Buscar

AULA 06 - SENTENÇA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNICATHEDRAL
Curso de direito
2021/1
Direito processual penal
I BIMESTRE
Unidade ii – SENTENÇA
Aula 06
Humberto Alves do Nascimento
SENTENÇA
NATUREZA JURÍDICA:
	A sentença é uma manifestação INTELECTUAL LÓGICA e FORMAL – emitida pelo Estado por meio de seus órgãos jurisdicionais (Estado-juiz) – com a finalidade de encerrar um conflito de interesses, qualificado por uma pretensão resistida (lide) – mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso concreto.
Obs – DECISÃO DE 1ºGRAU – OU INSTÂNCIA – OU JUÍZO DE PISO – pois as decisões de Tribunais – denomina-se ACÓRDÃO.
 
SENTENÇA
Na sentença consuma-se a função jurisdicional, aplicando-se a lei ao caso concreto controvertido, com a finalidade de extinguir juridicamente a controvérsia.
Desde que haja uma relação jurídica processual – na plenitude de seus efeitos – já nasce para o Estado o poder-dever de prestar a tutela jurídica (ou a entrega da jurisdição)
	
CLASSIFICAÇÃO DAS DECISÕES AS SENTENÇAS EM SENTIDO AMPLO (decisões) DIVIDEM-SE EM
INTERLOCUTÓRIAS SIMPLES
Solucionam questões: regularidade ou marcha processual – ex. recebimento da denúncia - prisões
INTERLOCUTÓRIAS MISTAS Decisões com força de definitiva – finda uma etapa ou a própria relação sem julgar mérito
INTERLOCUTÓRIAS MISTAS NÃO TERMINATIVAS – findam uma fase processo - pronúncia
INTERLOCUTÓRIA MISTAS TERMINATIVAS – findam o processo sem julgar o mérito
SENTENÇA
CONCEITO DE SENTENÇA EM SENTIDO ESTRITO (ou sentido próprio):
É a decisão definitiva que o juiz profere solucionando a causa. É o ato pelo qual o juiz encerra o processo no primeiro grau de jurisdição, bem como o seu respectivo ofício;
CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS EM SENTIDO ESTRITO
CONDENATÓRIAS
Julgam PROCEDENTES – parcial ou total – a pretensão punitiva
ABSOLUTÓRIASNão acolhem o pedido de condenação
PRÓPRIAS
IMPRÓPRIAS
Absolvem mais não impõe nenhuma medida ao réu
Absolvem mas reconhecem o crime e impõem medida de segurança ao réu
TERMINATIVAS DE MÉRITO
Julga o mérito – não condena nem abolve – declara a extinção da punibilidade
ÓRGÃO PROLATOR DAS SENTENÇAS
SIMPLES
COMPLEXOS
PLÚRIMOS
Emitido por uma pessoa – juízo singular ou monocrático
Órgãos colegiados homogêneos – câmaras dos tribunais – Acórdãos
Mais de um órgão – jurados e juiz
REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
É também conhecido como requisitos intrínsecos da sentença – ESTRUTURAL.
1 – RELATÓRIO (art. 381 – I, CPP): ou exposição ou histórica:
É um resumo histórico do que ocorreu nos autos, de sua marcha processual.
Pontes de Miranda o determinou como “história relevante do processo” – o magistrado deve, então, aludir expressamente aos incidentes e à solução dada às questões intercorrentes nos autos.
REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
EXCEÇÃO AO ART. 381. II DO CPP – a dispensa do relatório nas ações de competência do Juizado Especial Criminal (art. 81, §3º da Lei 9.099/95);
2 – MOTIVAÇÃO ou FUNDAMENTAÇÃO (ART. 381, III, CPP): 
Requisito que obriga o juiz a indicar os motivos de fato e de direito que o levaram a tomar a decisão.
Garantia constitucional – art. 93, IX, CF – as decisões dos órgãos do Poder Judiciário são públicas e FUNDAMENTADAS todas as decisões – sob pena de NULIDADE.
REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
Além disso, o juiz deve apreciar todas as matérias levantadas pela acusação e pela defesa - sob pena, também de NULIDADE;
Assim, reveste-se de nulidade o ato decisório que, descumprindo o mandamento constitucional que impõe a qualquer juiz ou tribunal o dever de motivar a sentença ou acórdão, deixa de examinar fundamento relevante em que se apoia a acusação ou defesa técnica do acusado (STF, 1ª Turma – HC- 74.073);
É bom lembrar que o juiz sentenciante não precisa transcrever toda a argumentação das partes, mas que – apenas suscintamente exponha os fatos para não causar prejuízo à elas.
REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
OBS – FUNDAMENTAÇÃO PER RELAZIONE – é aquela que o juiz ou tribunal adota como suas as razões de decidir ou de argumentar de OUTRA DECISÃO JUDICIAL ou de alguma manifestação da parte ou do Ministério Público, enquanto custos legis.
Ex. “O Tribunal de Justiça de São Paulo nega provimento ao apelo do réu, mantendo a r. sentença condenatória, pelos seus próprios fundamentos, os quais são adotados neste acórdão como razão de decidir, sem necessidade de qualquer acréscimo.”
Capez entende que deve ser evitado, mas não é causa de nulificação da sentença ou acórdão.
REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
3 – CONCLUSÃO OU DISPOSITIVO – ART. 381, V, CPP :
É A DECISÃO PROPRIAMENTE DITA – é no dispositivo que surge a DECISÃO judicial – o julgamento ou a entrega da jurisdição – PUNINDO OU ABSOLVENDO o acusado.
Obs: É DELE QUE SE RECORRE!
OBS – nula é a sentença em que o juiz deixa de apreciar toda a matéria articulada nos autos (acusação e defesa) – também nula a sentença se o juiz não citar os artigos de lei – arts. 381, V e 564, III, todos do CPP;
SENTENÇA SUICIDA
A denominação é dada por alguns juristas italianos – a sentença suicida é assim considerada aquela em que o dispositivo contraria as razões invocadas na fundamentação;
Tais sentenças, ou são nulas, ou sujeitas a EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 382 CPP), para a correção dos erros in judicando – recurso que será analisado ulteriormente;
EFEITOS DA SENTENÇA
Com a sentença – esgota-se o PODER JURISDICIONAL do magistrado que a prolatou – isso quer dizer que A JURISDIÇÃO FOI ENTREGUE AO JURISDICIONADO; 
Portanto, não cabe ao juiz praticar nenhum ato jurisdicional a não ser corrigir erros materiais – art. 382 do CPP; 
Isso significa que o juiz não pode mais mudar a sua decisão – EXCEÇÃO – dos Embargos Declaratórios com efeitos infringentes – que será analisado ulteriormente.
EFEITOS DA SENTENÇA
A saída do juiz da relação processual é OBRIGATÓRIA – pois, uma vez transitada em julgado a decisão – A RELAÇÃO PROCESSUAL SE EXTINGUE – No entanto – se houver recurso – outro órgão do Poder Judiciário entra na relação processual – sai o juiz A QUO e entra o TRIBUNAL AD QUEM;
Uma vez prolatada a sentença – cria um impedimento ao magistrado que a prolatou – art. 252 CPP - 
EFEITOS DA SENTENÇA
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO: 
É uma garantia do DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO – cuja inobservância pelo juiz – acarreta NULIDADE da decisão;
Significa dizer que deve haver um NEXO entre o FATO descrito na DENÚNCIA ou QUEIXA e o FATO pelo qual o acusado é CONDENADO;
Isso quer dizer que o juiz não pode julgar EXTRA PETITA – não pode o juiz desvincular-se da INICIAL ACUSATÓRIA – condenar o acusado por fato que não foi objeto da acusação, ou que não foi acusado;
EFEITOS DA SENTENÇA
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO (cont...): 
OBS – no Direito Penal – vigem os princípios do jura novit curia – o juiz conhece o direito – e o narra mihi factum dabo tibi jus – dá-me os fatos que te darei o direito - isso quer dizer que o ACUSADO não se defende da capitulação dada aos fatos – mas, sim, do próprio FATO narrado pela ACUSAÇÃO;
Isso leva pode levar aos institutos jurídicos da emendatio libelli ou mutatio libelli
EFEITOS DA SENTENÇA
EMENDATIO LIBELLI:
 
O juiz pode dar aos eventos delituosos descritos, explícitos ou implicitamente pelo acusador, classificação jurídica diversa que entender correta – mesmo que, em consequência disso – a pena possa ser mais gravosa – art. 383 do CPP;
A defesa não poderá alegar surpresa – uma vez que a defesa foi dos fatos narrados e não da capitulação inicialmente dada aos fatos;
EFEITOS DA SENTENÇA
EMENDATIO LIBELLI:
 
EXEMPLO – a denúncia narra que o acusado empurrou a vítima e arrebatou-lhe a corrente do pescoço – classificando essa conduta como FURTO – nada impede que na sentença condenatória por ROUBO – sem ofensa ao contraditório, já que o acusado NÃO se defendia de uma imputação por furto – mas da acusação de ter EMPURRADO A VÍTIMA E SUBTRAIR SUA CORRENTE;
EFEITOS DA SENTENÇA
EMENDATIO LIBELLI:
 
O importante, então, é a correta descrição dos fatos – podendo o juiz EMENDAR (emendatio)a ACUSAÇÃO (libelli);
Não existe qualquer limitação dessa regra em segunda instância – salvo se o recurso for exclusivo da defesa – princípio do non reformatio in pejus;
§ 1º do art. 383 - Se – em consequência disso – houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo – aplica-se o disposto na Lei 9.099/95;
EFEITOS DA SENTENÇA
EMENDATIO LIBELLI:
 § 3º - se a competência passar a ser de outro juízo – os autos devem ser remetidos para aquele juízo – exemplo – a competência passa a ser do juizado especial criminal - haverá – inclusive – proposta de transação penal – art. 72 da LJE;
MUTATIO LIBELLI:
Ao contrário da emendatio, a mutatio é o instituto que exige a mudança da descrição fática – ou seja, os fatos devem ser adequados a uma descrição correta – pois o réu irá se defender deles.
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI:
Aqui não ocorre simples emenda na acusação – mediante correção na tipificação legal – mas verdadeira mudança, com alteração da narrativa acusatória;
Logo – implica o surgimento de uma prova nova – desconhecida ao tempo do oferecimento da ação penal;
Exemplo 1: uma mulher é denunciada por homicídio doloso, acusada de matar um recém-nascido qualquer. Durante a instrução, descobre-se que a vítima era seu filho e que a imputada atuou sob o estado puerperal – não contido na denúncia;
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI:
Exemplo 2: uma pessoa foi denunciada por furto. No entanto, durante a instrução, descobre-se que ela estava distribuindo, ainda que gratuitamente, entorpecentes; 
Por certo, nestes casos, não se cuida de mera alteração na classificação do fato, havendo verdadeira modificação do contexto fático.
A ACUSAÇÃO MUDOU, não sendo o caso de apenas corrigir a qualificação jurídica;
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
A) Apesar da ordem legal de audiência UNA (arts. 400; 531 e 411), o CPP prevê algumas possibilidades de cindir a audiência, como nos casos do arts. 403, §3º e 404 – além disso, a existência da MUTATIO LIBELLI é mais uma obrigatoriedade de cisão da audiência UNA (art. 384 e ss do CPP.
B) Dessa forma – encerrada a instrução probatória – se entender cabível – o MP aditará a denúncia oralmente ou por escrito no prazo de 5 dias;
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
C) Não procedendo o MP – o aditamento – aplica-se o art. 28 (remessa ao chefe do MP);
D) Ouvido o defensor – no prazo de 5 dias – admitido o aditamento – o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para a continuação da audiência – com inquirição de testemunhas, novo interrogatório e realização de debates e sentença (julgamento);
E) Cada parte poderá arrolar até 3 testemunhas – no prazo de 5 dias;
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
F) O juiz ficará adstrito aos termos do aditamento – pois o MP é o dominus litis – definindo os termos da acusação;
G) Se desse aditamento houver possibilidade de suspensão do processo – o juiz age de acordo com a lei – se a competência for outra – o juiz envia o processo para tal juízo;
H) Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá seu curso;
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
Desse modo, não é possível, sob pena de nulidade, condenar o acusado por qualquer crime, ou por conduta diversa da descrita na acusação – sem a PROVIDÊNCIA DO ART. 384.
Já se decidiu que não é possível o juiz condenar o acusado por crime doloso por infração culposa, que exige a descrição da modalidade de culpa em sentido estrito (RT, 572/342, 640/387 e 646/313)
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
ESSE PROCEDIMENTO É OBRIGATÓRIO – não pode o juiz, simplesmente absolver o réu ab initio – deve seguir os ditames do art. 384 CPP;
Não se aplica na instância recursal - Súmula 453 do STF – “Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida explícita ou implicitamente na denúncia ou queixa.”
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
Ainda que se refira ao art. 384 e p. ú. Do CPP – aplica-se à nova sistemática processual – tendo em vista que nosso direito processual NÃO ADMITE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA;
O art. 384 – não admite ampliação da denúncia - NÃO PODE HAVER AMPLIAÇÃO DA ACUSAÇÃO – se houver fato novo, novo processo deverá ser iniciado – somente pode existir nova descrição dos fatos; se houver outros fatos, deve ser proposta nova ação penal;
Somente se aplica às AÇÕES PENAIS PÚBLICAS – e – SUBSIDIÁRIAS DAS PÚBLICAS;
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI:
CAPEZ entende que o juiz, nas ações penais públicas, pode condenar o réu, mesmo se MP opinar pela absolvição – art. 385 do CPP;
E – AÍ – PODE???????????????????
O juiz não pode condenar o réu se houver manifestação do Ministério Público com pedido de absolvição. É o que defende o Ministério Público Federal (MPF) no Recurso Especial 1.612.551/RJ, em tramitação no Superior Tribunal de Justiça. Segundo o parecer do subprocurador-geral da República Nivio de Freitas, o artigo 385 do Código de Processo Penal – que abre a possibilidade de condenação mesmo quando o MP pede a absolvição do réu – não foi recepcionado pelo Constituição de 88. 
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: PROCEDIMENTO A SER SEGUIDO:
Nívio também afirma que, ao pedir a absolvição de um réu, o MP não está contrariando o art. 42 do CPP, que estabelece que o MP não pode desistir da ação penal. “Por obrigatoriedade da ação penal não se deve entender um dever impossível de processar todo e qualquer crime, mas a obrigação de oferecer a denúncia, se e quando presentes seus pressupostos e requisitos legais, e não no sentido de levar adiante uma acusação que se revelou infundada, isto é, sem justa causa”. 
EFEITOS DA SENTENÇA
MUTATIO LIBELLI: 
“Quem tiver um juiz por acusador, precisa de Deus como defensor.” (Brocardo jurídico)
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
O Código de Processo Penal, no art. 386, prevê SETE hipóteses de ABSOLVIÇÃO:
A) Incisos II, V e VII - tratam de hipóteses de FALTA DE PROVA – consequências, por exemplo, dão ensejo ao ajuizamento, na esfera cível, de ação de reparação de dano – não possibilita a ação de regresso ao trabalho do funcionário público;
B) Inciso I – inexistência do fato – importante repercussão na esfera cível – impossibilita o ingresso de ação civil ex delito – art. 66 do CPP;
C) Inciso IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal - a mesma coisa
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
O Código de Processo Penal, no art. 386, prevê SETE hipóteses de ABSOLVIÇÃO:
D) Inciso III – fato não constitui crime – nesse caso, nada impede a discussão sobre eventual indenização por perdas e danos no juízo cível – art. 67, III, CPP – o fato pode não ser criminoso, mas pode constituir ilícito civil;
E) Inciso VI – 1ª parte – circunstância que exclua o crime ou isente de pena o réu – Arts. 20, 21,22,23,26 e §1º do art. 28 do CP – embora as excludentes de ilicitude façam coisa julgada no cível – não exclui a responsabilidade de indenizar – quando o prejudicado for inocente.
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
Cabe ao primeiro a obrigação de reparar o dano, mas, enseja o direito de regresso contra o culpado pelo evento danoso .
Por exemplo – para desviar de um pedestre imprudente, o motorista destrói um carro que estava regularmente estacionado – o autor do fato – apesar de se livrar da responsabilidade penal (excludente de ilicitude) – deve indenizar o dono do carro – direito de regresso contra quem causou o evento danoso.
E) Inciso VI – 2ª parte – quando houver fundada dúvida sobre a existência de circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena.
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
OBS – o réu pode apelar da própria sentença absolutória para que se mude o FUNDAMENTO legal de sua absolvição.
Exemplo – é absolvido por insuficiência de provas (aplicou-seo princípio do in dubio pro reo – art. 386, VII) – o INTERESSE RECURSAL É DE RECONHECIMENTO DA INEXISTÊNCIA DO FATO – art. 386, I;
EFEITOS: previstos no art. 386, p. ú., CPP – quais são:
I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;
III – aplicará medida de segurança, se cabível; Súmula 422 do STF;
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA
Transitada a sentença absolutória – deve ser levantada a medida assecuratória consistente no Sequestro (art. 125) e da hipoteca legal (art. 141) – a fiança deve ser restituída (art. 337);
A decisão também impede que se argua a exceção da verdade nos crimes contra a honra (CP – art. 138, §3º, III; e CPP art. 523)
SENTENÇA CONDENATÓRIA
O juiz, ao proferir decisão condenatória, deverá observar o disposto no art. 387 do CPP:
A) Mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal e cuja existência reconhecer;
B) Mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do CP;
C) Aplicará as penas de acordo com essas conclusões;
D) Fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
E) O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta.
Incisos V e VI estão revogados implicitamente pelas reformas processuais;
EFEITOS: são efeitos da sentença condenatória:
A) CERTEZA DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO RESULTANTE DA INFRAÇÃO – nesse caso a sentença é declaratória – a obrigação de reparar surge com o crime não com a sentença;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
B) PERDA DE INSTRUMENTOS OU DO PRODUTO DO CRIME – Art. 91, II, do CP;
C) OUTROS EFEITOS PREVISTOS NO ART. 92 DO CP – perda de cargo ou função pública... (incisos do art. 92);
D) PRISÃO DO RÉU – a prisão será decorrente de sentença condenatória irrecorrível – as dicções dos revogados arts. 594 e 595 do CPP – previam a obrigação de recolhimento à prisão para recorrer – assim – somente se a situação recomendar o réu continua preso (se presentes os requisitos do art. 312) ou pode recorrer em liberdade – art. 413, §3º, do CPP;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
E) LANÇAMENTO DO NOME NO ROL DOS CULPADOS – art. 393, II (revogado expressamente pela Lei 12.403/2011) – por força do art. 5º, LVII, da CF – o lançamento do réu no rol dos culpados jamais poderia ocorrer antes do trânsito em julgado da decisão final;
O ROL DOS CULPADOS EXISTE REALMENTE????
Discussão ............................
SENTENÇA CONDENATÓRIA
PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA
Para que a sentença produza efeitos com relação as partes e terceiros é necessário que a sentença seja publicada – art. 389, 1ª parte.
A publicação da sentença dá-se de duas formas:
Quando é proferida em audiência, ela ter-se-á por publicada no momento em que o juiz a lê;
Quando é proferida fora de audiência, a maioria, considera-se publicada no momento em que é entregue em cartório ao escrivão, e não da assinatura da sentença pelo juiz;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
INALTERABILIDADE OU RETIFICAÇÃO DA SENTENÇA
Com a publicação, o juiz não pode mais alterar a sentença por ele prolatada. Torna-se irretratável – salvo nos casos de embargos declaratórios - omissão, obscuridade, contradição e ambiguidade – ou nos casos de ED com efeitos infringentes;
Correção de pequenos erros materiais também é possível, ante o silêncio da lei, mas o juiz pode, a requerimento da parte ou ex officio;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA – art. 390 a 392 CPP
A intimação da sentença deverá ser feita pessoalmente ao réu por obediência ao princípio da ampla defesa – esteja ele solto ou preso;
O defensor, nos mesmos moldes, deve ser intimado – fluindo o prazo recursal a partir da última intimação efetuada – STF 2ª Turma HC-72.220-2/SC;
O defensor Público deve sempre ser intimado pessoalmente da sentença, por exigência do art. 5º, §5º, da Lei 1.060/50, com redação dada pela Lei 7.871/89;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
O defensor constituído também deve ser intimado pessoalmente, não prevalecendo as regras genéricas dos §§1ºe 2º do art. 370 do CPP;
O Ministério Público deve sempre ser intimado pessoalmente – art. 390 CPP;
DISCUSSÃO DO MOMENTO QUE O PARQUET DÁ-SE POR INTIMADO:
1 – É do momento em que apõe o seu ciente na intimação?
2 – Ou quando é recebido no departamento administrativo do órgão?
O STF, revendo a jurisprudência antes pacificada, mudou o entendimento para a 2ª opção;
SENTENÇA CONDENATÓRIA
RECURSO. PRAZO. TERMO INICIAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. A entrega de processo em setor administrativo do Ministério Público, formalizada a carga pelo servidor, configura intimação direta, pessoal, cabendo tomar a data em que ocorrida como a da ciência da decisão judicial. Imprópria é a prática da colocação do processo em prateleira e a retirada à livre discrição do membro do Ministério Público, oportunidade na qual, de forma juridicamente irrelevante, apõe o “ciente”, com a finalidade de, somente então, considerar-se intimado e em curso o prazo recursal. Nova leitura do arcabouço normativo, revisando-se a jurisprudência predominante e observando-se princípios consagradores da paridade de armas – precedente: Habeas corpus n. 83.255/SP. Pleno, julgado em 5 de novembro de 2003. (STF, 1ª T. HC84.159/SP. rel. Min. Marco Aurélio. j. 18-5-2004. DJ. 6 ago. 2004. p. 42)

Outros materiais