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Orçamento, Planejamento e Custos de Obras

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curso ano 2008
Orçamento, 
planejamento e 
custos de obras
 
professor
Ivan Xavier
2
Expediente
Fupam
Fundação de Apoio a Pesquisa Ambiental
Diretoria
Diretor presidente • Pedro Taddei Neto
Administração
Conselho presidente • 
Vice-presidente • 
Conselheiros •
Diretor de cursos • Paulo Pellegrino
Coordenador do curso • Simões
Redação/edição • Ivan Xavier
Projeto gráfi co e diagramação • Daniela Nogueira Secondo
XAVIER, IVAN e-mail: lmivan@usp.br
APOSTILA DO CURSO – ORÇAMENTO, PLANEJAMENTO E CUSTOS DE
OBRA: VISA OFERECER AOS PROFISSIONAIS INICIANTES NA ÁREA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL, EXPERIÊNCIAS PARA EXECUÇÃO DE ORÇAMENTO
DE MATERIAS DE CONSTRUÇÃO E MÃO DE OBRA, PLANEJAMENTO DE
OBRA E LEVANTAMENTO DE CUSTOS.
APOSTILA DA FUPAM – FUNDAÇÃO PARA A PESQUISA AMBIENTAL
1.Introdução ao curso e objetivos; 2. Apresentação do curso; 3.Teoria do memo-
rial; 4. Teoria do orçamento, 5. A elaboração de orçamento nas empresas; 6. Atributos 
do orçamento; 7. Etapas da orçamentação; 8. Graus de orçamento; 9. Levantamento 
de quantidades; 10. Custo direto, indireto, lucro, impostos, BDI e preço de venda; 11. 
Planejamento e custos de obra; 12. Bibliografi a.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU – USP
Universidade de São Paulo – USP
FUPAM – Fundação para a Pesquisa Ambiental
Ficha catalográfi ca
Todos os direitos reservados por
Rua Alvarenga, n. 1882 - Butantã
CEP 05509-004 - São Paulo - SP
Telefone: 3554-6060
www.fupam.org.br
3
Índice
1. Introdução ao curso e objetivos ..................................................... 4
2. Apresentação do curso .................................................................. 5
 O orçamento .................................................................................. 5
 O planejamento de obra ................................................................. 7
 Ferramentas de planejamento ....................................................... 8
 Controle de custos ......................................................................... 9
3. Teoria do memorial ....................................................................... 10
4. Teoria do orçamento .................................................................... 14
5. Elaboração do orçamento nas empresas..................................... 18
6. Atributos do orçamento ................................................................ 19
 Aproximação ................................................................................ 20
 Especifi cidade ............................................................................. 21
 Temporalidade ............................................................................. 22
 Enfoques do orçamento ............................................................... 22
7. Etapas da orçamentação ............................................................. 23
 Entendimento e estudo das condicionantes................................. 24
 Elaboração de custos ................................................................... 26
 Utilidades do orçamento............................................................... 30
8. Graus de orçamento .................................................................... 31
9. Levantamento de quantidades ..................................................... 33
10. Custo direto, indireto, lucro, impostos, BDI e preço de venda ..... 40
11. Planejamento e custos de obras ................................................. 44
 Programação da obra – após a contratação ................................ 49
 Organização de uma obra ............................................................ 52
 Procedimentos prévios à execução ............................................. 52
 Precedimentos gerenciais para controle da obra ......................... 53
 Ferramentas de controle .............................................................. 53
 Diagrama de rede......................................................................... 54
 Gráfi co de Ghant .......................................................................... 54
 Cronograma físico-fi nanceiro ....................................................... 54
 Operação e controle da obra ....................................................... 54
12. Bibliografi a .................................................................................. 62
4
1. Introdução ao curso e objetivos
O mercado da construção civil, com a rapidez das trans-
formações tecnológicas (técnicas e tecnologia) associada à 
competitividade cada vez mais acirrada e abrangente entre as 
empresas, exige do mercado profi ssionais aptos e capazes de 
atender e dar respostas rápidas a estas demandas.
As empresas e os contratantes, exigem qualidade associada à 
produtividade e rapidez (cronogramas cada vez mais apertados); 
hoje em dia este desempenho é quase uma obrigação. A satisfa-
ção do cliente tornou-se prioridade, assim o nosso pensar e agir 
devem estar relacionado com um novo processo de execução de 
projeto e obra, onde os trabalhos, a produção e o planejamento 
devem ser elaborados dentro desta nova realidade.
A produtividade está relacionada com a qualidade e desem-
penho, com a eliminação do desperdício, o consumo elevado 
de materiais, mão de obra e equipamentos; acompanhados da 
utilização de técnicas, tecnologias e normas que respeitem o 
meio ambiente.
Não temos mais condições de tomar decisões amadorísti-
cas, devemos, pois, acompanhar a demandas de mercado e 
as novas sistematizações dos processos de construção. De-
vemos sempre estar à busca de boas soluções com qualidade 
e custos compatíveis de execução, associando ao máximo o 
aproveitamento de idéias que elevem o processo produtivo, 
aproveitando os novos conceitos de planejamento e de exe-
cução de obras.
Precisamos ter em mente o que signifi ca o projeto do produto 
e ou empreendimento, como defi nir e especifi car a maior quan-
tidade de informações e detalhes possíveis para, posterior-
mente temos uma execução mais racional e simplifi cada, não 
se esquecendo da máxima: Atrás de uma boa OBRA, sempre 
existe um bom PROJETO e um bom ORÇAMENTO.
No projeto do produto / empreendimento, a elaboração do 
orçamento signifi ca também a defi nição de como se executará 
cada uma das etapas participantes do processo produtivo ou 
seja: para podermos chegar aos melhores resultados neces-
sitamos conhecer as melhores técnicas e tecnologia, o em-
prego de materiais adequados e mão-de-obra cada vez mais 
qualifi cada e preparada são necessidades fundamentais para 
tornar o objeto (edifício) cada vez efi ciente. Este é o nosso 
grande desafi o, considerando sempre neste processo a me-
lhor relação entre o custo e benefício.
5
Precisamos defi nir e organizar os elementos disponíveis 
para que o processo de planejamento, execução e controle da 
obra ocorram da melhor forma possível considerando a reali-
dade e as práticas vigentes no mercado atual.
2. Apresentação do curso
A organização e execução de uma obra exigem dos profi s-
sionais, atenção em todas as suas fases, especialmente as 
dedicadas ao planejamento e ao controle da mesma. Este cur-
so propõe discutir os principais elementos de planejamento de 
uma obra: O orçamento, o planejamento de obra em si, as 
ferramentas de planejamento e o controle de custos.
Abordaremos os seguintes aspectos:
O orçamento
O orçamento é um produto defi nido, informando o valor para a 
realização de um determinado produto ou serviço, as condições 
necessárias para a sua realização, o objeto a ser realizado e o 
prazo para que este produto ou serviço se realize.
Elaborar um orçamento exige um processo ao qual denomi-
namos de orçamentação. A técnica orçamentária exige identifi -
cação clara do produto e ou serviço, descrição correta, quantifi -
cação, análise e valorização de uma série de itens,requerendo 
técnica, atenção e, principalmente, conhecimento de como se 
executa uma determinada obra e ou serviço. O conhecimento 
detalhado do serviço, a interpretação detalhada dos desenhos, 
planos e especifi cações da obra lhes permite a melhor maneira 
de realizar cada tarefa de uma obra, bem como identifi car a 
difi culdade de cada serviço e consequentemente seus custos. 
Além dos serviços identifi cados e extraídos do projeto, existem 
outros parâmetros que devem ser identifi cados, como é o caso 
das chuvas, condições do solo, acesso, difi culdades de abaste-
cimento de materiais, fl utuações na produtividade dos operários 
e despesas indiretas, tais como: água, luz, telefone, refeições, 
combustivéis, manutenção do canteiro, etc.
A elaboração de um orçamento pode determinar o sucesso 
e ou fracasso de uma empresa construtora e ou construtor, um 
erro no orçamento acarreta imperfeições, frustações, falta de 
credibilidade e prejuizos a curto e médio prazo.
O orçamento é à base de fi xação do preço de um determi-
nado projeto e ou empreendimento, é uma das mais impor-
tantes áreas no negócio da construção civil.
6
Executar um orçamento, não pode ser considerado um jogo 
de adivinhação, deve ser um trabalho bem executado com cri-
térios, normas, regras e utilização de informações confi avéis; 
para que o verdadeiro custo de um empreendimento se apro-
xime ao máximo da estimativa de custo realizado, ou seja; ne-
nhum orçamento fi xa de antemão o valor exato dos custos, o 
que um bom orçamento realmente consegue é uma estimativa 
de custos bem precisa em função da qual a empresa constru-
tora irá atribuir o seu melhor Preço de Venda.
Em geral, um orçamento é elaborado considerando-se:
• Custos diretos: Mão-de-obra de operários, materiais e 
equipamentos;
• Custos indiretos: equipes de supervisão e apoio, 
despesas gerais com o canteiro de obras, taxas, etc;
• Preço de venda: Incluindo custos diretos e indiretos, 
adicionando-se os impostos e lucro da operação.
O preço fi nal de um orçamento numa planilha de vendas 
proposto por uma construtora ou construtor não deve ser tão 
baixo a ponto de não permitir lucro, e também não deve ser tão 
alto a ponto de não ser competitivo com outras empresas na dis-
puta da realização de determindo serviço e ou emprendimento.
Na elaboração de um orçamento, duas empresas constru-
toras chegarão sempre a orçamentos bem distintos e diferen-
tes para uma determinada concorrência; porque diferentes 
são os critérios utilizados, a metodologia de levantamento de 
quantidade, as técnicas e métodos utilizados para a execução 
de obra, os preços coletados, o BDI (Bonifi cação de Despesas 
Indiretas) adotado pelas empresas, dentre outros fatores.
Em resumo, podemos afi mar que o orçamento refl ete a ideo-
logia e as premissas de uma construtora, constituindo-se num 
produto que defi ne a qualidade e competência da empresa.
Nos próximos capítulos abordaremos:
• Teoria do memorial e teoria do orçamento;
• A elaboração de orçamentos nas empresas;
• Atributos do orçamento (aproximação, especifi cidade e 
temporalidade);
• Enfoque do orçamento (proprietário e construtor);
• Etapas da orçamentação (estudos das condicionantes e 
composição dos custos);
• Utilidades da orçamentação;
• Graus de orçamento (no nível de estudo preliminar, ante-
projeto e projeto executivo);
7
• Composição de custos (fontes de composição e apro-
priação de índices)
• Levantamento de quantidades (formulários e critérios de 
levantamentos);
• Custo de material, mão-de-obra e equipamento;
• Custo indireto, lucro, impostos, BDI e Preço de Venda.
O planejamento de obra
Planejamento de obra signifi ca a execução de trabalho e 
preparação para qualquer empreendimento, segundo um ro-
teiro e métodos determinados, com objetivos e bases técnicas 
defi nidas.
O planejamento inclui muitas atividades e estas devem ser 
identifi cadas, analisadas, coordenadas e gerenciadas, sendo 
o resultado de um plano de ação, isto é, contém as defi nições 
antecipadas das decisões que deverão ser tomadas durante 
ao processo de realização da obra, incluindo organização, 
direção e controle.
A organização é uma tarefa da qual se estabelece a melhor 
forma de se compor os recursos físicos, humanos e fi nanceiros 
para se obter o melhor desempenho. A direção é a ação por 
meio da qual se defi ne quando, como, onde, por quem, e com 
quais recursos devem ser executadas as tarefas planejadas.
O controle de um determinado empreendimento é a ação 
de medir o resultado de uma operação e comparar o resultado 
obtido com o padrão estabelecido, para verifi car se atende ou 
não aos limites de tolerâncias pré-estabelecidos.
Planejamento é o processo de tomada de decisões inter-
dependentes, visando uma situação futura desejada, ou seja, 
são decisões tomadas no presente que resultam em implica-
ções futuras.
Em outras palavras, podemos dizer que o planejamento é 
um método para defi nir qual a melhor seqüência das ações 
que vão gerar valor.
Assim o profi ssional deverá conhecer o valor ou “Budget” 
que determinado cliente / empreendedor dispõe para realizar 
e ou investir, os recursos disponíveis para determinado em-
preendimento.
O conceito de gerenciamento de obra e seus procedimen-
tos consistem em:
“Atividades associadas com planejamento, organização, 
direção e controle de recursos organizacionais para objetivos 
8
de curto e médio prazo, visando à complementação de obje-
tivos específi cos, dentro de um período determinado” 
Burton – Project Managment Methods and Studies.
O gerenciamento de qualquer empreendimento inclui os recur-
sos fi nanceiros, mão-de-obra, equipamentos de apoio, materiais 
de informática e tecnologia. O objetivo principal de um bom ge-
renciamento é o de se obter o melhor desempenho e qualidade 
de obra, dentro do prazo determinado e custo estimado.
A realização de um determinado empreendimento envolve:
• Primeira fase (planejamento e orçamento de obra para 
concorrência);
• Segunda fase (contratação e programação de obra);
• Terceira fase (operação e controle da obra).
Ferramentas de planejamento
Um dos instrumentos mais conhecidos para a realização 
do planejamento de obra é o cronograma de barras ou gráfi co 
de “Gantt”, dentro de uma variedade de instrumentos e ferra-
mentas existentes. O cronograma de barras e ou cronograma 
físico-fi nanceiro mostra-nos a seqüência de atividades plane-
jadas previstas para a realização de um respectivo empreen-
dimento, em determinado tempo associado ao recurso dis-
ponível a ser utilizado e consumido neste período de tempo.
Outros instrumentos de planejamento utilizados são: o ca-
lendário, diagrama de rede, “Gantt” de controle, gráfi cos de re-
cursos, planilha de recursos, uso de recursos, etc., o diagrama 
PERT-CPM (Program Evolution and Review Technique) e o 
ciclo de produção.
O cronograma físico-fi nanceiro é um instrumento clássico de 
planejamento, é a forma mais comum de representação, permite 
explicitar a duração das diferentes atividades através do com-
primento das barras e a possível inter-relação com as atividades, 
possibilitando também introduzir neste o ciclo de produção.
A representação do processo de produção possibilita uma 
visualização rápida do planejamento físico e a sua conse-
qüência imediata se este não for longo demais, determina e 
mostra-nos os recursos fi nanceiros necessários para atingir 
as metas nele estabelecidas.
O instrumento PERT-CPM corresponde a um ciclo de ativi-
dades identifi cadas no cronograma. Nesta rede as atividades 
são divididas em pequenas operações e são colocadas se-
qüencialmente, formando as cadeias de produção. A cadeia 
9
de operações com maior duração será o nosso caminho críti-
co, ou seja, não devemos atrasar neste caminho.
Outros instrumentos são as curvas de agregação.Nestas 
curvas podemos apreciar um primeiro período em que são 
gradativamente incorporadas, novas atividades, um período 
de estabilidade e um período de desmobilização.
Controle de custos
O controle de custos e os preços fazem parte do con-
ceito econômico, são estimativas e quantifi cações técnicas 
de despesas e receitas, não relacionadas diretamente com o 
dinheiro.
O conceito econômico nas despesas são as obrigações 
contratuais e nas receitas são os direitos contratuais, já o 
conceito fi nanceiro engloba as entradas e saídas de dinheiro 
propriamente dito, ou seja, desembolsos-saídas de caixa e 
recebimentos-entradas de caixas.
Neste sentido o controle de custos no gerenciamento de 
um determinado empreendimento são as obrigações contra-
tuais e correspondem às despesas necessárias para o cum-
primento do contrato, portanto devem ser objeto de controle 
rigoroso, no sentido de ser cumprido o que foi previamente 
previsto quando da elaboração do orçamento.
Na execução de uma obra devem ser considerados dois 
tipos de custos:
• Custos diretos: Aqueles diretamente relacionados com 
os serviços a serem feitos na obra;
• Custos indiretos: Aqueles que não estão diretamente 
relacionados com os serviços, mas fazem parte da 
estrutura organizacional da empresa construtora e da 
administração da obra.
Fazem parte dos custos diretos a mão-de-obra produtiva, 
salário e encargos sociais, os materiais, os equipamentos, as 
despesas da obra com abastecimento, segurança e outros. 
Em relação aos custos indiretos, são as despesas reletivas 
às instalações do escritório, aluguel, condomínio, luz, telefone, 
etc; despesas com pessoal administrativo (diretor, gerente, 
contador, secretária e outros), com comercialização (monta-
gem de propostas, visitas a clientes, marketing, brindes, etc.), 
despesas com apoio técnico de escritório com obras e horas 
ociosas (pessoal parado por falta de serviço).
10
3. Teoria do memorial
Na elaboração de um orçamento completo de uma respec-
tiva obra, a peça mais importante que deve ser elaborada pre-
viamente à elaboração do próprio orçamento é o Memorial 
Descritivo. O memorial descritivo, como o nome informa, é 
uma peça descritiva e, portanto, deve descrever e explicitar 
todos os materiais a serem utilizados na execução de uma 
obra, considerando todos os elementos previstos no projeto.
O objetivo primordial do memorial é evitar erros durante o 
processo de execução de uma obra, tem que explicitar além 
dos materiais a mão-de-obra a ser utilizada e as soluções 
adotadas e propostas em projeto.
O memorial é uma peça escrita que complementa a peça 
gráfi ca que é o projeto, pode ser elaborada em forma de texto, 
ou simplesmente em forma de tabela. Em forma de tabela, o 
memorial é uma maneira rápida e efi ciente de visualizarmos 
todos os acabamentos propostos no projeto de arquitetura, 
além de ser fácil a sua alteração durante o processo de es-
colha dos materiais de acabamento.
No memorial descritivo estão incluídas todas as diretrizes 
do projeto, além de registrar qualitativamente os elementos 
construtivos programados e previstos no projeto para a exe-
cução, contém o registro das características dos materiais e a 
sua manipulação, informando as técnicas e tecnologias ado-
tadas e maneira correta de manipular e aplicar determinado 
produto e/ou material.
A função essencial do memorial é descrever todos os obje-
tos e elementos de uma obra, portanto é uma peça gráfi ca que 
faz parte do projeto, e também analisa as condições que não 
são registradas nos desenhos / projetos.
O memorial aborda os três níveis de um projeto, ou seja: 
o Estudo Preliminar, o Anteprojeto e o Projeto Executivo. 
Deve conter todas as características dos materiais, sua es-
pecifi cação, manipulação, citando normas e orientações do 
fabricante, bem como valer-se de soluções conjunto entre pro-
prietário, projetista e construtor.
No Estudo Preliminar, o memorial contempla a análise 
prévia do empreendimento, no Anteprojeto ele justifi ca a 
solução adotada e no Projeto Executivo faz a discriminação 
dos itens que compõe toda a obra propriamente dita.
Na análise do empreendimento, apreciamos as generali-
11
dades para a aplicação em casos gerais, quanto às formas de 
execução dos elementos do edifício, como, por exemplo, o tipo 
de estrutura, quais os tipos de esquadrias laje e/ou forro.
No memorial estão incluídas todas as diretrizes que não 
se encontram explicitadas nos elementos gráfi cos do plane-
jamento e que foram abordadas durante a fase de análise e 
elaboração do plano de ação.
Poderá, caso necessário, ser incluída uma planilha de an-
tecedências, que estabelece os prazos necessários para rea-
lização das compras dos materiais, elaborada conjuntamente 
com o proprietário / empreendedor, que será utilizada com a 
fi nalidade de evitarem-se grandes alterações nas especifi ca-
ções prévias referentes à aquela obra.
Na justifi cativa da solução realizamos a análise dos ele-
mentos que compõe o edifício, ou seja, relatamos e decidimos 
o detalhamento dos itens da obra; de como será realizado e 
“como vai fi car”.
A discriminação das obras é o momento em que o memorial 
descritivo registra qualitativamente os elementos programa-
dos para execução das fases da construção, condensados ao 
nível de projeto.
Após a descriminação das obras, o memorial deverá deter-
minar as características dos materiais e a sua manipulação, 
citando sempre que possível as Normas Brasileiras (NBRs) 
e as especifi cações estabelecidas em conjunto com o profi s-
sional e o proprietário / empreendedor.
A seguir, ilustramos (Tabela 1), os elementos mínimos de 
um Memorial Descritivo em forma de tabela.
Memorial descritivo (identifi cação da obra, empresa e data)
item nº órgão/fase obra discriminação posicionamento
1.1 vedos paredes alvenaria de tijo-
los maciços com 
argamassa de cimento 
1:3, espessura de 1 
tijolo
garagem, paredes 
laterais e edícula
2.1 pavimentos pisos cerâmica esmaltada 
(33 x 33) cm da In-
cepa ref: 5670 - bege 
claro assentada com 
argamassa Quartzolit
copa e cozinha, 
banho social e 
lavabo
O memorial descritivo coloca e expõe detalhadamente o 
projeto, justifi ca a utilidade e o alcance das obras, o estilo e a 
conveniência das soluções adotadas. 
12
No memorial são apresentados os itens importantes rela-
tivos à construção. As qualidades de um bom Memorial Des-
critivo são a clareza da exposição do texto, as precisões das 
soluções adotadas e dos materiais especifi cadas, a simplici-
dade na sua descrição (dados técnicos). 
A clareza resulta da enunciação racional dos assuntos, a 
fi m de que não restem dúvidas no entendimento do projeto e 
do partido adotado. A decisão se refere aos argumentos ex-
postos e a simplicidade ao estilo em que é baseada a redação. 
Finalmente exige-se que a redação seja de modo impessoal, 
tendo como único objetivo à obra em si mesma.
Em resumo:
“O Memorial Descritivo é uma peça gráfi ca que descreve 
os objetos da obra e analisa as condições nem sempre pos-
síveis de serem representadas nos desenhos”.
“O memorial descritivo deve conter as características dos 
materiais, sua especifi cação e a forma de manipulação, ci-
tando as normas e valendo-se das soluções adotadas junta-
mente com o proprietário /empreendedor”.
Os níveis de abordagem dos elementos (Tabela 2) no me-
morial descritivo devem abranger todas as fases do projeto 
(Estudo preliminar, Anteprojeto e Projeto executivo).
Elementos Níveis de abordagem dos elementos
Estudo 
preliminar
Anteprojeto Projeto 
Executivo
Especifi ca-
ções
Memorial 
descritivo
Análise do 
empreendi-
mento
Justifi cativa 
da solução
Discriminação 
das obras
Normas 
técnicas
A seguir, exemplifi camos os itens necessários que o Memo-
rial Descritivo deveconter.
1. Dados e condições do local;
2. Instalação do canteiro e demarcação da obra;
3. Serviços gerais e terraplanagem;
4. Fundação;
5. Superestrutura (lajes, vigas, pilares);
6. Paredes e painéis;
7. Esquadrias;
8. Vidros;
9. Cobertura;
10. Impermeabilizações;
11. Forros;
12. Instalações elétricas;
13. Instalações hidráulicas;
14. Revestimentos de paredes;
13
15. Pisos internos e externos;
16. Pintura e acabamentos especiais;
17. Serviços complementares fi nais.
Além da descrição dos objetos de uma obra, as caracte-
rísticas dos materiais, sua especifi cação e manipulação, o 
memorial descritivo deve ter no seu conjunto o Caderno de 
Encargos, cujo objetivo principal é esclarecer as condições e 
os processos de construção (técnica e tecnologia).
O caderno de encargos esclarecerá o tipo de serviço, o lo-
cal onde serão aplicados os materiais especifi cados e a sua 
aplicação (modo de aplicação) e as formas dos processos 
construtivos para determinado ítem, as condições dos proces-
sos de construção e demais informações úteis, normas, etc., o 
que se deve empregado, bem como esclarecer as técnicas de 
execução que não podem apresentar elementos de possível 
dúbia interpretação.
Por melhor e mais bem detalhado que sejam as plantas 
e cortes do projeto, muitos esclarecimentos ainda são ne-
cessários para que o construtor possa executar o que foi pro-
jetado corretamente.
Uma vez que algumas técnicas de aplicação nem sempre 
são possíveis de representá-las gráfi camente, ou seja, não 
especifi ca o modo de execução e acabamentos; as técnicas 
necessárias, para execução deste ou daquele ambiente, por 
exemplo: como serão executadas as alvenarias, pisos, etc., 
devemos esclarecê-las, por meio do caderno de encargos, de 
como deverá ser executado determinado serviço.
Existem publicações específi cas (PINI – TCPO, FDE, etc.) 
e cadernos de encargos privados de algumas empresas cons-
trutoras, cadernos estes que indicam as composições unitárias 
utilizadas nas suas diversas formas de execução.
A seguir, reproduzimos parcialmente, a título de exemplo, 
itens de serviços que compõe um caderno de encargos.
Exemplo 1
6.2. Regularização de base com aditivo impermeabilizante
Local: sobre o contrapiso;
Material: Vedacit – Otto Baumgart Neutrol – Otto Baumgart;
Aplicação: Esta impermeabilização deverá ser aplicada so-
bre contrapiso regularizado. Limpar a superfície removendo 
partes soltas. Aplicar argamassa de cimento e areia 1:3 com 
2 Kg de Vedacit por saco de cimento. Esta camada deverá ter 
3 cm de espessura e ser sarrafeada e desempenada.
14
4. Teoria do Orçamento
Na elaboração do orçamento, dependendo da etapa de 
concepção ou realização do projeto e ou empreendimento, de-
vemos considerar os níveis de abordagem para a realização do 
mesmo: Estudo preliminar, Anteprojeto e Projeto Executivo.
Exemplo 2
7.1. Alvenaria de Embasamento
Local: sobre baldrames;
Material: tijolo de barro comum; argamassa de cimento, cal e 
areia 1:2:8, com adição de 3% de Vedacit por m3;
Aplicação: Os tijolos deverão ser bem queimados, com ares-
tas vivas e dimensões uniformes em todo o lote. A argamassa 
composta de cimento, cal e areia serão devidamente mistu-
rada e dosada no traço mencionado. Todos os tijolos deverão 
ser imersos na água antes da colocação. Para controle de 
alinhamento e prumos as “linhadas” deverão ser estendidas 
fi ada por fi ada.
Exemplo 3
5.3. Impermeabilização de laje com argamassa impermeabi-
lizante
Local: Calhas e laje de concreto;
Material: Neutrol – Otto Baumgart Vedaprem – Otto Baumgart 
Vedacit – Otto Baumgart;
Aplicação: Sobre a superfície das partes em concreto, devi-
damente limpas com escova de aço, aplicar chapisco de ci-
mento e areia (1:3). Esta argamassa deverá ser devidamente 
amolentada com solução de água e Bianco, na proporção 1:1. 
Após a secagem do chapisco, aplicar argamassa de cimento e 
areia (1:3), com 2 Kg. De Vedacit por saco de cimento. Esta ca-
mada deverá ter espessura mínima de 2 cm, e após secagem, 
aplicar 1 demão de Neutrol. Aplicar Vedaprem em 4 camadas. 
Executar proteção mecânica com a mesma argamassa com 
Vedacit respeitando o caimento especifi cado em projeto.
Elementos Níveis de abordagem dos elementos
Estudo 
preliminar
Anteprojeto Projeto 
Executivo
Especifi ca-
ções
Orçamento Custo limite Estimativa de 
custo
Custo 
calculado
Custo unitário
Tabela 3 - Níveis de abordagem
O Estudo Preliminar se refere às defi nições do custo limite, 
ou seja, se a capacidade fi nanceira do investidor contempla o 
projeto realizado.
15
Na fase do Anteprojeto, a realização de um orçamento é 
de difícil execução; todavia o estabelecimento de algumas 
diretrizes permite uma avaliação mais próxima da realidade 
futura. Desta forma e ainda em bases empíricas, podemos 
realizar a Estimativa de Custo.
No Projeto Executivo o orçamento é a previsão real do 
montante a ser utilizado na construção.
O orçamento é uma peça que condiciona a realização do 
plano frente às condições econômicas, é o custo calculado. O 
orçamento, segundo o dicionário da língua portuguesa de Auré-
lio Buarque de Hollanda é: “... cálculo dos gastos para a realiza-
ção de uma obra...”, e, para S. Giammusso é: “a determinação 
do custo de um empreendimento antes de sua realização”.
No orçamento a elaboração das especifi cações, converte-
se na prática e na realização de uma obra, ou seja, as es-
pecifi cações tornam-se itens de custo unitário, apresentando 
uma unidade usual. O orçamento estabelece o custo provável 
de uma obra e pode ser dividido em dois tipos: Orçamento 
Sumário e Orçamento Detalhado.
O Orçamento Sumário é um método precário de avaliação 
de custo, onde se considera o preço total da construção, to-
mando-se o produto da área construída do edifício pelo custo 
da unidade em metros quadrados, podendo, inclusive, com 
base nos índices da construção civil (PINI, e de outras publi-
cações, etc.), detalhar o custo por metro quadrado provável, 
para cada fase da construção.
Projetos e aprovações 5% a 12%
Serviços preliminares 2% a 4%
Fundações 3% a 7%
Estrutura 14% a 22%
Alvenaria 2% a 5%
Cobertura 4% a 8%
Instalações hidráulicas 7% a 11%
Instalações elétricas 5% a 7%
Impermeabilização / isolamento térmico 2% a 4%
Esquadrias 4% a 10%
Revestimentos / acabamentos 15% a 23%
Vidros 1% a 2,5%
Pintura 4% a 6%
Serviços complementares 0,5% a 1%
Tabela 4 – Índices do custo de construção (%)
16
O Orçamento Detalhado é o método mais preciso para 
avaliação dos custos de uma determinada obra, pois o profi s-
sional tem que considerar todas as fases do empreendimento, 
quer na aquisição dos materiais, contratação de mão de obra, 
administração geral, pagamento de todos os impostos, taxas 
e leis sociais, e a defi nição do BDI (Bonifi cação das Despesas 
Indiretas) e a formação do Preço Final de Venda.
Para a elaboração do Orçamento Detalhado, é fundamental 
que o profi ssional tenha um bom conhecimento dos métodos 
construtivos e, principalmente do processo de execução da 
obra. É necessário entender os seguintes itens:
• Interpretação e entendimento do projeto, utilizando-se 
toda informação disponível, tais como: plantas baixas, 
cortes, elevações, detalhes construtivos, memorial des-
critivo e caderno de encargos;
• Quantifi cação de todos os serviços, por meio da extra-
ção das plantas de todas as informações disponíveis 
(cálculos dos volumes e áreas);
• Cálculo dos preços unitários (preço de mercado);
• Elaboração da composição de preços (materiais e mão 
de obra);
• Defi nição do BDI;
• Formação da Planilha de Vendas.
A interpretação e entendimento do projeto, é o momento 
em que o orçamentista estuda com calma e detalhadamente o 
projeto, identifi cando os elementos construtivos que requerem 
sua atenção, identifi cando detalhes arquitetônicos,que vão 
requerer fornecedores especiais; elementos e ou materiais 
que, por sua natureza e características, são mais caros, im-
pactando no resultado fi nal de orçamento. O profi ssional deve 
identifi car também os serviços que vão ser realizados por pro-
fi ssionais próprios por profi ssionais terceirizados em função 
da sua complexidade e especifi cidade.
Chamamos de quantifi cação de todos os serviços o levan-
tamento de dados de todos os itens necessários à execução 
da futura obra, extraídos do projeto executivo devem conter 
todos estes itens, da sua fase inicial até a fase fi nal, tomando-
se como base os serviços descritos no memorial descritivo e 
no caderno de encargos.
O cálculo do preço unitário é o custo dos elementos que 
entram na composição de uma unidade de serviço, custos es-
tes relativos à material, mão-de-obra, encargos sociais, etc. 
17
Devemos lembrar que a consulta de preços, deve ser efetua-
da por meio do cadastramento de empresas fornecedoras 
e materiais e serviços, levando em conta: preço, qualidade, 
condições de pagamento, pontualidade de demais atributos e 
preferencialmente serem empresas certifi cadas para forneci-
mento de materiais e serviços. A obtenção do melhor preço, 
sempre é a concorrência; devemos lembrar que preços forne-
cidos em jornais e revistas, apenas são bases de referência e 
nunca devem utilizados como preço nos orçamentos.
Insumo Unidade Índice Custo unitário Custo total 
(R$)
Armador H 0,10 6,69 0,69
Ajudante H 0,10 4,20 0,42
Aço CA-50 Kg 1,10 2,90 3,19
Arame recozido nº 18 Kg 0,03 5,00 0,15
Total 4,45
Composição de insumos Composição dos custos unitários
Tabela 5 - Composição de Preço – Aço CA-50
Na elaboração de uma determinada composição de preço, 
devemos considerar o custo dos materiais envolvidos, mão de 
obra e eventuais equipamentos (aluguel ou compra), leis so-
ciais e, como já dissemos o BDI, que está diretamente relacio-
nado com as características da futura obra e a infra-estrutura 
básica da empresa contatada para a execução dos serviços.
A cotação dos preços dos materiais, mão de obra e loca-
ção de equipamentos, devem ser realizadas sistematicamente, 
preços oriundos de levantamentos de dados por revistas espe-
cializadas e demais publicações podem não refl etir a realidade. 
Devemos lembrar que os preços destes insumos devem 
ser considerados quando os mesmos são entregues na obra 
(posto em obra), considerado a logística para tal fi m e impos-
tos tais como ICMS e IPI, envolvidos sempre em qualquer 
operação de compra. No caso da mão de obra, não devemos 
nos esquecer dos impostos relativos ao emprego desta (os 
encargos sociais – leis trabalhistas que garantem as obriga-
ções e deveres dos empregadores e empregados) e suas 
respectivas provisões futuras, tais como férias, 13o salário, 
refeições, etc.
O resultado de uma composição de preço, após as opera-
ções aritméticas, determina o preço de um determinado ser-
viço, ou seja, o serviço contempla todos os insumos (materiais, 
18
mão de obra, equipamentos, taxas e licenças, despesas dire-
tas e indiretas e o BDI) necessários à sua execução.
O BDI (Bonifi cação de Despesas Indiretas) é um índice 
defi nido previamente pela empresa construtora que se aplica 
à planilha de custo. Para chegarmos à planilha fi nal – Planilha 
de Vendas, planilha integrante da proposta comercial para a 
construção e ou reforma de determinado serviço e ou obra.
A Planilha de Vendas é a planilha fi nal acompanhada da 
proposta comercial de vendas onde são apresentados todos 
os serviços que serão realizados pela empresa construtora, 
normalmente na proposta comercial apresenta-se os docu-
mentos fi scais que habilitam a empresa, a sua equipe técnica, 
os equipamentos, sua infra-estrutura, o cronograma físico-fi -
nanceiro e todas as garantias comerciais necessárias a garan-
tir-se que o respectivo serviço seja realizado de acordo com 
as condições previamente acertadas / negociadas.
5. A elaboração de orçamentos nas empresas
Nas grandes empresas construtoras o local dedicado à 
elaboração dos orçamentos é normalmente conhecido como 
departamento comercial e/ou departamento de orçamentos, 
destinado exclusivamente a preparar orçamentos para concor-
rências públicas ou privadas. Este local da empresa construto-
ra é de vital importância; ou seja, a garantia de sobrevivência 
da empresa depende diretamente da ação dos profi ssionais 
que trabalham neste departamento. O número de obras em 
andamento, as preparações das concorrências (habilitação 
técnica e jurídica) bem como as informações de obras pas-
sadas realizadas pela empresa, a especifi cidade dos diversos 
tipos de orçamentos são sempre subsídios para novas com-
posições de custos. 
O que a realidade comprova é que quanto maior a experiên-
cia pratica de quem orça, no sentido da elaboração do orça-
mento e do conhecimento de obra, maiores são as chan-ces 
de sucesso em futuras obras.
O que ocorre nas empresas são distorções provocadas 
pelo excesso em participações em concorrências, o que in-
variavelmente impossibilita o estudo e análise de projeto, não 
tendo tempo hábil para verifi cação do orçamento e nem tempo 
de efetuar simulações. Nestes casos o que ocorre é que es-
tes profi ssionais de orçamentos são meros preenchedores de 
planilhas de preços; em algumas empresas, muitas vezes, o 
pacote de plantas nem é aberto.
19
Algumas empresas adotam o “feeling” ou sentimento para 
defi nir seus preços baseados muitas vezes em planilhas de 
obras passadas; nestes casos a surpresa ocorre quando da 
assinatura do contrato, dando-se conta das difi culdades de 
execução dos serviços, técnicas específi cas e outros elemen-
tos que comprometem o orçamento.
O setor de orçamento em várias empresas é destino líquido 
e certo dos engenheiros, arquitetos e técnicos recém-forma-
dos, aos profi ssionais mais antigos é destinado à produção 
(canteiro de obras), desprezando-se o trabalho do orçamen-
tista por este não ser de natureza prática. O que ocorre é que 
os engenheiros de produção não alimentam os orçamentis-
tas e vice-versa, ou seja, escritório e campo acabam sendo 
compartimentos estanques; planilhas e relatórios de produtivi-
dade, equipes e custos, acabam não sendo referências para 
os futuros orçamentos.
É fundamental que o orçamentista visite as obras e receba 
apoio do pessoal de obra, para receber as produtividades 
reais, os percentuais de perdas dos principais insumos e co-
mentários sobre os parâmetros do orçamento.
Empresas organizadas, já no processo de licitação, fazem 
a designação do profi ssional a ser responsável por aquela 
futura obra; ou seja, este profi ssional participa da etapa de 
orçamento, conhecendo inclusive de antemão o projeto, suas 
particularidades e também seus futuros fornecedores quando 
da coleta de preços para a elaboração do orçamento.
Finalmente, podemos dizer que o processo de orçamento 
não é específi co da construção civil, escritórios de arquitetura, 
empresas projetistas, consultores, fábricas. Calculam sempre 
o custo fi nal de seus produtos, empreiteiros, subempreiteiros, 
prestadores de serviços estimam seus custos e o poder pú-
blico elabora seus orçamentos para as futuras obras, antes 
de licitá-las.
Em resumo temos: “o lucro de uma obra não é merito so-
mente da produção, pois o empreendimento pode conter um 
bom orçamento”. 
6. Atributos do orçamento
Podemos dizer que os atributos ou qualidade de um orça-
mento traduz a sua capacidade de retratar a realidade de um 
projeto; o orçamento, a composição de custos não podem ser 
simplesmente extraídos da literatura de uma forma simples e 
20
ingênua, ao contrário, e ainda que não pareça deve ser funda-
mento por conceitos minímos e fundamentais para demons-
trar o custo real e efetivo da futura obra. 
O trabalho de orçamento, namaioria das vezes, é um es-
tudo antecipado, feito a priori, com grande margem de dúvi-
das; ou seja, será que este orçamento cobre todos os custos 
envolvidos e ainda é capaz de garantir o lucro previsto no BDI 
(Bonifi cação de Despesas Indiretas)? Em muitos casos entre 
a elaboração do orçamento e sua realização, enquanto obra, 
pode decorrer bastante tempo, neste período muitos fatos po-
dem ocorrer: alteração das composições unitárias, alterações 
de preços por parte de fornecedores, alteração de projeto e 
outros fatores. Neste sentido a qualidade de um orçamento 
está relacionada ao índice de aproximação, a sua especifi ci-
dade e a temporalidade.
Aproximação
Em relação à sua aproximação podemos dizer que é dese-
jável que o orçamento se aproxime ao máximo de quanto este 
irá custar; nenhum orçamentista pretende acertar em cheio, 
de quanto custará uma determinada obra, mas não desviar de 
quanto de fato esta obra custará. Neste sentido o orçamento 
não tem por objetivo ser exato, mas conter sim um nivel de 
precisão, que seja o mais abrangente possível.
Quando uma empresa elabora um orçamento de R$ 1.387,48, 
o valor com duas casas decimais, não retrata a precisão de 
quanto custará está obra; esta precisão decorre dos custos 
de todos os insumos envolvidos numa determinada planilha 
de composição.
A qualidade de aproximação de um orçamento está direta-
mente relacionada: ao material empregado, à mão-de-obra e 
aos encargos sociais e trabalhistas; ao equipamento utilizado 
e aos custos indiretos.
Em relação ao material empregado, não podemos afi rmar 
que os preços cotados na ocasião da orçamentação serão 
os mesmos na ocasião de compra, inclusive quando o for-
necedor informa o preço na fase de orçamento, em muitos 
casos a informação não é precisa e com certeza seu em-
penho não é o mesmo se fosse uma venda efetiva. Podem 
ocorrer no processo de compra, aumentos inesperados de 
impostos e outras taxas que não venham a garantir o preço 
orçado anteriormente.
21
Além das diferenças de preço, deve-se sempre consider-
ar a perda de material (desperdício), que deve ser previsto 
nas composições de preços para cada insumo utilizado. Pro-
gramas de qualidade, de certifi cação e de reaproveitamento 
são sempre bem-vindos, minimizando despesas futuras, o 
reaproveitamento de formas, por exemplo, é um item que 
deve ser incorporado e lembrado pelas empresas, bem como 
uma série de componentes e insumos.
Em relação aos equipamentos utilizados, e o seu custo 
horário, depende principalmente dos cálculos da vida útil do 
referido equipamento: É melhor alugar ou mobilizar um deter-
minado equipamento? A resposta a esta questão, está ligada 
diretamente à capacidade de produção (capacidade e rendi-
mento do equipamento) por hora, a disponibilidade mecânica 
(tempo em que o equipamento está em condições de uso) 
pode ser do referido equipamento e o coefi ciente de utilização 
deste equipamento, além das difi culades técnicas e do traba-
lho em si, e do volume fi nanceiro do mesmo. 
A verifi cação da necessidade de utilização de equipamento 
deve ser auferida quando do processo de elaboração do orça-
mento, devendo, para tanto, ser elaborado um histograma de 
sua utilização, ao longo do perído de obra; após a elaboração 
deste instrumental, com a sua relação de produtividade e dos 
coefi cientes de utilização, poderemos responder com precisão 
a pergunta entre o aluguel e a mobilização de um determinado 
equipamento.
Especifi cidade
Podemos dizer que não existe orçamento “generalista”, da 
mesma maneira que dizemos que não “existe terreno ruim e 
sim projeto, mal feito e elaborado...”, podemos dizer que cada 
orçamento traz em si as proprias especifi cidades do seu pro-
jeto; um orçamento de uma escola em São Paulo, no pode ser 
o mesmo para uma escola em São Bento do Sapucai. 
Todo orçamento tem relação direta com a política da em-
presa ou orgão público que o está elaborando, dos cargos de 
supervisão envolvidos para a relaização desta obra (engenhei-
ro/arquiteto residente, mestres de obras e ou encarregados), 
da infraestrutura que a empresa dispõe para a realização dos 
serviços (despesas indiretas), a taxa de administração, o grau 
de terceiração dos serviços, a manutenção do canteiro, e o BDI 
que a empresa utilizou quando da elaboração do orçamento.
22
As condições locais, a acessibilidade, o clima, relêvo e vege-
tação, o tipo de solo, o lençol freático, as fontes de matériais, 
a qualidade e a disponibilidade de mão-de-obra local, oferta 
de equipamentos, qualidade dos subempreiteiros, diferentes 
taxas de impostos, afetam de sobremaneira o orçamento e 
exigem especifi cidade própria, em outras palavras, podemos 
dizer: elencar as especifi cidades de uma determinada obra na 
fase de orçamento é a precisão que o orçamento deve conter; 
pois quanto maior e apurado for a sua elaboração, menor será 
sua margem de erro.
Temporalidade
A escala de tempo deve ser considerada, quando é dado o 
“estart” de uma obra, o orçamento realizado há tempos atrás 
deve ser atualizado e customitizados; ou seja, ajustes são 
importantes e fundamentais. A razão desta verifi cação está 
relacionada à fl utuação dos insumos (custos dos materiais no 
mercado), criação ou alteração de impostos e encargos traba-
lhistas, tanto em quantidade como alíquotas, o governo adora 
criar novos impostos. A evolução de métodos construtivos 
(técnica e tecnologia) pode minizar custos e estes podem ser 
objeto de renegociação de valores em prol de componentes e 
insumos adicionais, a recíproca é verdadeira, pois difi culdades 
técnicas podem surgir, quando do início das obras e que na 
ocosião da elaboração do orçamento não havia.
Finalmente devemos considerar que cenários fi nanceiros e 
gerenciais podem ser alterados, custo do recurso fi nanceiro, 
sua facilidade ou não de obtenção; podem alterar o cenário 
original. Necessidades de empréstimos e de capital de giro 
têm o poder de encarecer substancialmente o custo fi nal de 
um determinado emprendimento.
Enfoques do orçamento
Entre contratante e contratado, tem a máxima que diz: 
“O bom orçamento tem que ser bom para ambas as partes; 
distorções no grau de confi abilidade do orçamento comprote a 
qualidade do produto em si, o que, de modo invariável, não é 
bom para o contratante e contratado”. 
Para o contratante o orçamento deve ser o mais sintético 
possível, onde temos a descrição de todos os serviços, devida-
mente qualifi cados e quantifi cados, os preços unitários de cada 
item de serviço, já considerados o BDI (planilha de vendas), os 
23
subtotais para cada fase da obra e o preço total do empreen-
dimento; ou seja, sua preocupação é se o orçamento está in-
serido dentro da sua capacidade fi nanceira e na periodicidade 
do desembolso ao longo do período de execução da obra.
Do ponto de vista do contratado e da empresa construtora, 
o orçamento deve ser o mais análitico possível, onde temos 
a descrição de todos os serviços, devidamente qualifi cados e 
quantifi cados, os preços unitários de cada item de serviço; e o 
detalhamento do BDI empregado, bem como a demostração 
da planilha de composição de custos, os percentuais de cada 
item de serviço da planilha, o refl exo deste no preço total, os 
subtotais e o total geral; deve ser ainda acompanhado da cur-
va ABC, que retrata os itens e ou serviços que tem os maiores 
preços e pesos, portanto devem ser objetos de monitoramento 
ao longo da execução da obra.
A empresa construtora após a assinatura de um contrato, 
tem para si a receita de parcelas mensais fi xas enquanto o 
custo de produção mensal é variável. Esta condição em si já é 
o sufi ciente, para justifi car toda medida de monitoramento no 
decorrer da execução das obras. A busca em atingir as metas 
em relação ao custo orçado é fundamental para garantir a so-
brevivênciada empresa num mercado altamente competitivo.
7. Etapas da orçamentação
Na elaboração de um orçamento para um determinado 
empreendimento, devemos considerar as condicionantes 
(condições onde está localizado o imóvel), a elaboração dos 
custos e a determinação do preço fi nal de venda.
Antecipadamente ao estudo das condicionantes, devemos 
estudar cuidadosamente os projetos e as documentações dis-
poníveis (alvarás, licenças, as diretrizes das concessionárias 
- Sabesp, Eletropaulo e Telefônica) para o local da obra, após 
o estudo e análise das condicionantes relativas ao projeto e 
as documentações é fundamental, realizar-se visita ao futuro 
local das obras, elaboramos consulta ao cliente e levantamos 
o histórico do local com os moradores vizinhos, estas informa-
ções são úteis, pois podem alterar substancialmente a infra-
estrutura necessária à execução das obras.
Em seguida elaboramos os custos provenientes das defi -
nições técnicas previstas em projeto, bem como a infra-estru-
tura necessária à execução da referida obra, ou seja, monta-
mos o plano e a logística de execução da obra, em seguida 
24
elaboramos os quantitativos dos serviços, com as referidas 
produtividades e a cotação dos insumos. 
Com os quantitativos defi nidos e os insumos cotados, te-
mos condições de saber o custo direto para a realização do 
empreendimento. Em seguida considerando as condicionan-
tes envolvidas, podemos defi nir o custo total das despesas 
indiretas. Com este novo total, a certeza dos impostos a se-
rem requeridos por ocasião do faturamento, podemos defi nir 
a margem de lucro desejado, lembrando: o lucro pode variar 
de zero a infi nito por cento. O que temos de verifi car é a via-
bilidade de aplicação de lucro aleatório, orçamento que não 
resulta em obra, não é orçamento.
Com a aplicação do lucro desejado, obtemos assim o preço 
de venda fi nal da obra, traduzido numa planilha sintética, de-
mosntrando todas as etapas envolvidas e os itens contrata-
dos, comercialmente falando o preço fi nal de venda é acompa-
nhando de orçamento detalhado de todas das condicionantes 
envolvidas para a realização do serviços, tais como: memorial 
descritivo dos serviços, preço total e parciais, preço unitário, 
condições de pagamento, reajustes, obrigações de contrata-
do e deveres do contratante e outras informações pertinentes 
relacionadas com as características da obra.
Entendimento e estudo das condicionantes
Na construção civil se parte do princípio que a elaboração 
de orçamento está condicionada à existência de um proje-
to básico ou executivo, na realidade não é bem assim que 
ocorre, muitas vezes temos apenas como referência para a 
elaboração de um orçamento apenas uma planta baixa, e em 
relação ao projeto executivo, o que muitas empresas denomi-
nam, não passa de um projeto básico melhorado. A fase de 
estudo e entendimento das condicionantes, é o momento em 
que se tornam conhecidas as condições de entorno da obra, 
englobando as seguintes atividades:
• Leitura e entendimento do projeto e especifi cações técnicas;
• Leitura e interpretação do edital (carta convite, tomada 
de preço e concorrência);
• Visita técnica.
A leitura e entendimento do projeto e especifi cações téc-
nicas é o momento onde o orçamentista toma conhecimento, 
ou seja, estuda, entende e compreende o projeto, o projeto 
básico de um emprendimento deve conter:
25
• Projeto de arquitetura completo (plantas, cortes, eleva-
ções, tabelas de acabamento, tabelas de esquadrias, 
defi nições de acabamentos e memorial descritivo deta-
lhado, etc.);
• Projeto de estrutura (cálculo estrutural, planta de loca-
ções de fundações, planta de formas, tabelas de pesos, 
volumes de concreto, etc.); 
• Projeto de instalações hidráulicas (planta de distribuição, 
reservatórios, isométricas, tabelas, etc.);
• Projeto de instalações elétricas (plantas de circuitos, dia-
gramas, centro de medição e distribuição, etc.);
• Projetos complementares (ar condicionado, sistema de 
alarme, incêndio, paisagismo, etc.).
Finalmente podemos dizer que a complexidade ou não da obra, 
determina o volume e a complexidade destes projetos, podemos 
afi rmar ainda que a experiência do orçamentista e sua familiari-
dade com a tipologia da obra, determinam o grau de aproximação 
do orçamento em relação ao preço fi nal da mesma.
Além do entendimento do projeto é necessário o conheci-
mento e o entendimentos das condições técnicas da referida 
obra, estas condições são os documentos em forma descri-
tiva, que trazem informatica de natureza qualitativa, estas 
contêm a descrição dos materiais empregados, o padrão de 
acabamento, a descrição da sua aplicação (caderno de encar-
gos), as tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais; 
critérios de recebimento de materiais e de medição, os en-
saios requeridos para o processo de execução.
A leitura e interpretação do edital, é o entendimento das 
regras e das leis que regem o processo de licitação, é o instru-
mento que contém as regras para a execução de determinado 
empremendimento. Todo edital dever ter:
• O objeto do contrato (reforma, construção, ampliação, etc);
• O projeto básico;
• Planilha de orçamentos;
• Cronograma físico-fi nanceiro;
• Prazo da obra;
• Datas contratuais;
• Minuta de contrato;
• Penalidades por atraso e ou bônus por antecipação;
• Críterios de medição, pagamentos e reajustamento;
• Regime de preços (unitário, global, por adminstração);
• Limitação de horário de trabalho;
• Habilitação juridica fi scal (certidões negativas, etc.);
26
• Habititação técnica (acervos técnicos, atestados, etc.), 
com relação à empresa e o responsável técnico;
• Documentação requerida;
• Seguros exigidos (carta de fi ança, etc.);
• Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instala-
ções de água e energia, etc.);
• Exigências e infra-estrutura e logistica da empresa con-
tratada, entre outros itens.
A visita técnica além de ser exigida pelo processo de con-
corrência é sempre útil e recomendavel para conhecermos as 
condições do local da obra. O objetivo da visita técnica é deri-
mir dúvidas e levantar dados e informações para o orçamento, 
é conveniente tirar fotos, avaliar o estado das instalações, o 
local das futuras obras, conhecer as condições para guarda 
de materiais, equipamentos e ou alojamento de pessoal.
Quando da visita técnica é fundamental o recebimento do 
atestado de visita devidamente certifi cado pelo licitante e ava-
lizado pelo profi ssional e a empresa que irá participar do cer-
tame, atestando a visita em obra.
A visita técnica e a obtenção dos dados podem ser facilita-
das com a utilização de formulários, que permitem avaliar e 
registrar todas as condições do local, o que é muito útil para a 
tomada de decisões da futura concorrência.
Elaboração dos custos
A elaboração do custo total de uma obra é o resultado 
orçado para cada um dos serviços integrantes da obra, por-
tanto sua origem é a identifi cação clara destes serviços no 
processo de quantifi cação. Um orçamento só é considerado 
completo quando contempla a totalidade dos serviços reque-
ridos pela obra, este processo é denominado de identifi ca-
ção dos serviços.
No processo orçamentário após a identifi cação do serviço 
exigido pela obra, este precisa ser quantifi cado. O levanta-
mento de quantitativos é uma das principais tarefas do orça-
mentista, pressupõe conhecimento de obra e conhecimento 
das etapas de execução, pois, nem sempre o projetista for-
nece estes quantitativos de forma detalhada.
Um pequeno erro no cálculo de volume de concreto, metra-
gem quadrada de piso e ou de fôrmas, entre tantos itens de 
um orçamento, por exemplo, podem gerar erros com conse-
quências dolorosas à empresa construtora.
27
O levantamento de quantidades a partir de um projeto inclui 
a elaboração de cálculosbaseados nas dimensões previstas 
em projeto, tais como: volume de concreto, áreas de piso, 
metragem de fôrmas, quantidades de portas, área de pintura, 
área de telhado, etc; bem como ao cálculo de volumes, es-
cavação, lastros, nivelamento e apiloamento.
A melhor maneira de elaboramos e/ou extrairmos os quan-
titativos de um determinado projeto é a utilização de uma lista-
gem auxiliar, como lembrete, onde temos toda a sequencia dos 
serviços, para uma determinada fase de obra. No processo de 
levantamento de quantidades, é fundamental que o orçamen-
tista crie o hábito de registrar e construir a memória de cálculo 
durante o processo de orçamentação. Esta regra é muito útil 
nos casos em que ocorre alteração de serviços e mudanças 
no orçamento. A memória de cálculo é o instrumento no qual 
justifi camos os quantitativos extraídos do projeto.
Exemplo de memória de cálculo:
2. COBERTURA
1. Cobertura com telha chapa aço ondulada zincada 0,5 mm, (19,46 x 
30,25 m = 588,67 m2), menos 100 m2 em cobertura com telha de fi bra 
de vidro = 488,67 m2;
2. Cobertura com telha fi bra de vidro, ondulada, colorida, 10 x 10 m = 
100,00 m2;
3. Estrutura metálica perfi s “I” até 08” em aço laminado (viga isolada e pór-
tico, etc.) fornecimento e montagem incluindo perdas, 588,67 m2 x 10,08 
kg/m2 = 5933,79 kg;
Os custos diretos de uma determinada obra, são aqueles di-
retamente relacionados com o projeto e ao trabalho de campo 
são todos os serviços que podemos extrair do projeto e todos 
aqueles listados como serviços e relacionados no orçamento, 
representam o custo orçado dos serviços levantados.
Exemplo de custo direto:
No exemplo acima, cada um dos serviços listados é o custo 
direto, a unidade básica de um serviço listado, também de-
nominamos de composição de custos, os quais na sua maioria 
28
são unitários, ou seja, denominados por uma unidade de ser-
viço (m, kg, m3, vb).
São denominados composição de custos, pois em cada custo 
direto ou composição, temos os insumos necessários à realiza-
ção dos respectivos serviços, com os seus respectivos índices e 
o valor destes (preço de mercado), provenientes da cotação de 
preços e da aplicação dos encargos sociais sobre a hora-base 
do trabalhador. Estes índices são quantidade de cada insumo 
necessário a realização de uma unidade de serviço, sendo os 
materiais e a mão-de-obra necessária, para a realização de 
91,56 m3 de concreto em fundação, no exemplo acima.
Os custos indiretos de uma determinada obra são aqueles 
que não estão diretamente associados aos serviços no can-
teiro, mas são fundamentais para que o conjunto de serviços 
denominados de custo direto seja realizado. Custos indiretos 
são aqueles serviços que não podemos extrair de um projeto, 
mas essenciais à execução da obra. Nesta fase dimensiona-
mos as equipes técnicas (engenheiros, arquitetos, mestres e 
encarregados), a mão-de-obra de serviços auxiliares (almoxa-
rife, apontador, cozinheiro, vigia, etc.), os equipamentos e ins-
talações necessárias à execução das obras (britador, central 
de concreto, equipamentos leves, barracão de obra, tapume, 
etc.) e as despesas operacionais, necessárias à execução dos 
serviços, tais como alimentação, aluguéis, telefone, veículos 
de apoio, taxas e emolumentos.
Determinado os custos diretos e indiretos ainda se fazem 
necessários a verifi cação e o lançamento dos custos inciden-
tes sobre o custo direto, esta incidência refere-se a: taxa de 
administração central, custos fi nanceiros, despesas eventuais 
e “reservas técnicas”. Estas incidências são fundamentais e 
sempre fazem parte do processo de negociação de fechamen-
to do preço fi nal de venda.
29
A Total do custo direto 29.462,90
B Custo indireto local
Mão de obra indireta (MO IND + MO IND 2) 2.560,00
Leis sociais (125,58%) 125,58% 3.214,85
Equipamentos e instalações 1.300,00
Despesas operacionais 3.000,00
Total 10.074,85
C Incidentes sobre o custo direto
Administração central 3% 883,89
CF = despesas fi nanceiras - taxa de juros do mercado 7% 2.749,87
Período - para receber em dias 45
Custo direto da obra/contrato 29.462,90
Despesas eventuais -
Total 3.633,76
Sub-Total (A + B +C) 43.171,51
Exemplo de etapas do orçamento – defi nição BDI:
Finalmente com a identifi cação dos custos diretos e indire-
tos e de posse de todos os insumos envolvidos, é fundamental 
a realização da coleta de preços de mercado, a cotação de 
preços para os diversos insumos envolvidos na obra, tanto os 
diretos bem como os indiretos. Lembramos que o preço suge-
rido por publicações especializadas apenas são referências, 
não devendo ser tomados para efeito do orçamento.
Com a determinação dos custos diretos, indiretos e suas 
incidências, já temos o custo parcial direto no processo de 
elaboração do orçamento.
De posse do custo parcial direto no processo de fechamen-
to do orçamento, devemos defi nir a lucratividade desejada, 
baseado nas condições técnicas, difi culdades de exe-cução, 
prazos, condições locais, características do cliente, fatores 
relativo à concorrência, risco do empreendimento, necessi-
dade de conquista de determinada obra. O empresário com 
base nestas condições defi ne sua taxa de lucro.
A aplicação da lucratividade e aos impostos relativos ao 
faturamento, denominamos de incidentes sobre o custo parcial 
direto, e a sua aplicação é em percentual, a qual denomina-
mos de BDI (Bonifi cação de despesas indiretas ou Benefícios 
e despesas indiretas). 
30
A utilização de um BDI, sobre o custo direto, considerando 
seus indiretos e suas respectivas incidências; é pela simples 
razão das propostas serem elaboradas em planilhas e os ser-
viços serem baseadas nesta descrição; ou seja, é uma neces-
sidade do construtor diluir sobre esses itens todos os seus 
custos que não aparecem explicitados.
Em outras palavras, sobre o custo direto de uma obra é ne-
cessária a aplicação de um percentual que represente o custo 
indireto, os impostos e o lucro, este fator de majoração é que 
denominamos de BDI.
Exemplo de aplicação – impostos / lucratividade e BDI:
D Incidentes sobre o custo parcial diretos (orça-
meno + indiretos)
PIS 0,65 280,61
CONFINS 3,00 1.295,15
ISS 5,00 2.158,58
IPRJ 4,80 2.072,34
CSLL 2,88 1.243,34
LUCRO 15,00 6.475,73
Total 31,33 15.525,63
E Impostos (aplicados sobre A + B + C = E) 13.525,63
F Preço de venda (A + B + C + E = F) 56.697,14
G BDI (%) (Preço venda = F x 100/custo direto = A) - 100 92,44
Utilidades da orçamentação
O objetivo principal de um orçamento não é a determinação 
do custo e do preço fi nal de venda de uma determinada obra, 
ele também pode ser útil em outras atividades, dando subsí-
dio, para diversas aplicações.
O levantamento de quantidades de materiais e serviços, por 
meio da sua descrição e quantifi cação, ajuda diretamente no 
planejamento da obra. em função dos ítens levantados temos 
que identifi car fornecedores em potencial, estudar as formas 
de pagamento e analisar as técnicas e tecnologias envolvidas 
nestes serviços.
O orçamento também é utilizado para a obtenção de ín-
dices de produtividade (mão-de-obra) e índices de consumo 
(material e equipamento), ou seja, comparar o orçado com o 
que efetivamente está ocorrendo na obra, o índice é indicador 
também de metas de desempenho de uma determinada equi-
pe de campo.
31
O orçamento também ajuda com base nos seus insumos e 
respectivos coefi cientes no dimensionamento de equipes e a 
quantidade de homem-hora necessária à realização de deter-
minado serviço.
O orçamento eleborado de maneira análitica e desenvolvido 
por uma planilha eletrônica, possibilita revisões e alterações si-
multâneas e instantâneas, podendo ser facilmente recalculado 
em função da alterção de preços, mudanças de custos que de-
terminam o BDI, alteração de insumos (coefi cientes) e alteraçãode serviços. Além destas revisões é possível realizar simula-
ções, quando alteramos metodologia de trabalho, alteramos 
componentes importantes, lucratividade, impostos, etc.
O orçamento estruturado numa planilha eletrônica e ou 
“softwear” específi cos, pode gerar ferramentas destinadas 
ao planejamento da obra, como o cronograma físico e fi -
nanceiro, retratando a evolução dos serviços ao longo do 
tempo, quantifi cando mensalmente os custos e receitas 
desses memos serviços, gerando gráfi cos de desempenho 
em relação ao previsto e o realizado (curvas de agregação). 
A análise do balanço entre os custos e as receitas mensais 
fornece uma previsão da situação fi nanceira da obra ao lon-
go dos meses, o que denominamos de análise da viabilidade 
econômico-fi nanceira.
8. Graus do orçamento
Como vimos na Teoria do Orçamento, o grau de elaboração 
de orçamento, é uma preocupação do gestor de determinado 
empreendimento em ter noção do custo provável do empreen-
dimento, efetuando a análise nas suas diversas fases: Estudo 
preliminar, Anteprojeto e Projeto executivo.
Dependendo do grau de detalhe do orçamento, ele pode 
ser classifi cado em Estimativa de custo, Orçamento Preliminar 
e Orçamento analítico ou detalhado.
Na estimativa de custos, utilizamos uma avaliação histórica 
em comparação com projetos similares, dando uma idéia da 
ordem de grandeza do custo do empreendimento.
Em construção o indicador bastante utilizado é o custo do 
metro quadrado construído, sendo o Custo Unitário Básico 
(CUB) e o Custo Unitário PINI de edifi cações os mais utiliza-
dos. A lei 4591/64 atribui à Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) a tarefa de padronizar critérios e normas de 
cálculo de custos unitários de cosntrução.
32
A NBR 12721 defi ne os critérios de coleta e são baseados 
em preços resultantes de pesquisa feita pelos sindicatos, co-
nhecidos como SINDUSCON.
Na tabela CUB – SINDUSCON, os custos estão divididos 
conforme a unidade autônoma, o tipo de construção e número 
de quartos, número de pavimentos e padrão de acabamento.
Padrão H8 – 3 N
Tipo: H - Habitacional e C – Comercial;
Número de pavimentos: 1, 4, 8, 12, 16;
Número de quartos: 2, 3, 4;
Padrão: B - Baixo, N – Normal, A – Alto.
Em relação à tabela CUB – SINDUSCON, temos que saber 
diferenciar entre o CUB e o Índice CUB. O CUB representa o 
valor, por m2 da construção de uma habitação conforme os pa-
drões demostrados acima, onde o CUB é um valor em Reais. 
Já o índice CUB é a variação acumulada do CUB entre o mês 
anterior e o atual, e é um percentual.
 A PINI desenvolveu uma metodologia própria de cálculo 
do custo do metro quadrado construído, é uma referência 
paralela ao CUB, como estes ítens tem critérios e padrões 
diferentes, fi cam distantes entre si; cabe ao orçamentista en-
quadrar sua obra e verifi car qual o índice que mais se adapta 
ao seu caso.
No orçamento preliminar detalhamos um pouco mais, le-
vantando quantidades e atribuimos custos a alguns serviços, 
seu grau de certeza é mais alto que a estimativa de custos. 
Com base em alguns indicadores úteis podemos levantar 
quantitativos que podem ajudar na elaboração do orçamento 
preliminar.
No levantamento de quantidades podemos calcular:
No volume de concreto, o indicador é a espessura média 
do concreto caso este fosse distribuído regularmente pela 
área do pavimento.
Estrutura abaixo de 10 pavimentos: entre 12 a 16 cm;
Estrutura acima de 10 pavimentos: entre 16 a 20 cm.
Volume de concreto = área construída x espessura média 
(refere-se à super estrutura).
33
No peso da armação, verifi ca-se que em construções pre-
diais a taxa de aço média fi ca numa faixa.
Estrutura abaixo de 10 pavimentos: entre 83 a 88 kg por 
m3 de concreto;
Estrutura acima de 10 pavimentos: entre 88 a 100 kg por 
m3 de concreto.
Peso da armação = volume do concreto x taxa de aço.
No cálculo da área de forma para moldagem de um pilar, 
viga e laje, verifi ca-se que a utlização média de fôrma recai 
numa determinada faixa.
Fôrma: entre 12 e 14 m2 por m3 de concreto.
Área de fôrma = volume de concreto x taxa de fôrma.
No orçamento analítico, é a maneira mais precisa e deta-
lhada de se prever o custo de uma obra. Efetuado com base 
nas composições de custo dos diversos serviços existentes, 
efetuamos a pesquisa de preço e de insumos de maneira 
cuidadosa, deste modo, conseguimos chegar num valor bem 
próximo do custo real e fi nal de uma obra.
O orçamento analítico tem para cada serviço e especifi ca-
ção de projeto uma composição de custos unitários, que leva 
em consideração, material, mão-de-obra e equipamentos ne-
cessários à sua execução. Além dos custos diretos são com-
putados também os custos com a manutenção do canteiro de 
obra, equipes técnicas, administrativa e suporte da obra, ta-
xas, impostos, emolumentos, etc., aos quais denominamos de 
custo indireto, acrescidos em forma de percentual chamado 
de BDI.
9. Levantamento de quantidades
O levantamento de quantidades é a fase mais importante 
no processo de elaboração do orçamento, sendo exigido do 
orçamentista todo o conchecimento a respeito de como é feito 
determinado serviço, além do conhecimento dos serviços que 
envolvem uma obra.
Todo orçamentista no processo de elaboração do levanta-
mento de quantidades, produz o que denominamos de memória 
34
de cálculo, que deve ser fácil de ser manipulada e entendi-
da para que outro profi ssional possa conferir com agilidade 
e facilidade. A memória tem que ser clara o sufi ciente para 
que, na mudança eventual de caracteríisticas ou dimensões 
do projeto, não acarrete num segundo levantamento, ou que 
ao nosso entender é pelo menos é contra producente, além 
de onerosa à organização. As empresas diante desta questão 
organizam formulários adequados e tabelas padronizadas, 
que fazem parte do conjunto do orçamento.
O levantamento de quantidades envolve elementos de na-
tureza diversa, nas suas dimensões, tais como: 
• Lineares: Tubulação, rodapé, muros, cercas, etc.;
• Superfi ciais ou de área: Limpeza de terreno, fôrma, 
alvenaria, piso, etc.;
• Volume: Concreto, escavação, aterro, etc.;
• Peso: Armação, estrutura metálica;
• Adimensionais: Serviços de simples contagem, postes, 
portões, placas, luminaárias, etc.
Os materiais empregados numa obra podem ser de 
caráter permanente, ou seja, fi cam incorporados ao produto 
fi nal, tais como: concreto, aço, tinta, pisos, areia, brita, ci-
mento, tijolos, etc.; e materiais de caráter não permanentes, 
que são utilizados somente na fase da construção e removi-
dos depois de utilizados, tais como: madeira para fôrmas, 
escoramentos, tensores de fôrmas, prego, desmoldantes e 
instalações provisórias.
No processo de levantamento de quantidades dos princi-
pais serviços, devemos conhecer os critérios de levantamento 
de quantidades, que podem ser revistos e adaptados pela 
empresa e a critério do orçamentista, devemos lembrar que 
estes critérios, ajudam e formatam a maneira pela qual vamos 
receber determinado serviço (critérios de medição).
A seguir apresentamos os principais critérios de levanta-
mento de quantidades, adotado pelo FDE (Fundação para o 
Desenvolvimento Escolar). 
LIMPEZA DO TERRENO
Serviços
• Limpeza do terreno, retirando a vegetação existente, 
inclusive tronco até 05 cm de diâmetro;
Critério: M2 – pela área real.
35
MOVIMENTO DE TERRA
Serviços
• Corte e aterro dentro da obra com transporte interno;
• Aterro com transporte por caminhão nos primeiros 
100 m;
 Critério: M3 – Volume de corte ou aterro executado, 
medido na caixa.
TRANSPORTE
Serviços
• Transporte de terra por caminhão;
 Critério: M3 x Km – Medição pelo produto do volume 
de terra transportado pela distancia percorrida, menos 
100 m (medição tomada no corte ou no aterro com-
pactado).
INFRA-ESTRUTURA(FUNDAÇÃO)
Serviços
• Brocas de concreto diâmetro 20, 25 ou 30 cm;
 Critério: M – Comprimento determinado pela profundi-
dade concretada.
Serviços
• Aço CA – 50 (A ou B), FyK = 500 Mpa;
• Aço CA – 60 (A ou B), Fyk = 600 Mpa;
 Critério: Kg – Pelo levantamento das diversas bitolas 
ou telas nos seus pesos nominais, nas plantas de ar-
madura. As perdas não devem ser incluídas. Conside-
ram-se as armaduras de infra-estrutura as utilizadas 
até o respaldo superior da viga baldrame.
• Concreto dosado e lançado, Fck = 20 Mpa/30 Mpa;
 Critério: M3 – Volume calculado no projeto de formas. 
Os volumes das intersecções devem ser computados 
uma só vez.
• Formas de madeira maciça;
 Critério: M2 – Pelas áreas das superfícies desenvolvi-
das em contato com o concreto, calculado no projeto 
estrutural.
SUPERESTRUTURA (ESTRUTURA)
Serviços
• Aço CA – 50 (A ou B), FyK = 500 Mpa;
• Aço CA – 60 (A ou B), Fyk = 600 Mpa;
 Critério: Kg – Pelo levantamento das diversas bitolas 
ou telas nos seus pesos nominais, nas plantas de ar-
madura. As perdas não devem ser incluídas.
36
Consideram-se as armaduras de superestrutura as uti-
lizadas a partir do respaldo superior da viga baldrame.
• Concreto dosado e lançado, Fck = 20 Mpa/30 Mpa;
 Critério: M3 – Volume calculado no projeto de formas. 
Os volumes das intersecções devem ser computados 
uma só vez. Consideram-se concreto de superestru-
tura o utilizado a partir do respaldo superior da viga 
baldrame.
• Formas de madeira maciça;
 Critério: M2 – Pelas áreas das superfícies desenvolvi-
das em contato com o concreto, calculado no projeto 
estrutural.
• Cimbramento de madeira;
 Critério: M3 – Pelo volume, no cômputo da altura do 
cimbramento, devem-se excluir os 03 m, correspon-
dente ao escoramento normal.
• Laje mista de vigotas protendidas H-8, H-12, H-16, so-
brecarga 100 kg, 300 kg, 450 kg;
 Critério: M2 – pela área determinada pelos eixos das 
paredes e/ou vigas.
VEDOS
Serviços
• Alvenaria de fundação e embasamento com bloco de 
concreto;
 Critério: M3 – Pelo volume real da alvenaria executada.
• Alvenaria de bloco de concreto E = 14 cm;
 Critério: M2 – pela área real de alvenaria executada, 
deduzindo-se todo e qualquer vão de interferência.
• Placa divisória em concreto E = 5 cm;
 Critério: M2 – pela área real.
VÃOS
Componentes
• Caixilho de Madeira / Ferro / Alumínio / Esquadria 
Veneziana de aço;
 Critério: UN – por unidade instalada.
• Porta de Madeira / Ferro / Alumínio / Esquadria Vene-
ziana de aço;
 Critério: UN – por unidade instalada.
37
COBERTURAS
Serviços
• Telha de barro portuguesa / Telha tecnologia CRFS on-
dulada E = 8 mm;
 Critério: M2 – pela área de projeção horizontal de 
cober-tura executada, com os seguintes acréscimos:
• 5% para coberturas de 18% a 27% de inclinação;
• 8% para coberturas de 28% a 38% de inclinação;
• 12% para coberturas de 39% a 50% de inclinação.
• Cumeeira e espigão emboçados para telha de barro 
portuguesa / Cumeeira normal para telha tecnologia 
CRFS ondulada;
 Critério: M – pelo comprimento real dos serviços.
FORROS
Serviços
• Forro de placa de gesso quadriculada;
 Critério: M2 – pela área real.
IMPERMEABILIZAÇÃO
Serviços
• Impermeabilização respaldo de alvenaria, alvenaria, 
embasamento com argamassa de cimento e areia tra-
ço 1:3 contendo hidrófugo e tinta betuminosa;
 Critério: M2 – pela área real da superfície impermeabi-
lizada.
REVESTIMENTOS DE PAREDES E TETOS
Serviços
• Chapisco com argamassa de cimento e areia traço 
1:3;
 Critério: M2 – pela área real (chapisco efetivamente 
executado).
• Emboço desempenado;
 Critério: M2 – pela área efetivamente executada. De-
duzir vãos maiores que 02 m2, neste caso as espale-
tas são desenvolvidas.
• Revestimento com gesso liso desempenado;
 Critério: M2 – pela área real, deduzindo-se toda e 
qualquer interferência.
38
• Azulejos lisos brancos 15 x 15 cm;
 Critério: M2 – pela área real da superfície efetivamente 
revestida, deduzindo-se toda e qualquer interferência, 
acrescentando-se as áreas desenvolvidas como espa-
letas ou dobras.
• Revestimento texturizado acrílico branco e pintura 
acrílica;
 Critério: M2 – pela área real revestida.
PISOS / PAVIMENTAÇÃO
Serviços
• Concreto desempenado com requadro 1,80 m – es-
pessura 06 cm;
 Critério: M2 – pela área real do piso executado.
• Lastro de pedra britada;
 Critério: M3 – pelo volume real. Quando não especifi -
cada em projeto, considerar espessura de 5 cm.
• Lastro de concreto;
 Critério: M3 – pelo volume real. Quando não indicado 
em projeto, adotar espessura de 5 cm.
• Argamassa de regularização de cimento e areia, traço 
1:3, espessura 2,5 cm;
 Critério: M2 – pela área real.
• Cerâmica esmaltada antiderrapante - 30 x 40 cm PEI-4 
Coefi ciente atrito 0,35 a 0,50;
 Critério: M2 – pela área real.
• Rodapé de cerâmica antiderrapante 30 cm por com al-
tura de 07 cm;
 Critério: M – pelo comprimento real.
VIDROS
Serviços
• Vidro Fantasia / Incolor E = 4 mm;
 Critério: M2 – pela área real dos caixilhos, deduzindo-
se as áreas de chapas de vedação ou de qualquer 
natureza ou fi nalidade.
PINTURA
Serviços
• Massa corrida para tinta acrílica;
 Critério: M2 – pela área efetivamente emassada, não 
se descontando vão até 02 m2.
39
• Massa corrida PVA;
 Critério: M2 – pela área efetivamente emassada, de-
duzindo-se toda e qualquer interferência.
• Tinta acrílica / PVA em paredes e tetos;
 Critério: M2 – pelas áreas pintadas, não se descontan-
do vãos até 2 m2; não considerar espaletas, fi letes ou 
molduras desenvolvidas.
• Grafi te em estruturas metálicas;
 Critério: M2 – pela área da projeção horizontal da 
cobertura.
• Esmalte sintético em esquadrias de ferro;
 Critério: M2 – pela área do vão de luz multiplicada pó 
2, em caixilhos e portas chapeadas, portas de ferro 
onduladas e articuladas de enrolar e portas pantográ-
fi cas pela área do vão de luz multiplicada por 2,5 (dois 
e meio).
• Esmalte sintético em esquadrias de madeira;
 Critério: M2 – pela área do vão de luz, multiplicada por 3 
(três). Em não havendo batente multiplicar por 2 (dois), 
em venezianas ou persianas multiplicar por 5 (cinco).
LIMPEZA FINAL
Serviços
• Limpeza da obra;
 Critério: M2 – pela área real.
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Serviços
• Abrigo, caixas de alvenaria;
Critério: Un – pela quantidade.
• Registros, Válvulas, equipamentos contra incêndio;
Critério: Un – pela quantidade.
• Tubulações, Aço, PVC – Água Fria, Quente, Esgoto, 
Combate a Incêndio inclusive conexões;
Critério: M – pelo comprimento real.
• Acessórios, Louças, Metais, Motores, Caixas de Água, 
incluindo acessórios;
 Critério: Un – por unidade instalada.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFONIA
Serviços
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No levantamento de quantidades para calcularmos e docu-
mentar em memória de cálculo os acabamentos de uma obra, 
a maneira mais pratica é a utilização de um formulário e ou 
planilha eletrônica, cujos dados de entrada são a largura, 
comprimento e a altura de cada cômodo, como estes serviços 
estão vinculados à área ou perímetro de paredes, o cálculo 
fi ca simplifi cado.
10. Custo direto, indireto, lucro, impostos, BDI 
 e Preço de Venda
O BDI e as suas respectivas defi nições e a decisão do or-
çamento é sempre uma das tarefas mais difíceis, ajustar o 
orçamento e gerenciamento às reais necessidades do negócio 
é quesito fundamental para a saúde fi nanceira da empresa. 
Essa não é tarefa fácil, pois as formas de gestão são variáveis 
e dependem do amplo conhecimento do mercado.
• Abrigo, caixas de entrada de energia, cabines, postes, 
conduletes, quadros, disjuntores, terra completo, inter-
ruptores, tomadas, quadros de disjuntores;
 Critério: Un – pela quantidade.
• Cabos, Fios, Eletrodutos;
 Critério: Ml – pelo comprimento.

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