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Eixo hipófise-hipotálamo

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APG – S8P1 
 
OBJETIVOS 
1. Compreender a anatomia e 
histologia da hipófise e hipotálamo. 
2. Entender as funções dos 
hormônios produzidos na hipófise e 
no hipotálamo. 
3. Descrever a influência genética no 
crescimento do indivíduo. 
4. Entender o crescimento das 
extremidades na fase adulta. 
Anatomia 
 
 O hipotálamo está localizado na base do 
cérebro, abaixo do terceiro ventrículo e logo 
acima do quiasmo óptico e da glândula pituitária. 
Este local pode ser pensado como a intersecção 
do córtex, do cerebelo e do tronco cerebral. A 
maioria dos corpos celulares dos pequenos 
neurônios contendo hormônios hipotalâmicos 
estão localizados na área tuberal na parte anterior 
do hipotálamo. O hipotálamo é composto por 
substância cinzenta agrupada em núcleos e 
sistemas variados de fibras, como o fórnix, 
estrutura que o divide em área medial, rica em 
substância cinzenta e abriga os principais 
núcleos, e área lateral, que contém menos corpos 
de neurônios e predomina as fibras de 
direção longitudinal. 
 A hipófise, também chamada pituitária, é uma 
glândula pequena — em torno de 1 centímetro de 
diâmetro e peso de 0,5 até 1 grama — situada na 
sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do 
cérebro e que se liga ao hipotálamo pelo 
pedúnculo hipofisário. Fisiologicamente, a 
hipófise é divisível em duas porções distintas: a 
hipófise anterior, conhecida como adeno-hipófise, 
e a hipófise posterior, também conhecida como 
neuro-hipófise. Entre essas duas partes, há uma 
pequena zona, relativamente avascular, chamada 
parte intermediária, que é pouco desenvolvida em 
humanos, mas muito maior e mais funcional em 
alguns animais. 
Embriologicamente, as duas porções da hipófise 
são oriundas de fontes distintas — a hipófise 
anterior origina-se da bolsa de Rathke, uma 
invaginação embrionária do epitélio faríngeo, e a 
hipófise posterior deriva do crescimento de tecido 
neural do hipotálamo. A origem da hipófise 
anterior do epitélio faríngeo explica a natureza 
epitelioide de suas células, e a origem da 
porção posterior da hipófise do tecido neural 
explica a presença de grande número de células 
de tipo glial nessa glândula. 
 
Fisiologia 
Hipotálamo 
Principais funções do hipotálamo: 
• Controle do sistema nervoso 
autônomo 
• Regulação da temperatura corporal 
• Regulação do comportamento 
emocional 
• Regulação do equilíbrio hidrossalino e da pressão 
arterial 
• Regulação da ingestão de alimentos salgados 
(apresenta o centro da fome e o centro da 
saciedade) 
• Regulação do sistema endócrino - relação com a 
hipófise 
• Geração e regulação dos ciclos circadianos 
• Regulação do sono e vigília 
• Integração do comportamento sexual 
Adeno-hipófise 
A adeno-hipófise é uma glândula 
endócrina muito importante que secreta não um, 
mas seis hormônios fisiologicamente importantes: 
prolactina (PRL), tireotrofina (TSH), 
adrenocorticotrofina (ACTH), hormônio do 
crescimento (GH), hormônio folículo-estimulante 
(FSH) e hormônio luteinizante (LH). 
 A secreção de todos os hormônios da 
adeno-hipófise é controlada por neuro-
hormônios hipotalâmicos. As vias de regulação 
podem se tornar um tanto complexas, uma vez 
que alguns neuro-hormônios hipotalâmicos 
alteram a secreção de diversos hormônios da 
adeno-hipófise. 
Os neuro-hormônios hipotalâmicos que 
controlam a liberação dos hormônios da adeno-
hipófise são geralmente identificados como 
hormônios liberadores (p. ex., hormônio liberador 
de tireotrofina) ou hormônios inibidores (p. ex., 
hormônio inibidor do hormônio de crescimento). 
Observe que, os seis hormônios da adeno-
hipófise, somente a prolactina atua sobre um alvo 
não-endócrino (a mama). Os cinco hormônios 
remanescentes possuem outra glândula ou célula 
endócrina como um de seus alvos. Os hormônios 
que controlam a secreção de outros hormônios 
são denominados hormônios tróficos. 
 
Sistema Porta 
 A maioria dos hormônios do corpo são 
secretados no sangue e se tornam rapidamente 
diluídos quando distribuídos pelo volume 
sanguíneo de 5L. Para evitar a diluição, os neuro-
hormônios hipotalâmicos destinados à adeno-
hipófise entram em uma modificação especial do 
sistema circulatório, chamada de sistema porta. 
O sistema porta consiste em dois grupos de 
capilares conectados em série (um em seguida do 
outro) por um grupo de pequenas veias. 
 Os neuro-hormônios hipotalâmicos 
entram no sangue no primeiro grupo de capilares 
e vão diretamente através das veias porta até o 
segundo grupo de capilares na adeno-hipófise, 
onde se difundem para alcançarem as células-
alvo. Dessa forma, uma pequena quantidade de 
hormônios permanece concentrada em um 
pequeno volume sanguíneo portal, enquanto se 
dirigem diretamente para seus alvos. Esse arranjo 
permite que um pequeno número de neurônios 
secretores do hipotálamo controlem a adeno-
hipófise. 
 
 O sistema porta hipotálamo-adeno-hipófise é 
formalmente conhecido como sistema porta-
hipotalâmico-hipofisário. Existem dois outros 
sistemas porta no corpo: um nos rins e o outro no 
trato digestório. 
 
Hormônios da adeno-hipófise 
Os hormônios da adeno-hipófise 
controlam o metabolismo, o crescimento e a 
reprodução, todos processos muito complexos. 
Um hormônio da adeno-hipófise, a 
prolactina (PRL), controla a produção de leite 
(lactação) nas mamas femininas. O hormônio do 
crescimento (GH, growth hormone; também 
chamado de somatotrofina) afeta o metabolismo 
de diversos tecidos, além de estimular a produção 
hormonal pelo fígado. A prolactina e o hormônio 
de crescimento são os únicos dois hormônios da 
adeno-hipófise que possuem hormônios 
hipotalâmicos inibidores. 
Os outros quatro hormônios da adeno-
hipófise possuem outra glândula endócrina como 
seu alvo primário. O hormônio folículo-
estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), 
conhecidos coletivamente como gonadotrofinas, 
foram originalmente assim denominados em 
razão de seus efeitos sobre os ovários, mas 
ambos atuam também sobre os testículos. 
O hormônio estimulante da tireoide (TSH) 
(ou tireotrofina) controla a síntese e a secreção 
hormonal da glândula tireoide. O hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) (ou 
adrenocorticotrofina) atua em certas células do 
córtex da glândula suprarrenal para controlar a 
síntese e a liberação do hormônio esteroide 
cortisol. 
Alças de retroalimentação 
 As vias nas quais os hormônios da 
adeno-hipófise atuam como hormônios tróficos 
estão entre os reflexos endócrinos mais 
complexos, uma vez que envolvem três centros 
integradores: o hipotálamo, a adeno-hipófise e o 
alvo endócrino do hormônio hipofisário. A 
retroalimentação nessas vias segue um padrão 
diferente. Em vez de a resposta agir como um 
sinal de retroalimentação negativa, os próprios 
hormônios são o sinal de retroalimentação. Nos 
eixos hipotálamo-adeno-hipófise, a forma 
dominante de retroalimentação é a 
retroalimentação negativa de alça longa, em que o 
hormônio secretado pela glândula endócrina 
periférica “retroalimenta” a própria via inibindo a 
secreção dos seus hormônios hipotalâmicos e 
adeno-hipofisários. 
Em vias com dois ou três hormônios em 
sequência, o hormônio seguinte na sequência 
normalmente retroalimenta para suprimir o(s) 
hormônio(os) que controla(m) a sua secreção. A 
grande exceção à via de retroalimentação 
negativa de alça longa são os hormônios 
ovarianos, estrogênio e progesterona, em que a 
retroalimentação é alternada entre positiva e 
negativa. 
Alguns hormônios da hipófise também 
exibem retroalimentação negativa de alça curta e 
ultracurta. Em uma retroalimentação negativa de 
alça curta, o hormônio da hipófise retroalimenta 
a via, diminuindo a secreção hormonal pelo 
hipotálamo. A prolactina, o GH e o ACTH 
apresentam retroalimentação negativa de alça 
curta. Também pode haver retroalimentação de 
alça ultracurta na hipófise e no hipotálamo, onde 
um hormônio atua como um sinal autócrino ou 
parácrino para influenciar a célula queo secreta. 
As vias de retroalimentação de alça curta são 
normalmente secundárias às vias de alças longas 
que são mais significantes. 
Os hormônios do eixo hipotálamo-
hipófise-suprarrenal (HPA) fornecem um bom 
exemplo de alças de retroalimentação. O cortisol é 
secretado pelo córtex da glândula suprarrenal e 
retroalimenta inibindo a secreção do hormônio 
hipotalâmico liberador de corticotrofina (CRH) e 
da adrenocorticotrofina (ACTH) pela adeno-
hipófise. O ACTH também exerce 
retroalimentação negativa de alça curta sobre a 
secreção de CRH. 
Uma razão pela qual os hormônios devem 
ser o sinal de retroalimentação nestes reflexos 
endócrinos complexos é que, na maioria das vias 
hormonais da adeno-hipófise, não existe uma 
resposta única que o corpo consiga monitorar 
facilmente. 
Os hormônios atuam sobre múltiplos 
tecidos e possuem efeitos diferentes, às vezes 
sutis, em diferentes tecidos. Não existe um único 
parâmetro, como a concentração de glicose no 
sangue, que possa ser utilizado como o sinal de 
retroalimentação negativa. Com um sistema de 
retroalimentação negativa baseado em 
hormônios, os hormônios de uma via 
normalmente permanecem dentro de uma faixa 
necessária e apropriada para gerar 
a resposta. Os padrões de retroalimentação são 
importantes no diagnóstico de doenças 
endócrinas. 
 
Neuro-hipófise 
 
A neuro-hipófise é o local de 
armazenamento e liberação de dois neuro 
hormônios: ocitocina e vasopressina. Os 
neurônios que produzem a ocitocina e a 
vasopressina estão agrupados em áreas do 
hipotálamo, conhecidas como: núcleo 
paraventricular e núcleo supraópticos. 
Cada neuro-hormônio é produzido em tipos 
celulares separados, e a síntese e o 
processamento seguem o padrão dos hormônios 
peptídicos. Uma vez que os neuro-hormônios são 
empacotados em vesículas secretoras, eles são 
transportados para a neuro-hipófise por longas 
projeções de neurônios, chamadas de axônios. 
Após a chegada das vesículas nos terminais 
axonais, os neuro-hormônios são estocados ali e 
esperam um sinal para serem liberados. 
 Quando um estímulo chega ao hipotálamo, um 
sinal elétrico passa do corpo celular do neurônio 
no hipotálamo para a extremidade distal da célula 
na neuro-hipófise. A despolarização do terminal 
axonal abre canais de Ca2 dependentes de 
voltagem, e o Ca2 entra na célula. A entrada de 
cálcio inicia a exocitose, e os conteúdos das e os 
conteúdos das vesículas são liberados na 
circulação. 
 Uma vez no sangue, os neuro-hormônios 
viajam até os seus alvos. Os dois neuro-
hormônios da neuro-hipófise são compostos de 
nove aminoácidos cada. A vasopressina, também 
chamada de hormônio antidiurético (do inglês, 
antidiuretic hormone) ou ADH, atua sobre os rins 
para regular o balanço hídrico do corpo. 
Nas mulheres, a ocitocina liberada pela 
neuro-hipófise controla a ejeção de leite durante 
a amamentação e as contrações do útero durante 
o trabalho de parto e a expulsão do feto. 
Alguns neurônios liberam ocitocina como 
um neurotransmissor ou neuromodulador em 
neurônios de outras partes do encéfalo. Inúmeros 
experimentos realizados em animais e em seres 
humanos indicam que a ocitocina possui um 
importante papel no comportamento social, sexual 
e maternal. Um estudo recente sugere que o 
autismo, um distúrbio do desenvolvimento no 
qual os pacientes são incapazes de formar 
relações sociais normais, pode estar relacionado 
com defeitos nas vias moduladas pela ocitocina no 
encéfalo. 
 
 
 
Histologia 
 
Hipotálamo 
Além dos elementos neurais comuns, 
encontramos, no hipotálamo, neurônios 
específicos capazes de sintetizar hormônios 
peptídicos – neurônios peptidérgicos. Eles 
possuem as mesmas propriedades elétricas dos 
neurônios comuns e seus produtos agem de 
forma diferentes, não realizam sinapse. 
 
• Neurônios parvocelulares: caracterizados por 
axônios curtos, produzem peptídeos 
inibidores/estimuladores da adeno-hipófise 
 
• Neurônios magnocelulares: caracterizados por 
axônios longos, produzem o ADH, no núcleo 
supraóptico, e ocitocina, no núcleo 
paraventricular, os quais são armazenados na 
neuro-hipófise. 
Adeno-hipófise 
 É subdividida em três porções, a pars distalis 
ou lobo anterior, a pars tuberalis e a pars 
intermédia, uma região rudimentar da espécie 
humana. A pars distalis representa 75% da massa 
da hipófise e é formada por cordões e ilhas de 
células epiteliais cuboides ou poligonais 
produtoras de hormônios que são armazenados 
em grânulos de secreção. Na pars distalis são 
encontradas as seguintes células: 
1. Somatotropos — hormônio do crescimento 
humano (hGH). 
2. Corticotropos — hormônio adrenocorticotrópico 
(ACTH). 
3. Tireotropos — hormônio tireoestimulante (TSH). 
4. Gonadotropos — hormônios gonadotrópicos, 
que compreendem o 
hormônio luteinizante (LH) e o hormônio 
foliculoestimulante (FSH). 
5. Lactotropos — prolactina (PRL). 
 Cerca de 30% a 40% das células da hipófise 
são somatotrópicos, que secretam hormônio do 
crescimento, e aproximadamente 20% são 
corticotrópicos, que secretam ACTH. Cada um dos 
outros tipos celulares corresponde a apenas 3% a 
5% do total; no entanto, eles secretam hormônios 
potentes para o controle da função tireoidiana, 
das funções sexuais e da secreção de leite pelas 
glândulas mamárias. 
As células somatotrópicas coram-se 
intensamente com corantes ácidos e são, 
portanto, chamadas acidofílicas. Por isso, os 
tumores hipofisários que secretam grande 
quantidade de hormônio do crescimento humano 
são chamados tumores acidofílicos. 
 
 
Neuro-hipófise 
Consiste na pars nervosa e no infundíbulo. 
A pars nervosa, diferentemente da adeno-
hipófise, não contém células secretoras. 
Apresenta um tipo especifico de célula glial muito 
ramificada, chamada de pituícito. O componente 
mais importante da pars nervosa é formado por 
cerca de 100 mil axônios não mielinizados de 
neurônios secretores (cujos corpos celulares 
estão situados nos núcleos supraópticos e 
paraventriculares). A neurossecreção é 
transportada ao longo dos axônios e se acumula 
nas suas extremidades, situadas na pars nervosa. 
Essa neurossecreção armazenada na pars 
nervosa consiste em dois hormônios: a ocitocina 
e a vasopressina-arginina também chamada de 
hormônio antidiurético (ADH). 
 
 
 
 
 
 
 
Hormônio do Crescimento 
O crescimento em seres humanos é um 
processo contínuo que inicia antes do nascimento. 
Entretanto, a taxa de crescimento em crianças 
não é estável. Os dois primeiros anos de vida e a 
adolescência são marcados por picos de 
crescimento e desenvolvimento rápidos. O 
crescimento normal é um processo complexo que 
depende de inúmeros fatores: 
1. Hormônio do crescimento e outros 
hormônios. Sem quantidades adequadas de 
hormônio do crescimento, as crianças 
simplesmente deixam de crescer. Os hormônios 
da tireoide, a insulina e os hormônios sexuais na 
puberdade também desempenham papéis diretos 
e permissivos. 
Uma deficiência em qualquer desses 
hormônios leva ao crescimento e ao 
desenvolvimento anormais. 
2. Uma dieta adequada que inclua 
proteínas, energia (ingestão calórica) suficiente, 
vitaminas e minerais. Muitos aminoácidos podem 
ser produzidos no corpo a partir de outros 
precursores, porém os aminoácidos essenciais 
devem vir de fontes alimentares. Entre os 
minerais, o cálcio, em particular, é necessário 
para a formação adequada dos ossos. 
3. Ausência de estresse crônico. O cortisol 
proveniente do córtex da glândula suprarrenal é 
liberado nos períodos de estresse e tem 
significativos efeitos catabólicos que inibem 
o crescimento. As crianças que estão sujeitas a 
ambientes estressantes podem apresentar uma 
condição conhecida como falha no crescimento 
(nanismo psicossocial), que é marcada pelo 
crescimento anormalmente lento. 
4. Genética. O tamanho adulto potencial de 
cada pessoa é determinado geneticamente na 
concepção. 
O hormônio do crescimento é anabólico 
O hormônio do crescimento (GH, do inglês, 
growth hormone, ou somatotrofinaé liberado por 
toda a vida, embora o seu maior papel seja na 
infância. O pico de secreção do GH ocorre durante 
a adolescência. O estímulo para a liberação do 
hormônio do crescimento é complexo e não está 
completamente esclarecido, mas inclui nutrientes 
circulantes, estresse e outros hormônios que 
interagem com o seu ritmo diário de secreção. 
Os estímulos para a secreção de GH são 
integrados no hipotálamo, o qual secreta dois 
neuropeptídeos no sistema porta hipotalâmico-
hipofisário: hormônio liberador do hormônio do 
crescimento (GHRH, do inglês, growth hormone-
releasing hormone) e hormônio inibidor do 
hormônio do crescimento, mais conhecido como 
somatostatina (SS). Os pulsos do GHRH 
proveniente do hipotálamo estimulam a liberação 
de GH. Em adultos, o maior pulso de liberação do 
Especula-se que o GHRH tenha propriedades 
indutoras do sono, porém o papel do GH nos ciclos 
do sono não está claro. 
 O GH é secretado por células da adeno-
hipófise. Ele é um hormônio peptídico típico na 
maioria dos aspectos, exceto que 
aproximadamente metade do GH no sangue está 
ligado à proteína ligadora do hormônio do 
crescimento plasmática. 
A ligação com as proteínas protege o GH 
plasmático de ser filtrado para a urina e estende a 
sua meia-vida por mais 12 minutos. Os 
pesquisadores têm sugerido que a concentração 
das proteínas ligadoras é determinada 
geneticamente e exerce um papel na 
determinação da estatura do adulto. 
Os tecidos-alvo para o GH incluem tanto 
células endócrinas como não endócrinas. O GH 
atua como um hormônio trófico para estimular a 
secreção de fatores de crescimento semelhantes 
à insulina (IGFs, do inglês, insulin-like growth 
factors) (primeiramente chamados de 
somatomedinas) pelo fígado e por outros tecidos. 
Os IGFs têm um efeito de retroalimentação 
negativa na secreção do hormônio do 
crescimento, atuando na adeno-hipófise e no 
hipotálamo. Os IGFs atuam em conjunto com o 
hormônio do crescimento para estimular o 
crescimento dos ossos e dos tecidos moles. 
Metabolicamente, o hormônio do 
crescimento e os IGFs são anabólicos para as 
proteínas e promovem a síntese proteica, uma 
parte essencial do crescimento dos tecidos. O 
hormônio do crescimento também atua com os 
IGFs para estimular o crescimento ósseo. Os IGFs 
são responsáveis pelo crescimento das 
cartilagens. O GH aumenta as concentrações 
plasmáticas de ácidos graxos e de glicose por 
promover a degradação dos lipídeos e a produção 
de glicose hepática. 
 
 
Distúrbios do GH 
 
Os distúrbios que refletem as ações do 
hormônio do crescimento são mais evidentes em 
crianças. Deficiências graves do hormônio do 
crescimento na infância levam ao nanismo, que 
pode resultar de um problema na síntese do 
hormônio do crescimento ou com receptores 
defeituosos de GH. No extremo oposto, a 
hipersecreção do hormônio de crescimento em 
crianças leva ao gigantismo. 
Uma vez que o crescimento ósseo cessa no 
final da adolescência, o hormônio do crescimento 
não pode aumentar mais a estatura. Contudo, o 
GH e os IGFs podem continuar atuando na 
cartilagem e nos tecidos moles. Os adultos com 
secreção excessiva de hormônio do crescimento 
desenvolvem uma condição chamada de 
acromegalia, caracterizada pelo alongamento da 
mandíbula, expressões faciais grosseiras e 
crescimento das mãos e dos pés. 
 
 CRESCIMENTO DOS TECIDOS E DOS 
OSSOS 
O crescimento pode ser dividido em duas 
áreas gerais: o crescimento dos tecidos moles e o 
crescimento ósseo. 
 Em crianças, o crescimento ósseo é 
geralmente avaliado pela determinação da 
estatura, e o crescimento dos tecidos, pelo peso. 
Múltiplos hormônios têm efeitos diretos ou 
permissivos sobre o crescimento. Além disso, 
estamos apenas começando a entender como os 
fatores de crescimento parácrinos interagem com 
os hormônios clássicos, influenciando o 
desenvolvimento e a diferenciação tecidual. 
 
 
Crescimento tecidual 
O crescimento dos tecidos moles exige 
quantidades adequadas de hormônio do 
crescimento, dos hormônios da tireoide e de 
insulina. 
O hormônio do crescimento e os IGFs são 
necessários para a síntese proteica e a divisão 
celular nos tecidos. Sob a influência desses 
hormônios, as células podem sofrer hipertrofia 
(tamanho celular aumentado) e hiperplasia 
(número celular aumentado). 
 Os hormônios da tireoide têm um papel 
permissivo no crescimento e contribuem 
diretamente para o desenvolvimento do sistema 
nervoso. No tecido-alvo, os hormônios da tireoide 
interagem sinergicamente com o hormônio do 
crescimento para a síntese proteica e o 
desenvolvimento do sistema nervoso. Crianças 
com hipotireoidismo não tratado (cretinismo) não 
crescem até uma estatura normal, mesmo que 
secretem uma quantidade normal de hormônio do 
crescimento. 
A insulina sustenta o crescimento dos 
tecidos, estimulando a síntese proteica e 
fornecendo energia na forma de glicose. Como a 
insulina é permissiva para o hormônio do 
crescimento, as crianças que têm deficiência de 
insulina não terão crescimento normal, mesmo 
que tenham concentrações normais de hormônio 
do crescimento e dos hormônios da tireoide. 
 
Crescimento ósseo 
O crescimento ósseo, assim como o 
desenvolvimento dos tecidos moles, requer os 
hormônios apropriados e quantidades adequadas 
de proteínas e de cálcio. O osso contém uma 
matriz extracelular calcificada formada quando os 
cristais de fosfato de cálcio precipitam e se fixam 
a uma rede de suporte constituída de colágeno. 
A forma mais comum de fosfato de cálcio é 
a hidroxiapatita, Ca10(PO4)6(OH)2. Embora a 
grande quantidade de matriz inorgânica no osso 
faça algumas pessoas pensarem nele como algo 
não vivo, o osso é um tecido dinâmico, sendo 
constantemente formado e degradado, ou 
reabsorvido. Espaços na matriz cálcio-colágeno 
são ocupados por células vivas que são bem 
supridas de oxigênio e nutrientes pelos vasos 
sanguíneos que correm ao longo de canais 
adjacentes. 
 
 
 
 
 REFERÊNCIAS 
• SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia 
humana: uma abordagem integrada. 7. ed. 
Artmed editora, 2010 
• HALL, John E. Guyton & Hall Fundamentos 
de Fisiologia. Elsevier Brasil, 2017. 
• WELT, Corrine K. Hypothalamic-pituitary axis. 
UPTODATE, 2019.

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