Buscar

Desenvolvimento social do adolescente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

OLIVA, A. Desenvolvimento social durante a adolescência. In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação. Tradução por Daisy de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 350 – 367.
O autor Alfredo Oliva inicia o capítulo 19 analisando como se dá o desenvolvimento social do adolescente após a saída da puberdade, a repercussão das relações estabelecidas e suas transformações, entre elas a do contexto familiar. Ele questionará algumas visões generalistas que existem sobre esse período da vida do indivíduo, como a de estar sempre marcado pela existência de conflitos importantes na relação familiar. Contudo, ele irá apresentar a visão da adolescência marcada por mudanças nessas relações, não sendo obrigatoriedade os conflitos. Entre essas mudanças ele cita a percepção dos adolescentes sobre seus familiares, as mudanças cognitivas e a capacidade de se posicionar. Além disso, ele apresentará como o contexto extrafamiliar permite relações mais igualitárias e como o adolescente põe essas expectativas na própria família. Ademais, expõe visões de como o posicionamento da família durante esse período de mudanças pode ser positivo ou negativo para adaptação e desenvolvimento do adolescente.
 Alfredo denota um acontecimento pertinente para esse período, a autonomia, característica do processo de individuação, ele evidencia a separação afetiva dos pais apontando diversos pontos de vistas teóricos. Posteriormente, ele irá ressaltar a influência familiar sobre o desenvolvimento do adolescente, enfatizando a relação dos pais com os filhos, configurada pelo apoio afetivo, comunicação e favorecimento da autonomia, características classificadas como ideais para uma boa adaptação a adolescência, juntamente com controle e supervisão adequadas. Alfredo salienta a importância de um equilíbrio nas relações parentais, evitando condutas autoritárias ou permissivas, para um melhor desenvolvimento. Para mais, ele finalizará o tópico das influências familiares apontando como a harmonia nas relações familiares é mais importante do que a própria estrutura em si. 
Em sequência, Oliva retrata de que modo as relações com os amigos vão evoluindo durante o período da infância à adolescência, ganhando maior intensidade, estabilidade e importância. Sendo assim, ele apontará os benefícios dessas relações para o desenvolvimento da adolescência, tal como o apoio emocional e apoio instrumental. Além disso, ele apresenta de que maneira o conformismo se qualifica dentro desses grupos de forma negativa e positiva, apontando estudos que variam de acordo com a idade, gênero e proximidade das relações de amizade. Alfredo descreve como errônea a visão sobre a influência superior dos grupos de amizade em relação ao grupo familiar, identifica essas relações como complementares as necessidades que o adolescente possui. Ele irá concluir o tópico descrevendo as quatro etapas elaboradas por Dunphy a cerca da evolução do grupo, que consiste incialmente com um grupo composto por apenas um gênero, caracterizado por ser um grupo mais fechado, mais íntimo e integrado. Ao passar do tempo as interações com outro gênero tornam-se mais constantes, criando assim novos grupos, sendo estes menos íntimos e com a função de estruturar as relações sociais, com o estímulo à criação da identidade no adolescente. A última etapa descreve a separação do grupo que passam a compor casais entre si. Sendo assim, Alfredo abrangerá como essas relações de casal transcorrem no desenvolvimento do adolescente, segundo ele o começo de novos relacionamentos iniciam-se mais influenciados por fatores sociais do que fatores de maturação. Destaca as necessidades sexuais e de afiliação, durante as relações na adolescência, além disso, salienta a influência do tempo na estabilidade destas relações. Em seguida ele adentra no âmbito do comportamento sexual na adolescência, intensificado durante esse período. Dessa forma, ele aponta estudos que evidenciam a diferença desse comportamento em relação ao gênero. É visto que para os meninos a atividade sexual começa cedo em relação as meninas, e é mais normalizado. 
Alfredo finaliza o capítulo trazendo uma análise do contexto educativo do adolescente, enfatizando na transição do ensino fundamental para o ensino médio. Ele traz a discussão de quanto essa mudança pode afetar o adolescente, com a dispersão do grupo de amigos, uma maior disciplina por parte do professor, poucas possibilidades dentro do currículo e o aumento de competitividade. Ademais, Alfredo traz questões pertinentes como a de gênero e sexualidade.
 
Podemos dizer que existem dois padrões de conduta sexual, um masculino e outro feminino. O masculino estaria definido por uma maior precocidade, promiscuidade e uma maior valorização do coito, que representa um importante sinal de prestígio diante do grupo de iguais. O padrão feminino mostra uma atividade sexual mais reduzida, menos gratificante e que gera mais sentimentos de culpa. OLIVA, 2004, p.364.
Faz-se importante o questionamento de como o papel de gênero na sociedade afeta a conduta sexual da menina e do menino na adolescência, e como isso irá atingir o autoconceito, a autoestima e a sua identidade. Em suma, o texto leva o leitor a questionar e repensar aspectos normalizados, como o “adolescente rebelde”. Desse modo, o texto é construído de uma forma crescente em que se consegue interligar todos os tópicos e relacioná-los, Alfredo utiliza-se de uma linguagem didática que leva o leitor a continuar assiduamente o texto. Além disso, apresenta referências teóricas fortes para basear-se ao longo do assunto em discussão, tornando a leitura mais completa. A reflexão proposta por ele tem grande validade, torna-se necessário enxergar o adolescente analisando todas as dimensões da sua vida para, assim, compreender como ele se constrói dentro desses aspectos, tendo esta como uma fase de construção fundamental para o indivíduo.
Maria Eduarda Leão.

Outros materiais