Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vinicius José Perri Dias Farmacologia Geral Atuação do SNA nos brônquios ⇒ Lembrando o que é o sistema nervoso autônomo: São nervos eferentes, que migram do sistema nervoso central para a periferia, levando impulsos nervosos a vísceras e órgãos, o sistema é denominado autônomo pois trabalha sozinho, independente de nossa vontade, e sua função é regular a atividade visceral e dos órgãos de acordo com a necessidade do organismo. O sistema nervoso autônomo recebe duas subclassificações: simpático e parassimpático. ⇒ Lembrando como são formados os nervos eferentes autônomos e como eles se comunicam com as vísceras: ● Tanto no nervo simpático quanto no parassimpático temos dois neurônios, o pré-ganglionar e o pós-ganglionar. Na extensão de ambos os nervos existe o gânglio, que é a região onde o neurônio pré-ganglionar transmite o impulso nervoso para o neurônio pós-ganglionar. ○ Nos nervos simpáticos, os gânglios estão mais próximos da medula espinhal ○ Nos nervos parassimpáticos, os gânglios estão mais próximos ou mesmo dentro das vísceras ● Devemos lembrar que as terminações nervosas dos neurônios pré e pós não estão conectadas, sendo assim, o impulso nervoso é transmitido através de um neurotransmissor, a acetilcolina, que se liga ao receptor nicotínico na membrana do neurônio pós-ganglionar. ⇒ E como funciona nos brônquios: ● Simpático: A terminação nervosa do simpático libera norepinefrina, que liga-se ao receptor ẞ₂ adrenérgico, permitindo assim relaxamento da musculatura lisa brônquica (broncodilatação), permitindo que o indivíduo ventile melhor. Nas crises asmáticas, há tendência a inflamação e acúmulo de secreção na luz dos brônquios, fazendo com que o paciente comece a hiperventilar, nesses casos administra-se um fármaco agonista adrenérgico que mimetiza a norepinefrina. ● Parassimpático: A terminação nervosa do parassimpático libera acetilcolina, que liga-se ao receptor M₃ (muscarínico), causando broncoconstrição e aumento na secreção de muco por parte das glândulas da região. Vale ressaltar que esse papel da acetilcolina não é ruim em indivíduos normais, já que é ela a responsável pelo tônus muscular dos brônquios, auxiliando sua sustentação, além disso a produção moderada de muco é necessária para que partículas estranhas não cheguem aos pulmões. Entretanto, em pacientes asmáticos, mediadores inflamatórios potencializam a ação da acetilcolina causa exacerbação da crise asmática, nesses casos utiliza-se um antagonista colinérgico. ⇒ Quanto aos receptores: ● Tanto o receptor ẞ₂ quanto o receptor M₃ são receptores acoplados à proteína G. A proteína G é constituída por três subunidades: α, β e γ. Quando a subunidade α está acoplada à proteína G, o GDP deixa a proteína inativa. Quando um neurotransmissor se liga ao receptor, o inibidor GDP “solta” a proteína G, dando lugar ao ativador GTP, então formam-se dois complexos (βγ e α). O complexo α se movimenta através da membrana até encostar em uma enzima (adenilil-ciclase ou fosfolipase C), ativando-a para que ocorra a formação de segundos mensageiros. ● Devemos nos lembrar que existem diferentes tipos de proteínas G: ○ Gs: A subunidade α ativa a enzima adenilil-ciclase, que quebra ATP e forma AMPc ○ Gq: A subunidade α ativa a enzima fosfolipase C, que quebra PIP₂ em IP₃ e DAG ○ Gi: A subunidade α inibe a enzima adenilil-ciclase, impedindo que o receptor reaja ao sinal ○ Go: A subunidade βγ é que se movimenta pela membrana e ativa uma proteína de canal, permitindo a passagem de íons. ⇒ Como funciona a interação neurotransmissor-receptor nos brônquios: ● Noradrenalina-β₂: Quando a noradrenalina liga-se aos receptores β₂ presentes na musculatura lisa brônquica, a proteína Gs é ativada, ativando a enzima adenilil-ciclase, que quebra ATP e forma AMPc. O AMPc atua sobre as fibras musculares brônquicas e permite o relaxamento, causando a broncodilatação. A noradrenalina também se liga aos receptores β₂ presentes nas glândulas da região, diminuindo a secreção de muco. ● Acetilcolina-M₃: A acetilcolina liga-se aos receptores M₃ presentes na musculatura lisa brônquica, com isso, a proteína Gq é ativada, ativando a fosfolipase C, que quebra PIP₂ em IP₃ e DAG. O IP₃ aumenta a liberação de cálcio pelo retículo endoplasmático, de forma a ativar proteínas quinases, e o DAG (que fica na membrana), também ativa proteínas quinases. Essas proteínas quinases fosforilam proteínas e organelas, causando constrição das fibras musculares brônquicas e aumento da secreção de muco por parte das glândulas.
Compartilhar