, dose total 40 mg/kg; o Entomoftoromicose: cetoconazol 400 mg/dia OU itraconazol 200 mg/dia por 3-4 meses; também solução saturada de KI (mesma posologia para esporotricose); Micoses Profundas 1. Paracoccidioidomicose (Blastomicose Sul-Americana, Micose de Lutz- Splendore- Almeida) Lesões cutâneo-mucosas: típica na paracoccidioidomicose crônica (doença de adultos > 40 anos), predominando as lesões gengivais e de toda a orofaringe; de aspecto de erosão com pontilhado hemorrágico (estomatite moriforme de Aguiar Pupo); as lesões tornam-se vegetantes levando a deformações nos lábios, laringe (com disfonia) e raramente traqueia (podendo indicar traqueostomia); há acometimento de linfonodos regionais; o Lesões da pele: ocorrem por disseminação hematogênica, e a face é a mais acometida; o espectro varia desde lesões papulosas, papuloeritematosas, papulopustulosas, vegetantes e ulceradas, com ponteado hemorrágico moriforme característico; são acompanhadas de lesões pulmonares, linfonodomegalia e lesões de outros órgãos, mesmo que subclinicamente. Paracoccidioidomicose INFECÇÃO (assintomática); Paracoccidioidomicose DOENÇA (sintomática): o Forma pulmonar primária quadro respiratório agudo com infiltrado pulmonar e adenopatia hilar, geralmente AUTOLIMITADO; é pouco diagnosticada. o Forma aguda ou subaguda (tipo juvenil): Moderada; Grave. o Forma crônica (tipo adulto): Unifocal (pulmão+1 órgão): leve, moderada ou grave; Multifocal (> 1 órgão além do pulmão): leve moderada ou grave. o Forma sequelar ou cicatricial. Diagnóstico diferencial (na orofaringe): CEC, leishmaniose tegumentar, histoplasmose, sífilis e tuberculose; Diagnóstico diferencial (na pele): esporotricose, leishmaniose cutânea ou tegumentar, hanseníase, tuberculose, sarcoidose, histoplasmose, CEC, cromomicose, criptococcose. Diagnóstico: isolamento do fungo; o Exame direto: células de formas arredondadas com membrana de duplo contorno, gemulação única ou múltipla; o Cultura: revela-se o DIMORFISMO 25ºC = crescimento na forma filamentosa (micélios); 37ºC assume aspecto leveduriforme; o Exame histopatológico: microabscessos de neutrófilos e reação granulomatosa com parasitos no interior dos microabscessos e de células gigantes; parasita apresenta caracteristicamente o aspecto de CRIPTOESPORULAÇÃO EM RODA DE LEME; o Testes imunológicos: IgG e IgM anti-P. braziliensis detectados pelo teste de imunodifusão e pelo teste de fixação de complemento (+ quantitativo); também são usados imunofluorescência, contraimunoeletroforese e ELISA. Controle de cura: o Cura clínica: resolução dos sinais e sintomas; o Cura radiológica: estabilização do padrão das imagens cicatriciais pulmonares em 2 telerradiografias com 3 meses; o Cura imunológica: negativação ou estabilização dos títulos de imunodifusão dupla em níveis sorológicos baixos (<1:2) em 2 amostras de soro coletadas em 6 meses, após o período de tratamento; Tratamento: duração clássica de 6-12 meses (recentemente vem sendo utilizado o critério de melhora clínico- sorológica); pacientes devem ser acompanhados por pelo menos 2 anos após o tratamento; o Sulfametoxazol-trimetoprim: ataque, 2 meses sulfametoxazol 2.400 mg + trimetoprim 480 mg/dia; depois manutenção, 22 meses sulfametoxazol 1.600 mg + trimetoprim 320 mg/dia; o Itraconazol (maioria casos): ataque, 1-2 meses 200 mg/dia; manutenção 100 mg/dia; o Sulfametoxazol-trimetropim: ataque 800/160 mg de 8/8h por 4 semanas seguido de 800/160 mg de 12/12h; o Anfotericina B (casos graves): 0,5-2 mg/kg/dia ou em dias alternados, não ultrapassando a dose diária de 50 mg; após atingir a dose acumulada (1,5-2 g), inicia tratamento de manutenção com uma das outras drogas; 2. Histoplasmose (Doença de Darling) Formas clínicas: o Pulmonar; o Generalizada: Aguda; Subaguda; Crônica única forma disseminada que NÃO tem relação com o HIV!!!! Manifestações CUTÂNEAS (marcas da histoplasmose disseminada CRÔNICA): as lesões específicas são variadas (polimórficas) como pápulas, nódulos, úlceras, fístulas e vegetações; lesões molusco- infeccioso-símile e acneiforme são bem descritas; observam-se eritema nodoso e eritema polimorfo como REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE AO PARASITA (EM TODAS); Diagnóstico: o Exame direto e cultura: melhor método para histoplasmose CUTÂNEA; cultura positiva-se em 2-4 semanas; o Pesquisa do antígeno: presente na urina (90% dos casos de histoplasmose DISSEMINADA); o Sorologia: pesquisa de anticorpo pelos métodos de fixação do complemento e imunodifusão em gel; escolha para diagnóstico da histoplasmose PULMONAR AGUDA; o Histopatologia: granuloma contendo leveduras no interior de células mononucleares; diagnóstico da histoplasmose CUTÂNEA e SISTÊMICA; Tratamento: o Doença MODERADA: itraconazol 200 mg/dia (2-3 meses forma pulmonar aguda; 12-24 meses pulmonar crônica); o Doença GRAVE / DISSEMINADA: anfotericina B 0,7-1,0 mg/kg/dia por 1-2 semanas, com uma terapia de manutenção com itraconazol 200 mg/dia; 3. Criptococose (Doença de Busse Buschke ou Torulose) Causa: micose sistêmica oportunista causada pelo Cryptococcus, divididas em três variedades: C neoformans (var grubi, var gatti e var neoformans) levedura encapsuladas de distribuição universal; Transmissão: encontrada nas fezes das aves, vegetação em decomposição e poeira; a porta de entrada são as vias aéreas inferiores, por inalação; Tipos clínicos: o Infecção pulmonar primária: assintomática; pode evoluir com cura espontânea ou disseminação hematogênica (associada a doenças que cursam com imunossupressão; ex.: linfomas, leucemias, Aids, etc.); 13% dos pacientes com Aids DESENVOLVEM criptococose em algum momento da síndrome!!! A criptococose é considerada uma doença definidora de Aids!!! o Forma subclínica (+ comum); o Forma sintomática: febre, tosse, emagrecimento e escarro purulento/sanguinolento; Manifestações clínicas: pulmonares + meningoencefálicas (fungo apresenta neurotropismo; de evolução grave e, muitas vezes, FATAL apesar da terapia adequada); o 5-10% evoluem com comprometimento ósseo, principalmente dos ossos longos, do crânio e das vértebras; o 10-15% acometem a pele; na primoinfecção as lesões são do tipo eritema nodoso; nos pacientes com disseminação hematogênica (imunodeficientes) podem adquirir diversas apresentações (abscessos, pústulas, pápulas, úlceras, etc); Eritema nodoso Pápulas Lesões molusco- infeccioso-símile Úlcera as lesões molusco-contagioso- símile são uma das mais comuns; Radiografia: pode evidenciar infiltrados pulmonares bem circunscritos ou difusos com padrão miliar (semelhante à tuberculose), sendo as calcificações INCOMUNS. Diagnóstico: o Exame direto e cultura: escolha para lesões cutâneas; na coloração com Nanquim, as leveduras formam um halo claro (forma de “céu estrelado”); na cultura, o fungo cresce em 2- 3 dias; o Provas imunológicas: aglutinação em látex tem sensibilidade e especificidade de 90%; pode haver falso- positivos; o Exame histopatológico: infiltrado inflamatório macrofágico; fungo pode ser corado pela Mucicarmim; Tratamento: o Formas GRAVES ou meningoencefalite: anfotericina B 0,5-1,0 mg/kg/EV/dia + flucitosina 100 mg/kg/ VO/dia (6-10 semanas) OU indução com anfotericina B + manutenção com itraconazol 400 mg/dia; o Formas MODERADAS: fluconazol 200-400 mg/dia, por 3-6 meses.
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