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Percepção, notação e linguagem musical Lílian Sobreira Gonçalves

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM 
MUSICAL
Meu nome é Lílian Sobreira Gonçalves. Sou licenciada em Educação Artística, com habilitação em 
Música pela Universidade Federal do Paraná (1990). Fiz especialização em Educação Musical – Coral 
(2001) e em Música – Regência Coral (2008), na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2008). 
Dedico-me à pedagogia musical desde 1989 e atuo como regente de coral desde 1995. De 2006 
a 2012, atuei como professora de Percepção Musical e Técnica Vocal dos cursos de Graduação da 
Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Como aluna do Programa de Pós-Graduação em Música da 
Universidade Federal do Paraná, obtive o título de mestre em Música, na área de Educação Musical e 
Cognição, sob orientação da Profª. Drª. Rosane Cardoso de Araújo.
E-mail: profelilian.claretiano@gmail.com
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Lílian Sobreira Gonçalves
Batatais
Claretiano
2015
PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM 
MUSICAL
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio 
(eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de 
banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • 
Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • 
Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses 
Frata • Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus Silveira • Juliana 
Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita 
Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis 
Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami • Wagner Segato dos Santos
Videoaula: José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Percepção, Notação e Linguagem Musical 
Versão: dez./2015
Formato: 20x28 cm
Páginas: 80 páginas
 
780 G627p 
 
 Gonçalves, Lílian Sobreira 
 Percepção, notação e linguagem musical / Lílian Sobreira Gonçalves – Batatais, SP : 
Claretiano, 2015. 
 80 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-422-8 
 1. Notação. 2. Percepção. 3. Linguagem musical. 4. Treinamento auditivo. 5. Sinais musicais I. 
Percepção, notação e linguagem musical. 
 
 
 
 
 
 CDD 780 
SUMÁRIO
CONTEúDO INTRODUTóRIO
1. INTRODUçãO ..................................................................................................................................................................9
2. GLOSSáRIO DE CONCEITOS ...........................................................................................................................................11
3. EsquEma dos ConCEitos-ChavE ..............................................................................................................................13
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ....................................................................................................................................13
5. E-REFERÊnCias ...............................................................................................................................................................14
unidadE 1 – NOTAçãO MUSICAL
1. INTRODUçãO ..................................................................................................................................................................17
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................................................................................17
2.1. ORIGEM DA NOTAçãO MUSICAL OCIDENTAL......................................................................................................17
2.2. PENTAGRAMA .........................................................................................................................................................19
2.3. PROPRIEDADES DO SOM .......................................................................................................................................22
2.4. CLAVES ....................................................................................................................................................................27
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR ...............................................................................................................................32
3.1. ORIGEM DA NOTAçãO MUSICAL OCIDENTAL......................................................................................................32
3.2. PROPRIEDADES DO SOM .......................................................................................................................................32
3.3. CLAVES E NOTAS MUSICAIS ...................................................................................................................................33
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ......................................................................................................................................33
5. CONSIDERAçÕES ............................................................................................................................................................35
6. E-REFERÊnCias ...............................................................................................................................................................35
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ....................................................................................................................................35
unidadE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
1. INTRODUçãO ..................................................................................................................................................................39
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................................................................................39
2.1. RITMO .....................................................................................................................................................................39
2.2. COMPASSOS............................................................................................................................................................45
2.3. UNIDADE DE TEMPO E UNIDADE DE COMPASSO ................................................................................................46
2.4. LEITURAS RÍTMICAS ...............................................................................................................................................53
3. CONTEúDODIGITAL INTEGRADOR ...............................................................................................................................55
3.1. COMPASSOS............................................................................................................................................................56
3.2. UNIDADE DE TEMPO E UNIDADE DE COMPASSO ................................................................................................56
3.3. RÍTMICA ..................................................................................................................................................................56
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ......................................................................................................................................57
5. CONSIDERAçÕES ............................................................................................................................................................58
6. E-REFERÊnCias ...............................................................................................................................................................58
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ....................................................................................................................................59
unidadE 3 – TOM E SEMITOM
1. INTRODUçãO ..................................................................................................................................................................63
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................................................................................63
2.1. ALTERAçÕES ...........................................................................................................................................................63
2.2. TOM E SEMITOM ....................................................................................................................................................65
2.3. ESCALA DIATÔNICA MAIOR ...................................................................................................................................67
2.4. ENARMONIA ...........................................................................................................................................................69
2.5. SOLFEJO ..................................................................................................................................................................71
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR ...............................................................................................................................73
3.1. ALTERAçÕES ...........................................................................................................................................................73
3.2. TOM, SEMITOM E ESCALA DIATÔNICA MAIOR ....................................................................................................74
3.3. ENARMONIA ...........................................................................................................................................................74
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ......................................................................................................................................75
5. CONSIDERAçÕES ............................................................................................................................................................76
6. E-REFERÊnCias ...............................................................................................................................................................76
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ....................................................................................................................................76
apÊndiCE – sinais musiCais divERsos
1. INTRODUçãO ..................................................................................................................................................................77
2. SINAIS DE DINâMICA .....................................................................................................................................................77
3. SINAIS DE ACENTUAçãO ...............................................................................................................................................78
4. SINAIS DE REPETIçãO ....................................................................................................................................................79
5. SUSPENSãO, PARADA E fErmata ................................................................................................................................80
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
Conhecimento dos elementos básicos da teoria e da Percepção Musical por meio de 
atividades teóricas e práticas. Parâmetros do som. Notação musical e sua origem de escrita 
ocidental. Pauta/Pentagrama: notas musicais. Claves. Figuras rítmicas e suas relações com o 
pulso. Fórmula de compasso. Tom e semitom. Sinais de alteração e enarmonia. Leituras rítmicas 
sem subdivisão de pulso. Solfejo melódico. Sinais diversos (apêndice).
Bibliografia Básica
BENNETT, R. Elementos básicos da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
MED, B. teoria da música. Brasília: Musimed, 1996.
RAMIRES, M.; FIGUEIREDO, S. L. F. Exercícios de teoria musical: uma abordagem prática. 6. ed. São Paulo: Edição dos Autores, 
2004. v. 1.
Bibliografia Complementar
BENNETT, R. forma e estrutura na música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.
BENWARD, B.; KOLOSICK, J. T. Percepção musical: prática auditiva para músicos. 7. ed. Campinas: Ed. Unicamp/São Paulo: 
Edusp, 2009. v. 1.
HINDEMITH, P. treinamento elementar para músicos. 4. ed. São Paulo: Ricordi, 1988.
POZZOLI, H. Guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Musicália S/A Cultura Musical, 1983.
RAMIRES, M. Harmonia: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Edição dos Autores, 2010. v. 1.
8 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber: ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das 
competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais 
conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico 
(qual sua origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais 
Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo Digital Integrador” 
porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a 
convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, 
a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Percepção, Notação e Linguagem musical, por meio do qual 
você obterá as informações necessárias para a sua trajetória como aluno de Música, e que 
continuarão a ser utilizadas em sua vida profissional. Os conteúdos aqui apresentados 
servirão para você embasar todas as atividades desenvolvidas em música e em suas vertentes 
(composição, regência, performance etc.).
Portrazer conhecimentos básicos em uma ordem crescente de dificuldade, o conteúdo 
desta obra é acessível aos alunos que não tiveram nenhuma formação musical anterior, ao 
mesmo tempo em que apresenta desafios para os alunos já familiarizados com a escrita e a 
leitura musical.
Mas o que é linguagem musical?
Quando mencionamos a aprendizagem de uma linguagem, logo pensamos em um novo 
idioma, não é mesmo?
E é basicamente isso! Podemos pensar a notação musical como uma nova "língua" a 
ser aprendida, na qual cada símbolo escrito corresponde a um significado musical, indicando 
determinada altura, duração, intensidade ou timbre de um som musical, da mesma forma que 
as letras do alfabeto representam determinados fonemas.
É importante, também, lembrar que a compreensão da linguagem musical é uma 
atividade exclusiva do ser humano. Podemos até afirmar que os pássaros, bem como alguns 
outros animais, são capazes de emitir sons musicais, mas não são capazes de elaborar uma 
música.
Tal fato ocorre porque os animais percebem cada som como um evento isolado, 
sem processar uma ligação entre eles. Nós fazemos associações entre esses sons, e essas 
associações e conexões formam o que entendemos como música. A música é, portanto, uma 
atividade humana que depende de numerosas conexões cerebrais e de uma intencionalidade 
(PENNA, 2008; JOURDAIN, 1998; SLOBODA, 2008).
Se as músicas compostas não fossem registradas em partituras, muito delas seria 
perdido ao longo dos tempos. A partitura nos dá a noção exata do que o compositor pensou 
ao escrever determinada música.
No decorrer dos anos, por meio da tradição oral, foi possível preservar algumas músicas, 
as quais são transmitidas de geração a geração simplesmente pela repetição. Isso se deu com 
as cantigas de roda, de ninar e canções folclóricas, por exemplo, especialmente por se tratarem 
de músicas com estrutura mais simples.
Contudo, quando nos referimos a músicas escritas para orquestra sinfônica, as quais 
requerem grande quantidade de instrumentos, timbres, dinâmica e expressões, logo 
reconhecemos que a preservação dessas músicas será impossível apenas por repetição, sendo 
necessário um registro escrito, a fim de que elas, séculos depois, possam ser reproduzidas 
exatamente como foram compostas.
10 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Esta é a função primária da notação musical: preservar a música através dos tempos! 
Esta obra irá se ocupar dessa "linguagem", e vamos juntos explorar o significado de cada 
notação musical desde o princípio, de forma que, mesmo que você não tenha tido contato 
com o estudo formal de música, irá compreender cada unidade. Dessa maneira, você poderá 
construir o seu conhecimento musical com base sólida.
E o que seria Percepção Musical?
A Percepção Musical preserva forte vínculo com os conhecimentos de teoria e linguagem 
musical. Podemos afirmar que, basicamente, a percepção se ocupa tanto do reconhecimento 
auditivo de elementos musicais (como intervalos, escalas e acordes) quanto de sua leitura e 
escrita.
Educadores musicais, em sua maioria, concordam que a Percepção Musical é 
fundamental, tanto pela participação no processo de formação básica do aluno de Música 
quanto pelo suporte que providencia ao músico profissional.
Bernardes (2001) e Otutumi (2008) reafirmam essa importância, colocando a Percepção 
Musical como um dos eixos mais importantes da formação do aluno de Música. Além de 
ser um estudo de longa duração nos cursos de Graduação, é responsável por articular os 
conhecimentos da teoria (linguagem musical) com a prática musical. Nesse conteúdo, existe 
uma dinâmica na qual audição, escrita e execução se articulam continuamente (GONçALVES, 
2013).
Treinamento auditivo
O treinamento é uma parte extremamente importante na formação de um músico. 
Muitas vezes, o aluno sente-se desestimulado por acreditar que não é capaz de realizar 
determinada tarefa em música. No entanto, o treinamento invariavelmente fará surgirem 
diversas habilidades musicais. Para tocar um instrumento, por exemplo, há necessidade de 
muitas horas de prática, a fim de que se forme um instrumentista habilidoso.
Sobre esse assunto, veja o trecho a seguir:
[...] Na literatura existe consenso sobre a necessidade de constância nas situações de prática para 
melhorar o nível de especialização instrumental. ERICSSON, KRAMPE e TESCH-ROMER (1993) 
demonstraram que mudanças fisiológicas em profissionais ocorrem com o acúmulo de horas de 
prática. Segundo esses autores, necessita-se mais de 10.000 horas de estudo de repertório e prática 
para um refinamento da técnica instrumental [...] (SANTOS; HENTSCHKE, 2009, p. 75).
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo aluno de música é a falta de motivação 
para o estudo e o treinamento. Essa falta de motivação surge, muitas vezes, da ideia de que o 
aluno "não tem talento" ou "não tem ouvido musical". Dessa forma, alunos que não tiveram 
contato com a educação musical formal sentem-se excluídos e desmotivados, acreditando 
que, por mais que se esforcem, não obterão sucesso por causa de sua "falta de talento" 
(GONçALVES; LÜDERS, 2012).
Apesar dessas ideias, não podemos nos esquecer de que a maioria de nossas respostas 
às músicas é aprendida, e de que todo indivíduo visando tornar-se um músico mais completo 
precisará, necessariamente, passar pelo processo de treinamento (SLOBODA, 2008).
11© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Músicos habilidosos não nascem "prontos"! A educação musical e a formação específica 
são fundamentais para que as habilidades musicais floresçam, e é a eficácia desse processo 
de ensino e aprendizagem que determinará o nível de habilidade musical atingido pelo aluno.
Existe um sério problema em acreditar que características inatas são as únicas responsáveis 
pelo estudo musical bem-sucedido. Se o aluno considerar que não tem competência para a 
música, pela suposta ausência de um talento natural, ele não encontrará motivação para o seu 
aprendizado e, por essa razão, terá grandes chances de não obter êxito (GONçALVES; LÜDERS, 
2012).
Não podemos nos esquecer de que a música, como qualquer atividade humana, pode ser 
aprendida e desenvolvida. Tal processo está aberto a todos que assim desejarem e estiverem 
dispostos a investir parte de seu tempo em estudo e treinamento.
Esta obra apresentará muitos exercícios para o seu treinamento musical. Por meio do 
treino, você observará um gradual desenvolvimento auditivo, sendo capaz de identificar 
alturas, durações, intervalos e escalas. Você irá perceber rapidamente que, quanto mais treina 
o seu ouvido, mais expert se torna!
você está preparado? vamos, então, adentrar esse universo musical, cheio de desafios 
e possibilidades, por meio dos quais você adquirirá conhecimentos e habilidades musicais 
específicas!
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições 
conceituais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área 
de conhecimento dos temas tratados.
1) Acordes: são formados por uma combinação de três ou mais sons simultâneos. Se 
forem combinados apenas dois sons, há um intervalo.
2) Canto gregoriano: canto religioso característico da Idade Média, idealizado pelo 
papa Gregório I (540-604). Era executado com uma só melodia (monódico), com 
ritmo determinado pelo texto (MARTINEZ, 2000).
3) Clave: “é um sinal colocado no início da pauta que dá seu nome à nota escrita em 
sua linha” (MED, 1996, p. 16).
4) Educação musical formal: “pode ser considerada tanto aquela que acontece nos 
espaços escolares e acadêmicos, envolvendo os processos de ensino e aprendizagem, 
quanto aquela que acontece em espaços alternativos de música” (WILLE, 2005, p. 
40).
5) Escala: “é uma sucessão ordenada de sons, compreendidos dentrodo limite de uma 
oitava” (MED, 1996, p. 86).
6) Harmonia: “conjunto de sons dispostos em ordem simultânea (concepção vertical 
da música)” (MED, 1996, p. 11).
7) Intervalo: é a diferença de altura entre dois sons musicais, ou seja, a relação entre 
duas alturas (MED, 1996).
8) Melodia: “conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva (concepção horizontal da 
música)” (MED, 1996, p. 11).
12 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
9) Motivação: pode ser definida como um estado psicológico no qual o indivíduo se 
sente disposto a realizar determinada tarefa, que pode estar relacionada tanto ao 
trabalho como a qualquer outra área de sua vida (AMATO; AMATO NETO, 2009).
10) Neumas: “sinais de notação usados na Idade Média, que representam tipos 
específicos de movimento melódico e modos de execução” (MIRANDA; JUSTUS, 
2003, p. 18).
11) Notação musical: “sinais que representam a escrita musical, tais como: pauta, claves, 
notas etc.” (MED, 1996, p. 12).
12) Notação: “conjunto de signos que se empregam para representar os sons e suas 
diferentes combinações” (VIEIRA, 1899).
13) Pentagrama ou pauta: “é a disposição de cinco linhas paralelas horizontais e quatro 
espaços intermediários, onde se escrevem as notas musicais” (MED, 1996, p. 14).
14) Ritmo: utilização de sons com distintas durações; ordem e proporção com que estão 
dispostos os sons que constituem a melodia e a harmonia (HINDEMITH, 1988; MED, 
1996).
15) Som: “é a sensação produzida no ouvido pelas vibrações de corpos elásticos. Uma 
vibração que põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que se propagam 
em todas as direções simultaneamente. Estas atingem a membrana do tímpano 
fazendo-a vibrar” (MED, 1996, p. 11).
16) Timbre: “é a ‘temperatura’, a ‘cor’, a ‘característica’ de um som, de determinada 
fonte sonora” (MARTINEZ, 2000, p. 52).
13© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
3. EsquEma dos ConCEitos-ChavE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste 
estudo.
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Percepção, Notação e Linguagem musical.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONTERRADA, M. T. O. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora da Unesp, 2008.
GONçALVES, L. S. Um estudo sobre crenças de autoeficácia de alunos de Percepção musical. 2013. Dissertação (Mestrado em 
Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
HINDEMITH, P. treinamento elementar para músicos. 4. ed. São Paulo: Ricordi, 1988.
JOURDAIN, R. música, cérebro e êxtase. Trad. Sonia Coutinho. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
MARTINEZ, E. regência coral: princípios básicos. Curitiba: Editora Dom Bosco, 2000.
MED, B. teoria da música. Brasília: Musimed, 1996.
MIRANDA, C.; JUSTUS, L. formação de plateia em música. Curitiba: Editora Gráfica Expoente, 2003.
OTUTUMI, C. H. V. Percepção musical: situação atual da disciplina nos cursos superiores de Música. 2008. Dissertação 
(Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Unicamp, Campinas, 2008.
PENNA, M. música (s) e seu ensino. Porto Alegre: Editora Sulina, 2008.
SANTOS, R. A. T.; HENTSCHKE, L. A perspectiva pragmática nas pesquisas sobre prática instrumental. Per musi, Belo Horizonte, 
n. 19, p. 72-82, 2009.
SLOBODA, J. A. a mente musical. Trad. Beatriz Ilari e Rodolfo Ilari. Londrina: Eduel, 2008.
VIEIRA, E. Diccionario musical. 2. ed. Lisboa: Lambertini, 1899.
14 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
5. E-REFERÊnCias
AMATO, R. C. F.; AMATO NETO, J. A motivação no canto coral: perspectivas para a gestão de recursos humanos em música. 
revista da abem, Porto Alegre, n. 22, p. 87-96, set. 2009. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.org.br/
Masters/revista22/revista22_artigo9.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2015.
BERNARDES, V. A percepção musical sob a ótica da linguagem. revista da abem, Porto Alegre, n. 6, p. 73-85, set. 2001. 
Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista6/artigo_8.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2015.
GONçALVES, L. S.; LÜDERS, V. Música: talento inato ou habilidade adquirida? In: CONGRESSO DA ANPPOM, 22., 2012, 
João Pessoa. anais... João Pessoa: UFPB, 2012. p. 1366-1373. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/anais/
anaiscongresso_anppom_2012/Anais_ANPPOM_2012.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2015.
MAMMÌ, L. A notação gregoriana: gênese e significado. revista música, São Paulo: USP, v. 9-10, p. 21-50, 1998-1999. Disponível 
em: <http://www.revistas.usp.br/revistamusica/article/view/61749/64619>. Acesso em: 21 jul. 2015.
WILLE, R. B. Educação musical formal, não formal ou informal: um estudo sobre processos de ensino e aprendizagem 
musical de adolescentes. revista da abem, Porto Alegre, n. 13, p. 39-48, set. 2005. Disponível em: <http://www.
abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista13/revista13_artigo4.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2015.
15
UNIDADE 1
NOTAÇÃO MUSICAL
Objetivos
•	 Compreender o processo de surgimento e evolução da escrita musical.
•	 Relacionar cada uma das propriedades do som com sua representação gráfica na 
pauta.
Conteúdos
•	 Origem da escrita musical ocidental.
•	 Propriedades do som.
•	 Notação musical: pentagrama, notas e claves.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite a este conteúdo; procure outras informações em sites, livros ou artigos 
confiáveis. No final de cada unidade, você encontrará várias opções de pesquisas. 
Se surgirem dúvidas, discuta com seu tutor a fim de esclarecer cada ponto antes de 
prosseguir os seus estudos. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento 
pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual.
2) Tente resolver todos os exercícios propostos para solidificar o seu aprendizado.
3) Identifique os principais conceitos apresentados e busque seguir a linha gradativa 
dos assuntos que envolvem o estudo de Percepção, Notação e Linguagem musical.
4) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital 
Integrador.
5) Tenha em mente que você precisará sempre alicerçar os seus estudos teóricos com 
um fazer musical, que será indispensável para sua compreensão da música como um 
todo. Estudar música de forma exclusivamente teórica é como "lamber um livro de 
receitas"! Você precisará colocar a "mão na massa" e tornar prático tudo aquilo que 
você está lendo, tanto na receita como na música!
© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
17© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo; você está preparado?
Nesta unidade, aprenderemos a respeito da origem da escrita musical ocidental e de 
como se deu o seu desenvolvimento até os dias de hoje.
Entraremos no universo da notação musical e compreenderemos as propriedades do som 
e a relação de cada uma dessas propriedades com a sua representação gráfica nas partituras.
É importante que você saiba o significado de todos os elementos da linguagem musical, 
com o propósito de facilitar o seu estudo de Percepção, Notação e Linguagem musical.
2. CONTEúDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados 
nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo 
do Conteúdo Digital Integrador.
2.1. ORIGEM DA NOTAÇÃO MUSICAL OCIDENTAL
Desde os tempos mais antigos, a música, como arte de combinar os sons, vem sendo 
cultivada e apreciada. A música não é simplesmente uma manifestação artística, mas 
trata-se de uma ciência (MED, 1996). No entanto, apesar do caráter científico da música, 
ela também preserva fortes vínculos com aspectos intuitivos e emocionais. Se hoje não 
podemos imaginar um mundo onde não existam atividades musicais,podemos afirmar que 
uma das razões é a forte influência da música em nosso emocional (SLOBODA, 2008).
Pense nas pessoas que você conhece. Quantas delas não apreciam nenhum tipo de 
música? É muito raro encontrarmos alguém que não goste de nenhuma atividade musical. 
Alguns gostam de música instrumental, outros de música vocal, música lenta, rápida, canções, 
sinfonias... A música sensibiliza a alma humana! Quando encontramos alguém que não 
tem nenhuma sensibilidade à música, essa pessoa sofre de amusia, que é exatamente essa 
incapacidade de sensibilizar-se com a música, o que é um fenômeno bastante raro.
Sobre esse assunto, leia o seguinte trecho:
[...] O homem construiu em seu desenvolvimento histórico a música como uma linguagem artística, 
estruturada e organizada. Como uma forma de arte – cuja especificidade é ter o som como material 
básico – caracteriza-se como um meio de expressão e comunicação [...]. Sendo uma linguagem 
artística, culturalmente construída, a música – juntamente com seus princípios de organização – é 
um fenômeno histórico e social [...] (PENNA, 2008, p. 28).
A música sempre permeou atividades sociais humanas, cultos religiosos, celebrações, 
e as mais diversas manifestações culturais. Os gregos estabeleceram as bases para a música 
ocidental, e, no século 15, a notação musical, ainda que rudimentar, começou a tornar-se cada 
vez mais fundamental.
Sobre esse assunto, leia o seguinte trecho:
18 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
[...] Os gregos construíram teorias musicais mais elaboradas que qualquer outro povo na 
Antiguidade. Pitágoras, um filósofo e pensador grego que viveu no século VI antes de Cristo, dizia 
que a música e a matemática eram as chaves para os segredos do mundo [...] (SESI, 2009, p. 24).
É difícil estabelecer com exatidão quando surgiram as primeiras manifestações musicais, 
especialmente porque, entre os povos antigos, não havia a possibilidade de gravações e ainda 
não existia um sistema de notação musical que permitisse alguma forma de registro. A música 
era, então, uma tradição oral.
De acordo com o Dicionário Grove de música, de Stanley Sadie (1994), a história da 
notação musical iniciou-se com os neumas, que eram sinais de notação usados na Idade Média, 
especialmente associados ao canto gregoriano. Este último era um tipo de canto monódico 
(com uma só melodia), sendo o ritmo determinado pelo texto a ser cantado (MARTINEZ, 2000).
Os neumas eram símbolos pouco precisos. Serviam basicamente como um "lembrete", 
indicando movimentos e acentuações de melodias já conhecidas. Não forneciam uma 
informação clara a quem não conhecesse a melodia previamente.
De acordo com Mammì (1998-1999), a notação gregoriana não se baseava em notas 
isoladas, mas em representações de tipos de movimentos melódicos (neumas), que não 
indicavam alturas ou durações exatas.
O monge Guido d’Arezzo (995-1050) efetuou grandes avanços na escrita musical. 
Fonterrada (2008) afirma que d'Arezzo conduziu uma grande revolução na música de sua 
época. Ele objetivava que os cantores conseguissem aprender canções desconhecidas com 
base na notação escrita, o que não era possível por meio da leitura dos neumas.
Miranda e Justus (2003) apontam para o papel decisivo de Guido d'Arezzo na construção 
de nossa teoria musical. Seu pioneirismo trouxe grandes avanços para a grafia musical, que 
naquela época era confusa e limitada, servindo apenas como apoio.
Sobre esse monge, leia o seguinte trecho:
[...] A definição de ritmos e de alturas precisas foi estabelecida por Guido d'AREZZO (995 – 1050), e, 
sem dúvida, esses novos elementos facilitaram a execução universal da música. Fruto do processo 
de reformulações musicais, o novo sistema, a chamada notação mensural, tornaria alturas e 
durações muito mais precisas [...] (MARTINEZ, 2000, p. 17).
As notas eram representadas por letras do alfabeto. No início do século 11, d’Arezzo 
"lembrou que para conservar de memória o som de qualquer nota era útil recordar um canto 
conhecido em que esta nota tivesse lugar". Utilizou-se, então, de um hino latino, dirigido a 
São João, que pertencia à liturgia da Igreja Católica da época. Na melodia desse hino, cada 
frase começava em um tom acima, e d'Arezzo então nomeou os sons musicais com as sílabas 
correspondentes às sílabas iniciais de cada frase do hino. A nota “Si” foi criada com a junção 
das iniciais de Sancte Iohannes. Mais tarde, uma revisão do sistema acabou substituindo a 
sílaba "ut" pela sílaba "Dó".
19© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Veja agora um exemplo de hino latino.
Hino a São João
UT quant laxis
REsonare fibris
MIra gestorum
FAmuli tuorum
SOLve polluti
LAbii reatum
Sancte Iohannes
Com as leituras propostas no Tópico 3.1., você vai 
compreender melhor o surgimento da notação musical e sua 
importância para os dias de hoje. Antes de prosseguir para 
o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando 
assimilar o conteúdo estudado.
2.2. PENTAGRAMA
Assim como usamos linhas para escrever textos, em música usamos o pentagrama para 
escrever as notas musicais, claves e outros sinais que veremos posteriormente. O pentagrama, 
apesar de conhecido desde o século 11, somente foi adotado a partir do século 18. Ele também 
pode ser chamado de pauta e é definido como um conjunto de cinco linhas que formam entre 
si quatro espaços. Essas linhas são paralelas, horizontais e guardam entre si a mesma distância.
Este é o pentagrama:
Figura 1 Pentagrama.
Tanto as linhas como os espaços do pentagrama são, à semelhança das cordas de um 
violão, numerados de baixo para cima, da seguinte forma:
Figura 2 Numeração de linhas e espaços no pentagrama.
20 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Dessa forma, vemos que a primeira nota escrita no pentagrama está na 5ª linha; a 
segunda nota no 3º espaço, e a terceira nota na 2ª linha (Figura 3).
Figura 3 Exemplos de notas no pentagrama. 
A pauta, entretanto, não é suficiente para conter todos os sons musicais que o ouvido pode 
apreciar. Por esse motivo, usam-se linhas chamadas suplementares, superiores ou inferiores. 
As notas musicais também podem ser escritas nas linhas ou nos espaços suplementares. Essas 
linhas ou espaços são numerados a partir do pentagrama, da seguinte forma:
Figura 4 Numeração de linhas e espaços suplementares no pentagrama.
O número de linhas suplementares não é limitado, contudo não é comum empregar-se 
mais de cinco.
Observe que a largura da linha suplementar é apenas um pouco maior do que a cabeça 
da nota (Figura 5).
Figura 5 Largura de linhas suplementares.
Não é correto utilizar uma mesma linha suplementar para duas ou mais notas. As linhas 
suplementares são individuais e independentes (Figura 6).
21© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Figura 6 Linhas suplementares individuais
Devem ser escritas apenas as linhas suplementares estritamente necessárias, sem que 
haja linhas excessivas acima ou abaixo das notas escritas (Figura 7).
Figura 7 Linhas suplementares necessárias.
As linhas suplementares escritas acima do pentagrama são chamadas de superiores e 
abaixo do pentagrama estão as inferiores. Desse modo, na Figura 8, a primeira nota encontra-
se na 3ª linha suplementar superior, a 2ª nota no segundo espaço suplementar superior, a 
terceira nota no 1º espaço suplementar inferior e a quarta nota na segunda linha suplementar 
inferior.
Figura 8 Notas em linhas suplementares.
Observe que as notas musicais têm a forma ovalada, e não são exatamente "bolinhas". 
Não deixe a nota ocupar linha e espaço ao mesmo tempo; posicione-a exatamente na linha 
ou no espaço correspondente. Veja, na Figura 9, que as notas marcadas em vermelho estão 
escritas de modo incorreto. Não se podedeterminar se a nota está no espaço ou na linha; 
assim, a altura da nota fica indeterminada.
Figura 9 Escrita incorreta de notas no pentagrama.
Que tal agora colocarmos em prática a escrita das notas no pentagrama? Utilize como 
modelo a primeira e a segunda notas escritas na pauta anterior, e escreva o que se pede: 
22 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Exercício 1
No pentagrama a seguir, escreva as notas de acordo com o que for pedido:
1) Segundo espaço.
2) Quarta linha.
3) Primeira linha suplementar inferior.
4) Segunda linha suplementar superior.
5) Segundo espaço suplementar inferior.
Confira as notas que você escreveu com o gabarito seguinte:
2.3. PROPRIEDADES DO SOM
Nossos ouvidos estão sempre captando os sons ao nosso redor. Podemos fechar os 
nossos olhos se não quisermos ver determinada imagem, mas nossos ouvidos, ao contrário, 
estão sempre vulneráveis aos sons das mais diversas naturezas e estes são captados das mais 
diferentes direções (SCHAFER, 1986).
Sobre esse assunto, observe o seguinte trecho:
[...] Como músico prático, considero que uma pessoa só consiga aprender a respeito de som 
produzindo som; a respeito de música, fazendo música. Todas as nossas investigações sonoras 
devem ser testadas empiricamente, através dos sons produzidos por nós mesmos e do exame 
desses resultados [...] (SCHAFER, 1986, p. 68).
Vamos agora conhecer as propriedades do som, e como essas propriedades são 
representadas em notação musical. Podemos afirmar que cada som possui quatro propriedades 
básicas. A seguir, vamos analisar cada uma delas e observar como são representadas em 
notação musical.
Altura
A altura é determinada pela frequência das vibrações. A frequência é o número de 
vibrações por unidade de tempo. Internacionalmente, o Hertz (Hz) é utilizado como unidade 
23© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
de medida da frequência e quanto maior for o número de vibrações por segundo, mais agudo 
será o som.
Quando o spalla, o primeiro violino de uma orquestra sinfônica, emite a nota Lá para 
que toda a orquestra se afine por aquela nota, ele toca o Lá em 440 Hz, que significa que essa 
onda sonora realiza 440 oscilações por segundo. Muitas orquestras hoje já afinam em 442 Hz, 
sob o pretexto de deixar a afinação ligeiramente mais brilhante.
Resumidamente, podemos afirmar que a altura é a propriedade de o som ser mais 
grave ou mais agudo. Med (1996) afirma que a característica mais importante do som é a 
altura, e que até o século 11 a altura era a única propriedade do som grafada.
Para representar a altura dos sons na música ocidental, utilizamos sete notas musicais: 
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si. A altura é representada pela posição da nota no pentagrama 
e pela clave. Quanto mais “alta” estiver a nota no pentagrama, mais agudo será o som. Da 
mesma forma, quanto mais "baixa" estiver a posição da nota no pentagrama, mais grave 
será o som (Figura 10).
Figura 10 Variação de alturas.
Intensidade
A intensidade de qualquer som é determinada pela amplitude da vibração. Se a amplitude 
das vibrações for maior, o som será mais forte. Se a amplitude das vibrações for menor, o som 
será mais suave (em música, chamamos mais piano).
A unidade de medida de intensidade é o decibel.
[...] Um decibel representa o som mais fraco que se pode captar. Um sussurro tem de 10 a 20 
decibéis; uma britadeira equivale a 110 decibéis; qualquer som acima de 130 decibéis (por exemplo: 
ruído de avião a jato) é prejudicial a saúde e pode causar até dor física [...] (MED, 1996, p. 213).
Na Figura 11, podemos observar a representação de um som com baixa intensidade 
(número 1) e de um som com alta intensidade (número 2). A amplitude da onda sonora é 
muito maior no exemplo 2, o que vai gerar um som mais forte.
24 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Figura 11 Variação de intensidades.
Musicalmente, a intensidade é a propriedade de o som ser mais forte ou mais piano 
(suave). A representação da intensidade em notação musical se dá pela acentuação e pelos 
sinais de dinâmica.
Em geral, indicamos as graduações de intensidade por termos italianos abreviados, que 
são escritos sob ou, mais comumente, sobre a pauta. Não existe determinação exata para 
mensurar a intensidade de um som. Muitas vezes, o que é um som ff (fortíssimo) para um 
intérprete não é o mesmo para outro (Figura 12). Como tudo em música, deve-se ter bom 
senso.
Figura 12 Sinais de dinâmica.
Duração
A duração diz respeito ao tempo de produção de determinado som. Quanto maior o 
tempo de emissão das vibrações sonoras, mais longo será aquele som. Conforme Med (1996), 
a combinação de notas de durações diferentes gera o ritmo da música.
Esse tempo de produção do som é representado em notação musical pela figura da nota 
musical e pelo compasso. As figuras musicais utilizadas atualmente aparecem na Figura 13:
Figura 13 figuras ou valores.
As figuras musicais, chamadas também de valores, possuem até três partes (Figura 14):
25© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Figura 14 Nota musical.
Existem notas musicais que possuem apenas a cabeça. Outras possuem cabeça e haste, 
e outras, ainda, possuem cabeça, haste e um ou mais colchetes. Cada uma delas tem um nome 
específico e um tempo de duração, conforme veremos detalhadamente mais adiante.
Timbre
Para definirmos o timbre de determinado som, imagine a seguinte situação: você está 
andando na rua, e um amigo de longa data o reconhece, mesmo você estando de costas. 
Ele chama seu nome! Imediatamente você reconhece o amigo que o chamou. Por quê? 
Pelo timbre de sua voz. Não é algo relacionado à intensidade do chamado, se ele disse seu 
nome de forma longa ou rápida; se usou um tom mais grave ou agudo na voz, mas há uma 
característica específica em cada voz humana que depende da intensidade dos harmônicos 
que a acompanham. Essa característica peculiar, o timbre, também está presente de modo 
diferenciado em cada instrumento musical. O timbre é determinado "pela combinação de 
vibrações determinadas pela espécie de agente que as produz" (MED, 1996, p. 12).
Podemos afirmar que o timbre de cada voz ou de cada instrumento é a "cor" que cada um 
deles apresenta, que o caracteriza como único. Não existem duas vozes ou dois instrumentos 
com timbres idênticos sob quaisquer parâmetros por que possamos avaliá-los. O timbre diz 
respeito à qualidade do som produzido e percebido.
A notação musical representa o timbre com uma indicação, colocada no início da pauta, 
do instrumento ou voz que deverá executar a música (Figura 15).
26 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Figura 15 Indicação de timbres.
Você percebeu quantas propriedades um som musical pode conter? Imagine, então, 
essas propriedades em suas infinitas variações e combinações! É isso que torna a música rica, 
sendo uma fonte de possibilidades inesgotáveis!
Agora, vamos observar bem alguns trechos musicais, procurando perceber quais 
parâmetros do som variam em cada exemplo.
Exemplo 1
Observe a imagem a seguir:
Quais variações podemos perceber entre o trecho "A" e o trecho "B"? Observe que 
as figuras das notas são iguais nos dois exemplos. Não existe, também, uma indicação de 
dinâmica que mostre maior ou menor intensidade, assim como não há indicação de timbre. 
O parâmetro que se altera é a altura. Apesar de as notas não terem variação de duração (as 
figuras são as mesmas), observamos que a posição das notas no pentagrama varia, sendo o 
trecho "B" mais agudo do que o trecho "A", uma vez que as notas do trecho "B" encontram-se 
em posição mais "alta" no pentagrama.
Exemplo 2
Observe a imagem a seguir:
27© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Neste exemplo, que variações percebemos? As alturas das notas do trecho "A" são 
exatamente as mesmas do trecho "B". A variação é mostrada nas figuras, ou seja, na duração 
das notas.
As leituras indicadas no Tópico 3.2. tratam das 
propriedades físicas do som e de como essas propriedades são 
representadas no pentagrama. Neste momento, você deve 
realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado.
2.4. CLAVES
Para determinar a nota no pentagrama, coloca-se, no princípio da pauta, um sinal 
chamado clave. Existem três tipos de claves: clave de Sol, clave de fá e clave de Dó. Elas são 
assim chamadas porque, na linha onde são escritas, se encontram, respectivamente, as notas 
Sol, Fá e Dó. A posição dessas claves no pentagrama pode variar da seguinte maneira:
• A Clave de Sol é escrita apenas na segunda linha; por essa razão, ela dispensa os 
pontos colocados ao lado da clave, que servem para explicitar exatamente em que 
linha a clave se encontra, já que apenas o desenho da clave pode deixar alguma 
dúvida.
• A Clave de Fá pode ser escrita na terceira e na quarta linhas.
• A Clave de Dó pode ser escrita na primeira, segunda, terceira e quarta linhas.
Antigamente, a clave de Sol era escrita também na primeira linha, mas essa clave caiu 
em desuso porque suas notas eram exatamente iguais às da clave de Fá na 4ª linha (embora, 
na clave de Fá, as notas soassem duas oitavas abaixo).
Nesta unidade, trabalharemos com duas claves:
•	 a Clave de Sol (na segunda linha);
Figura 16 Clave de Sol.
28 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
•	 e a Clave de Fá na 4ª linha.
Figura 17 Clave de fá na 4ª linha.
A clave colocada no início da pauta faz com que reconheçamos as notas musicais. Ela dá 
nome às notas escritas e determina a sua altura. No trecho a seguir, por exemplo, não podemos 
determinar as notas. Não há clave que "dê nome" às notas; assim, estas localizam-se num 
pentagrama sem altura definida.
Figura 18 Notas aleatórias.
Contudo, se houver uma clave no início da pauta, estabelecemos com facilidade a altura 
das notas. Se temos a nota Sol na segunda linha (determinada pela clave de Sol colocada no 
início da pauta), a nossa primeira nota será o "Mi"; a segunda, o “Fá”; a terceira, o “Sol” (na 
segunda linha), e a última, o “Lá”.
Figura 19 Exemplo de notas em clave de Sol.
Se mudarmos a clave, modificamos também as notas. Observe a Figura 20:
Figura 20 Exemplo de notas em clave de fá.
Na quarta linha, temos a nota "Fá", e as notas que estão escritas nesse trecho são "Sol", 
"Lá", "Si" e "Dó" (observe que as notas se sucedem em linha-espaço-linha etc.).
Vemos que as notas na clave de Sol, com até duas linhas suplementares, são as que 
aparecem na Figura 21:
29© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Figura 21 Notas em clave de Sol.
Na clave de Fá, as notas são as presentes na Figura 22:
Figura 22 Notas em clave de fá.
A relação entre as notas da clave de Fá e da clave de Sol é a que aparece na Figura 23:
Figura 23 Notas em clave de Sol e de fá. 
Exercício 2
Agora, vamos fazer o contrário? Dê nomes para as notas escritas em clave de Sol e de Fá 
na quarta linha:
A)
30 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
B)
Vamos conferir as respostas?
Letra a – clave de Sol:
As respostas são:
1) Sol.
2) Ré.
3) Lá.
4) Ré.
5) Si.
6) Lá.
7) Sol.
8) Si.
9) Dó.
10) Fá.
Letra B – clave de fá
As respostas são:
1) Fá.
2) Lá.
3) Lá.
4) Dó.
5) Fá.
6) Dó.
7) Ré.
8) Ré.
9) Si.
10) Dó.
31© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
Desafio 1
E agora, que tal um desafio sobre esse tópico? Preste atenção: as notas estão escritas na 
pauta, e já têm sua altura definida. O desafio é escrever a clave que dá nome à nota já escrita. 
Você poderá usar a clave de Sol, a clave de Fá na 4ª linha e a clave de Dó na 3ª linha como um 
desafio adicional!
Você está preparado? Então, vamos lá! Escreva as claves correspondentes às notas 
escritas na pauta. As respostas encontram-se logo a seguir, mas não as veja sem que tenha 
terminado de escrever todas as claves! Antes de vê-las, tente resolver este desafio!
Solução do desafio 1
Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas 
no Tópico 4, você deve fazer as leituras indicadas no Tópico 
3.3. para compreender melhor os aspectos que envolvem a 
escrita das notas musicais e claves.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
•	 Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. 
Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo 
(Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos.
•	 Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Percepção, Notação e Linguagem 
Musical – Vídeos Complementares – Complementar 1.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
32 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para 
você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. ORIGEM DA NOTAÇÃO MUSICAL OCIDENTAL
A evolução da notação musical revolucionou a maneira de transmitirmos e ensinarmos 
música. Se, entre os povos antigos, a música era uma arte quase exclusivamente de transmissão 
oral, após a significativa contribuição do monge Guido D'Arezzo, a música começou a ser 
escrita de forma cada vez mais precisa. Essa evolução contribuiu bastante para a preservação 
da música até os dias de hoje.
Os filósofos gregos demonstraram profunda preocupação pedagógica com a música, 
colocando-a no mesmo nível hierárquico que a Filosofia e a Matemática (MARTINS, 1992).
Os textos a seguir complementam o que já foi abordado nesta obra, mostrando alguns 
aspectos importantes dessa evolução, discutindo as consequências dela para a educação 
musical, e analisando o desenvolvimento da teoria e percepção musical.
• MAMMÌ, L. A notação gregoriana: gênese e significado. revista música, São Paulo: 
USP, v. 9-10, p. 21-50, 1998-1999. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/
revistamusica/article/view/61749/64619>. Acesso em: 13 jul. 2015.
• MARTINS, R. Educação musical: uma síntese histórica como preâmbulo para uma ideia 
de educação musical no Brasil do século XX. revista da abem, Porto Alegre, v. 1, n. 1, 
1992. Disponível em: <http://abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/
index.php/revistaabem/article/view/508/418>. Acesso em: 13 jul. 2015.
• PRIORE, I. O desenvolvimento da teoria musical como disciplina independente: 
princípio, conflito e novos caminhos. revista Opus, Porto Alegre, v. 19, n. 1, p. 9-26, jun. 
2013. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/opus/data/issues/archive/19.1/
files/OPUS_19_1_Priore.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2015.
3.2. PROPRIEDADES DO SOM
Existem várias grandezas físicas envolvidas na produção de um som. Nesta unidade, 
vimos que um som musical possui quatro propriedades básicas: altura, intensidade, duração 
e timbre. Cada uma dessas propriedades é representada de maneira particular em notação 
musical.
Enquanto, para os físicos e matemáticos, as propriedades do som resumem-se a grandezas 
físicas que podem ser mensuradas, para os músicos, os sons podem assumir muitos outros 
significados expressivos, emocionais, estéticos etc. No entanto, estudar as propriedades físicas 
do som, que é a matéria-prima da música, com certeza, traz aos músicos melhor compreensão 
da música como um todo.
Para seu aprimoramentoneste tópico, acesse os seguintes links:
• LOUREIRO, M. A.; PAULA, H. B. Timbre de um instrumento musical: caracterização e 
representação. Per musi, Belo Horizonte, n. 14, p. 57-81, jul./dez. 2006. Disponível 
33© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
em: <http://www.musica.ufmg.br/permusi/port/numeros/14/num14_cap_05.pdf>. 
Acesso em: 13 jul. 2015.
• MEDEIROS, E. B. Introdução à teoria acústica. Belo Horizonte: UFMG, 2002. Disponível 
em: <http://www.cpdee.ufmg.br/~semea/anais/artigos/EduardoBauzer.pdf>. Acesso 
em: 13 jul. 2015.
• SILVA, D. C. M. Intensidade, altura e timbre. Disponível em: <http://www.
mundoeducacao.com/fisica/intensidade-altura-timbre.htm>. Acesso em: 13 jul. 
2015.
3.3. CLAVES E NOTAS MUSICAIS
Ao longo desta unidade, expusemos a importância das claves para a notação musical. A 
clave colocada no início de cada pentagrama determina a altura exata da nota musical escrita 
na pauta, o que é fundamental para a leitura e a execução musical. A seguir, apresentaremos 
alguns materiais para que você possa aprimorar o seu conhecimento, acrescentando novos 
elementos sobre o tema.
• BAZANO, R. teoria musical (aula 16) – Desenhando as claves. 2013. Disponível em: 
<http://cordasemusica.com.br/teoria-musical-aula-16-desenhando-as-claves/>. 
Acesso em: 13 jul. 2015.
• GUSMãO, P. teoria elementar da música. Santa Maria: Universidade Federal de Santa 
Maria, 2012. Disponível em: <http://200.18.45.28/sites/musica/images/teoria_
elementar.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2015.
• RIBEIRO, A. teoria musical. Disponível em: <https://alfredoribeiro.wordpress.com/
teoria-musical/>. Acesso em: 19 jun. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. 
Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Com respeito aos primórdios da escrita musical, assinale a alternativa que representa a única opção de 
afirmativa incorreta:
a) Foram os egípcios que estabeleceram as bases para a música ocidental, criando um sistema de notação 
musical.
b) De acordo com o Dicionário Grove de música, de Stanley Sadie (1994), a história da notação musical 
iniciou-se com os neumas.
c) O monge Guido d’Arezzo (995-1050) efetuou grandes avanços na escrita musical.
d) Os neumas não forneciam uma informação clara para quem não conhecesse a melodia previamente.
2) Assinale a única alternativa correta a respeito das propriedades do som:
a) A altura é determinada pela frequência das vibrações. A frequência é medida em decibéis.
b) A duração diz respeito ao nível de intensidade de determinado som.
c) A notação musical representa o timbre com uma indicação, colocada no início da pauta, do instrumento ou 
voz que deverá executar a música.
34 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
d) A intensidade de qualquer som é determinada pela amplitude da vibração. Se a amplitude das vibrações 
for maior, o som será mais agudo.
3) Sobre as claves, é correto afirmar que:
a) Para determinar a nota no pentagrama, coloca-se no final de todas as pautas um sinal chamado clave.
b) A clave de Dó pode ser escrita em todas as linhas: primeira, segunda, terceira, quarta e quinta.
c) As claves de Sol e de Fá são escritas na terceira e quarta linhas.
d) A única clave que dispensa os pontos é a clave de Sol.
4) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas alternativas a seguir. Depois, escolha a alternativa que representa a 
correta ordem de “V” e “F”.
( ) altura, intensidade, duração e timbre são propriedades do som.
( ) Entre os povos antigos, não havia a possibilidade de gravações e ainda não existia um sistema de 
notação musical que permitisse alguma forma de registro. a música era, então, uma tradição oral.
( ) Atualmente, são usadas as claves de Sol na segunda e terceira linhas, clave de Fá na terceira e quarta 
linhas e clave de Dó na primeira, segunda e terceira linhas.
( ) A clave colocada no início da pauta faz com que reconheçamos as notas musicais. Ela dá nome às notas 
escritas e determina a sua altura.
a) V – F – V – V.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.
d) V – V – F – V.
5) Numere a segunda coluna de acordo com a primeira e assinale a alternativa que representa a correta ordem 
de números da segunda coluna:
1. Tempo de produção do som. ( ) Hertz
2. Usada na terceira e quarta linhas. ( ) Duração
3. Som grave ou agudo. ( ) Guido D’Arezzo
4. Origem das notas musicais. ( ) Clave de Fá
5. Medida de frequência. ( ) Altura
a) 5 – 1 – 4 – 2 – 3.
b) 3 – 1 – 4 – 2 – 5.
c) 5 – 2 – 4 – 1 – 3.
d) 5 – 1 – 3 – 2 – 4. 
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas:
1) a.
2) c.
3) d.
4) d.
5) a.
35© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 1 – NOTAÇÃO MUSICAL
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de perceber a 
importância do surgimento da notação musical para a preservação, o estudo e a compreensão 
da música como um todo.
Além disso, foram apresentadas noções de acústica, por meio das propriedades 
fundamentais do som, e os elementos básicos da escrita musical.
Lembre-se de que Conteúdo Digital Integrador ampliará seu conhecimento sobre 
o assunto. Na próxima unidade, você aprenderá as relações entre as figuras rítmicas e os 
compassos.
6. E-REFERÊnCias
ABEM – ASSOCIAçãO BRASILEIRA DE EDUCAçãO MUSICAL. Home page. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.
org.br>. Acesso em: 13 jul. 2015.
ANPPOM – ASSOCIAçãO NACIONAL DE PESQUISA E PóS-GRADUAçãO EM MúSICA. Home page. Disponível em: <http://www.
anppom.com.br/>. Acesso em 13 jul. 2015.
CARDOSO, B.; MASCARENHAS, M. Curso completo de teoria musical e solfejo. São Paulo: Irmãos Vitale, [19--]. Disponível em: 
<https://books.google.com.br/books?isbn=8585188170>. Acesso em: 13 jul. 2015.
MAMMÌ, L. A notação gregoriana: gênese e significado. revista música, São Paulo: USP, v. 9-10, p. 21-50, 1998-1999. Disponível 
em: <http://www.revistas.usp.br/revistamusica/article/view/61749/64619>. Acesso em: 8 jul. 2015.
MARTINS, R. Educação musical: uma síntese histórica como preâmbulo para uma ideia de educação musical no Brasil do 
século XX. revista da abem, Porto Alegre, v. 1, n. 1, 1992. Disponível em: <http://abemeducacaomusical.com.br/revistas/
revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/508/418>. Acesso em: 13 jul. 2015.
NOBRE, J. apostila de teoria musical. Fortaleza: Secretaria da Cultura do estado do Ceará, 2008. p. 1-27. (Projeto Fortalecimento 
Musical). Disponível em: <http://www2.secult.ce.gov.br/Recursos/PublicWebBanco/Partituraacervo/Apt000002.pdf>. 
Acesso em: 13 jul. 2015.
REVISTA ACADÊMICA DE MúSICA PER MUSI. Minas Gerais: UFMG. Disponível em: <http://www.musica.ufmg.br/permusi/
port/>. Acesso em: 13 jul. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNETT, R. forma e estrutura na música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.
______. Elementos básicos da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BENWARD, B.; KOLOSICK, T. Percepção musical: prática auditiva para músicos. 7. ed. Campinas: Editora Unicamp/São Paulo: 
Edusp, 2009. v. 1.
FONTERRADA, M. T. O. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora da Unesp, 2008.
GONçALVES, L. S. Um estudo sobre crenças de autoeficácia de alunos de Percepção musical. 2013. Dissertação (Mestrado em 
Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
HINDEMITH, P. treinamento elementar para músicos. 4. ed. São Paulo: Ricordi, 1988.
JOURDAIN, R. música, cérebro e êxtase. Trad. Sonia Coutinho. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
MARTINEZ, E. regência coral: princípios básicos. Curitiba: Editora Dom Bosco, 2000.
MED, B. teoria da música. Brasília:Musimed, 1996.
MIRANDA, C.; JUSTUS, L. formação de plateia em música. Curitiba: Editora Gráfica Expoente, 2003.
OTUTUMI, C. H. V. Percepção musical: situação atual da disciplina nos cursos superiores de Música. 2008. Dissertação 
(Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Unicamp, Campinas, 2008.
© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
PENNA, M. música(s) e seu ensino. Porto Alegre: Editora Sulina, 2008.
POZZOLI, H. Guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Musicália S/A Cultura Musical, 1983.
RAMIRES, M. Harmonia: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Edição dos Autores, 2010. v. 1.
RAMIRES, M.; FIGUEIREDO, S. L. F. Exercícios de teoria musical: uma abordagem prática. 6. ed. São Paulo: Edição dos Autores, 
2004. v. 1.
SADIE, S. Dicionário Grove de música. Trad. Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
SANTOS, R. A. T.; HENTSCHKE, L. A perspectiva pragmática nas pesquisas sobre prática instrumental. Per musi, Belo Horizonte, 
n. 19, p. 72-82, 2009.
SCHAFER, R. M. O ouvido pensante. Trad. Marisa Trench Fonterrada. São Paulo: Editora Unesp, 1986.
SESI – SERVIçO SOCIAL DA INDúSTRIA. Departamento Nacional. Valores da música: cadernos técnicos. Brasília: Sesi, 2009.
SLOBODA, J. A. a mente musical. Trad. Beatriz Ilari e Rodolfo Ilari. Londrina: Eduel, 2008.
37
FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Objetivos
•	 Reconhecer figuras rítmicas (valores) e a proporcionalidade entre esses valores.
•	 Compreender a formação dos compassos simples e seus elementos fundamentais 
(U.T. e U.C.).
•	 Realizar leituras rítmicas sem subdivisão de pulso.
Conteúdos
•	 Figuras de ritmo ou valores.
•	 Compassos. Unidade de tempo e unidade de compasso.
•	 Exercícios de leitura rítmica.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Lembre-se de que sua participação pode significar a diferença entre apenas ler 
conteúdos ou transformar conhecimentos em qualidade profissional. Por isso, não 
deixe de interagir com seus colegas de turma e o tutor.
2) Sua formação é essencial, pois ela determinará posturas e escolhas no 
desenvolvimento de sua prática. Invista em você, faça da pesquisa e da interação 
com seus colegas de curso e tutor hábitos que poderão ajudar você a ampliar e 
aprofundar seus conhecimentos.
3) Utilize um caderno de anotações para colocar suas dúvidas e ideias que forem 
surgindo durante o seu estudo.
4) Se encontrar dificuldade, não desanime! Não se esqueça de acessar a Sala de Aula 
Virtual! Interaja, pois, dessa maneira, você ampliará seus conhecimentos.
UNIDADE 2
© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
39© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
1. INTRODUÇÃO
Iniciaremos agora a nossa segunda unidade de estudo, dando continuidade ao que já 
vimos na unidade anterior.
Nesta unidade, vamos conhecer aspectos rítmicos da música, reconhecendo figuras 
musicais (valores positivos) e pausas (valores negativos), e sua relação proporcional.
Em seguida, vamos estudar como essas figuras se organizam em compassos e pulsos, 
reconhecer o acento métrico dos compassos e compreender a relação entre unidade de tempo 
(U.T.) e unidade de compasso (U.C.).
É importante que você compreenda o significado de todos os elementos da linguagem 
musical, pois esse entendimento será fundamental ao longo de todo nosso estudo de 
Percepção, Notação e Linguagem musical.
2. CONTEúDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados 
nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo 
do Conteúdo Digital Integrador.
2.1. RITMO
Quando mencionamos figuras ou valores das notas musicais e sua organização em 
compassos, estamos nos referindo a um dos elementos fundamentais da música: o ritmo. O 
ritmo está muito presente em nossas vidas. Podemos observar manifestações rítmicas em nosso 
próprio corpo, como movimentos de respiração e pulsação. Se observarmos a natureza ao nosso 
redor, veremos que todo o universo tem seu ritmo! As fases da lua, os movimentos das marés, 
os movimentos da Terra, a rotação e a translação ocorrem obedecendo a determinado ritmo.
Em música, podemos afirmar que o ritmo tem relação com a organização temporal 
entre os tempos de som e de silêncio, como define Bohumil Med (1984, p. 11): “O ritmo é o 
resultado da organização sistemática da duração do som em suas múltiplas possibilidades. Daí 
decorre a medida exata do silêncio das pausas”.
Toda música possui um ritmo próprio. Bündchen (2005, p. 103) afirma que "Assim, como 
o ritmo é tão fundamental em nossa existência, na música é o elemento que a conduz no 
tempo, um tempo que pode ser regulado ou livre".
Ainda outra elucidação sobre o ritmo:
[...] Pode haver ritmos regulares e ritmos nervosos, irregulares. O fato de serem ou não regulares 
nada tem a ver com sua beleza. O ritmo de andar a cavalo pode ser irregular, porém não impede 
que cavalgar seja menos agradável [...] (SCHAFER, 1991, p. 87).
De acordo com Med (1996), o ritmo é uma relação que ocorre entre o tempo de produção 
(duração) das notas executadas sucessivamente. Conforme o Dicionário de Português michaelis 
Uol (2015), do ponto de vista da música, o ritmo é a “combinação do valor (duração) das notas, 
sob o ponto de vista do tempo e da intensidade”.
40 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Figuras rítmicas ou valores
Nem todas as notas musicais têm a mesma duração. Para representar essas diferentes 
durações, existem símbolos de formas diferentes para sons mais longos ou mais curtos. Essas 
diversas formas são chamadas de figuras ou valores.
Podemos encontrar, numa música, valores positivos (figuras) ou valores negativos 
(pausas). Cada figura de som tem sua respectiva pausa, que lhe corresponde em tempo de 
duração.
As figuras usadas atualmente aparecem na Figura 1:
Figura 1 figuras de semibreve a semifusa.
Pausas
A pausa é um silêncio na música, de duração variável. A correspondência entre as 
figuras de som e as pausas está exposta na Figura 2:
Figura 2 Valores positivos e negativos.
Divisão proporcional de valores
A semibreve é a figura de maior duração; assim, é a única figura que compreende todas 
as demais. Na Figura 3, partindo da semibreve, cada figura valerá duas da próxima figura, da 
seguinte forma:
41© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Figura 3 Divisão proporcional de valores.
E, assim, sucessivamente, temos a relação do Quadro 1:
Quadro 1 Relação de valores das figuras.
1 mínima = 2 semínimas
 = 4 colcheias
 = 8 semicolcheias
 = 16 fusas
 = 32 semifusas
1 semínima = 2 colcheias
 = 4 semicolcheias
 = 8 fusas
 = 16 semifusas
1 colcheia = 2 semicolcheias
 = 4 fusas
 = 8 semifusas
1 semicolcheia = 4 fusas
 = 8 semifusas
1 fusa = 2 semifusas
É importante lembrar que, na quadro de valores, cada figura vale o dobro de sua 
consequente (a figura que vem depois) e metade da sua antecedente (a figura que vem antes), 
como ilustra a Figura 4:
42 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Figura 4 multiplicação e divisão de valores.
De acordo com o exposto, quais as respostas para as questões a seguir?
1) Se dissermos que a semínima vale 1 tempo, quantos tempos valerá a mínima?
2) E quanto valerá a colcheia? 
3) Se a semínima tiver duração de ½ tempo, quantos tempos valerá a semibreve? 
4) E a colcheia?
5) Quantas colcheias são necessárias para obtermos o valor de uma mínima? 
6) De que outra maneira posso representar a mesma duração de duas semínimas com 
uma só figura? 
7) E quatro colcheias? 
8) E duassemicolcheias? 
Confira suas respostas!
1) Se a semínima valer 1 tempo, a mímima, então, valerá 2 tempos.
2) A colcheia valerá ½ tempo.
3) Se a semínima tiver duração de ½ tempo, a semibreve, então, terá duração de 2 
tempos.
4) A colcheia terá o valor de ¼ de tempo.
5) Para obtermos o valor de uma mínima, são necessárias 4 colcheias.
6) Duas semínimas equivalem a uma mínima.
7) Quatro colcheias também equivalem a uma mínima.
8) Duas semicolcheias equivalem a uma colcheia.
Então, como foi o seu índice de acertos? Nesta fase do aprendizado, é importante que 
você mantenha a tabela da figura 4 por perto, para que possa consultá-la sempre que precisar. 
Lembre-se sempre da proporcionalidade entre as figuras e que da semibreve para a semifusa, 
você irá dividir por dois cada figura. Da semifusa para a semibreve, você irá multiplicar por dois 
cada figura.
43© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Observe que cada uma das figuras apresentadas na Figura 4 poderá ser a figura que 
assumirá o valor de 1 tempo, ou seja, o nosso pulso na música. Mesmo que vejamos com 
mais frequência a semínima assumindo o valor de 1 tempo, isso não significa que não existam 
outras configurações de tempo, conforme veremos adiante nesta unidade.
Veja alguns exemplos comentados, variando a figura que terá valor de 1 tempo, para que 
esse ponto seja mais claramente entendido:
1) Se a colcheia for a figura que vale 1 tempo, teremos a proporção contida na Figura 5:
Figura 5 Valores em relação à colcheia.
2) Se a mínima for a figura que vale 1 tempo, a proporção muda, ficando como está 
representado na Figura 6:
Figura 6 Valores em relação à mínima.
3) E agora, tomando a semínima como figura que vale 1 tempo, o resultado é o que 
aparece na Figura 7:
44 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Figura 7 Valores em relação à semínima.
Conforme já mencionado, um erro comum, até mesmo entre músicos experientes, 
é considerar sempre a semínima como figura que vale 1 tempo. A determinação da figura 
que vale 1 tempo é dada pela fórmula de compasso, conforme veremos no ponto seguinte. 
Há livros que incorretamente definem, por exemplo, a semibreve como “a figura que vale 4 
tempos”, o que só é correto se tivermos a semínima como figura que vale 1 tempo (exemplo 
3). Se a figura que vale 1 tempo for outra, como nos exemplos 1 e 2, o valor de todas as demais 
figuras irá se alterar.
Ligadura e ponto de aumento
A ligadura é uma linha curva colocada sobre ou sob uma ou mais notas da mesma altura, 
indicando que as notas ligadas não devem ser repetidas, ou seja: a primeira nota é emitida e as 
demais são um prolongamento desse som, que tem a duração das figuras ligadas.
Figura 8 Ligadura.
Um ponto colocado à direita de uma nota musical serve para aumentar a metade do 
tempo de duração dessa nota. É, por isso, chamado de ponto de aumento.
Dois ou mais pontos podem ser colocados à direita da nota, tendo cada qual, nesse caso, 
a metade do valor do antecedente.
Assim como as notas musicais, as pausas também podem ser pontuadas com um ou 
mais pontos (Figura 9).
Figura 9 Ponto de aumento.
Todas as notas ou pausas pontuadas podem ser substituídas por notas ou pausas ligadas, 
mas nem todas as ligadas podem ser substituídas por pontuadas. Observe o exemplo na Figura 
10, no qual as duas formas de escrever representam exatamente o mesmo valor de duração 
das notas:
45© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Figura 10 Substituição de figuras ligadas por pontuadas.
Se, ao contrário do exemplo anterior, tivermos uma nota ligada a outra que não seja igual 
a sua metade, ela não poderá ser substituída por uma nota pontuada, pois o ponto aumenta 
exatamente metade do valor da nota (ou do ponto) antecedente.
Figura 11 Impossibilidade de substituir figuras ligadas por pontuadas.
2.2. COMPASSOS
Para que as figuras musicais tenham uma duração determinada, é preciso conhecer 
previamente qual será a figura que terá a duração de 1 tempo. O tempo é o que percebemos 
na música com pulso ou pulsação.
Os tempos são agrupados de 2 em 2, de 3 em 3, ou de 4 em 4. Esses grupos constituem 
unidades métricas chamadas compassos.
Veja a definição de compasso:
[...] Logo, o compasso não é senão o agrupamento ordenado de diversos momentos, sujeitos 
naturalmente à lei do ritmo. Esses momentos em termos musicais denominam-se tempos. (...) 
Cada tempo por sua vez é considerado como unidade de tempo [...] (POZZOLI, 1983, p. 87).
Os compassos são classificados conforme o número de tempos:
• Os compassos de 2 tempos são chamados de binários.
• Os compassos de 3 tempos são chamados de ternários.
• Os compassos de 4 tempos são chamados de quaternários.
Cada grupo de tempos, ou seja, cada compasso, é separado do seguinte por uma linha 
vertical chamada travessão. Na terminação de um trecho musical, usam-se dois travessões 
denominados travessão duplo. Os compassos são representados por uma fração colocada 
46 © PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
no princípio da pauta, logo depois da clave. Essa fração denomina-se fórmula de compasso. 
Confira a Figura 12 para uma representação desses elementos:
Figura 12 Elementos dos compassos.
Com as leituras propostas no Tópico 3.1., você vai 
compreender melhor o conteúdo a respeito de compassos. 
Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras 
indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado.
2.3. UNIDADE DE TEMPO E UNIDADE DE COMPASSO
Em qualquer compasso, a figura que preenche 1 tempo é denominada Unidade de 
Tempo (U.T.), e a figura que, sozinha, preenche 1 compasso inteiro é chamada de Unidade 
de Compasso (U.C.). Pozzoli (1983, p. 10) afirma: "Por unidade de tempo se deve entender o 
espaço de tempo que se passa entre dois limites preestabelecidos e sensíveis ao ouvido".
A fórmula de compasso fornece as informações necessárias para a determinação da U.T. 
e U.C.
Numerador
O numerador determina o número de tempos do compasso. Os algarismos que servem 
como numerador nos compassos simples são 2, 3 e 4 (binário, ternário e quaternário, 
respectivamente).
Denominador
O denominador indica a figura que vale 1 tempo (U.T.). Os denominadores nos compassos 
simples aparecem no Quadro 2.
47© PERCEPÇÃO, NOTAÇÃO E LINGUAGEM MUSICAL
UNIDADE 2 – FIGURAS RÍTMICAS E COMPASSOS
Quadro 2 Denominadores em compassos simples.
1 representando a semibreve considerada a unidade
2 representando a mínima metade da semibreve
4 representando a semínima 4a parte da semibreve
8 representando a colcheia 8a parte da semibreve
16 representando a semicolcheia 16a parte da semibreve
32 representando a fusa 32a parte da semibreve
64 representando a semifusa 64a parte da semibreve
Vamos observar agora alguns exemplos que facilitarão o entendimento desse ponto.
Exemplo
Determine a U.T. (Unidade de Tempo = figura que vale 1 tempo) e a U.C. (Unidade de 
Compasso) do compasso: 2/8.
Solução do exercício
Observe o numerador – ele representa o número de tempos do compasso. O numerador 
2 indica que tenho um compasso de 2 tempos, ou seja, um compasso binário.
Observe o denominador (8): ele representa a figura que vale um tempo, ou seja, a nossa 
unidade de tempo. Observemos nossa tabela de valores na Figura 13:
Figura 13 tabela de valores.
Nela o número 8 corresponde à colcheia; portanto, a colcheia é a nossa unidade de 
tempo. Nesse compasso, assim como em todos os outros compassos simples com denominador 
8, a figura que tem a duração de 1 tempo é a colcheia.
Como já vimos, o numerador 2 indica que temos um compasso com 2 tempos, ou seja: 
precisamos de duas colcheias para preencher um compasso inteiro.

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