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João Marcos B. Trévia 0000914 Quais os procedimentos MÍNIMOS que devem ser realizados na determinação de Morte Encefálica? A morte encefálica é definida como a perda completa e irreversível das funções encefálicas mesmo na presença de atividade cardíaca ou reflexos primitivos, tendo grande participação no desenvolvimento da medicina intensiva. É a definição legal de morte. Tem como principais causas traumatismo cranioencefálico, acidente vascular cerebral, tumores cerebrais primários, anoxia cerebral por afogamentos ou parada cardiorrespiratória, intoxicação exógena. Tem como principais importâncias estabelecer o plano terapêutico e evitar terapias inúteis, fornecer informações seguras aos familiares, reduzir custos e otimizar a ocupação dos leitos dos centros intensivos, oferecer à família a opção de doação de órgãos. A seguinte tabela mostra os procedimentos obrigatórios na determinação de morte encefálica: A. Comunicação da suspeita da morte encefálica aos familiares - Familiares devem ser esclarecidos sobre a suspeita da morte e das etapas de sua determinação - Atualizar as informações aos familiares a cada etapa do processo de determinação da morte encefálica B. Notificação da morte encefálica - Notificar à Central Estadual de Transplantes que a determinação da morte encefálica foi iniciada C. Pré-requisitos a serem obtidos no início e durante o procedimento de determinação de morte encefálica - Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar a morte encefálica - Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica (por exemplo: sedativos) - Tratamento e observação em hospital por período mínimo de 6 horas. Este período de observação e tratamento deve ser, no mínimo, de 24 horas em casos de encefalopatia hipóxico-isquêmica ou após reaquecimento de hipotermia terapêutica - Temperatura corporal > 35ºC, SatO2 > 94% e pressão arterial conforme faixa etária: Faixa etária PAS (mmHg) PAM (mmHg) ≥ 16 anos 100 65 7 - 16 anos incompletos 90 65 2 - 7 anos incompletos 85 62 5 - 2 anos incompletos 80 60 Até 5 meses incompletos 60 43 D. Dois exames clínicos que constatem sinais compatíveis com morte encefálica - Coma profundo não perceptivo - Ausência de reflexos de tronco fotomotor córneo-palpebral óculo-cefálico vestíbulo-ocular de tosse E. Teste de apneia - Ausência de movimentos respiratórios após a interrupção de ventilação, mediante a estimulação máxima do centro respiratório com documentação de uma PaCO2 > 55mmHg F. Exames complementares - Eletroencefalograma - Arteriografia cerebral - Doppler transcraniano - Cintilografia cerebral G. Conduta pós-determinação da morte encefálica - Notificação obrigatória da morte encefálica à Central Estadual de Transplantes - Preenchimento da Declaração de Óbito. Se causa externa, a Declaração de Óbito é atribuição do médico legista - Comunicar a morte aos familiares assim que estiver determinada - Qualquer menção sobre doação de órgãos deve ocorrer somente após a comunicação da morte - Retirar o suporte vital nos casos em que a doação de órgãos não for viável Referências bibliográficas 1. ALVES, Naara Carol Costa et al. Manejo dos pacientes em morte encefálica. Rev. enferm. UFPE on line, p. 953-961, 2018; 2. WESTPHAL, Glauco Adrieno; VEIGA, Viviane Cordeiro; FRANKE, Cristiano Augusto. Determinação da morte encefálica no Brasil. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo , v. 31, n. 3, p. 403-409, Sept. 2019.
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