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AD2 – PATRIMÔNIO CULTURAL 2020-2
Roteiro da Observação:
1- O vídeo indicado para assistirmos para a realização dessa AD2 de Patrimônio Cultural tem como título “Memória do Cais do Valongo”. Nesse documentário, diversos pesquisadores, historiadores, antropólogos e etc., relatam a história do Cais do Valongo, um cais construído para o desembarque dos africanos escravizados que chegavam a cidade do Rio de Janeiro para serem comercializados, e ressaltam a importância desse espaço na construção da memória histórica não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o país.
2- Os recursos visuais e sonoros que são utilizados na composição do documentário, são de suma importância para dar ênfase ao assunto. As entrevistas são feitas na cidade do Rio de Janeiro e principalmente nas redondezas da Pedra do Sal no Cais do Valongo, são mostradas imagens dos africanos nos navios negreiros e na chegada ao Brasil, pelo cais. Além disso são mostradas imagens Cais, bem como locais preservados até hoje. Outro recurso bem utilizado é a trilha sonora do documentário, que é composta de músicas de capoeira, sambas, e músicas das religiões afrodescendentes, trazendo uma forte ligação entre o que é falado, mostrado e sentido.
3- Os valores descritos no vídeo estão ligados a herança afrodescendente no Brasil e como essa herança se faz presente e marcante em toda a sociedade brasileira. No documentário podemos destacar a questão da religião afro crescendo na cidade do Rio de Janeiro e com ela, muitas coisas foram surgindo como o samba, que é um dos icônicos símbolos sociais brasileiros. O vídeo mostra como os ex-escravos e seus descendentes fizeram para que pudessem contornar a situação de total descaso do governo com eles após a abolição da escravidão.
4- As pessoas que apresentam o documentário são;
- Luís Antônio Simas, Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, professor e escritor. Luís Antonio Simas analisar a parte cultural africana trazida ao Brasil por meio dos escravizados, principalmente no que se refere à religião. Além disso, o historiador discute a forma como essas pessoas se adaptaram a sociedade brasileira, unindo sua herança e tradição vividas na África à vida cotidiana no Brasil, sendo um bom exemplo disso o candomblé.
- Martha Abreu, Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas; professora das áreas de História do Brasil e Africanidades na Universidade Federal Fluminense (UFF) e na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A historiadora caracteriza esse espaço do Cais do Valongo, no período do Império, de “Pequena África”, onde havia uma grande diversidade cultural e populacional, 
- Milton Guran, antropólogo e fotografo, doutor em Antropologia pela École des Hautes Études em Sciences Sociales – França, ressalta que todos as grandes capitais do século XIX sobreviviam por causa da exploração da mão de obra escrava. O antropólogo ainda ressalta que a herança africana no Brasil é um legado para toda a sociedade, pois seu impacto é grande na cultura brasileira.
-Hebe Mattos, PhD em História pela University of Maryland at College Park, professora no programa de pós graduação em História na Universidade Federal Fluminense (UFF). Hebe Mattos ressalta que o Cais do Valongo também é um lugar de morte, onde muitas pessoas chegavam doentes e ali morriam e eram enterradas no Cemitério dos Pretos Novos.
-Claúdio de Paula Honorato, doutorando em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), professor de História da África na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Duque de Caxias, ressalta a uso dos elementos constituintes da cultura afro, como a religião, o samba, a capoeira, como forma de resistência ao Brasil discriminador, da colônia a república.
-Maurício Barros de Castro, escritor, pesquisador e professor no Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), afirma que o samba carioca passou a ser tido, a partir do governo de Getúlio Vargas, como parte da cultura brasileira.
- Neco Pelourinho – mestre capoeirista afirma que no período do Império havia um estigma com a capoeira e os capoeiristas, sendo todos considerados desordeiros, mas essa mentalidade enraizada na sociedade era fruto de um discurso do próprio governo.
5- O valor do patrimônio que foi construído gira em torno da tragédia da escravidão, e da herança sociocultural que essas pessoas deixaram na sociedade brasileira. Preservar o Cais do Valongo significa preservar a memória sensível dessas pessoas que foram trazidas à força ao Brasil, e ao chegarem aqui fizeram de tudo para construírem suas vidas em meio ao sofrimento e deixaram sua marca na formação do que chamamos de sociedade brasileira.
Roteiro de Análise:
1- Os objetivos de preservação de um sítio de memória sensível estão ligados a preservação da memória que aquele local guarda e representa. Pode ser um local onde aconteceram tragédias, mas as memórias devem ser preservadas e divulgadas para que a sociedade sempre se lembre de suas raízes.
2- O Cais do Valongo certamente se enquadra na categoria de patrimônio de memória sensível, pois é um local onde milhões de pessoas morreram vítimas da violência da escravidão. Todo o local deve ser preservado pois traz a tona a memória que muitos desejam esquecer, a tragédia da escravidão.
3- Ao historiador cabe o papel de, além de lutar pela preservação do sítio, tornar pública toda essa história, tendo a consciência de que se trata da herança nacional. A história do Cais do Valongo deve ser divulgada e mostrada à sociedade, principalmente por meio da educação, para que essa possa se lembrar da verdadeira história nacional marcada pelo sofrimento, dor e morte de milhões de pessoas, e reconhecer suas origens.
4- O legado da escravidão está na presença maciça de africanos no país, trazendo sua cultura, religião, costumes e etc., gerando na sociedade brasileira, uma diversificação sociocultural que é refletida na população. Lembrar da escravidão vai muito além da conscientização contra o preconceito racial e social, mas no redescobrimento da própria origem. Nesse sentido, a patrimonização de locais de memória como o Cais do Valongo é de suma importância.
5- O patrimônio tem a função, além de trazer a memória os fatos históricos, social de educar, ou seja, construir na sociedade uma conscientização do passado e presente. A exposição do patrimônio ao público funciona como uma ferramenta de identidade, quando a sociedade compreende os fundamentos de sua nação. Assim, compreendendo as raízes, é possível construir o sentimento de respeito e valorização da cultura, deixando de lado comportamentos racistas. De acordo com a fala do antropólogo Milton Guran no documentário que assistimos, não há como separar a raiz africana na população brasileira. Em suma, o patrimônio é uma excelente ferramenta na luta antirracismo.
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