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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA: RESUMO MICROECONOMIA FLUXO REAL E MONETÁRIO Como elementos básicos para produção de bens e serviços, podemos citar a Terra: composto pelas áreas cultiváveis e os recursos naturais, o Trabalho: o esforço humano usado nesta produção, as faculdades físicas e intelectuais empregadas, e o Capital: os bens utilizados na produção de outros bens. Portanto para a produção é necessária uma combinação destes três elementos (Terra, trabalho e capital) elementos estes que possuem proprietários: as pessoas e famílias, famílias estas que fornecem os fatores de produção as empresas para que elas possam produzir os bens e serviços e fornecê-los posteriormente as famílias, criando o chamado Fluxo real da economia. Contrário ao Fluxo real da economia, as empresas pagam pelos fatores de produção as famílias, que empregam esses valores para pagar pelos produtos e serviços, oferecidos pelas empresas. A combinação do fluxo real e monetário cria o chamado Fluxo Circular da Renda, as empresas recebem os fatores de produção das famílias e remuneram as famílias por eles, as famílias recebem os bens e serviços das empresas e pagam por eles. Uma outra forma de compreender esse processo é que, as famílias demandam bens e serviços e ofertam fatores de produção, já as empresas demandam desses fatores de produção para ofertar bens e serviços, e isso seria o fluxo real. Por sua vez, para que esse fluxo real seja efetivado, há uma necessidade do estabelecimento do fluxo monetário, ou seja ninguém trabalha de graça, assim como o produto não é gratuito. Microeconomia • Conceitos de microeconomia • Teoria dos Preços • Fatores que influenciam a composição do preço de venda dos produtos do ponto de vista da economia e da contabilidade. • Principais teorias econômicas que formam os preços no mercado • Importância da demanda e oferta • Elasticidade • Funcionamento de mecanismos de interferência no mercado por parte do governo • Questão das estruturas do mercado • Variação de oferta e demanda. A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto é, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da demanda (procura) na formação do preço. A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de produção. Divide-se em: • Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. • Teoria de Empresa: Estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de produzir produtos conforme a demanda do mercado e a oferta dos consumidores dispostos a consumi-los. • Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação da matéria-prima adquirida pela empresa em produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção se refere os serviços como transportes, atividades financeiras, comércio e outros. 1. Conceito de Microeconomia Economia é a ciência que visa compreender o processo de alocação dos recursos escassos, para satisfazer as necessidades humanas. Também constatou, por meio do fluxo circular da renda, que esse processo ocorre de maneira ininterrupta e por meio do estabelecimento de relações entre dois agentes econômicos (firmas e famílias) nos mercados de fatores de produção e de bens e serviços. No entanto, como já discutimos, essas relações ocorrem estabelecendo um fluxo monetário que se dá mediante o estabelecimento de preços: quando nos referimos ao mercado de fatores, o preço do trabalho, por exemplo, é o salário; quando nos aludimos ao mercado de bens, temos os preços dos produtos em si. No mercado de bens e serviços, as famílias assumem o papel de consumidoras, enquanto as firmas são as ofertantes/produtoras. Logo, a microeconomia busca compreender a maneira como esses agentes se relacionam em diferentes estruturas de mercado1, de modo a formar preços. Por exemplo, não parece razoável supor que um monopólio tende a ter preços mais elevados do que os mercados concorrenciais? Imagine, por exemplo, se você for comprar um cachorro-quente em um show fechado, onde há apenas uma barraca de comida. Natural que o preço que você irá pagar seja mais elevado do que na saída do show, onde haverá diversas barracas concorrendo entre si. Será que podemos considerar a alocação dos recursos produtivos mais eficiente em estruturas de mercado mais concentradas? Quais são as formas de intervenção do governo nesse processo de alocação? Quando a intervenção resultará em maior eficiência? Breve resumo das principais vertentes de estudo da microeconomia: O intuito da teoria microeconômica está em fornecer um instrumental capaz de prever o comportamento dos agentes econômicos, bem como os movimentos dos preços. Para realizar esse processo, os autores do chamado mainstream econômico se valem de teorias e modelos, os quais são simplificações de uma realidade bastante complexa e utilizam um instrumental matemático para sua representação. ex CPP 1.1 Pressupostos básicos da análise microeconômica 1.1.1 Coeteris PARIBUS – e tudo o mais constante Esse processo de isolar fenômenos para que se descubra a verdadeira relação de causa-consequência das variáveis é cientificamente chamado de coeteris paribus (todo o restante permanecendo constante). Ex Vendedor de sorvetes na praia 1.1.2 Preços relativos Quando você precisa decidir se irá comprar suco ou refrigerante em uma refeição que esteja realizando fora de casa, por exemplo, você normalmente compara os preços e analisa suas preferências. Por exemplo, se você prefere refrigerante, mas o suco está mais barato, talvez escolha o suco. Dessa forma, suas decisões de compra em relação a um bem não dependem somente do preço dele, e sim do preço de bens relacionados à sua escolha. Nesse sentido, o preço relativo, que nada mais é do que o preço de um bem em relação a outro, tem um papel muito mais importante para análise microeconômica do que o preço absoluto dos bens (preço de uma mercadoria). Outro exemplo prático desse tipo de análise se dá na seguinte situação: se o preço da gasolina cair 15% e a queda for acompanhada também pelo preço do etanol, ou seja, o preço do etanol também cair 15%, nada deverá acontecer no mercado. Porém, se apenas o preço da gasolina cair, haverá uma redução automática na demanda do etanol e um consequente aumento na demanda da gasolina. Nesse caso, apesar de o preço do etanol se manter estável, seu preço absoluto não aumentou e seu preço em relação à gasolina teve um aumento de 15%, o que provocou a queda na demanda do produto. 1.1.3 Princípio da racionalidade Agora que já compreendemos alguns pressupostos do processo analítico da microeconomia, é de fundamental importância que fique estabelecido o que norteia o processo decisório dos agentes; O que faz com que você escolha suco no lugar de refrigerante? Toda e qualquer decisão de um agente econômico sempre visará maximizar sua satisfação e minimizar o sofrimento. Assim, estaremos supondo que esse agente econômico é racional em suas escolhas. • Quando nos atemos à escolha do consumidor, toda decisão visará maximizar sua satisfação com o consumo da mercadoria. Esse processo de escolha que maximiza a satisfação, por sua vez, deverá ser moldado pelas preferências que este tem pelos bens, bem como pela restrição orçamentária com que ele se defronta. • Quando aplicamos o princípio da racionalidade às firmas, o processo decisório passa a visar à maximização dos lucros, ou seja, a definição de uma quantidade a ser produzida que torne o hiato entre receita e custo o maior possível. 2. Demanda, Oferta e Equilíbriode Mercado mercado é o “grupo de compradores e vendedores que, por meio de suas interações efetivas ou potenciais, determinam o preço de um produto ou de um conjunto de produtos”. Oferta e a demanda são os principais fatores de influência do mercado. Elas influenciam desde o nível dos preços dos alimentos até os nossos salários ou o lucro das empresas, bem como o volume da produção das empresas, o volume das vendas e a velocidade de geração de empregos. Mas o que significa demanda? Demanda nada mais é do que a uma representação do quanto os consumidores desejam demandar de um bem para cada nível de preço específico. A representação gráfica desse conceito é dada pela curva de demanda. E o que significa oferta? Se demanda é desejo de aquisição, oferta é a disposição do produtor em produzir os bens para o mercado. Naturalmente, essa disposição em ofertar também tem uma relação direta com o preço do bem. Nesse sentido, sua representação gráfica é estabelecida por meio da curva de oferta. Se as definições de oferta e demanda relacionam quantidades (a serem demandadas e/ou ofertadas) com os possíveis preços que o bem em questão pode ter, a representação gráfica do mercado levará em conta essas duas variáveis para a sua composição. 2.1 Demanda A demanda é também chamada de procura, porém é preciso levar em consideração que essa igualdade dos termos é válida quando encaramos a demanda como desejo de consumo, e não como aquilo que é efetivamente demandado, pois existe a procura apenas para consulta, ou seja, o consumidor manifesta o desejo de obter um determinado bem, consulta as condições de aquisição e, por uma série de razões, não confirma a compra. Todo consumidor tem a sua própria curva de demanda individual. Por sua vez, como um mercado é composto de um grupo de consumidores, se somarmos as curvas de demanda individuais de todos eles, chegaremos à curva de demanda do mercado. Vamos compreender esses conceitos através de um exemplo prático. Imagine que Maria tem o seguinte desejo de consumo de sorvete de casquinha para cada preço possível: Conforme podemos observar, existe uma relação inversa entre a procura e o preço do bem, denominada Lei Geral da Demanda. É evidente que a demanda de Maria por sorvete (assim como de qualquer consumidor por qualquer bem) não é influenciada somente pelo preço. Seu desejo por adquirir sorvete muda com as estações do ano (o que caracteriza a sazonalidade), pelo local onde está (talvez queira consumir mais sorvete na praia), pelas suas preferências, pela sua renda etc. Dessa forma, diversos estudos apontam que a demanda individual e de mercado de um bem é determinada da seguinte forma: qd A=ƒ(PA,PS,PC,R,G)qd A=ƒ(PA,PS, PC,R,G) , onde: qd Aqd A = Quantidade procurada (demandada) do bem A em determinado período de tempo PAPA = Preço do bem no período PSPS = Preço do bem substituto no período PCPC = Preço do bem complementar no período R = Renda do consumidor no período G = Gostos e preferências no período 2.2 Oferta Se quanto maior o lucro, maior a disposição em ofertar mercadorias, temos que toda vez que o preço se eleva, coeteris paribus, há uma maior disposição em ofertar bens, pois o lucro por unidade de produto aumenta. A partir dessa lógica, surge a Lei Geral da Oferta, que estabelece uma relação direta entre preço e quantidade ofertada: quando o preço de um bem aumenta, a quantidade ofertada desse mesmo bem também aumenta, e vice-versa. 2.3 Equilíbrio de mercado Sob um olhar mais superficial, oferta e demanda parecem estar em lados opostos, divergindo sempre. Se o consumidor sempre estiver à procura do menor preço e o produtor sempre desejar o maior lucro, como chegar a um meio-termo entre situações tão diferentes? Se você colocar em um gráfico as curvas de demanda e de oferta, o cruzamento das duas é o ponto de equilíbrio do mercado. Observe que o ponto de cruzamento das duas curvas, o ponto de equilíbrio, reflete que os consumidores desejam adquirir exatamente as quantidades que os produtores estão dispostos a vender. Nesse ponto não existe excesso ou escassez, e sim convergência de desejos. Os preços são os responsáveis por carregar a economia ao ponto de equilíbrio de forma natural. Quando existe excesso de oferta, os vendedores com maiores volumes de estoques serão forçados a diminuir os preços para aumentar a concorrência pelos consumidores. Por outro lado, quando há excesso de demanda, ou seja, muitos consumidores procurando produtos escassos, eles são obrigados a pagar mais para obtê- los. Temos, aqui, uma representação do conceito da “mão invisível” de Adam Smith, que parece “empurrar” o mercado, sem qualquer interferência do governo, rumo ao ponto de equilíbrio, não é mesmo? Pois é, essa “mão invisível” atende pelo nome de mecanismo de preços. o equilíbrio é muito volátil, e qualquer detalhe pode tirar o mercado do equilíbrio. Imagine se os consumidores tiverem um aumento de renda. Isso será suficiente para desequilibrar o mercado. 3. Interferência do Governo Com a missão de evitar o uso abusivo do poderio econômico de algumas empresas sobre o mercado, o governo adota algumas ações que influem diretamente no equilíbrio da oferta e da demanda. Naturalmente, a demanda de mercado em baixa desmotiva o investimento, diminuindo a oferta de mercado e gerando desemprego, que, por sua vez, diminui ainda mais a demanda, impulsionando a economia como um todo para uma espiral descendente. Nessa situação, o governo adota medidas de incentivo à demanda de mercado, por exemplo, a ampliação do crédito. Esse fator, por sua vez, altera a renda disponível para consumo. Ou seja, reflete no deslocamento da curva de demanda. No outro extremo do mercado, o governo pode agir oferecendo subsídios para que o produtor se motive a investir, aumentando, assim, a oferta. 3.1 Políticas de controle de preços Visando atender aos anseios de um agente econômico, firmas ou consumidores, o governo pode estabelecer artificialmente o preço de um mercado por meio de medida provisória. Dessa forma, vamos avaliar os impactos do estabelecimento de preços máximos e mínimos. 3.1.1 Preços mínimos Quando o governo estabelece a obrigatoriedade de um preço mínimo, ele quer forçar o mercado a comprar uma determinada mercadoria a partir de um preço. Na medida em que os preços flutuam quando há desequilíbrio entre oferta e demanda, o estabelecimento de preços mínimos só fará sentido quando estes estiverem acima do preço de equilíbrio. Para que você entenda o porquê, imagine que o governo estabeleça um preço mínimo abaixo do preço de equilíbrio. Nesse caso, haverá excesso de demanda, o que fará com que os produtores encontrem margem para elevar os preços. Nesse sentido, o preço tenderia naturalmente ao preço de equilíbrio. No entanto, se o governo estabelecer o preço mínimo acima do preço de equilíbrio, haverá um excesso de oferta, que não poderá ser resolvido pela queda dos preços. Ou seja, a imposição de um preço mínimo, apesar de ajudar o lado do produtor, tende a reduzir o acesso dos consumidores a esse bem, gerando inclusive estoques que não conseguem ser escoados. Vejamos este exemplo através de uma medida prática: imposição de um salário-mínimo. Na medida em que salário é o preço da mão de obra, vamos transpor o mercado de bens e serviços para o mercado de trabalho. No mercado de trabalho, os responsáveis pela oferta são os trabalhadores, ao passo que a demanda é representada pelas firmas. Imaginando que o salário de equilíbrio da nossa economia fictícia seja igual a $ 700,00. Com esse salário, o nível de emprego corresponde a 1.500 postos de trabalho. Visando melhorar as condições da classe trabalhadora, o governo impõe um salário-mínimo de $ 965,00. Note que,mesmo que a intenção fosse melhorar as condições da classe trabalhadora, na realidade, tal medida repercutiu em uma redução dos postos de trabalho, pois agora as empresas estão empregando menos. Para entendermos melhor, vamos quebrar os impactos desse evento em dois: No lado da oferta de trabalho, temos uma elevação da disposição em trabalhar; isso ocorreu, pois, uma parcela da população, que antes optava, por exemplo, por estudar apenas, agora quer trabalhar em função dos salários mais atrativos. Concomitante a isso, a elevação dos salários aumenta os custos de produção das firmas, o que tende a diminuir a disposição em empregar. Nesse sentido, o número de postos de trabalho disponíveis se reduz. conclusão que a medida gerou, na prática, desemprego 3.1.2 Preços máximos Conforme o raciocínio aplicado para o preço mínimo, só faz sentido o governo estabelecer artificialmente um preço máximo se este se situar abaixo do preço de equilíbrio. Imagine que o governo acredita que a escalada no preço dos aluguéis tem pressionado os custos de produção em diversos segmentos, bem como o custo de vida da população, o que tem pressionado a inflação dessa economia. Visando controlar esse movimento, o governo estabelece um preço máximo a ser cobrado pelos aluguéis. Em um cenário de curto prazo, como podemos observar na Figura 10, a oferta de imóveis não responde às alterações do preço. Isso significa que o excesso de demanda de imóveis para alugar mediante a imposição do preço máximo é menor do que em um cenário de longo prazo. Nesse horizonte temporal, as pessoas podem se desfazer dos imóveis, ou mesmo optar por não realizar novos lançamentos, aplicando o capital em outras fontes de renda. Isso significa que a manutenção desse tipo de medida tende a ser bastante desastrosa no longo prazo. 4. Conceito de Elasticidade-sensibilidade Elasticidade é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra. Este conceito diz respeito à quanto de variação na demanda ocorrerá em face a uma variação no preço de um determinado produto elasticidade preço da demanda: se o preço varia a demanda também varia muito ex: manteiga vcs margarina 1. Conceito de Microeconomia 1.1 Pressupostos básicos da análise microeconômica 1.1.1 Coeteris PARIBUS – e tudo o mais constante 1.1.2 Preços relativos 1.1.3 Princípio da racionalidade 2. Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 2.1 Demanda 2.2 Oferta 2.3 Equilíbrio de mercado 3. Interferência do Governo 3.1 Políticas de controle de preços 3.1.1 Preços mínimos 3.1.2 Preços máximos 4. Conceito de Elasticidade-sensibilidade
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