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RECURSOS HUMANOS RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E CARREIRA Caroline Mazon Gomes Carlos Danylo Augusto Armelin http://www.unar.edu.br “O fator humano é a alma de toda empresa, é o movimento, a criatividade, capacidade de fazer sucesso. A empresa que investe em seus funcionários está investindo em si mesma.” (RH PORTAL) Apresentação Nesta disciplina iremos abordar três assuntos fundamentais para a área de Recursos Humanos. Recrutamento e Seleção são processos que agregam valorização e desenvolvimento ao indivíduo que está inserido no mercado de trabalho. Seja ele colaborador de uma organização ou indivíduo à procura de uma colocação profissional. Antigamente esse processo se resumia a documentações para que o setor de Departamento Pessoal pudesse realizar a contratação, sem levar em conta os componentes pessoais, as competências e habilidades do candidato. Recrutamento e Seleção é assunto de extrema importância e possui grande responsabilidade dentro da organização, pois é o setor que tem o primeiro contato com o futuro colaborador. Para que se possa conhecer e desenvolver um processo de R&S com qualidade, é fundamental que o estudante entre em contato com as etapas pertinentes, desde Requisição de pessoal, até as entrevistas utilizadas para a escolha assertiva do candidato ideal. Carreira está diretamente ligada ao processo de R&S, pois se refere ao desenvolvimento do colaborador. Para que eu consiga ter um resultado eficiente e permanente da contratação, é fundamental que a empresa ou organização pense no Plano de Carreira dos seus colaboradores, fazendo com que eles se sintam valorizados e motivados a permanecer na empresa. Estudaremos também temas como remuneração, benefícios, treinamento e desenvolvimento por estarem intimamente ligados aos processos anteriormente citados. As empresas deixaram de reter talentos apenas pelo “salário diferenciado”, elas oferecem oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Isso reflete toda mudança de foco da Gestão de pessoas, que é o assunto que iremos discutir ao final da disciplina, para que você, aluno, consiga valorar os processos estudados e compreender a importância para o mercado de trabalho. EMENTA: Organização do Empreendimento Empresarial. Estrutura Organizacional. Plano de Cargos e Carreira. Remuneração. Dimensionamento do Quadro de Pessoal. Recrutamento e Seleção. Avaliação de Desempenho. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal. Tendências para a Gestão de Pessoas. OBJETIVOS: Conhecer e identificar os processos de recrutamento e seleção, suas técnicas e instrumentos; Estudar conceitos pertinentes à carreira e aspectos que contribuem para a elaboração de um plano de carreira dentro de uma organização; Estimular o estudo dos conceitos de Cargos e Salários para que se possa compreender o caminhar do Plano de Carreira; Entender as definições de treinamento e desenvolvimento e sua importância para a Gestão de Pessoas e Recursos Humanos; Conhecer as principais fontes de remuneração e benefícios para os colaboradores de uma organização e compreender qual sua relação com o desenvolvimento da empresa; Definir Avaliação de Desempenho e, com isso, contemplar conceitos como Competências, importantes para a evolução do colaborador dentro da empresa e sua relação com o Plano de Carreira; Refletir sobre as contribuições de uma gestão de pessoas eficaz e evoluída para o sucesso da empresa. CONTEÚDOS: Recrutando Pessoas; Recrutamento Interno – Vantagens e Desvantagens; Recrutamento Externo – Vantagens e Desvantagens; Recrutamento e Seleção de Mão de Obra; Seleção de pessoas; Compreendendo as principais técnicas da Seleção de Pessoas; O que é um plano de carreira?; Cargos e Salários; Treinando Pessoas; Desenvolvendo Pessoas; Avaliação de Desempenho: uma ferramenta importante para o desenvolvimento de talentos; Remuneração e benefícios; Remuneração Variável; Descrição e analise de cargos; Gestão de pessoas: uma contribuição para o capital humano das organizações. SUMÁRIO UNIDADE 01 – RECRUTANDO PESSOAS .......................................................................................................................................... 4 UNIDADE 02 – RECRUTAMENTO INTERNO: VANTAGENS E DESVANTAGENS .................................................................8 UNIDADE 03 – RECRUTAMENTO EXTERNO: VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................................11 UNIDADE 04 – RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE MÃO DE OBRA – PARTE I .................................................................... 14 UNIDADE 05 – RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE MÃO DE OBRA – PARTE II ................................................................... 19 UNIDADE 06 – RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE MÃO DE OBRA – PARTE III ................................................................ 28 UNIDADE 07 - SELEÇÃO DE PESSOAS ............................................................................................................................................ 33 UNIDADE 08 – COMPREENDENDO AS PRINCIPAIS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE PESSOAS ...................................... 37 UNIDADE 09 – O QUE É UM PLANO DE CARREIRA? ................................................................................................................ 42 UNIDADE 10 - CARGOS E SALÁRIOS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O PLANO DE CARREIRA. ................................ 50 UNIDADE 11 – TREINANDO PESSOAS ............................................................................................................................................. 55 UNIDADE 12 – DESENVOLVENDO PESSOAS................................................................................................................................. 61 UNIDADE 13 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: UMA FERRAMENTA IMPORTANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS – PARTE I ................................................................................................. 65 UNIDADE 14 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: UMA FERRAMENTA IMPORTANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS – PARTE II ................................................................................................ 70 UNIDADE 15 - REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS............................................................................................................................ 74 UNIDADE 16 - REMUNERAÇÃO VARIÁVEL – PARTE I ............................................................................................................... 79 UNIDADE 17 - REMUNERAÇÃO VARIÁVEL – PARTE II .............................................................................................................. 84 UNIDADE 18 - DESCRIÇÃO E ANALISE DE CARGOS – PARTE I ............................................................................................. 89 UNIDADE 19 - DESCRIÇÃO E ANALISE DE CARGOS – PARTE II ............................................................................................ 94 UNIDADE 20 - GESTÃO DE PESSOAS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O CAPITAL HUMANO DAS ORGANIZAÇÕES. ......................................................................................................................................................... 101 UNIDADE 01 – RECRUTANDO PESSOAS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Definir o conceito de recrutamento de pessoas. Conhecer as modalidades de recrutamento interno, externo e misto. Descrever as técnicas de recrutamento. Nesta unidade, estudaremos os conceitos de recrutamento de pessoas, conhecendo os passos para que este processo possa acontecer. ESTUDANDO E REFLETINDO (...) As organizações precisam de pessoas que, além de conhecimento técnico, tenham como competências essenciais a curiosidade pelo aprendizado, a flexibilidade, a capacidade de adaptação às mudanças, a facilidade no trato interpessoal e o sentido de urgência que o mundoatual nos imprime. (SORIO, 2007, p.57) Recrutamento pode ser definido como o primeiro passo, para que a empresa ou organização possa encontrar a pessoa ideal para o cargo ou função disponível em seu quadro de colaboradores. Chiavenato (1999) define recrutamento como Um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema de informação através da qual a organização divulga e oferece ao mercado (...) oportunidades de emprego que pretende preencher.(CHIAVENATO, 1999, p. 99) Para que se possa encontrar o candidato ideal, deve-se, inicialmente, analisar algumas questões: Quais são as vagas oferecidas pelo mercado de trabalho? Quantos e quais são os candidatos disponíveis, para então decidirmos? Qual forma de recrutamento utilizar e onde divulgar a seleção? O recrutamento é influenciado diretamente pelo mercado de trabalho. Em períodos de crises, o mercado de trabalho recebe maior oferta de mão de obra do que vagas. Em períodos de crescimento e desenvolvimento econômico, a disputa pelos candidatos torna-se acirrada. Espera-se que todas as empresas possuam um departamento responsável pelo recrutamento de candidatos, visto que depende dessa porta de entrada a contratação de candidatos mais capacitados e mais colaboradores. (...) da mesma forma como os indivíduos atraem e selecionam as organizações, informando-se e formando opiniões a respeito delas, as organizações procuram atrair indivíduos e obter informações a respeito deles para decidir sobre o interesse de admiti-los ou não. (CHIAVENATO,1999, p.25). BUSCANDO CONHECIMENTO O processo de recrutamento se inicia, quando há necessidade da organização de substituir ou aumentar seu quadro de funcionários. Para início do recrutamento tem de haver um documento evidenciando a necessidade da contratação. Esse documento é chamado de requisição de pessoal. Deste documento são tiradas todas as informações necessárias para que o processo de recrutamento e seleção seja eficaz, como, por exemplo, requisitos pessoais, conhecimentos e habilidades específicas, características da vaga (jornada de trabalho, quantidade de vagas e características da função), além de experiências anteriores. Para que se possa compreender a requisição de pessoal, segue abaixo um modelo: Setor Requisitante Compras Requisitante Sr. A Cargo Oferecido Auxiliar de compras Salário R$ 900.00 Horário Comercial Justificativa: ( ) Em substituição ___________________________________________ ( X ) Aumento do quadro de colaboradores Motivo: ( )Pedido de Demissão ( ) Promoção/Transferência ( ) Dispensa ( )Afastamento ( )Outros Requisitos: Sexo: (X ) Feminino ( ) Masculino ( ) Indiferente Idade: De ____a ____ anos (X ) Indiferente Escolaridade: ( ) Primeiro Grau ( X ) Segundo Grau ( ) Superior Curso Especial: __________________________________ ( ) Desejável ( ) Imprescindível Experiência Desejada: Experiência comprovada em setor de Compras por 2 anos Características pessoais desejadas: Dinamismo, atenção, concentração, facilidade para atender telefone e noções de informática Tarefas a serem desempenhadas: Recebimento de pedidos, solicitação de compra do almoxarifado, atendimento ao telefone, cadastro de clientes. Requisitante RH Adm./Diretoria Visto:___________ Data:___________ Visto:________________ Data:________________ Visto:________________ Data:________________ Fonte: Criação do autor, 2014. Seleção de pessoal estudaremos em unidades posteriores. No recrutamento virtual, o espaço principal do site destina-se ao cadastramento de currículos. Constitui a embalagem que diferencia um candidato do outro. Os usuários digitam suas experiências, aptidões, preferências, conhecimentos e pretensões para as empresas que procuram candidatos. Ao acessar esses sites, o internauta encontra informações sobre a empresa, oportunidades de trabalho, desenvolvimento de carreira etc. o único trabalho é digitar os dados solicitados e aguardar os resultados. Clique em www.catho.com.br e cadastre seu currículo. Existem dois tipos de recrutamento: interno e externo. O Recrutamento Interno é quando a vaga é divulgada para os colaboradores da organização que passam a disputam a vaga entre si. Pode ser feita por inscrições dos funcionários ou também por indicação. Frequentemente, os candidatos indicados são aqueles que possuem melhor desempenho na empresa e que de alguma forma se destacam em seu ambiente de trabalho. Recrutamento Externo é a busca de candidatos no mercado de trabalho, ou seja, alguém de fora da empresa. Para que isso ocorra, a empresa deve atrair candidatos para a vaga e os interessados devem enviar seus currículos, afim de que o processo possa ser iniciado. As principais técnicas para atrair os candidatos, segundo Chiavenato (1998) são: • Arquivos de candidatos ou banco de talentos que se apresentaram espontaneamente ou em outros recrutamentos. • Apresentação de candidatos por parte dos funcionários da empresa. • Cartazes ou anúncios na portaria da empresa ou em pontos vitais. • Contatos com universidades, escolas, agremiações estudantis, diretórios acadêmicos, centros de integração empresa-escola etc. • Contatos com outras empresas que atuam no mesmo mercado. • Anúncios em jornais, revistas etc. • Agências de recrutamento (headhunters). • Viagens para recrutamento em outras localidades. • Internet ou recrutamento virtual através do site da empresa. • Programas de Trainees. http://www.catho.com.br/ Existe ainda o Recrutamento Misto que nada mais é do que a junção do Recrutamento Interno e o Recrutamento Externo. Chama-se recrutamento misto, pois quando há um recrutamento interno, o funcionário se desloca para outro cargo, o que faz com que sua vaga fique aberta; consequentemente, haverá a necessidade de preencher essa vaga e assim surgirá a necessidade de fazer o recrutamento externo, a menos que a vaga seja cancelada. Da mesma forma, que se houver primeiro o recrutamento externo, deverão surgir oportunidades aos colaboradores da organização para que não se sintam desmotivados. UNIDADE 02 – RECRUTAMENTO INTERNO: VANTAGENS E DESVANTAGENS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Apresentar as vantagens e desvantagens do recrutamento interno e os meios de seleção. Nesta unidade você poderá compreender um pouco mais sobre o recrutamento interno, suas vantagens, as possíveis desvantagens ao empregar este tipo de recrutamento bem como os meios de divulgação. ESTUDANDO E REFLETINDO Recrutamento Interno O recrutamento interno atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro da organização - isto é, funcionários - para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. Isto pode envolver: • Transferência de pessoal; • Promoções de pessoal; • Transferências com promoções de pessoal; • Programas de desenvolvimento de pessoal; • Planos de encarreiramento (carreira) de pessoal. Vantagens do recrutamento interno • É mais econômico - pois evita despesas com anúncios em jornais ou honorários de empresas de recrutamento, custos de atendimento de candidatos, custo de admissão etc. • É mais rápido - dependendo da possibilidade de o empregado ser transferido ou promovido de imediato, e evita as demoras frequentes do recrutamento externo. • Apresenta maior índice de validade e de segurança - pois o candidato já é conhecido, avaliado durante certo período de tempo e submetido à apreciação dos chefes envolvidos; não necessita, na maior parte das vezes, de período experimental, de integração e indução à organização, ou de informações cadastrais a respeito. • É uma fonte poderosa de motivação para os empregados - desde queestes vislumbrem a possibilidade de crescimento dentro da organização, graças às oportunidades oferecidas àqueles que apresentam condições para uma futura promoção; quando uma empresa desenvolve uma política consistente de recrutamento interno, estimula junto ao seu pessoal a atitude de constante auto aperfeiçoamento e de auto avaliação, no sentido de aproveitar as oportunidades de aperfeiçoamento ou mesmo de cria-las. • Aproveita os investimentos da empresa em treinamento do pessoal - que, muitas vezes, somente tem o seu retorno quando o empregado passa a ocupar cargos mais elevados e complexos; e • Desenvolve um sadio espírito de competição entre o pessoal - tendo em vista que as oportunidades serão oferecidas àqueles que realmente demonstrem condições de merecê-las. Desvantagens do recrutamento interno • Insuficiência de RH internos para cobrir as necessidades de preenchimento de vagas; • Dificuldades em se conseguir a aprovação de gerentes para "soltar" seus colaboradores mais eficientes, os quais são candidatos naturais a promoção; • Eventual ausência de avaliação mais criteriosa na apreciação da carreira de determinado funcionário, candidato em potencial à promoção; • Os funcionários não escolhidos podem ficar frustrados, prejudicando sua atual produtividade no trabalho; • Quando não é bem estruturada, a promoção interna pode transformar-se numa espécie de carreirismo, deixando de lado a eficiência funcional no exercício das funções atuais. BUSCANDO CONHECIMENTO Meios do recrutamento interno • Quadros de aviso ao pessoal, comunicando as vagas previstas; • Comunicações internas dirigidas aos gerentes de unidades contendo listas de funcionários disponíveis para transferências, com especificação de características individuais de cada empregado listado; • Se existir, consulta ao chamado "banco de recursos humanos" disponível na empresa; • Encontros com o pessoal de categoria funcional, tais como, por exemplo: auxiliares de laboratórios, operadores de computador etc., informando-os sobre as características das vagas em disponibilidade, com o propósito de divulgar essa informação fora da empresa, entre seus amigos e conhecidos; e • Sendo possível divulgação das vagas existentes em periódicos da empresa destinado a todos os funcionários. INTERNO • O preenchimento das vagas e oportunidades é feito através dos próprios colaboradores atuais. • Os colaboradores internos são os candidatos preferidos. • Exige que os colaboradores sejam promovidos e transferidos para novas oportunidades. • A organização oferece uma carreira de oportunidades aos colaboradores RECRUTAMENTO EXTERNO • O preenchimento das vagas e oportunidades é feito através de admissão de candidatos externos. • Os candidatos externos são os candidatos preferidos. • Isso exige que sejam recrutados externamente e selecionados para preencher as oportunidades. • A organização oferece oportunidade aos candidatos externos. UNIDADE 03 – RECRUTAMENTO EXTERNO: VANTAGENS E DESVANTAGENS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Apresentar as vantagens e desvantagens do recrutamento externo e os meios de seleção. Nesta unidade você poderá compreender um pouco mais sobre o recrutamento externo, suas vantagens, as possíveis desvantagens ao empregar este tipo de recrutamento bem como os meios de divulgação. ESTUDANDO E REFLETINDO Recrutamento Externo O recrutamento é externo quando, havendo determinada vaga, a organização procura preenchê-la com pessoas estranhas, ou seja, com candidatos externos atraídos pelas técnicas de recrutamento. O recrutamento externo incide sobre candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou aplicados em outras organizações. Vantagens do recrutamento externo Traz "sangue novo" e experiências novas para a organização - a entrada de recursos humanos ocasiona sempre uma importação de idéias novas, de diferentes abordagens dos problemas internos da organização e, quase sempre, uma revisão na maneira pela qual os assuntos são conduzidos dentro da empresa. Com o recrutamento externo, a organização, como um sistema, mantém-se atualizada com o ambiente externo e a par do que ocorre em outras empresas. Renova e enriquece os recursos humanos da organização - principalmente quando a política é a de admitir pessoal com gabarito igual, ou melhor, do que o já existente na empresa. Aproveita os investimentos em preparação e o desenvolvimento de pessoal efetuado por outras empresas ou pelos próprios candidatos - isto não significa que a empresa deixe de fazer esses investimentos dali para frente, mas que ela usufrua imediato o retorno dos investimentos já efetuados pelos outros. Tanto assim que muitas empresas preferem recrutar externamente, pagando salários mais elevados, exatamente para evitar despesas adicionais de treinamento e desenvolvimento e obter resultados de desempenho em curto prazo. Desvantagens do recrutamento externo • É geralmente mais demorado do que o recrutamento interno. O período de tempo despendido com escolha e mobilização das técnicas mais adequadas, com influenciação as fontes de recrutamento, com atração e apresentação dos candidatos, com recepção e triagem inicial, com encaminhamento a seleção, aos exames médicos, a documentação, com liberação do candidato do outro emprego ou de outros compromissos e com admissão, não é pequeno, e, quanto mais elevado o nível do cargo, maior a extensão desse período. • É mais caro e exige inversões e despesas imediatas com anúncios, jornais, honorários de agencias de recrutamento, despesas operacionais relativas a salários e encargos sociais da equipe de recrutamento, material de escritório, formulários, etc. • Geralmente afeta a política salarial da empresa, influenciando as faixas salariais internas, principalmente quando a oferta e a procura de recursos humanos estão em situação de desequilíbrio. BUSCANDO O CONHECIMENTO Recrutamento Misto Em face às vantagens e desvantagens dos recrutamentos interno e externo, uma solução eclética tem sido preferida pela maioria das empresas: o recrutamento misto, ou seja, aquele que aborde tanto fontes internas como fontes externas de recursos humanos. O recrutamento misto, ou seja, aquele que aborde tantas fontes internas como fontes externas de recursos humanos. O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas de sistema: • Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno - caso aquele não apresente resultados desejáveis. A empresa esta mais interessada na entrada de recursos humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de pessoal já qualificado, em curto prazo, e precisa importa-lo do ambiente externo. Não encontrando candidatos externos a altura, lança mão de seu próprio pessoal não considerando, de inicio, os critérios acerca das qualificações necessárias. • Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo - caso não apresente resultados desejáveis. A empresa dá prioridade a seus empregados na disputa das oportunidades existentes. Não havendo candidatos a altura, parte para o recrutamento externo. • Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente - é o caso em que a empresa esta mais preocupada com preenchimento de vaga existente seja através de input ou através de transformação de recursos humanos; geralmente, uma boa política de pessoal dá preferência aos candidatos internos sobre os externos, em caso de igualdade de condições entre eles. INTERNO • O preenchimento das vagas e oportunidades é feito através dos próprios colaboradores atuais. • Os colaboradores internos são os candidatos preferidos. • Exige que os colaboradores sejam promovidos e transferidos paranovas oportunidades. • A organização oferece uma carreira de oportunidades aos colaboradores RECRUTAMENTO EXTERNO • O preenchimento das vagas e oportunidades é feito através de admissão de candidatos externos. • Os candidatos externos são os candidatos preferidos. • Isso exige que sejam recrutados externamente e selecionados para preencher as oportunidades. • A organização oferece oportunidade aos candidatos externos. UNIDADE 04 – RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE MÃO DE OBRA – PARTE I1 CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Compreender o que é o recrutamento e suas ferramentas. Nesta unidade conheceremos as principais metodologias aplicadas no processo de recrutamento e seu significado. ESTUDANDO E REFLETINDO O Recrutamento e Seleção de mão-de-obra para uma organização é sempre o primeiro contato daquele que virá a ser o nosso empregado, com a nossa instituição. O selecionador é a imagem da empresa O selecionador é o cartão de visitas da empresa. Ele deve agir com discrição e imparcialidade, estando aberto para ouvir o que o candidato tem a dizer. A responsabilidade também é fundamental. Isso envolve o cumprimento de horários e muito respeito, de forma que o candidato se sinta bem à vontade nesse momento tão importante. O selecionador tem total responsabilidade na escolha dos melhores profissionais para a vaga. Ele é avaliado pela empresa, assim como o candidato é avaliado por ele. O bom selecionador é imparcial, conhece o contexto da empresa, do mercado e da vaga, considerando as possibilidades de ascensão e os desempenhos futuros do candidato escolhido. O bom selecionador faz um levantamento cuidadoso do perfil da vaga, analisa os currículos que correspondem às expectativas da empresa e realiza a entrevista com muito respeito e foco nos requisitos essenciais. A aplicação de testes e dinâmica de grupo pode ser necessária e deve ser realizada por um psicólogo: O selecionador pode ser pedagogo, administrador, sociólogo ou psicólogo. Porém, os testes só devem ser aplicados pelo psicólogo. 1 Prof. Moises M. Cazela Nesse primeiro momento devemos passar, para os candidatos, muita tranqüilidade e evitarmos situações de “stress” para que o conheçamos como realmente ele é e, assim, evitamos a perda de um excelente profissional que pode se complicar no processo em função de um momento de tensão. A não ser que estejamos fazendo uma observação de como o candidato reage em um momento de pressão e tensão psicológica. Observamos, no entanto, que testes psicológicos devem ser aplicados por Psicólogos. A entrevista de seleção é a fase mais importante do processo seletivo. O contato direto do participante do processo seletivo com o selecionador e com o seu futuro chefe serve para que eles o conheçam melhor. Além disso, é a oportunidade de apresentar e provar sua competência. Para começar, vamos ver o dicionário do Processo seletivo. Dicionário do Processo Seletivo O universo que envolve uma vaga de emprego é muito amplo e cheio de possibilidades à disposição do selecionador que, dependendo da vaga à disposição, deve escolher uma ou algumas entre elas. A escolha passa por: dinâmica de grupo, algumas técnicas de avaliações psicológicas, observações e testes práticos. Temos que ter em mente que geralmente esse processo gera uma dessa ansiedade muito grande no participante do processo e isso se deve ao fato de que muitas coisas que foram comentadas e feitas durante o processo seletivo ele não conseguiu entender. São técnicas, termos, expressões que confundem e muitas vezes transformam os selecionadores em carrascos do emprego. Para que entendermos um pouco melhor o significado de cada termo utilizado pelos profissionais de Recursos Humanos durante os processos seletivos, temos abaixo um pequeno e simplificado Dicionário do Processo Seletivo: BUSCANDO CONHECIMENTO Processo seletivo É o todo do processo utilizado por uma empresa para escolher alguém que apresente o perfil desejado para ocupar algum cargo disponível por ela. Anúncio É o momento em que a empresa declara publicamente, através dos veículos de comunicação, hoje é muito utilizado o recurso da internet, a necessidade de contratar um profissional para atuar em algum cargo disponibilizado por ela. Fonte São os locais que podem disponibilizar os currículos do profissional que a empresa busca. Essa fonte pode ser o banco de currículos da própria organização, sites de empregos ou instituições de ensino. Por meio das fontes, é possível selecionar currículos com critérios específicos. Triagem É o momento de analisar os currículos das pessoas que se interessaram pela vaga anunciada. Seu objetivo é escolher os candidatos que têm condições de passar para uma seleção mais rigorosa. Normalmente, essa triagem começa com a análise das informações contidas no currículo, depois é feita uma entrevista de pré-seleção por telefone, para então acontecer a primeira entrevista pessoal. O currículo é o cartão de visita do candidato é onde encontramos as informações para compararmos as competências e habilidades desejadas com as adquiridas pelo candidato. Perfil do cargo Conjunto de funções e atividades que o profissional irá desempenhar e as competências e comportamentos que deve apresentar. O candidato deve atender os requisitos mínimos exigidos pelo cargo. Perfil profissional Conjunto de habilidades apresentadas pelo candidato, que podem ser ou não compatíveis com as exigidas pelo cargo. O candidato deve atender os requisitos mínimos exigidos pelo cargo. Entrevista É realizada com quem passou pelo processo de triagem. Tem o objetivo de aprofundar as informações do currículo e conhecer melhor o candidato. Este, por sua vez, pode fazer uma ou várias entrevistas. Geralmente, ele conversa primeiro com o profissional de Recursos Humanos da própria empresa ou de uma consultoria terceirizada. Depois, o candidato conversa com a pessoa que está contratando, com seus superiores, pares - colegas de trabalho da mesma área - e, dependendo do cargo, com seus subordinados e até mesmo com fornecedores da empresa. Técnicas de processo seletivo São atividades aplicadas pelo selecionador para avaliar de forma prática as habilidades buscadas no candidato à vaga. São as dinâmicas de grupo, provas situacionais e avaliações psicológicas. Dinâmica de grupo São diversas atividades aplicadas com o objetivo de analisar o desempenho do candidato em equipe e detectar comportamentos e competências compatíveis ao cargo pretendido pelo candidato. Durante as atividades, o selecionador observa a performance de cada integrante. Provas situacionais Simulações de problemas rotineiros ocorridos na empresa em que o candidato deverá atuar como se já estivesse contratado. Quanto mais alto o cargo, menor a possibilidade do selecionador aplicar testes como esses. Eles são bastante utilizados para a contratação de trainees, estagiários e cargos operacionais. Avaliação psicológica São diversos testes aplicados durante o processo seletivo para analisar a intelectualidade, personalidade e a coordenação motora do candidato. Nem todas as empresas aplicam esse tipo de teste. Os testes mais simples e de rápido diagnóstico são os utilizados normalmente usados pelas organizações. Feedback Também chamado de devolutivo, é uma resposta dada ao candidato sobre o seu desempenho e a sua situação no processo. Por meio do feedback, o candidato pode saber os motivos pelos quais ele foi ou não escolhido pela empresa. Carta de agradecimento É uma correspondência que algumas empresas mandam para agradecer pela sua participação no processo seletivo. Esse dicionário não tem objetivo de esgotar as discussões ou conceitos sobre recrutamentoe seleção mas sim, permitir um entendimento sobre alguns aspectos do processo, tornando, assim, mais fácil o seu entendimento. UNIDADE 05 – RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE MÃO DE OBRA – PARTE II2 CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Compreender o que é o recrutamento e suas ferramentas. Nesta unidade conheceremos as principais metodologias aplicadas no processo de recrutamento e seu significado. ESTUDANDO E REFLETINDO Entrevista de Seleção Para o processo de recrutamento e seleção, o currículo é uma descrição fria das características do profissional. Por isso, durante a entrevista devem ser checadas todas as informações contidas nele. Muitas pessoas acham isso desnecessário, mas a investigação, a conversa, o contato pessoal, fazem parte do processo seletivo. Quem não checa informações, nem olha nos olhos do candidato, não consegue saber se ele é a melhor escolha. A entrevista de seleção é uma etapa do processo seletivo que tem como objetivo levantar maiores informações a respeito do profissional participante. Segundo alguns profissionais, ela pode ser usada mais de uma vez por processo e hoje em dia existem muitas variações de entrevista, que podem ser: • Entrevista preliminar por telefone: tem como objetivo realizar uma triagem inicial dos candidatos interessados em participar dos processos; • Entrevista técnica: visam levantar informações a respeito da experiência profissional dos candidatos e; • As entrevistas realizadas por psicólogos: que têm como objetivo levantar informações a respeito do perfil psicológico dos candidatos, com a finalidade de selecionar aquele candidato com as competências psicológicas mais adequadas àquele cargo em questão e; • Entrevistas em grupo, que podem ser realizadas com o objetivo de agilizar o processo ou ainda checar adaptabilidade do candidato ao contato grupal. Nesta modalidade podem estar sendo verificados itens como características de liderança, desprendimento ou facilidade de relacionamento. 2 Prof. Moises M. Cazela Por ocasião da entrevista de seleção, devemos observar as ações do candidato, mesmo antes do momento da entrevista, pois elas podem nos indicar algumas tendências de seu comportamento. Por exemplo, se ele chega com antecedência, se não usa roupas extravagantes etc. Devemos também, estar preparados para esse momento e fazer todas as anotações das observações para um futuro relatório ou diagnóstico do candidato. Temos que saber perfeitamente quais são atitudes essenciais requeridas, o que se pretende ao entrevistar um candidato, que fatores serão realmente analisados na escolha para a vaga. O objetivo inicial da entrevista é confirmar e checar as informações colocadas no currículo. É o momento para aprofundar e conhecer o candidato, sua atuação, competências, e verificar se atende ao perfil que a posição do cargo exige. Além disso, a entrevista é um instrumento utilizado para medir capacidade de comunicação, habilidades de liderança, nível de ansiedade, capacidade de argumentação, os objetivos que o candidato tem, entre outras habilidades, que variam de organização para organização. A entrevista é uma boa oportunidade para checar a maneira como o profissional leva sua vida pessoal e sua carreira, quais valores possui e se estará adequado ao cargo e ambiente de trabalho que temos a oferecer. A entrevista serve para medir a performance e o comportamento do candidato. Esperamos sempre que ele tenha um bom desempenho, seja transparente, honesto e responda de maneira clara o que lhe foi perguntado. Durante a entrevista, fatores como postura, roupas e atitudes contribuem para a contratação ou a desclassificação do candidato. Segundo a maioria dos selecionadores, não existem fatores determinantes, já que o resultado da escolha se dá pela soma de erros e acertos cometidos pelos candidatos. Os tipos de entrevista de seleção Pode não parecer, mas a entrevista é uma das partes mais "obscuras" de todo o processo seletivo. Isso por que ela não depende só do candidato, mas da pessoa que o estará entrevistando e dos métodos que serão utilizados. Na verdade, os critérios das entrevistas são uma caixinha de surpresas - tudo sempre depende muito do candidato e daquilo que a empresa está querendo dele. Normalmente a entrevista avalia se a personalidade, ou seja, os aspectos pessoais do candidato são compatíveis com aquilo que a empresa está procurando. Existem estilos variados que se adaptam às necessidades do entrevistador, para que ele possa tirar do candidato o maior número de informações possíveis e, ao mesmo tempo, testar algumas de suas capacidades. Alguns procedimentos são tradicionais e, mais utilizados como: • A técnica dirigida, onde a entrevista é como uma pesquisa, candidato responde basicamente sim ou não às perguntas, e; • A técnica aberta ou mista que é a mais comum nos processos seletivos, deixa a pessoas mais a vontade para responder as perguntas do jeito que quiser. Para a entrevistas, temos que formular questões, a serem dirigidas à todos os candidatos, para que tenhamos a mesma base de comparação das respostas. Essas questões devem ser preparadas com o intuito de tentarmos conhecer melhor o candidato e se as informações contidas no currículo são completas, verdadeiras ou não. Também estaremos conhecendo um pouco de seus valores, desejos e expectativas. O selecionador fica atento a pequenos detalhes que muitas vezes não constam no currículo, como idade e informações sobre a formação acadêmica. Às vezes o candidato esquece de incluir, outras, deixa em aberto por receio de ser discriminado. Durante a entrevista, certamente iremos descobrir o motivo pelo qual o candidato apenas mencionou o curso de administração de empresas na FAAP, mas sem dados adicionais, como ano de início e conclusão. Se foi honesto ou não. Muitas pessoas não terminam o curso, por diversas razões. Dependendo do cargo e da empresa, isso não é problema mas devemos procurar conhecer o porquê não foi informado e qual a relevância dessa informação para nós. Cabe ao selecionador verificar, por exemplo: • Quais são os planos do candidato em relação ao curso incompleto? • O profissional pretende retomar os estudos? • Quais são seus planos? • Suas prioridades mudaram? BUSCANDO O CONHECIMENTO As perguntas mais comuns na entrevista Depois de se candidatar a dezenas de vagas e fazer centenas de buscas pela internet e pelos jornais, finalmente surge a oportunidade de uma entrevista. Aí o candidato fica com medo, inseguro e preocupado em colocar tudo a perder. Para minimizar essa tensão temos que, nesse momento, conversar um pouco de “amenidades” e, quando sentirmos que ele está tranquilo, iniciar a entrevista e nossa observação. Começamos confirmando os dados do currículo e depois nos dirigimos ao eixo da entrevista conforme nosso planejamento. Abaixo temos algumas das perguntas mais utilizadas e que podem nos ajudar a completar nosso planejamento. 1. Fale sobre você. É importante para conhecer o candidato, o ambiente em que vive e como é como profissional. 2. Quais são seus objetivos a curto prazo? Descobrir expectativas. 3. Quais são seus objetivos a longo prazo? Conhecer se tem metas traçadas ou não se tem objetivos profissionais como: ser diretor, gerente-geral ou algo similar. Mostre também se pretende fazer cursos, MBA e idiomas. 4. O que você procura em um determinado emprego? Desafio, envolvimento e chance para contribuir para a empresa, etc. 5. Você é capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos? Sim. Peça exemplos de situações vividas em seus trabalhos anteriores. 6. Por que devemos contratá-lo? Como você poderá contribuir para o desenvolvimento e crescimento da empresa? Identifique os benefícios que vai trazer e como pode,com seu desempenho, gerar lucros para a empresa. 7. O que você sabe sobre nossa organização? O que te atrai nela? Descobrir o real interesse em trabalhar para nós. 8. Fale sobre resultados que tenha alcançado e que tenham lhe dado grande satisfação. Liste as maiores realizações em sua carreira ou em seu emprego atual. Escolha bem essas realizações e verifique aquelas mais recentes e condizentes com seu objetivo da empresa. 9. Quais são seus pontos fortes? Observe as características universalmente desejadas, tais como entusiasmo, persistência, dedicação, criatividade, iniciativa (pró-atividade) responsabilidade e competência na área técnica. 10. Quais são seus pontos fracos? Observe se o candidato irá dizer algo muito negativo ou positivo. Tal como exigente demais, impaciente, perfeccionista. Está adequado ao nosso ambiente? 11. O que você não gostava no seu emprego anterior? Por qual motivo você saiu (ou quer sair) da empresa? Verifique se o candidato é queixoso ou só aponta defeitos. Será que o problema não é ele? Foi demitido? Qual o motivo. Se está saindo por vontade própria, está em busca de novos desafios e aprendizado? 12. Você poderia descrever alguma situação na qual seu trabalho tenha sido criticado? Não deve reconhecer críticas ao seu trabalho, mas dizer que certas vezes ele foi discutido e com isso, você sempre aprendeu e cresceu. 13. Como você avalia a empresa que trabalha atualmente e as que já trabalhou? Outra vez, não se queixe. Fale algo de bom. Por exemplo, que a empresa tem um bom produto e possui potencial para crescimento. 14. Você tem espírito de liderança? Conte um fato que demonstre isso. Responda a essa pergunta com realizações do seu passado. 15. Você contribui para o aumento das vendas, dos lucros? Como? Exemplifique com resultados e realizações de sua carreira. 16. Você ajudou a reduzir custos? Como? Exemplifique com resultados e realizações. 17. O que você considera importante num colaborador? Cite as competências para o cargo, além de dedicação ao trabalho, boa índole, iniciativa, criatividade e entusiasmo. 18. Descreva um típico dia de trabalho no atual/ último emprego. Essa pergunta é para conhecer seu nível de energia. Procure descrever um dia bastante ativo e tente mostrar alto nível de energia. 19. Que tipo de decisões é mais difícil para você? Deve demonstrar sua capacidade analítica e dizer que aborda o processo decisório de forma lógica, identificando as alternativas e as premissas da decisão. Como ser humano, sabe que as decisões mais difíceis são as referentes à vida de seus subordinados. 20. O que você sente dificuldade para realizar? Outra vez não se deve mencionar nada negativo, só positivo. Diga que enfrenta as necessidades de seu trabalho e que não escolhe o tipo de trabalho. 21. O que você tem feito que mostra iniciativa? Quanto de iniciativa você tem? Dê exemplos. Sua resposta deverá ser uma série de realizações de sua carreira. 22. Com que tipo de pessoa você prefere trabalhar? Com que tipo de pessoa você encontra dificuldade para trabalhar? Novamente não mencione nada de negativo. Você pode dizer que não há melhor ou pior pessoa para trabalhar junto. Há pessoas diferentes. Claro que sempre é bom trabalhar com pessoas bem humoradas e que gostem de lidar com pessoas. Mas diga que você se adapta às necessidades do trabalho e que se relaciona facilmente, tanto com operários como com a diretoria da empresa. 23. Se pudesse começar tudo de novo, o que faria diferente em sua carreira? Deve mostrar ser uma pessoa segura, dizendo que basicamente não mudaria nada. Obviamente, existem pequenas coisas na nossa carreira que poderiam ter sido feitas melhores e deveriam ser corrigidas. Procure não mencioná-las. 24. Em qual tipo de ambiente de trabalho você se sente mais confortável? Mais uma vez vale dizer que não há ambiente ideal. Que você se adapta a qualquer tipo de ambiente. 25. Por que você escolheu essa carreira? Para essa pergunta não há resposta certa ou errada. Aqui o que vale é ser sucinto e coerente. 26. Descreva uma situação difícil que teve e como fez para sair dela. Procure uma situação difícil e de grande relevância para o bom andamento da empresa, que você tenha solucionado. 27. Você estaria disposto a mudar de cidade, estado ou país? E trabalhar além do horário de trabalho? Fale a verdade sobre sua disposição quanto a mudar de cidade e principalmente, coloque as opções e condições para que a mudança aconteça, já que isso interfere na vida da família. Quanto ao fato de trabalhar além do horário determinado, responda de imediato: "Claro, sempre que houver necessidade". 28. Na prática, o que esses cursos (faculdade, extensão...) contribuíram para sua formação? No que você mudou? Avalie bem e tente descobrir as contribuições e mudanças que ocorreram graças aos cursos. De qualquer forma, diga que contribuíram não só em conhecimentos técnicos como também para o seu crescimento pessoal e no relacionamento com as pessoas. 29. Qual seria seu emprego ideal? Com base na pesquisa realizada sobre a empresa, tente descrever o emprego mais próximo daquele que está sendo ofertado pela empresa. 30. O que você faz no seu tempo livre? Tem algum hobby? Fale a verdade. Mas saiba que é importante ter hobbies e ocupações no seu tempo livre. Isso demonstra sua preocupação com o seu desenvolvimento pessoal, sua habilidade em administrar seu tempo e o seu bom relacionamento com as pessoas. 31. Onde você se vê em cinco anos? Mostre que já traçou um plano consistente de carreira e que sabe o que fazer para realizá-lo. 32. Qual o último livro que você leu? A pergunta subliminar é "Você tem o hábito de Leitura?". Pode ser que suas leituras de livros estejam atrasadas, mas você lê constantemente jornais comuns e artigos especializados, revistas (Exame, Você S.A., Veja, etc...). Comente, então, os artigos mais recentes. Nunca cite "O pequeno príncipe", dramaturgias comuns e banais; sempre volte-se para literaturas que irão desenvolver seu potencial profissional. Em tempo: nunca vá a uma entrevista sem ter lido o jornal do dia. 33. Você prefere trabalhar sozinho ou em equipe? Dependendo do tipo de trabalho, o profissional desenvolve seus trabalhos com maior ou menor grau de contato com pares, superiores e subordinados. Tudo dependerá do cargo. 34. Quando você ou seus colegas estão vivendo um dia ruim, o que você faz para contornar a situação? Sempre devemos dizer a verdade. Se você utiliza algum artifício para quebrar o clima ruim e fazer com que as pessoas tirem seu foco do que tem causado desconforto, cite-os. 35. Descreva a sua filosofia de vida. Diga quais são os princípios que permeiam seus atos, sua vida. 36. Se você não precisasse do dinheiro, o que estaria fazendo? Mencione quais seriam as suas atividades nesta situação, mas devem ser situações que realmente agreguem valores ao seu desenvolvimento pessoal. É importante que o candidato passe sempre uma imagem empreendedora, ativa, dinâmica, de quem busca sempre crescer. UNIDADE 06 – RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE MÃO DE OBRA – PARTE III3 CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Compreender o que é o recrutamento e suas ferramentas. Nesta unidade conheceremos as principais metodologias aplicadas no processo de recrutamento e seu significado. ESTUDANDO E REFLETINDO 31 maneiras de não entrevistar Após 25 anos analisando, participando e entrevistando, aprendi que respeitar o candidato é preparar o terreno para conquistar amanhã um forte aliado: o funcionário. Sinto que, até alguns anos atrás, os selecionadores tinham a convicção de que os candidatos deveriam ficar à sua disposição, simplesmente pelo fato de dependerem deles para conseguir o emprego. As coisas já melhoraram (ufa!!).A entrevista é um dos pontos mais importantes de uma contratação. Nessa etapa, perguntas indiscretas e inúteis só servem para transmitir uma imagem de desorganização e desqualificação da empresa. Durante meus trabalhos, observei alguns comportamentos e questões que chamaram minha atenção. Concluí que existem inúmeras formas inadequadas de entrevistar, que batizei de "31 maneiras de não entrevistar": 1. Chame o candidato da sala (fulano) sem se levantar da cadeira. 2. Ou mande a secretária (ou ainda a recepcionista) levá-lo até você. Afinal, você é muito importante! 3. Cumprimente o candidato como um velho amigão: "oi cara, tudo legal?", "vamos lá, amigão!" 4. Convide-o para bater um papo, "vamos lá conversar", "vamos lá bater um papo". 3 Prof. Moises M. Cazela 5. Fale só da empresa e não deixe o candidato falar. Ele está aqui para ouvi-lo. 6. Discurse sobre o cargo. Afinal, o candidato tem que saber tudo mesmo e você não precisa saber nada sobre ele. 7. Fale sobre você. É imprescindível que o candidato lhe conheça bem. Afinal, você é magnífico! 8. Explique os seus gostos: música, cinema, política, futebol... É muito bom que o candidato saiba de tudo isso. 9. Mostre que você tem boa cultura. O candidato precisa perceber o quanto você sabe. 10. Não se esqueça de comentar sobre outras empresas. Mostre que você tem grandes conhecimentos do mercado. 11. Pergunte se o candidato está entendendo. Ele pode ser um pouco limitado. 12. Se você acha que o candidato não entendeu, explique tudo de novo. Afinal, você está aí para isso. 13. Não se esqueça: o candidato só deve falar no máximo 20% do tempo. Você é mais importante, por isso 80% do tempo é seu. 14. Seja sempre "O Professor" ou o "Papai Sabe Tudo". 15. É sublime "vender" a posição e a empresa ao candidato. Ele tem que comprar sem regatear. Afinal, você está oferecendo a melhor oportunidade do mundo. 16. Sempre deixe dúvidas sobre a aprovação dele para a próxima etapa do processo. É desagradável falar "não" para as pessoas. Elas poderão levar uma imagem ruim de você. 17. Insista em seu "marketing" pessoal com o candidato. É bom que ele saia com a impressão de que "conversou" com alguém legal e grandioso. 18. Ah! Se o candidato chegar atrasado, não esqueça de alertá-lo sobre o que ele perdeu com o atraso. Afinal, você é o mais pontual dos mortais! 19. Nunca deixe o candidato perceber que você tem algo de humano (sentimentos, emoções, ambigüidades). Já pensou o que ele poderá pensar de você? 20. Não convide o candidato a refletir e a trocar idéias. Afinal, o que ele poderá trazer de interessante? 21. Se precisar perguntar algo ao candidato, é importante que você tenha todas as questões elaboradas. Não pergunte nada fora do roteiro. Você sempre sabe o que é importante conhecer sobre ele. 22. Permita que o candidato puxe os "ganchos" que, sem querer, é claro, você deixar escapar. Ele precisa conhecer você muito bem. 23. É importante saber muito sobre a vida sexual do candidato. Não se esqueça: isto pode ser um fator decisivo para a contratação. 24. Antes da conversa, aplique todos os testes necessários, inclusive os de habilidades, aptidões e Q.I.. A crença de que o homem deve ser racionalmente medido é tradicional. Existe desde a 1ª Guerra Mundial. 25. Em hipótese alguma discuta o que "descobriu" nas avaliações psicológicas, pois devemos manter essas informações em segredo. 26. Não dê abertura para discutir sobre a entrevista e suas impressões. Você faz isso há tanto tempo que não tem mais dúvidas: a sua opinião é a melhor do mundo. 27. Se no processo houver "Dinâmica de Grupo" ou "Prova Situacional", não diga nada ao candidato. O efeito surpresa é fundamental. 28. Ah! Não permita que o candidato pergunte, pois tudo já foi explicado. Afinal, você é ótimo! 29. Pode prometer que a vaga é dele. 30. Não deixe claro que sua torcida é só para ele. O candidato poderá até se apaixonar por você! 31. Encerre com um abraço fraternal e com um "até breve". BUSCANDO CONHECIMENTO Os tipos de testes de seleção e sua utilidade Confira as principais características dos testes utilizados pelas empresas Só de ouvir falar, muita gente arregala os olhos de preocupação. Os testes de seleção são uma das etapas mais temidas dos processos seletivos, às vezes até mais do que a própria entrevista. Mas é importante lembrar que ficar nervoso e preocupado só piora a condição do candidato. Aplicados geralmente antes ou depois da entrevista individual, os testes têm como objetivo detectar características da sua personalidade, o que significa que não há bom ou mau desempenho. Sendo verdadeiro, você mostrará se está pronto para corresponder às expectativas da empresa, independente do tipo de teste que estiver fazendo. Os testes mais utilizados atualmente são os psicológicos, que podem ser uma prova situacional (você é colocado na frente de um problema para que os selecionadores avaliem a forma como você vai resolvê-lo) ou a criação de desenhos, como no caso do Wartegg e do Zulliger. Wartegg O teste consiste em completar desenhos que são apresentados na metade superior da folha de aplicação, em um retângulo dividido em 8 quadrados. Em cada quadrado há um sinal-estímulo (uma linha ou um ponto desenhado), onde o candidato deve continuar com o que lhe vier à cabeça. Depois ele deve anotar a sequência de realização dos desenhos nos quadradinhos ao lado do número de cada desenho. Na metade inferior da folha deve escrever o que cada um deles significa e responder a quatro perguntas sobre as suas preferências e rejeições. Normalmente, o teste dura de 15 a 20 minutos, e pode ser aplicado de forma individual ou em grupo. (CETEPP - Centro Editor de Testes e Pesquisa em Psicologia) http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/entrevista/preparese/141003-dicionario_selecao.shtm http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/entrevista/preparese/141003-dicionario_selecao.shtm Zulliger Outro teste muito utilizado pelas empresas hoje em dia é o Zulliger, teste profundo que avalia a estrutura básica da personalidade, incluindo sentimentos e evidenciando seus medos e preconceitos. No teste o candidato recebe três pranchas com manchas de tinta e deve dizer com o que elas se parecem e o que poderiam ser. Suas respostas e reações são anotadas e logo após são feitas perguntas para esclarecer os aspectos que contribuíram para a formação das respostas. Todas as respostas são então classificadas e lhe são atribuídos vários códigos, conforme critérios padronizados. UNIDADE 07 - SELEÇÃO DE PESSOAS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Definir o conceito de Seleção de Pessoal. Conhecer as características principais desse processo. Nesta unidade analisaremos o conceito de seleção de pessoas e quais as principais características quanto a um processo de seleção. ESTUDANDO E REFLETINDO A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: Aquelas que apresentam características desejadas pela organização. Há um velho ditado popular que afirma que a seleção constitui a escolha certa da pessoa certa para o lugar certo. (CHIAVENATO. 1999, p 107). Após conhecer o passo inicial do processo de Recrutamento e Seleção, vamos discutir agora a segunda etapa, ou seja, a seleção do candidato ideal para a vaga ou vagas que a empresa disponibiliza. O processo de seleção, segundo Chiavenato (1999), baseia-se em análise de informações e especificações sobre um determinado cargo que deverão ser detectadas no candidato. A finalidade das informações é proporcionar uma contratação com mais precisão e adequadaao cargo. Seleção é definir o candidato que mais atende ao perfil da vaga. Após o recrutamento, inicia-se o processo seletivo, que pode acontecer de diversas maneiras e consistir de diversas etapas, como entrevistas, testes, dinâmicas de grupo, avaliação e comparação dos dados. Esses temas serão abordados superficialmente nesta unidade e discutidos com profundidade na unidade seguinte. CHIAVENATO (1999) define que “o objetivo básico da seleção é o de escolher e classificar os candidatos adequados às necessidades da organização.” O autor afirma que “a seleção deve ser vista como um processo a fim de solucionar dois problemas: a) Adequação da pessoa ao cargo e vice-versa; e b) Eficiência e satisfação da pessoa no cargo. Todo critério de seleção deve fundamentar-se em dados e informações baseados na análise e nas especificações do cargo a ser preenchido. Sabemos que todos os indivíduos são diferentes e reúnem condições distintas para aprender e trabalhar. Por isso, a seleção de pessoal deve ser feita seguindo critérios pré-definidos e baseados na Requisição de pessoal e descrição do cargo, para evitar processos ineficientes e, com isso, identificar variáveis fundamentais para que se possa conhecer o candidato: tempo de aprendizagem e nível de execução. Segundo Chiavenato (1999) “de modo geral, o processo seletivo deve fornecer não somente um diagnóstico, mas principalmente um prognóstico (...) não apenas uma ideia atual, mas uma projeção de como a aprendizagem e a execução se situarão no futuro.” BUSCANDO CONHECIMENTO A seleção de pessoal pode ser vista como um processo de comparação entre duas variáveis: os requisitos do cargo e o perfil das características dos candidatos que se apresentam. Chiavenato (1999) descreve essa teoria no quadro abaixo: X versus Y Fonte: Chiavenato, 1999. Descrição de cargos é um assunto que será abordado em unidades posteriores O que o cargo requer Especificações do cargo Análise e descrição do cargo para saber quais os requisitos que o cargo exige de seu ocupante Características do candidato O que o candidato oferece Técnicas de seleção para saber quais as condições pessoais para ocupar o cargo A seleção pode ser vista também como um processo de decisão, fazendo uso de testes psicológicos e da psicologia de pessoal. Segundo Chiavenato (1999), essas decisões podem ser de dois tipos: • Decisões Institucionais: são decisões tomadas por uma instituição e que, por cobrirem um elevado número de casos comparáveis, devem ser também comparáveis e o processo deve ser relativamente padronizado. O responsável por essas decisões está interessado em atender diretamente aos propósitos da organização e às metas da instituição. • Decisões Individuais: são aquelas em que o principal interessado é exclusivamente um indivíduo, sendo o seu próprio sistema de valores que deve orientar a melhor ação a ser seguida. As decisões individuais são geralmente únicas e referem-se ao próprio indivíduo. A escolha de um emprego é um exemplo típico de tomada de decisão individual. Como a seleção é um processo de comparação e de decisão, deve necessariamente apoiar-se em algum padrão para alcançar certa validade. Esse padrão geralmente é extraído das características do cargo a ser preenchido. O ponto de partida, então, é a obtenção de informações sobre o cargo a ser preenchido. Essas informações podem ser colhidas de cinco formas, segundo Chiavenato (1999): 1- Análise do cargo: levantamento dos conteúdos do cargo e requisitos que o cargo exige de seu ocupante. 2- Aplicação da técnica dos incidentes críticos: consiste na anotação sistemática e criteriosa que os gerentes devem fazer a respeito de todos os fatos e comportamentos dos ocupantes do cargo considerado, que produziram melhores e piores desempenhos no trabalho, tentando identificar as características desejáveis e as indesejáveis que serão investigadas nos futuros candidatos. 3- Análise da requisição de empregado: consiste na verificação dos dados contidos na requisição de pessoal. 4- Análise do cargo no mercado: quando se tratar de algum cargo novo, sobre o qual a organização ainda não tem nenhuma definição. 5- Hipótese de trabalho: uma previsão aproximada do conteúdo do cargo e seus requisitos e características necessárias. Essa técnica deve ser usada quando as anteriores não estejam disponíveis. As informações recebidas são transformadas em uma ficha profissiográfica, que pode ser definida como uma ficha de análise dos componentes de trabalho, com o objetivo de determinar as condições necessárias a um desempenho adequado na função. Para que se possa compreender a Ficha Profissiográfica, segue um exemplo abaixo: EMPRESA: UNAR CARGO: Auxiliar administrativo SETOR: Recursos Humanos DESCRIÇÃO DO CARGO: Executar serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e logística; atender fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações sobre produtos e serviços; tratar de documentos variados, cumprindo todo o procedimento necessário referente aos mesmos; preparar relatórios e planilhas; executar serviços gerais de escritório. Critérios de Seleção Escolaridade: 2º Grau completo Experiência Profissional: experiência em escritório e em contratação de pessoal Características Psicológicas: dinamismo, flexibilidade, rapidez de raciocínio Características Físicas: nada a considerar Relacionamento Humano: facilidade para lidar com pessoas, boa comunicação Conhecimentos Necessários: conhecimentos em informática Provas ou Testes a Serem Aplicados: prova prática de conhecimentos de informática Obtidas as informações acerca do cargo e das características que deve possuir seu ocupante, delineada a ficha profissiográfica, o passo seguinte é a escolha das técnicas de seleção mais adequadas ao caso ou situação. As técnicas de seleção serão abordadas na próxima unidade. UNIDADE 08 – COMPREENDENDO AS PRINCIPAIS TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE PESSOAS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE OBJETIVOS: Conhecer as técnicas utilizadas no processo de seleção; Descrever essas técnicas; Compreender a aplicabilidade das técnicas de seleção ESTUDANDO E REFLETINDO As técnicas de seleção servem para possibilitar a identificação das características pessoais de cada candidato, através de amostras de seu comportamento. Existe uma diversidade de técnicas utilizadas que vão variar dependendo do cargo a ser preenchido no processo seletivo. Podemos identificá-las como: 1) Entrevistas A técnica de entrevistas pode ser classificada como Entrevista de Seleção ou Entrevista por Competências. A Entrevista de Seleção constitui a técnica de seleção mais utilizada, com inúmeras aplicações nas organizações. Ela pode ser utilizada na triagem inicial dos candidatos no recrutamento, como entrevista pessoal inicial da seleção, entrevista técnica para avaliar conhecimentos técnicos e especializados, entrevista de aconselhamento e orientação profissional no serviço social, entrevista de avaliação de desempenho ou entrevista de desligamento, na saída dos empregados que se demitem ou são demitidos das empresas. A entrevista de seleção é um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre si e no qual uma das partes está interessada em conhecer melhor a outra. De um lado, o entrevistador, e de outro lado, o entrevistado ou candidato. O entrevistado se assemelha a uma caixa preta a ser desvendada. Entrevistar é, provavelmente, o método mais utilizado em seleção de pessoal. A Entrevistapor Competências avalia, por meio de testes psicológicos, questionários, entrevistas pessoais e dinâmicas de grupo, características invisíveis do profissional - aquelas que não aparecem no currículo e que, muitas vezes, nem a própria pessoa sabe que possui. O primeiro passo para implantar esse tipo de entrevista dentro do ambiente organizacional é a construção de um Mapeamento de Competências, isto é, o Perfil de Competências (PC) do cargo ou função. Caso o perfil já exista, deverá ser atualizado, consultando a área requisitante, clientes internos, podendo com isso descrever um perfil consistente, atual e detalhado, chegando às competências imprescindíveis para o cargo, através de indicadores de competências. Tal entrevista procura investigar comportamentos passados, partindo do princípio que, ao ser submetido a uma mesma situação, a tendência é demonstrar o comportamento idêntico. Abaixo é possível identificar um exemplo de perguntas utilizadas nesse tipo de entrevista: 2) Provas de conhecimentos gerais e/ou específicos São instrumentos que servem para avaliar o nível de conhecimentos gerais ou específicos dos candidatos exigidos pelo cargo a ser preenchido. Criatividade "Fale sobre uma situação imprevista que você já teve de administrar" e "Cite uma situação em que você teve de solucionar um problema sem ter muitos recursos à mão". "iniciativa": "Relate alguma mudança que você planejou implementar no seu trabalho, mas para o que não obteve permissão da chefia" ou "Descreva uma situação em que você assumiu a responsabilidade por uma tarefa que não fazia parte de suas atribuições normais". Procuram medir o grau de capacidade ou a habilidade para certas atividades ou tarefas, aplicados para testar os conhecimentos em informática, contabilidade, cálculos, redação ou ainda línguas estrangeiras. Há uma enorme variedade de provas de conhecimentos e capacidades, daí a necessidade de classificá-las conjuntamente quanto à forma de aplicação, abrangência e organização. QUANTO À FORMA DE APLICAÇÃO, AS PROVAS PODEM SER: QUANTO A FORMA DE ABRANGÊNCIA, AS PROVAS PODEM SER: QUANTO A FORMA DE ORGANIZAÇÃO, AS PROVAS PODEM SER: ORAIS – são provas aplicadas verbalmente, por meio de perguntas e respostas orais. ESCRITAS – são feitas por meio de perguntas e respostas escritas. REALIZAÇÃO – são aplicadas por meio da realização de alguma tarefa ou trabalho, de maneira uniforme e com tempo uniforme, como por exemplo, uma prova de digitação, desenho, manobra de um veículo. GERAIS – avaliam noções de cultura geral ou aspectos genéricos do conhecimento. ESPECÍFICAS – avaliam conhecimentos técnicos e específicos diretamente relacionados ao cargo que se pretende preencher, como conhecimentos de química, informática, contabilidade. TRADICIONAIS – são as provas do tipo dissertativo e expositivo. Não exigem planejamento e podem ser improvisadas. Abrangem um número menor de perguntas pelo fato de exigir respostas longas e explicativas. Sua avaliação é demorada e subjetiva, exigindo o trabalho de um especialista no assunto. OBJETIVAS – são planejadas e estruturadas na forma de testes objetivos. Sua aplicação é rápida e fácil. Permite medir extensão e abrangência dos conhecimentos. As provas objetivas são geralmente denominadas testes, pois transformam as questões em itens testes. 3) Dinâmicas de grupo Wernikoff (2011) define dinâmica de grupo como “qualquer situação em que você reúne pessoas para uma atividade conjunta, com um objetivo específico, caracteriza uma dinâmica”. A dinâmica é a atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho em que se perceba, por exemplo, como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação, o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível de frustração, se aceita bem o fato de não ter sua ideia levada em conta. Além disso, os selecionadores usam essa técnica para descobrir e avaliar como o grupo se comporta em relação a cada componente. A dinâmica de grupo em seleção sempre tem como objetivo observar o comportamento na situação de coletividade e na maneira de ser do indivíduo. Dinâmica de grupo é um instrumento de aproximação de interesses. Para as organizações, não adianta só buscar o melhor profissional do mercado, mas também aquele que se adapta às suas necessidades. Para os profissionais, funciona do mesmo jeito. É preciso haver sintonia. Segundo Wernikoff (2011), as dinâmicas de grupo são divididas em quatro etapas: Apresentação Pode ser feita só oralmente, quando cada participante fará uma pequena descrição de sua vida pessoal e profissional. Pode ser também uma apresentação mais dinâmica, na qual os candidatos recebem cartolina, jornais, revistas, tesoura, cola, canetas. O objetivo é fazer com que cada um se defina usando esses recursos. É permitido escrever, desenhar, colocar recortes de revistas, colar ilustrações. Serve para "quebrar o gelo" e fazer com que todos se conheçam. Aquecimento Essa fase pode ser a primeira ou a segunda. O aquecimento serve para quebrar o gelo ou desacelerar a equipe. Um exemplo é o jogo da batata quente. Cada pessoa, ao receber a bola, precisa terminar a frase dita pelo condutor da dinâmica. "Eu gosto de ...", "Me tira o sono...", "O que me entristece é...","Às vezes eu me sinto como...". Atividade Principal Pode ser subdividida em três tipos: Execução ou Realização - construção de um produto ou um projeto, como uma campanha de marketing, por exemplo. Nesse caso, propõe-se aos candidatos que criem um produto inovador, apresentando viabilidade de custo, estratégia de marketing, tempo de retorno e público-alvo. Com isso, verifica-se criatividade, jogo de cintura, dinamismo, clareza de idéias, conhecimento do mercado, visão, comportamento em relação ao grupo, sintonia, e o principal, de que forma cada integrante contribui para isso. Comunicação - é sempre baseado em debates ou histórias. O grupo é dividido em duas partes, depois é apresentado um tema da atualidade (geralmente polêmico) sobre o qual os participantes discutirão para desenvolver argumentação pertinente. Avalia-se capacidade de argumentação, conhecimento do assunto, poder de negociação, relacionamento interpessoal, facilidade de expor idéias, maturidade e nível cultural. Situacional - pode ser feito verbalmente ou através da aplicação de questionários. Diante da apresentação de uma situação relacionada a problemas cotidianos das empresas, cada participante deve apontar possíveis soluções. O grupo pode ser dividido em duas equipes e, então, cada uma apresenta suas soluções. O objetivo é checar capacidade de compreensão, de síntese, liderança, habilidade analítica, aceitação do que foi exposto pelo grupo oponente, poder de negociação, coesão do grupo e maturidade. Outro exemplo: diante de uma situação em que um barco está afundando, lança-se a pergunta: quem você salvaria? O facilitador demonstra o perfil de cada um dos ocupantes do barco e cada um faz sua escolha. Esse tipo de dinâmica vai identificar os valores (econômico, religioso, humano) e se você é uma pessoa mais sonhadora, prática, organizada ou desregrada. Resgate Alguns profissionais de Recursos Humanos têm utilizado essa técnica para saber o que os candidatos acharam das atividades. Ouvem suas opiniões e argumentam dentro daquilo que é possível revelar. Também é conhecida como feedback. 4) Testes projetivos e psicométricos Os testes são instrumentos de uso exclusivo de psicólogos, porém atualmente já encontramos instrumentos que podem substituir um teste projetivo ou psicométrico e ser utilizado por um profissional da área de RH. Segundo Chiavenatto (1999), os testes projetivos ou de personalidade mostram certos aspectos das características superficiais das pessoas, como asdeterminadas pelo caráter e as determinadas pelo temperamento (traços inatos). São denominados psicodiagnósticos quando revelam traços gerais de personalidade; são os testes de expressão corporal, como, PMK e os testes projetivos, como o Teste de Apercepção Temática (TAT), o teste da árvore de Koch, entre outros. Já os testes psicométricos, segundo Chiavenatto (1999, p. 95), são: (...) utilizados como uma medida de desempenho e se baseiam em amostras estatísticas de comparação, sendo aplicados sob condições padronizadas. Focalizam principalmente as aptidões, com a finalidade de prever o comportamento individual em determinadas formas de trabalho (CHIAVENATTO, 1999, p. 95). UNIDADE 09 – O QUE É UM PLANO DE CARREIRA? CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE OBJETIVOS: Conceituar Plano de carreira; Compreender a importância para o desenvolvimento organizacional. Nesta unidade trabalharemos o conceito de plano de carreira ESTUDANDO E REFLETINDO “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.” Peter Drucker Para uma empresa ou organização crescer e desenvolver seu capital deve se reportar sempre às pessoas que compõem o seu quadro de colaboradores, visto que depende deles o sucesso ou o fracasso de uma instituição. A valorização e o desenvolvimento de pessoas nas organizações modernas são fundamentais para a manutenção e/ou ampliação de seu diferencial competitivo. Fundamentais porque as organizações estão cada vez mais pressionadas tanto pelo ambiente externo quanto pelas pessoas com as quais mantêm relações de trabalho, para investir no desenvolvimento humano. As empresas têm percebido a necessidade de estimular e apoiar o contínuo desenvolvimento das pessoas, como forma de manter suas necessidades competitivas. Ao mesmo tempo, as pessoas buscam seu contínuo desenvolvimento para obter maior segurança quanto à sua inserção e manutenção no mercado de trabalho. De acordo com DUTRA (2009), “o grande desafio está em orientar esse desenvolvimento em um ambiente tão volátil como o que vivemos e provavelmente viveremos amanhã. Para enfrentar esse desafio, temos que encontrar referenciais estáveis para balizar o desenvolvimento das pessoas e da empresa.” Quando falamos em desenvolver pessoas, nos referenciamos a três principais conceitos: Complexidade, Competência e Carreira. Complexidade, pois as tendências de mercado nos levam a crer que os processos envolvendo pessoas estão cada vez mais complexos, exigindo de cada um competências específicas. Por competência, podemos compreender a capacidade de entrega. Pode-se dizer que uma pessoa é competente, quando, com suas capacidades, consegue entregar e agregar valor para a empresa, para ela própria e para o meio onde vive. Ao definir o que uma pessoa deve se entregar para a empresa, estamos dando foco ao desenvolvimento. Para compreender a relação de carreira com desenvolvimento, devemos saber que as empresas têm necessidades diferentes de entrega que variam de acordo com as atividades desenvolvidas, funções, tipo de negócios. Para que se consiga definir essas necessidades de entrega, as empresas lançam mão do conceito carreira. DUTRA (2009) assim define: “Carreira não deve ser entendida como um caminho rígido a ser seguido pela pessoa, mas como uma sequência de posições e de trabalhos realizados pela pessoa.” Seguindo o pensamento de DUTRA, podemos então entender Plano de Carreira como possibilidade de desenvolvimento profissional, visando crescimento na empresa, ou seja, oportunidades fornecidas pela organização. Nelson Moschetti, diretor da empresa RH consultores, refere-se a Plano de Carreira como: “Todo o esforço, por maior que seja, não elimina a parte que nos cabe, por sermos responsáveis pela nossa carreira. Como consequência, isto nos remete a uma postura pró- ativa cujo significado é: não posso ficar esperando que a empresa me ofereça condições ideais de desenvolvimento profissional e nem utilizar este argumento como justificativa. Afinal, sou dono de meu próprio destino.” Competência é um tema que será abordado em unidades posteriores PONTES (2006) define Plano de Carreira como “um instrumento que define as trajetórias de carreira existentes na empresa.” Ele comenta ainda que é possível desenvolver essas trajetórias de maneiras diversificadas. Uma dessas maneiras é o Planejamento de Carreira. Planejamento de Carreira deve ser compreendido como um complemento do Plano de Carreira, pois o segundo é definido como o estabelecimento do plano de desenvolvimento individual dos colaboradores, podendo a organização contribuir nesse processo. BUSCANDO CONHECIMENTO Segundo PONTES (2006), existem alguns conceitos fundamentais para a compreensão do processo de desenvolvimento pessoal. Entre eles, estão: Trajetória de Carreira, Segmento de Carreira, Carreira Individual, Plano de Desenvolvimento Individual e Planejamento de Carreira. - Trajetória de Carreira pode ser definida como sucessão de cargos que exigem requisitos crescentes. A trajetória pode ser subdividida em: a) Linha de especialização b) Linha generalista c) Linha Hierárquica d) Trajetória de carreira em Y (Estes conceitos serão exemplificados e explicados nos próximos tópicos desta unidade) - Segmento de carreira é definido como a configuração do cargo de forma ampla dispostos em níveis crescentes de complexidade. -Carreira individual pode ser definida como sucessão de cargos ocupados por um indivíduo em sua trajetória profissional. - Plano de desenvolvimento individual é o objetivo de desenvolvimento futuro do profissional e o acompanhamento constante desse objetivo. Refere-se ainda ao aprendizado atual com as experiências profissionais do indivíduo que possam melhorar as competências para atingir o objetivo de desenvolvimento. -Planejamento de carreira é o estabelecimento de plano de desenvolvimento individual com os funcionários. Ao desenhar um plano de carreiras, devem-se levar em conta duas estruturas. A primeira é referente ao processo em que os cargos compõem a Trajetória das Carreiras e a segunda é através de cargos amplos que irão se constituir em Segmento de Carreira. A estrutura de carreira, através de cargos (trajetória de carreiras), advém do plano de cargos e salários, na qual o colaborador tem sua evolução dentro da empresa, através do exercício crescente de cargos, conforme hierarquização preestabelecida. Geralmente nesse processo o colaborador é avaliado em seu desempenho para que se possam estabelecer graus de evolução. Avaliação de Desempenho é assunto de unidades posteriores. No quadro abaixo, é possível visualizar um exemplo referente à estrutura supracitada. CARGOS GRAUS ....... 5 6 7 8 9 10 11 ......... Auxiliar de Pessoal I X Auxiliar de Pessoal II X Analista de RH I X Analista de RH II X Gerente de RH X PONTES (2006) afirma que o foco principal do segmento de carreira é o desenvolvimento de pessoas, uma vez que os cargos são descritos por competências. Nesse processo, o importante é a capacitação do colaborador. O segmento de carreira é composto de níveis de exigência de escolaridade, conhecimentos, habilidades e experiência. Segundo PONTES (2006, p.344): O que diferencia essa estrutura da anterior é que a definição de cada nível não é por atividade, mas, sim, por requisitos calcados na qualificação ou maturidade, ou seja, na competência do colaborador – não é o que ele faz, mas sim o que ele é capaz de fazer (PONTES, 2006, p. 344). Plano de cargos e salários é tema da próxima unidade. Podem-se desenvolver as duas estruturas por vários tipos: Linha hierárquica em Y, linha de especialização, linha de polivalência, linha generalista e linha
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