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04.Patologia - Inflamação Aguda

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Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
INTRODUÇÃO A INFLAMAÇÃO 
A inflamação é uma resposta protetora a invasores estranhos e 
tecidos necróticos que envolve células do hospedeiro, vasos 
sanguíneos, proteínas e outros mediadores destinados a eliminar a 
causa inicial da lesão celular, bem como as células e tecidos 
necróticos que resultam da lesão original a iniciar o processo de 
reparo, ou seja, a inflamação possui função fundamental de 
controlar danos e iniciar o processo de reparo e/ou cicatrização e/ou 
regeneração do tecido lesionado. 
▪ Os principais componentes da inflamação são a reação 
vascular e a resposta celular; ambas são ativadas por 
mediadores derivados das proteínas plasmáticas e de 
várias células. 
As pessoas associam a inflamação a ser algo de errado/um 
problema no organismo humano. A inflamação só é realmente um 
problema quando acontece em excesso (forte e/ou prolongada) ou 
quando é inapropriada, ou seja, não deveria acontecer por não ter 
um estímulo real (ex.: em doenças autoimunes). 
▪ Sem a inflamação, as infecções prosseguiriam sem 
controle e as feridas jamais cicatrizariam. 
Tipos de inflamação: 
 
COMPONENTES DA INFLAMAÇÃO 
 
A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos 
pelas células do hospedeiro em resposta a um estimulo nocivo. 
Quando um micróbio penetra no tecido ou o tecido é lesado, a 
presença de infecção ou lesão é percebida por células residentes, 
principalmente macrófagos, mas também por células dendríticas, 
mastócitos e outros tipos celulares. Os mediadores inflamatórios 
também são produzidos a partir das proteínas plasmáticas que 
reagem com os micróbios ou com os tecidos lesados. Alguns desses 
mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos (músculo liso que 
dilata e contrai a parede do vaso, e o endotélio) nas vizinhanças e 
promovem a saída do plasma e o recrutamento dos leucócitos 
circulantes para o local onde agente lesivo está localizado, esses 
leucócitos são ativados e tentam remover o agente lesivo, por 
fagocitose. 
A inflamação não está sempre associada a infecção/ 
contaminação pela presença de patógenos na lesão. 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
A inflamação aguda é uma resposta de início rápido e de curta 
duração que levar células e proteínas plasmáticas para locais de 
lesão. 
A inflamação aguda tem 3 componentes principais associadas ao 
transporte de células e proteínas: 
▪ Alterações vasculares: 
o Alterações do calibre vascular que resulta no aumento do 
fluxo de sangue (vasodilatação), que leva as proteínas e 
células necessárias à inflamação e ao processo de reparo; 
o Alteração na estrutura dos vasos que permitem que as 
proteínas plasmáticas deixem a circulação (aumento da 
permeabilidade vascular). 
▪ Eventos celulares: Emigração dos leucócitos (neutrófilos) da 
microcirculação e acúmulo no foco da lesão (recrutamento 
celular e ativação). 
o Os principais leucócitos na inflamação aguda são os 
neutrófilos – primeira linha de defesa. 
ESTÍMULOS DESENCADEADORES DA INFLAMAÇÃO 
AGUDA 
▪ Infecções e toxinas microbianas – mais comum – por vírus, 
bactérias, fungos e parasitas: patógenos vivos ou mesmo que já 
tenha sido destruído; 
Patologia Patologia 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Trauma – cortes e penetrações, cirurgias e agentes físicos e 
químicos – lesão térmica ex.: queimaduras ou frio profundo, 
irradiação, toxidade; 
▪ Necrose tissular de qualquer causar incluindo isquemia e lesão 
química ou física; 
▪ Corpos estranhos – farpas, poeira, suturas e depósitos; 
▪ Reações imunológicas (ou de hipersensibilidade) contra 
substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos. 
SÍTIO DE INFLAMAÇÃO 
1. Entrada de patógenos na área lesionada; 
Lembrar que no caso de lesão na pele: A pele possui diversas 
funções, mas uma delas é de defesa, atuando como barreira 
mecânica entre o externo e nosso corpo. Porém, quando há uma 
solução de continuidade, essa barreira é destruída e fica exposta 
para entrada de patógenos. 
2. Plaquetas liberam proteínas de coagulação da lesão – ativação 
da cascata de coagulação; 
3. Mastócitos secretam fatores que mediam a vasoconstrição ou 
vasodilatação, que disponibiliza as células plasmáticas para 
área lesada; 
4. Neutrófilos secretam fatores para matar e degenerar 
partículas e/ou patógenos; 
5. Neutrófilos e macrófagos removem patógenos por fagocitose, 
além da remoção de tecido morto; 
6. Macrófagos secretam citocinas que recrutam mais células; 
7. A inflamação continua até o reparo da ferida. 
 
FASES DA INFLAMAÇÃO 
Didaticamente: 5 fases e 5 sinais cardinais: 
1. Fase irritativa; 
2. Fase vascular; 
3. Fase exsudativa (vascular e celular); 
4. Fase degenerativa-necrótica; 
5. Fase produtiva-reparativa. 
Na prática, é um processo único e conjunto = dinâmico, varia 
dependendo da lesão, ou seja, pode haver muitos focos, as fases 
podem ser mais demoradas, trocadas e/ou simultâneas. 
 
▪ Edema: Compressão das fibras nervosas locais; agressão direta 
às fibras nervosas e ação farmacológica sobre as terminações 
nervosas. 
FASE IRR ITATIVA 
Modificações morfológicas e funcionais de tecidos agredidos que 
induzem liberação de mediadores químicos, e esses desencadeiam 
as outras fases inflamatórias a partir de mediadores químicos da 
inflamação. 
MEDIADORES QUÍMICOS E REGULADORES DA 
INFLAMAÇÃO 
▪ Pré-formados em grânulos: Prostaglandinas, histamina, 
serotonina e enzimas lisossomais; 
▪ Recém-sintetizados: Leucotrienos, citocinas, NO, fator 
ativador plaquetário, EROs, neuropeptídios. 
▪ Aminas vasoativas: Histamina e serotonina. Primeiros 
mediadores liberados, armazenadas pré-formadas nas células. 
Principalmente em mastócitos (histamina), plaquetas e células 
neuroendócrinas (serotonina). Dilatação de arteríolas, 
aumento de permeabilidade de vênulas; 
▪ Metabólicos do AA (ácido araquidônico): 
o Prostaglandinas: (produzidas e liberadas por mastócitos, 
macrófagos e células endoteliais). PGE2, PGD2, PGF2, 
PGI1, TXA2; 
Inflamação
Calor 
(aquecimento)
Rubor 
(vermelhidão)
Tumor 
(edema)
Dor
Alteração 
funcional
Fase vascular = 
Hiperemia 
 
Fase exsudativa e 
produtiva-reparativa 
Fase irritativa, 
vascular e exsudativa 
Edema e outras sinais 
 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
➢ Vasodilatação, inibição de agregação plaquetária e 
aumento da permeabilidade (PGI2, PGD2, PGE2); 
contração de músculo liso (PGF2); quimioatração de 
neutrófilos (PGD2); 
o Leucotrienos: Quimioatração de leucócitos, vasodilatação; 
o Lipoxinas: Inibidores de inflamação (Anti-inflamatórias, 
efeito contrário aos outros mediadores para estabelecer 
equilíbrio). 
Explicando a imagem acima: O ácido araquidônico resulta da 
quebra dos fosfolipídios da membrana celular pelas enzimas 
fosfolipases. O ácido hialurônico possui a via da cicloxigenase 
(origina as prostaglandinas e tromboxano) e a 5-lipoxigenase 
(origina os leucotrienos e lipoxinas). 
Os corticoides atuam nas fosfolipases e bloqueiam todo o 
processo posterior. E os anticorticoides não esteroidais atuam 
especificamente nas cicloxigenases (total e seletivos). 
 
Isso é importante, pois as prostaglandinas possui somente função 
inflamatória: constitutiva (sempre desempenham estímulos no 
nosso organismos, ex.: produção de plaquetas; produção de muco 
no estômago) e induzida (sofrem estímulos durante o processo de 
inflamação). 
▪ Óxido Nítrico: Vasodilatação (relaxamento muscular), reduz 
agregação plaquetária e recrutamento de leucócitos; 
▪ Fator Ativador de Plaquetas (PAF): Agregação plaquetária, 
vasoconstricção, broncoconstricção, em menores quantidades 
vasodilatação, aumento de permeabilidade vascular; 
▪ Espécies reativas de oxigênio (EROs): Provoca aumento na 
expressão de quimiocinas, destruição de micróbios, dano 
celular (resultando em aumento da permeabilidade vascular). 
RECONHECIMENTODE PATÓGENOS E CÉLULAS 
DANIFICADAS 
O reconhecimento é feito através de receptores celulares para 
patógenos e células danificas: 
▪ As células expressam receptores na membrana plasmática 
(patógenos/ligantes extracelulares), nos endossomas 
(patógenos ingeridos/fagocitados) e no citosol (patógenos 
intracelulares); 
Ex. de receptores: 
1. NOD-like: Endossomais 
(patógenos ingeridos); 
2. TLR: Citosol (patógenos 
intracelulares); 
3. TLR: Membrana 
(patógenos 
extracelulares). 
 
o Os receptores são expressos em muitos tipos de células, 
incluindo células epiteliais (através das quais os 
patógenos entram), células dendríticas, macrófagos e 
outros leucócitos; 
o O envolvimento desses receptores desencadeiam a 
produção de moléculas envolvidas na inflamação, 
incluindo moléculas de adesão em células endoteliais, 
citocinas e outros mediadores. 
▪ Sensores de danos celulares: 
o Todas as células possuem receptores citosólicos que 
reconhecem um conjunto diversificado de moléculas que 
são liberadas ou alteradas como consequência do dano 
celular; 
➢ Ex.: Ácido úrico (produto da degradação do DNA), 
ATP (liberado das mitocôndrias danificadas), 
concentrações intracelulares reduzidas de K + 
(refletindo a perda de íons devido à lesão da 
membrana plasmática), até mesmo o DNA quando 
liberado no citoplasma e não sequestrado são 
reconhecidos pelos sensores de danos celulares; 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
o Esses receptores ativam um complexo citosólico 
multiproteico chamado inflamassoma, que induz a 
produção da citocina IL-1, que recruta leucócitos, 
induzindo inflamação; 
▪ Outros receptores celulares envolvidos na inflamação: 
o Receptores para as cauda Fc de anticorpos e para 
proteínas do complemento: 
➢ Esses receptores reconhecem patógenos revestidos (o 
processo de revestimento é chamado opsonização) 
com anticorpos e complemento e promovem a 
ingestão e destruição dos patógenos, além de 
inflamação. 
▪ Proteínas em circulação: 
o O sistema complemento reage contra patógenos 
produzindo mediadores de inflamação: 
➢ Uma proteína circulante chamada lectina, de 
ligação à manose, reconhece açúcares microbianos e 
promove a ingestão dos patógenose a ativação do 
sistema complemento; 
o Outras proteínas chamadas coletinas também se ligam a 
patógenos. 
INFLAMASSOMA 
São ativados por 
receptores NOD 
(NLRs) – receptores 
citosólicos – que 
reconhecem uma 
ampla variedade de 
substâncias, 
incluindo células 
necróticas (ex.: 
ácido úrico e ATP 
liberado), 
distúrbios de íons 
(perda de K +), bem 
como cristais e alguns produtos microbianos. 
▪ A ativação do inflamassoma resulta na ativação da enzima 
caspase 1, que cliva as formas percussoras de citocina 
inflamatória interleucina 1β (IL-1β) em sua forma 
biologicamente ativa. 
 Lembrando: As IL-1 é um importante mediador no 
recrutamento de leucócitos na resposta inflamatória aguda, onde 
os leucócitos fagocitam e destroem as células mortas. 
 TNF, IL-1, IL6 são mediadores importantes do recrutamento 
de leucócitos nas respostas inflamatórias exercem também 
importantes papéis nas respostas sistêmicas da inflamação. 
FASE VASCULAR 
É formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de 
líquidos e células para o foco inflamatório). As principais reações 
são o aumento do fluxo sanguíneo resultante da vasodilatação e ao 
aumento da permeabilidade 
vascular, ambos destinados a 
trazer células sanguíneas e 
proteínas para o sítios da 
infecção ou lesão, pois, o 
aumento do calibre do vaso, 
resulta no aumento do fluxo 
do sangue. 
▪ Alterações no fluxo e calibre vasculares: Após vasoconstricção 
transitória (que dura apenas segundos), ocorre vasodilatação 
das arteríolas, resultando em aumento do fluxo. Essa 
expansão vascular é a causa da vermelhidão (eritema) e calor 
observado; 
o Essas alterações são refletidas, pelas presença de 
numerosos pequenos vasos dilatados, repleto de 
hemácias, um processo chamado estase. Quando essa se 
desenvolve, os leucócitos começam a se acumular ao longo 
da superfície endotelial vascular, um processo chamado 
de marginação (retomado em eventos celulares). 
FASE EXSUDATIVA (VASCULAR E CELULAR) 
Formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de líquidos 
e células para o foco inflamatório) oriundos do aumento da 
permeabilidade vascular. 
Em relação a permeabilidade: Transudato x Exsudato: 
▪ Normal: Equilíbrio entra a pressão hidrostática e a pressão 
osmótica coloidal (associado a concentração de proteínas); 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
 
▪ Transudato: Desequilibro com aumento de pressão 
hidrostática e/ou diminuição de pressão osmótica, 
extravasando pequenas proteínas e líquido (sem 
permeabilidade vascular); 
▪ Exsudato: Extravasamento de líquido, proteínas e células, 
através de um processo ativo de aumento da permeabilidade 
vascular 
o Exsudato inflamatório: Fluido com sais, proteínas (Ig), 
fibrina – não sempre –, neutrófilos, macrófagos e 
linfócitos. 
PERMEABILIDADE VASCULAR 
O aumento da permeabilidade vascular leva a saída de líquido rico 
em proteínas e células sanguíneas para os tecidos extravasculares. 
Isso provoca um aumento da pressão osmótica do liquido 
intersticial, levando a maior efluxo de água do sangue para os 
tecidos (o acúmulo de liquido nos espaços extravasculares é 
chamado de edema). 
 Mecanismos que podem contribuir para o aumento da 
permeabilidade vascular nas reações inflamatórias agudas: 
▪ Contração da célula endotelial, formando lacunas 
intracelulares nas vênulas pós capilares: Resposta transitória 
reversível e imediata, provocada pela histamina, bradicinina, 
leucotrienos e outros mediadores aos receptores específicos, e 
geralmente é de curta duração (15-30 minutos); 
o Uma retração mais lenta e prolongada das células 
endoteliais, resultante das alterações do citoesqueleto, 
pode ser induzida por citocinas, como fator de necrose 
tumoral (TNF) e interleucina 1 (IL-); 
o Essa reação pode se desenvolver em 4-6 horas após o 
estimulo inicial e perdurar por 24 horas. 
▪ Lesão endotelial resultando em extravasamento vascular: 
o Na maioria dos casos, quando há o desprendimento de 
células endoteliais (mortas ou danificadas), formam um 
buraco (necrose), que começa com lesão e persiste por 
várias horas/dias até os vasos danificados serem 
reparados (angiogênese) ou sofrerem trombose, 
causando extravasamento prolongado tardio; 
o Não é controlado, e acontece geralmente em capilares e 
vênulas, causado por toxinas de microrganismos. 
Principais respostas celulares e vasculares na inflamação 
aguda: 
 
✓ A formação de exsudato acontece principalmente e 
primariamente, em capilares e vênulas por possuírem parede 
mais fina; 
✓ Na arteríola, o endotélio possui fibras musculares, e isso 
dificulta/impossibilitar a passagem de células. 
EVENTOS CELULARES: RECRUTAMENTO E ATIVAÇÃO 
DOS LEUCÓCITOS 
Uma importante função da resposta inflamatória é transportar os 
leucócitos ao local da lesão e ativá-los. Os leucócitos ingerem 
agentes ofensivos, destroem bactérias e outros micróbios, e 
eliminam os tecidos necróticos e substâncias estranhas. O preço 
pago pelo potencial defensivo dos leucócitos é que, uma vez 
ativados, podem induzir lesão tecidual e prolongar a inflamação. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
A sequência de eventos no recrutamento dos leucócitos da luz 
vascular para o espaço extracelular consiste em: 
1. Marginação (margem da parede do vaso sanguíneo): Com a 
permeabilidade, hemácias permanecem na coluna axial, 
induzindo leucócitos para a periferia do fluxo (paredes do 
vaso) – as particulares menores tendem a se mover mais 
rápido que as grandes células –, pois, devido à estase gerada 
na região da inflamação, mais leucócitos vão para essa posição 
periférica e lá, através de citocinase mediadores, que 
expressam moléculas de adesão, se aderem; 
2. Rolamento: Quando os leucócitos chegam na margem, 
acontece a adesão transitória ao endotélio, rolando através de 
ligação e desligamento com selectinas (oligossacarídeos 
ligados a glicoproteínas de leucócitos e células endoteliais – 
estritamente induzidas por citocinas), que, por ter baixa 
adesão, possibilita o rolamento até o foco da lesão; 
3. Adesão endotelial: Os leucócitos em rolagem são capazes de 
sentir as mudanças no endotélio que iniciam a próxima etapa 
na reação dos leucócitos, que é uma firme adesão as superfícies 
endoteliais. Essa adesão é mediada por integrinas (proteínas 
transmembranas de adesão na superfície de leucócitos, que se 
ativam com quimiocinas), que interagem com ligantes no 
endotélio da área sensibilizada. Como a adesão é forte, as 
células param de rolar; 
o Integrinas: VCAM-1 e VLA-4, ICAM-1 e LFA-1 e Mac-1; 
4. Diapedese/Transmigração: Após a aderência na superfície 
endotelial, os leucócitos migram pela parede do vaso, 
espremendo-se entre as células ao nível das junções 
intercelulares, e isso é conhecido por diapedese. A migração é 
orientada pelas quimiocinas, produzida nos tecidos 
extracelulares, principalmente nas vênulas pós-capilares, por 
entre os espaços endoteliais em direção ao gradiente químico 
através da PECAM-1 (CD31 – molécula de aderência 
plaquetária), que funcionam como catracas, empurrando a 
molécula para o interior da célula; 
5. Migração: Após a passagem pelo endotélio, os leucócitos 
secretam colagenases que degradam focalmente a membrana 
basal dos vasos, atravessando-as, migrando pelo interstício; 
6. Quimiotaxia: Os leucócitos migram em direção ao local da 
lesão ou infecção, através de gradientes químicos, como 
produtos bacterianos, citocinas (família das quimiocinas, 
como IL-8), componentes do complemento (C5a), leucotrienos 
(B4). 
7. Remoção do agente agressor: Fagocitose e digestão (estímulo 
para ativação leucocitária). 
 
o Existe alguns patógenos (ex.: leishmania) que 
comprometem o processo de fusão de fagossomo com 
lisossomo e/ou o de degradação, e com isso, vivem dentro 
dos fagócitos se replicando. 
FASE DEGENERATIVA-NECRÓTICA 
Fase com a característica de células com alterações degenerativas, 
reversíveis ou não, originam material necrótico a partir da ação do 
agente agressor ou das modificações funcionais e anatômicas 
consequentes das três fases anteriores. 
FASE PRODUTIVA-REPARATIVA 
Aumento 
quantitativo de 
elementos 
teciduais (células 
principalmente), 
com objetivo de 
destruir o agente 
agressor e 
reparar o tecido 
agredido. É a fase limite entre a inflamação e cicatrização. 
PADRÕES INFLAMATÓRIOS 
A classificação é dada com o tipo de elemento tecidual 
predominante. 
PADRÃO SEROSO – “SORO” 
Caracterizada pelo extravasamento de um fluido fino aquoso, 
(derivado do plasma ou células mesoteliais). Comum em cavidades 
(peritônio, pleura, pericárdio) e bolhas. Predomina a exsudação de 
líquido amarelo-citrino, de composição semelhante à do soro do 
sangue. 
Ex.: A bolha cutânea resultante de uma queimadura, por exemplo, 
possui acúmulo de liquido seroso. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
Não é possível ver o liquido, porque esse extravasa. Costuma ser 
uma inflamação bem inespecífica e branda. 
PADRÃO FIBR INOSO (FIBR INA) 
Ocorre como consequência de lesões mais graves, resultando em 
maior permeabilidade vascular, que leva à saída de moléculas como 
fibrinogênio, gerando a deposição de fibrina junto com o fluido, 
sendo típico de inflamações em cavidades (se não for removida via 
fibrinólise ou macrófagos, pode levar à cicatrização). 
▪ Exsudato fibrinoso + tecido necrótico = Placas esbranquiçadas 
(ex. sobre mucosas e serosas), sendo sinônimo de inflamação 
pseudomembranosa. 
A imagem é um pericárdio com presença de fibrose, material, caso 
não seja retirado, traspõe o espaço pericárdico e restringe a função 
do miorcardio. 
Histologicamente, filamentos de fibrina que forma uma rede de 
superfície. 
PADRÃO SUPARATIVO – “PUS” 
Produção de grande quantidade de pus ou exsudato purulento, 
consistindo em neutrófilos, necrose liquefativa e fluido, sendo 
consequência de um processo de infecção bacteriana extracelular 
(relação com bactérias piogênicas – ex. Staphylococcus). 
▪ Aspecto (Densidades, cor e cheiro a depender do local, do 
patógeno): 
o Secreção de cor amarelada amarelo-esverdeada e 
frequentemente malcheirosa; 
▪ Constituição: 
o Soro, proteínas, exsudato e células mortas; 
o Glóbulos brancos (principalmente neutrófilos e macrófagos) 
em processo 
de 
degeneração; 
o Eritrócitos 
(facultativo); 
o Bactérias. 
 
Abcesso: Coleções localizadas e confinadas de tecido 
inflamatório purulento, que são produzidas por um grande 
crescimento de bactéria piogênica dentro de um tecido e, com o 
passar do tempo, pode tornar-se totalmente murado por fora e ser 
substituído por tecido conjuntivo, prejudicando a ação do sistema 
imune e de antibióticos. 
 
 
 
PADRÃO CATARRAL (MUCO) 
Nas superfícies mucosas que podem secretar muco, tem formação 
de grande quantidade de muco (nasofaringe, pulmões, trato 
intestinal, útero e glândulas secretoras de muco – ex. gripe e 
resfriado). 
Ex.: Infecções por 
parasitas que geram 
uma inflamação de 
aspecto catarral por 
um estimulo 
inflamatório. 
PADRÃO NECROTIZANTE OU ULCERATIVA (CELS. 
MORTAS) 
Sempre presente nos 
focos inflamatórios e 
indica irreversibilidade 
das lesões nos tecidos, 
apresentando exsudatos 
serosos, fibrinosos ou 
purulentos (se houver 
bactérias).

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