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AO EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO – RJ ALBERTO SANTOS, nacionalidade xxxx, estado civil xxx, profissão xxxx, portador do CPF/MF nº xxxx, com Documento de Identidade de nº xxxx, residente e domiciliado na Rua xxxx, nº xxx, bairro xxxx, CEP: xxx, CIDADE/UF xxx, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, propor: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS em face de LINHAS AÉREAS EUROPA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ XXXXXXXXXXX, com sede à Rua: XXXXXX, nº XXXXX, Bairro XXXXXX, na cidade de Rio de Janeiro – RJ, CEP: XXXXXXX, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: I. DOS FATOS O autor adquiriu da empresa ré uma passagem de saída da cidade do Rio de Janeiro destino à Portugal para participar de um curso de especialização com duração de dois meses. A viagem estava programada para acontecer com chegada a Portugal com dois dias de antecedência para o início do curso, sendo planejada com antecedência para não haver imprevistos e para que houvesse tempo de descanso da viagem, uma vez que Alberto participaria de uma prova da especialização para avaliar conhecimentos dos alunos participantes do curso. No dia da viagem, o autor estava no aeroporto para embarque conforme horário que constava no bilhete, ocorre que por circunstancias alheias o voo veio a atrasar, após esperar por mais de 06 horas no aeroporto sem assistência, um longo tempo de espera, a empresa aérea, que é ré, encaminhou Alberto a um hotel, após o voo ser cancelado. O voo de Alberto que foi cancelado por falhas da companhia aérea só veio a decolar após 48 horas de atraso, ocasionando a chegada do autor a Portugal dois dias após data planejado de chegar ao destino, ocasionalmente, devido o atraso, Alberto chegou ao destino atrasado, sem possibilidades de descanso para a realização da prova, sua ausência ao referido teste ocasionaria sua desistência do curso. II. DO DIREITO Diante do exposto, é notório e indiscutível a má prestação de serviço pela empresa Ré, seja pelo atraso do voo ocasionando seu cancelamento, seja pela falta de informações claras dadas ao autor, que somente veio a embarcar para a cidade de destino após 48 horas de atraso. Prevalece no caso uma relação consumerista, na qual se aplica as normas do CDC. Dessa forma, sabendo que nos termos do art. 14 da Lei 8078/91, a responsabilidade da ré, que é fornecedora dos serviços, pela má https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 prestação do serviço, transporte aéreo, é objetiva, baseada na teoria do risco da atividade. Salienta-se que não prestou os serviços conforme, evidenciando o dever de indenizar o autor pelos danos sofridos. Os danos morais sofridos pelo autor, demostrado de forma clara, são verificados no caso de Alberto ter que aguardar por 48 horas para seguir viagem, aguardando solução por parte da empresa ré, visto que o problema teve por ela a causa da espera. Há de se acrescentar que a vítima após planejar sua ida a Portugal com dois dias de antecedência acabou chegando atrasado ao destino, sem ter tempo para descansar e ter que ser submetido a uma avaliação, evidenciando nítido prejuízo ao autor, que, devido ao atraso, quase ocasionou seu desligamento do curso, sendo que a não realização da prova ocasionaria desistência. Resta clara o dano moral sofrido pelo autor, pois o medo e agonia pela incerteza se chegaria a tempo ao seu destino, do medo de ser desligado do curso que teria planejado com antecedência, toda a situação, configura de forma clara a ocorrência do dano moral. Em casos semelhantes à justiça brasileira, é unânime pela responsabilização civil das Companhias Aéreas pelos atrasos ocorridos em seus voos. Vejamos: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - ATRASO DE VOO - DANOS MORAIS CARACTERIZADOS - QUANTUM INDENIZATÓRIO - PARÂMETROS - PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. O atraso de voo que enseja longo tempo de espera, sem a prestação de assistência material ao passageiro, implica na responsabilização do fornecedor de serviços pela reparação dos danos materiais e morais. Ao arbitrar o quantum devido a título de danos morais, deve o Julgador se atentar para o caráter dúplice da indenização (punitivo e compensatório), bem como às circunstâncias do caso concreto, sem perder de vista os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e da vedação ao enriquecimento sem causa. (TJ-MG - AC: 10000205760069001 MG, Relator: Mônica Libânio, Data de Julgamento: 03/02/2021, Câmaras Cíveis / 11ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 04/02/2021) Também decide no mesmo sentido, o Tribunal de Justiça de São Paulo: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS – ATRASO DE VOO INTERNACIONAL – PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA – REJEIÇÃO - A Oceanair pertence ao mesmo grupo econômico da Avianca - Bilhete no qual consta que a operação será realizada pela Avianca – Não é possível ao consumidor fazer qualquer distinção entre as duas empresas áreas, sendo certo que, embora possuam pessoas jurídicas distintas, as empresas confundem-se entre si, sendo impossível tal diferenciação ao consumidor - Preliminar rejeitada. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – ATRASO DE VOO NACIONAL – PROCEDÊNCIA – PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – DESCABIMENTO – Não tendo a empresa ré comprovado a presença de justificativa plausível para o atraso de quase 16 horas na chegada do voo ao destino almejado pelo autor, somado à ausência de comprovação de ter prestado a ré ao requerente informações e assistência adequada no ínterim entre a hora prevista para o embarque e o efetivo momento em que isso ocorreu, era mesmo de rigor a condenação da companhia aérea ré ao pagamento de indenização por danos morais em decorrência dos transtornos experimentado. Recurso desprovido, nessa parte. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – ATRASO DE VOO NACIONAL – PROCEDÊNCIA – PRETENSÃO DE REDUÇÃO DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - DESCABIMENTO – Indenização fixada em R$ 5.000,00 que é parcimoniosa para compensar os transtornos experimentados pelo autor no episódio, quantia condizente com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e que não representa enriquecimento ilícito – Sentença mantida – Recurso desprovido, nessa parte. (TJ-SP - AC: 10197820920198260002 SP 1019782-09.2019.8.26.0002, Relator: Walter Fonseca, Data de Julgamento: 09/06/2020, 11ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 09/06/2020) III. DO PEDIDO Diante de todo o exposto requer a Vossa Excelência: 1) A CITAÇÃO da Ré para comparecer à audiência de conciliação designada, ciente da possibilidade de sua imediata convolação em audiência de instrução e julgamento, oportunidade em que poderá apresentar defesa nos termos da lei; sob pena de sofrer os efeitos da revelia. 2) A CONDENAÇÃO DA RÉ a pagar ao Autor a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a títulos de danos morais; acrescido de juros moratórios e correção monetária, fluindo desde o evento danoso. 3) A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII da lei 8078/90, CDC. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente provas documentais. Dá à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607335/inciso-viii-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/código-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 Termos em que, Pede Deferimento. Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2021. ADVOGADO xxxx OAB Nº xxx
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