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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA (AULA 1) TEMA 1 – REFLEXÃO SOBRE A PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA A avaliação psicopedagógica clínica surge de uma demanda de compreender por que certos sujeitos não aprendem. Por meio de uma pesquisa que vai além dos aspectos da psicologia e da pedagogia, busca retirar o sujeito dessa condição de não aprendente e possibilitar o desenvolvimento da aprendizagem. Para a psicopedagogia clínica, cada sujeito aprende de uma maneira própria e de acordo com suas características biopsicossociais e suas limitações. O indivíduo passa a compreender sua forma de aprender, o que promove sentimentos de autoestima e desenvolvimento pessoal, recuperando, dessa forma, seus processos internos de apreensão da realidade nos aspectos cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos. Para isso, é importante que haja um diagnóstico eficaz e uma conduta ética frente ao aprendente. ➢ Todo o diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e, na maioria das vezes, da escola” (Weiss, 2008, p. 27). ➢ Psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação em saúde e educação que lida com o processo de aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos ➢ Considera a influência do meio – família, escola, sociedade – no seu desenvolvimento ➢ Utiliza procedimentos próprios. ➢ A psicopedagogia busca compreender, de forma integrada, o processo de ensino e aprendizagem, recorrendo a outros campos de atuação e pesquisa: psicologia, pedagogia, sociologia, antropologia, linguística, neurologia, entre outros, não se desviando, porém, de seu objeto de estudo: ➢ A aprendizagem e suas dificuldades. (OBJETIVO) ❖ Trabalhar com queixa, sintoma, essa queixa no contexto é família, escola e o sujeito, sempre no olhar desses três que vamos levar em consideração. ❑ Reflexão sobre a psicopedagogia clínica: Psicopedagogia clínica ➢ A psicopedagogia clínica ocupa-se da aprendizagem humana, que surge de uma demanda – problemas de aprendizagem. ➢ Colocada em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia. ➢ A psicopedagogia clínica tem como missão retirar as pessoas da sua condição inadequada de aprendizagem. ➢ Dotando-as de sentimentos de autoestima, fazendo-as perceber suas potencialidades, recuperando, dessa forma, seus processos internos de apreensão de uma realidade, nos aspectos: cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos. ➢ Tirar o sujeito daquele lugar que ele está, mexer com a autoestima, autoconfiança. A ética na atuação do psicopedagogo: ➢ No entanto, os psicopedagogos devem seguir certos princípios éticos que estão condensados no Código de Ética, devidamente aprovado pela Associação Brasileira de Psicopedagogia no ano de 1996. ➢ O Código de Ética regulamenta as seguintes situações: ➢ Os princípios da psicopedagogia ➢ As responsabilidades dos psicopedagogos ➢ As relações com outras profissões ➢ O sigilo ➢ As publicações científicas ➢ A publicidade profissional ➢ Os honorários ➢ As relações com a educação e saúde ➢ A observância e cumprimento do Código de Ética ➢ As disposições gerais TEMA 2 – O ESPAÇO PARA O ATENDIMENTO CLÍNICO: O espaço para o atendimento clínico deve proporcionar um ambiente acolhedor e seguro. As atividades ocorrem de maneira individual e com materiais específicos para a idade do sujeito e queixa apresentada, tanto pelo sujeito ou família, como pela instituição de ensino. Deve haver um espaço para a adequada arrumação do material de uso, proporcionando funcionalidade e possibilidade de manter sigilo quanto aos produtos obtidos e aos aspectos da individualidade de cada um. Dessa forma, o ambiente é importante para possibilitar “um clima agradável” para “trilhar, de forma prazerosa, diferentes caminhos do aprender” (Weiss, 2004, p. 146). Nesse espaço o psicopedagogo poderá ter uma escuta diferenciada da família, escola e do próprio sujeito, por meio de instrumentos e técnicas que possibilitem a leitura da realidade daquele sujeito, para, então, proceder a intervenção, que é o próprio tratamento clínico ou o encaminhamento. ➢ O aspecto clínico é realizado em centros de atendimento ou clínicas psicopedagógicas, e as atividades ocorrem geralmente de forma individual (consultórios). O psicopedagogo na clínica: ➢ O trabalho psicopedagógico na área preventiva é de orientação no processo de ensino e aprendizagem, visando favorecer a apropriação do conhecimento pelo ser humano, ao longo da evolução. ➢ Na área clínica, não deixa de ser preventivo, pois ao tratar alguns transtornos de aprendizagem, pode evitar o aparecimento de outros. ➢ No espaço clínico, o psicopedagogo busca compreender por que o sujeito não aprende, mas também como ele aprende. ➢ A busca desse conhecimento inicia-se com o processo da avaliação diagnóstica, momento em que é realizada a leitura da realidade daquele sujeito, para então proceder à intervenção, que é o próprio tratamento ou o encaminhamento. ➢ O psicopedagogo deve ser um profissional que tem conhecimentos multidisciplinares, pois, em um processo de avaliação diagnóstica, é necessário estabelecer e interpretar dados em várias áreas, dentre elas: auditiva e visual, motora, intelectual, cognitiva, acadêmica e emocional. (Busca outras áreas). ➢ O consultório de psicopedagogia deve ter espaço suficiente para diversidade de atividades, claridade, simplicidade, conforto, aconchego e beleza. ➢ Deve ter um espaço para a adequada arrumação do material de uso, proporcionando funcionalidade e possibilidade de manter sigilo quanto aos produtos realizados e aos aspectos da individualidade de cada um. ➢ Um clima agradável possibilita trilhar, de forma prazerosa, diferentes caminhos do aprender (Weiss, 2004, p. 146). Tema 03 – Vias de acesso ao sujeito: A via de acesso ao sujeito normalmente acontece por meio de encaminhamentos. A escola, por exemplo, encaminha o aluno para uma avaliação psicopedagógica, ou a família, preocupada com sua aprendizagem, procura um tratamento psicopedagógico – e essa simples atenção da família é um indicador importante para o desenvolvimento do tratamento, pois a atitude que os pais passam a ter com ela é o início de uma mudança. Melhor ainda quando esta parte do próprio sujeito. ➢ Normalmente, o fato de a escola encaminhar um aluno para uma avaliação psicopedagógica e a simples atenção da família, de se preocupar em levar a criança, já é um indicador de que os pais passaram a se preocupar com ela e que pode ser o início de uma mudança. ➢ O contato do psicopedagogo com o paciente, principalmente nos primeiros encontros, é carregado de muita ansiedade, e é preciso criar uma relação de confiança para que o paciente possa colaborar. ➢ As vias de acesso para chegar ao paciente são o brincar, o jogar e o conversar. ➢ No caso de crianças, é essencial o uso da brincadeira, do lúdico e do jogo, para criar uma relação amigável. (Brincar como ela). ➢ É por meio das formas lúdicas de brincar e de jogar que a criança projeta seu modo de ser. ➢ O objetivo dessa modalidade de análise é ajudar a criança, por meio da brincadeira, a expressar com maior facilidade seus conflitos e dificuldades, de modo a ajudá-la em uma melhor integração e adaptação social, tanto no âmbito da família quanto na sociedade em geral. ➢ O psicopedagogo observa e interpreta suas projeções para compreender o mundo interno e a dinâmica da personalidade da criança ➢ Com crianças pequenas, pode conduzir todo o diagnóstico e tratamento de forma lúdica ➢ Com crianças de até 10-11 anos, pode alternar espaços lúdicos com uma avaliação mais diretiva e formalizada. ➢ Com adolescentes, os jogos de regras,que exijam bastante raciocínio, atenção, antecipação de situações e diferentes estratégias Weiss, 2004, p. 73. Tema 04 – Dimensões no processo de aprendizagem: Para avaliar a aprendizagem do sujeito é fundamental observar e estudar as diferentes dimensões no processo de aprendizagem: orgânico, cognitivo, emocional, social e pedagógico. Weiss (2004, p. 22) afirma que precisamos ter uma visão global do sujeito em suas múltiplas facetas, pois isso nos ajudará a construir uma visão gestáltica. ➢ A dimensão emocional está ligada ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento. ➢ A dimensão emocional está ligada ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento. ➢ A dimensão social está relacionada à perspectiva da sociedade, em que estão inseridas a família, o grupo social e a instituição de ensino. ➢ A dimensão cognitiva está relacionada ao desenvolvimento das estruturas cognoscitivas do sujeito aplicadas em diferentes situações. (Trabalhar atenção) ➢ No domínio dessa dimensão, deve-se incluir a memória, a atenção, a percepção e outros fatores que usualmente são classificados como fatores intelectuais. ➢ A dimensão pedagógica está relacionada ao conteúdo, à metodologia, à dinâmica de sala de aula, às técnicas educacionais e às avaliações aos quais o sujeito é submetido no seu processo de aprendizagem sistemática. ➢ A dimensão orgânica está relacionada à constituição biofisiológica do sujeito que aprende ➢ A medicina, entre outros, como a neolinguística, possibilitam a compreensão dos mecanismos cerebrais que submetem ao aprimoramento das atividades mentais. ➢ Sujeitos com alteração nos órgãos sensoriais terão o processo de aprendizagem diferente de outros, pois precisam desenvolver outros recursos para captar material e processar as informações (Weiss, 2004, p. 23). ➢ Lembrando que nem todo mundo aprende igual. Tema 05 – Investigação do processo de aprendizagem: No processo de investigação do processo de aprendizagem, o psicopedagogo precisa ter claros dois grandes eixos de análise. O eixo horizontal está centrado no sintoma, na visão do presente; o eixo vertical se refere ao histórico do sujeito. Para isso se utiliza a anamnese, que é uma entrevista sobre o desenvolvimento do sujeito. Essa entrevista é realizada com a família, com a escola e com outros profissionais, e podem ser analisados documentos passados. ➢ Para se iniciar o diagnóstico psicopedagógico, é fundamental que dois eixos de análise estejam claros para o terapeuta. ➢ Eixo horizontal: Está centrado o sintoma, a visão do presente “aqui-agora”. ➢ São utilizados instrumentos tais como: entrevista familiar exploratória situacional (EFES), entrevista operativa centrada na aprendizagem (EOCA); sessões lúdicas; testagens diversas, provas operatórias de Piaget; entrevista com a equipe da escola e com outros profissionais e análise da produção do sujeito no consultório. ➢ Eixo vertical: É o histórico do sujeito. ➢ São utilizadas a anamnese com a família, com a escola e outros profissionais; e a análise de documentos passados, como álbuns, laudos, registros escolares, entre outros. ➢ Uma dificuldade de aprendizagem não é vista como patogenia, e sim como um obstáculo que pode estar dificultando esse processo. ➢ Esses obstáculos são classificados por Jorge Visca como epistêmico, epistemofílico, epistemológico e funcional. ➢ Obstáculo epistêmico: Refere-se à estrutura cognitiva do aprendiz, que deriva do nível de operatividade da estrutura cognitiva alcançada, ou seja, ninguém pode aprender além do que sua estrutura cognitiva permite. ➢ Obstáculo epistemofílico: O obstáculo epistemofílico é utilizado para designar o vínculo afetivo que o aprendiz estabelece com os objetos e as situações de aprendizagem. Um vínculo inadequado também possui a capacidade de impedir ou dificultar a aprendizagem ➢ Obstáculo epistemológico: Está relacionado ao meio cultural em que o aprendiz está inserido. ➢ Quando uma criança de um meio cultural desfavorecido é inserida em outro com melhores condições, poderá apresentar o que denominamos de obstáculo epistemológico. ➢ Obstáculo funcional: Corresponde às diferenças de funcionalidade da estrutura do pensamento, como as desigualdades entre os aspectos figurativos e operativos, as formas de oscilações desse pensamento, a impossibilidade de usar certas justificativas, de que maneira o pensamento do aprendiz acontece etc.
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