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Centro Universitário São José de Itaperuna - UNIFSJ Curso de Bacharel em Administração A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS EM UMA CLÍNICA MÉDICA DE MULTIESPECIALIDADES Itaperuna-RJ Novembro/2018 A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS EM UMA CLÍNICA MÉDICA DE MULTIESPECIALIDADES Trabalho de conclusão apresentado à Banca Examinadora do Curso de Administração do Centro Universitário São José de Itaperuna, como requisito final para obtenção do título de bacharelado em Administração. Orientadora: Prof. Me. Armênia Arantes. Itaperuna - RJ Novembro/2018 A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS EM UMA CLÍNICA MÉDICA DE MULTIESPECIALIDADES Trabalho de conclusão apresentado à Banca Examinadora do Curso de Administração do Centro Universitário São José de Itaperuna, como requisito final para obtenção do título de bacharelado em Administração. Orientadora: Prof. Me. Armênia Arantes Guimarães Itaperuna/RJ, novembro de 2018 Banca examinadora: __________________________________________ Prof. Me. Armênia Arantes Guimarães – Orientador UNIFSJ – Itaperuna – RJ __________________________________________ Prof. Me. Érica Werneck Duarte Melo __________________________________________ Prof. Dr. Erik da Silva Oliveira A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS EM UMA CLÍNICA MÉDICA DE MULTIESPECIALIDADES Resumo: Motivado por uma pesquisa que pretende estudar como a avaliação de desempenho pode ser utilizada para apoiar a estratégia empresarial, o presente projeto visa apresentar um processo para selecionar assuntos relevantes sobre o tema. Este trabalho discute questões consideradas fundamentais do domínio prático da avaliação dos profissionais da área da saúde, proporcionando aos leitores, com base na avaliação, aprofundar conhecimentos de natureza teórica e, ao mesmo tempo, compreender formas de conceber e de organizar práticas de avaliação de pessoas que tenham sentido e real significado para todos os participantes no processo. Através da pesquisa, evidenciou-se que os processos de avaliação de desempenho nas organizações em geral e especificamente na empresa objeto de estudo, são essenciais para o desenvolvimento e integração das equipes, para a manutenção dos processos gerenciais de forma eficaz, para a correção de problemas interpessoais que vão garantir o sucesso empresarial. Palavras-chave: Gestão; Relações humanas; Trabalho em equipe; Avaliação de desempenho. Abstract: Motivated by a research that intends to study how performance evaluation can be used to support business strategy, this project aims to present a process to select relevant subjects on the theme. This paper discusses issues considered to be fundamental in the practical field of evaluation of health professionals, providing readers, based on it, to deepen knowledge of a theoretical nature and, at the same time, to understand ways of conceiving and organizing practices of evaluation of people who meaning and meaning to all participants in the process. Through the research, it was evidenced that the processes of performance evaluation in organizations in general and specifically in the company object of study, are essential for the development and integration of the teams, for the maintenance of the managerial processes in an effective way, for the correction of interpersonal problems that will ensure business success. Key word: Management. Human relations. Team work. Performance evaluation. 4 Introdução O presente artigo faz parte de uma pesquisa de conclusão de curso em Administração e aborda a avaliação de desempenho nos relacionamentos interpessoais e sua contribuição nas relações humanas. Os termos gestão e relações têm seus significados abordados no primeiro capítulo, assim como o paralelo entre ambas seguindo a referência de três fontes, na sequencia define-se o conceito de avaliação de desempenho baseado em mais três fontes e alguns tipos de avaliação de desempenho e seus principais conceitos e exemplos são apresentados logo em seguida, dentre eles a escala gráfica com os seus prós e contras. Os pontos fortes da avaliação de desempenho, suas limitações e medidas. Essa pesquisa visa responder a seguinte pergunta: De que forma a avaliação de desempenho pode contribuir com a empresa O objetivo dessa pesquisa é aplicação da avaliação de desempenho aos profissionais de uma clínica de multiespecialidades, de forma a contribuir com o desempenho da equipe, isso foi feito levantando dados por meio da aplicação de questionários aos profissionais da saúde de uma clínica médica de multiespecialidade em São José de Ubá/RJ. Essa pesquisa é importante, pois apresenta relevância para o conhecimento gerencial, buscando aprimorar o desempenho dos colaboradores através da análise da avaliação de desempenho. A avaliação segundo Idalberto Chiavenato (2014, p. 210) pode ser compreendida como “uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, ou de qualquer equipe em função das atividades que desenvolve, das metas e dos resultados, das competências que oferece e do potencial de desenvolvimento”. Almeja uma reflexão nos relacionamentos interpessoais e sua contribuição no desenvolvimento das relações humanas na Clínica de multiespecialidades em São José de Ubá – RJ, perfilando um caminho onde se optou por uma pesquisa de campo descritiva e quantitativa de caráter bibliográfico. Sendo em um primeiro momento ampliar o conhecimento de Gestão e Relações humanas, como também aprofundar nas questões da avaliação de desempenho, que em concordância com Chiavenato (2014, p. 210) é um “poderoso meio de trabalhar a qualidade do trabalho 5 e a qualidade de vida nas organizações”. Busca-se também destacar os diversos tipos de Avaliação de desempenho e as questões fundamentais na avaliação de desempenho, através da escala gráfica como ferramenta de avaliação. E continuidade destaca as relações internas entre profissionais, as motivações que podem ser um caminho satisfatório para o bom desempenho dos atores. Pode observar essa abordagem em Chiavenato (2016, p. 130) onde aborda a teoria de Herzberg que elucida “uma maneira melhor de motivar as pessoas, seja por meio do reconhecimento da pirâmide de necessidades humanas, seja através da aplicação de fatores motivacionais e do enriquecimento do cargo”. Isso seria possível a partir de um levantamento através da aplicação de questionário, a fim de observar quais são os verdadeiros objetivos dos colaboradores envolvidos na pesquisa. Pretende-se registrar de forma gráfica para uma melhor análise de dados. Por fim, no terceiro capítulo um estudo de caso norteado pelo caminho da relação entre colaborador e empresa mostrará as inserções da avaliação de desempenho, a qual contribui para o desenvolvimento profissional e as relações internas entre os profissionais. Este estudo de caso foi feito com base nos resultados obtidos pelo questionário (Apêndice I) que foi aplicado aos profissionais da saúde de uma clínica médica de multiespecialidade em São José de Ubá/RJ. 6 1 Gestão e Relações humanas O Minidicionário Aurélio (1993, p. 243 e p. 471) diz que gestão é o “ato de gerir; gerência” e que relações é a “convivência entre pessoas; as pessoas com quem se mantêm relações”. A noção de relações humanas é algo moderno,fruto de pesquisas sobre o aumento do fator produtividade em duas empresas relativamente iguais. Ao se aprofundarem no assunto para descobrir a causa de tal diferença, encontraram na empresa que apresentará mais produtividade "um ambiente de maior cordialidade entre os empregados e um clima de melhor compreensão entre chefes e subordinados" (BONFIM, 1954, p. 70). Chiavenato (2014, p. 6) define o paralelo entre gestão e relações humanas: Para mobilizar, engajar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações estão mudando conceitos e alterando as práticas gerenciais. Em vez de investir diretamente em produtos e serviços, estão investindo em pessoas que entendem destes e que sabem como criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Em vez de investir diretamente nos clientes, estão investindo nas pessoas que os atendam e os sirvam e que saibam como satisfazê- los e encantá-los. E ganham mais com isso. As pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial. 1.1 Avaliação de Desempenho Chiavenato (2014, p. 210) diz que a avaliação de desempenho é um eficaz método de definir as qualidades do trabalho e de vida dos funcionários nas empresas, já Periard (2011), define a avaliação de desempenho como "uma ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada empresa”. Marques (2018) acrescenta que e a avaliação de desempenho pode ser usada para identificar tanto profissionais que se destacam, quanto aqueles cuja produtividade está abaixo do esperado ao avaliar seus desempenhos individuais e coletivos, comportamentos, respeito a regimentos e regras internas, horários, medindo o quanto suas atitudes estão alinhadas aos valores da organização e do negócio para “dar feedbacks sobre seus resultados”, identificar a qualidade do clima organizacional e o grau de legitimidade do trabalho em equipe. Outrora, também pode ser usada para identificar os pontos fortes da organização e o que ainda pode ser melhorado. 7 1.2 Tipos de Avaliação de Desempenho Periard (2011) diz que há diversos sistemas, métodos e/ou maneiras de se avaliar o desempenho de um funcionário ou de uma equipe dentro de uma organização empresarial, mas isso varia conforme as necessidades do gestor, do setor e dos objetivos que tal avaliação pretende alcançar e dos resultados que pretende obter. Nos próximos tópicos serão apresentados 4 tipos de avaliação de desempenho e seus conceitos. 1.2.1 Avaliação 360 Graus Também conhecido como Feedback 360 Graus, Feedback com Múltiplas Fontes e Avaliação Multivisão (PERIARD, 2011), esse modelo é adotado pelas grandes corporações por meio da qual todos os colaboradores podem avaliar e ser avaliados, permitindo até que se auto avaliem, o que resulta "em uma análise sistêmica que propicia uma identificação clara a respeito de diversas variáveis que impactam a produção de resultados", seu sucesso depende da discrição dos avaliadores e da maturidade dos avaliados, obtendo assim um feedback verdadeiro (MARQUES, 2018). Periard (2011) defende que todos só têm a ganhar ao utilizar o método de avaliação 360 graus para avaliar, pois o mesmo trabalha em prol da fácil identificação das qualidades do colaborador "que na maioria das vezes não são destacadas pelos seus pares de trabalho", como também os pontos que se deve melhorar, resultando no fortalecimento da equipe, trabalho individual de qualidade e ganho de colaboradores com desempenho acima do esperado pela empresa. São fatores importantes para a avaliação de desempenho segundo Marques (2018): Capacitação; Atitudes; Habilidades Técnicas; Pontos Fortes; Pontos de Melhoria; e Perfil Comportamental. Segue abaixo a figura representando o modelo de avaliação 360 graus. 8 Figura 1: Modelo de avaliação 360 Graus Fonte: PERIARD (2011). 1.2.2 Avaliação 180 Graus Ávilla (2015) define esse tipo de avaliação de desempenho como sendo tradicional e bastante presente em nossa realidade em que apenas os gestores avaliam os colaboradores, uma “via única” que impossibilita o feedback, deixa a mostra a percepção dos superiores com relação aos subordinados e facilita o processo de melhoria na organização, porém esse modelo também pode acabar gerando uma imagem que foge à realidade. A autocrítica, quando feita com honestidade, pode ser um excelente exercício, pois “quando uma pessoa reconhece um ponto a desenvolver e propõe uma solução, ela se torna mais responsável por aquilo”, por outro lado, a ausência da honestidade e da profundidade na autocrítica fará com que o tempo investido na mesma seja perdido, não servindo tal ação de nada já que “alguns colaboradores não terão disciplina para tocar um processo que depende de apenas deles ou simplesmente não saberão identificar seus pontos a desenvolver”. 1.2.3 Avaliação Por Competência Ávilla (2015) diz que este é um modelo direto e objetivo em que se avalia apenas o que é realmente importante para a organização como proatividade, comprometimento, trabalho em equipe (competências comportamentais) e o 9 conhecimento em um determinado programa, máquina ou equipamento (competências técnicas). Ávilla (2015) ainda defende que esse método de avaliação se baseia no CHA: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Na prática, isso significa que para uma pessoa ser bem avaliada em uma determinada competência, [...], ela precisará ter conhecimento sobre as funcionalidades e funções [...], precisará demonstrar habilidade para executar atividades e processos nele e deverá ter atitude para conseguir resultados a partir disso. 1.2.4 Avaliação Por Escolha forçada Eliminando a "superficialidade, a generalização e a subjetividade" da escala gráfica o método da escolha forçada avalia os colaboradores através de blocos contendo duas, quatro ou mais frases descritivas focadas em aspectos do comportamento. O avaliador então escolhe de forma forçada apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais se assemelham ou se distanciam dos avaliados (CHIAVENATO, 2014, p. 218). 1.2.5 Escala gráfica A Escala Gráfica é uma tabela de dupla entrada em que as linhas representam os fatores de avaliação e as colunas representam o grau de avaliação do desempenho do colaborador (CHIAVENATO, 2014, p. 217). 1.3 Escala gráfica como ferramenta de avaliação "O método das escalas gráficas avalia o desempenho das pessoas por meio de fatores de avaliação previamente definidos e graduados" (CHIAVENATO, 2014, p. 217). Utiliza-se um formulário de dupla entrada em que os fatores de avaliação do desempenho estão localizados nas linhas horizontais e os graus de variação estão localizados nas colunas verticais. Os fatores de avaliação de desempenho "são os critérios relevantes ou parâmetros básicos para avaliar o desempenho dos funcionários" e esses podem ser comportamentos e atitudes exigidos e/ou valorizados pela empresa. A descrição de cada grau de avaliação deve ser breve, 10 simples e objetiva, geralmente representada por ótimo, bom, regular, ruim e péssimo (CHIAVENATO, 2014, p. 217). Na tabela 1, segue o exemplo do modelo de escala gráfica. Tabela 1: Modelo de Escala Gráfica Fatores Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Assiduidade (comparece ao trabalho sem faltas) Pontualidade (comparece ao trabalho sempre no horário) Trabalho em equipe Criatividade (capacidade de inovar) Produção (realiza o trabalho solicitado) Resolução de problemas Fonte: RIBAS E SALIM (2012) Na tabela 2, foram listados os prós e os contras desse modelo de avaliação de desempenho. Tabela 2: Prós e contras da Escala Gráfica Prós Contras Simplicidade Superficial Fácil compreensão e utilização Subjetivo Comparação de vários resultados Pouca ou nenhuma participação do funcionário avaliadoVisão holística dos fatores Categorização e homogeneização das características individuais Fácil de planejar e construir Sistema fechado Pouco trabalho para o avaliador Halo Effect - Efeito de Estereotipação Fonte: CHIAVENATO (2014, p. 217) 11 2 Pontos fortes da Avaliação de Desempenho As principais razões pelas quais as organizações estão preocupadas em avaliar o desempenho de seus colaboradores, segundo Chiavenato (2014, p. 211), é de possivelmente recompensar os avaliados de acordo com sua performace, o autor cita que é através da avaliação de desempenho que se proporciona aos colaboradores aumentos nos salários ou demissão, promoções e até transferências, esse tipo de avaliação é por mérito e desenvolvimento pessoal, ela permite que cada colaborador tenha uma possível noção de seus pontos fracos e seus pontos fortes. Ainda segundo o autor, a avaliação tem como prós o ato de avaliar o desempenho extremamente ruim ou extremamente bom de cada participante, onde os pontos positivos deverão ser aperfeiçoados e melhor aplicados se preciso for, e quanto aos pontos negativos, esses devem ser corrigidos ou eliminados. Outro benefício presente é que esse método é de fácil utilização e fácil montagem (CHIAVENATO, 2014, p. 211). Em outra visão, Araújo (2015, p. 127) afirma haver possibilidades de descobrir talentos através dos métodos de avaliação, isso é feito devido a característica do método em identificar singularidades de cada pessoa. “Para compreender esta vantagem é fundamental remeter-se às finalidades da Avaliação de Desempenho, especificamente à ideia de desenvolver pessoas via identificação dos pontos positivos e negativos”. Para este autor, a aplicação do método de avaliação, faz com que facilite o feedback às pessoas atuantes na organização, e também, quando realizado, a tendência é de tornar acessíveis informações até então desconhecidas, principalmente pelos próprios avaliados, e através do feedback será possível usufruir do que foi coletado, devidamente analisado, e por fim concluído pelos avaliadores, a partir desse ponto, surge caminhos para o autodesenvolvimento. (ARAÚJO, 2015, p. 127). 2.1 Limitações presentes na Avaliação de Desempenho Araújo (2015, p. 129) fala sobre a importância em ressaltar que os processos administrativos não são autossustentáveis, e que não podem ser considerados livres de imperfeições. Entre as limitações relacionadas ao processo de Avaliação de Desempenho estão a possibilidade de servir de justificativa para modificações salariais, visando que, ao mesmo tempo em que pode oferecer o feedback às 12 pessoas na organização, possibilita o seu autodesenvolvimento, o método serve para posicionar as pessoas na estrutura organizacional, e este é um processo vulnerável. Há também o risco de não conseguir manter as avaliações periódicas, pois, apesar da aplicação periódica ser umas das finalidades deste processo de avaliação, sua elaboração e aplicação baseiam-se no feedback oferecido pelos avaliadores às pessoas. Se feita constantemente, a Avaliação de Desempenho pode vir a inibir os desenvolvimentos criativos do potencial humano, isso porque as pessoas criativas precisam de certa liberdade para desenvolver o seu potencial, entretanto, quando se mantém as avaliações constantes, conforme a maneira como é realizada, pode simbolizar certo controle na visão das pessoas que estão sendo avaliadas. (ARAÚJO, 2015, p. 129). Os principais pontos fracos dessa avaliação de acordo com Chiavenato, (2014, p.212) são: os comentários desfavoráveis feitos pelo avaliador que levam a uma reação negativa e certa rejeição por parte dos avaliados; a avaliação inofensiva, ou seja, quando seus fatores não agregam valor a ninguém, tão pouco conduzem a lugar algum; e a percepção por parte das pessoas subordinadas quanto ao processo tendencioso ou até injusto da avaliação, pois a injustiça prejudica o processo de avaliação profundamente. 2.2 O que mede a Avaliação de Desempenho Habitualmente uma das principais preocupações que as organizações têm, é referente a medição, avaliação e monitoração de alguns aspectos, como por exemplo, os resultados finais que se almeja alcançar em determinado período; o desempenho, que se entende pelos meios instrumentais e comportamento que se propõe colocar em prática; competências individuais que agregam valor à organização; fatores críticos de sucesso que são fundamentais e contribuem nos resultados e no desempenho, fazendo com que a organização seja bem-sucedida. Diversas organizações desenvolvem alguns sistemas de avaliação para acompanhar o resultado financeiro, qualidade e quantidade de bens produzidos, custos da produção, o desempenho individual das pessoas e a satisfação dos clientes (CHIAVENATO, 2014, p. 210). 13 Chiavenato (2014, p. 229) cita ainda como propósitos da avaliação, o processo de recompensar pessoas, este aponta se as pessoas estão sendo devidamente motivadas e recompensadas pela organização. O autor diz que o ato de avaliar ajuda a organização a tomar decisões sobre como fazer o aumento de salários, quais pessoas devem ser recompensadas, quem merece promoção, e decidir quem deve ser desligado, deve desenvolver senso de responsabilidade, estimular a realizar melhor a função e estimular iniciativas. Ressaltam-se três pré-requisitos apontados por Araújo (2015, p. 131), para a implantação da Avaliação de Desempenho: Clareza de objetivos e a sintonia com o desempenho, que para o autor é o primeiro pré-requisito e pode não ser o mais importante, porém acaba dando entendimento aos outros, tornando-os mais fácil de compreender; Determinar o responsável pelo processo para que, em caso de sucesso, não apareçam diversos responsáveis, o ideal é que o responsável seja apontado no inicio da implementação, e ao contrário, no caso de fracasso, dificilmente alguém se responsabilizará; e Concordância entre avaliador e avaliado, na qual é importante entender que após analisar e aceitar a opinião de outras pessoas, os envolvidos deverão se conscientizar que esta ação acarretará resultados no futuro, isso torna o consentimento algo de extrema importância para que o processo avance corretamente. 3 Estudo de caso A empresa objeto de estudo, foi fundada em novembro de 2009, seu segmento é na área da saúde, sendo definida como porte de micro empresa. Seu fundador ao ficar desempregado, resolveu montar um pequeno consultório, realizando então uma pesquisa de mercado entre as cidades de Bom Jesus do Itabapoana e São José de Ubá, ao final da pesquisa, decidiu montar seu negócio na cidade de São José de Ubá, inicialmente a clínica funcionava somente no ramo da fisioterapia, com o passar dos anos, oportunizou espaço para outros profissionais como, por exemplo, nutricionistas, psicólogos, esteticistas, entre outros. Para abrir a empresa, o proprietário enfrentou inúmeros desafios, sendo alguns deles a montagem da estrutura da clinica e a parte burocrática. A sua maior conquista é a credibilidade de mercado, algumas premiações como as moções de aplausos da câmara de vereadores da cidade e credibilidade pessoal na cidade. Sua equipe de 14 especialidades é composta por profissionais qualificados nos ramos de psicologia, fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia, estética, enfermagem, ginecologia, radiologia, pediatria, geriatria, endocrinologia, ortopedia, neurologia, ao todo a empresa conta com 19 funcionários e uma recepcionista. O fundador é graduado em fisioterapia, com especialização em cardiologia, pneumologia, terapia intensiva, homeopatia, florais de BACH, medicina aquática e pós em Gestão de Saúde Pública. 4 Resultados Os resultados são apresentados obedecendo à ordem das questões adotadas no questionário do tipo “escala gráfica”, composto por 10 questões fechadas (Apêndice I), o qual foi aplicado durante o mês de setembroaos 19 profissionais da clínica. De posse das informações coletadas nesta entrevista, obtiveram-se os seguintes resultados. A seguir a representação relacionada ao sexo dos profissionais presentes na empresa através do gráfico 1. Gráfico 1: Sexo dos Profissionais Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. O gráfico 1 representa o percentual do sexo dos profissionais atuantes na clínica alvo de estudo, a partir da pesquisa observa-se que está balanceado o número de mulheres e homens. 15 Gráfico 2: Faixa Etária dos Colaboradores Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. No gráfico 2 está representada a faixa etária dos colaboradores, de acordo com a apuração dos dados, a seguinte empresa conta com um público jovem com menos de 60 anos. O próximo gráfico representa a variedade de especificação dos profissionais. Gráfico 3: Profissões Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. No gráfico 3 os dados apontam que a maior parte do quadro de profissionais é composta por médicos (pediatra, geriatra, endocrinologista, ortopedista e neurologista). O gráfico seguinte demonstra o expediente de trabalho da empresa estudada. 0 1 2 3 4 5 6 Profissões 16 Gráfico 4: Turno de trabalho Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. Percebe-se no gráfico 4, que houve um equilíbrio na divisão de pessoas entre os turnos, isso quer dizer que a clínica está bem diversificada em relação ao horário de funcionamento. O gráfico 5 a seguir, demonstra a quantidade de profissionais especializados em suas áreas de atuação. Gráfico 5: Especialização na área Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. Na área da saúde é de extrema importância a especialização, no gráfico 5 percebe-se que os profissionais estão especializados em suas respectivas áreas de atuação ou em processo de conclusão. 31% 32% 37% Turno de Trabalho Manhã Tarde Integral 84% 0% 16% Especialização na área Sim Não Conclusão 17 No gráfico 6 a seguir, será representado o tempo de atuação dos profissionais na empresa. Gráfico 6: Tempo de vínculo empregatício Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. O tempo de vínculo com a empresa seguindo o gráfico 6, para a maioria dos profissionais é de menos de 5 anos, porém há uma significativa quantia de profissionais que atuam há mais de cinco anos nela, e a minoria atua por menos de 1 ano, isso significa que a rotatividade dos profissionais é baixa. A seguir o gráfico 7 representará o grau de afinidade da equipe. Gráfico 7: Afinidade com equipe Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. 21% 32% 47% Tempo de Vínculo Empregatício Menos de 1 ano Mais de 5 anos Menos de 5 anos 79% 21% Afinidade com equipe Sim Não 18 No gráfico 7, identifica-se que a parte interpessoal e a parte das relações humanas é significativamente interativa, essa característica contribui com o alcance de metas e objetivos da empresa. No gráfico 8 a seguir, está representado o número de profissionais que tomam iniciativas no ambiente de trabalho. Gráfico 8: Iniciativas Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. A análise do gráfico 8, aponta que uma pequena minoria nunca toma iniciativas, mesmo sendo um índice pequeno, pode acabar acarretando problemas futuros no andamento de outras funções. O gráfico 9 a seguir, representa a colaboratividade entre os profissionais. Gráfico 9: Colaboratividade 21% 47% 21% 11% Iniciativas Sempre Quase sempre Pouco Nunca 37% 31% 16% 16% Colaboratividade Sempre Quase sempre Pouco Nunca 19 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. Percebe-se no gráfico 9 que a maior parte dos profissionais são colaborativos uns com os outros, isso torna o ambiente de trabalho harmonioso, e com qualidade para um trabalho em equipe. No gráfico 10 a seguir, será representada a comunicação disciplinar de acordo com os dados obtidos. Gráfico 10: Comunicação Disciplinar Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. No gráfico 10 percebe-se que 53% dos colabores tendem a ter comunicação disciplinar, esse tipo de comunicação em forma de feedback contribui com a melhoria de falhas encontradas na prestação de serviço. A seguir o gráfico 11 demonstrará o nível de dedicação dos profissionais atuantes na empresa de estudo. Gráfico 11: Dedicação Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. 16% 53% 21% 10% Comunicação Disciplinar Sempre Quase sempre Pouco Nunca 63% 16% 21% Dedicação da Equipe Sempre Quase sempre Pouco 20 A dedicação da equipe é algo fundamental para o crescimento de qualquer organização e para o crescimento também de um bom profissional, verifica-se no gráfico 11 que a equipe se mostra bem dedicada em suas funções e buscam atingir metas. A seguir a organização da equipe representada pelo gráfico 12. Gráfico 12: Organização da Equipe Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. Os resultados apresentados no gráfico 12 relatam que 58% dos colaboradores são organizados, pois as funções fluem de forma tranquila, diminuindo problemas futuros. A seguir a adaptação a mudanças no ambiente de trabalho representada pelo gráfico 13. Gráfico 13: Adaptação a Mudanças 58% 37% 5% Organização da Equipe Sempre Quase sempre Pouco 16% 32% 47% 5% Adaptação a Mudanças Sempre Quase sempre Pouco Nunca 21 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. O gráfico 13 apresenta que boa parte da equipe não se adaptam facilmente as mudanças de conduta, mudar é sempre bom mais nas organizações as empresas costumam se manter bem resistentes com relações a mudanças, o que não deveria acontecer pois se a mudança a empresa buscará mudar para melhor. A seguir a opinião dos colaboradores em relação aos resultados obtidos, representado pelo gráfico 14. Gráfico 14: Resultados Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. De acordo com o gráfico 14,47% dos colaboradores pesquisados apresentam resultados esperados em suas funções especificas e delegadas. No gráfico 15 será representado o comportamento ético segundo a visão dos profissionais. 47% 42% 11% Resultados Sempre Quase sempre Pouco 22 Gráfico 15: Comportamento Ético Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018. O gráfico 15 observa-se que mesmo 47% apresentando quase sempre comportamento ético, ainda resta uma parcela de 21% de colaboradores que apresentam um comportamento ético baixo, o Minidicionário Aurélio diz que “ética é uma palavra de origem grega, que vem no termo ethos, que por sua vez significa: “costume superior”, “bom costume” e aquilo que “pertence ao caráter”. O profissional de caráter superior é aquele que tem sempre comportamentos corretos e que conduz suas ações baseado em bons princípios, o que é fundamental no ambiente de trabalho. Considerações Finais Ao aprofundar o conhecimento sobre a avaliação de desempenho nos relacionamentos interpessoais e sua contribuição nas relações humanas na Clínica médica de multiespecialidades, percebe-se que mesmo tendo o olhar voltado para o particular, há uma extensão da avaliação de desempenho em todos os níveis da existência. As organizações estão mudando com uma grande velocidade, isto em junção às mudanças econômicas e tecnológicas, o que gera para as organizações uma maior competitividade de mercado e um aumento das exigências dos consumidores, essas transformações exigem das empresas mudanças e um olhar mais criterioso para os modelos e técnicas administrativas. Dessa forma as organizações começam a se preocupar com seus recursos humanos e para um ambiente mais adequado de trabalho. O presente artigo objetivou abordar e verificar 32% 47% 21% Comportamento Ético Sempre Quase sempre Pouco 23 a prática da avaliação de desempenho como ferramenta de melhoria na organização, como também o profissional. A avaliação de desempenho torna-se, portanto,um processo que permite identificar deficiências e suas causas, possibilitando estabelecer mudanças e melhorias por meio de feedbacks ou treinamentos. Através da pesquisa, conclui-se que os processos de avaliação de desempenho nas organizações em geral e especificamente na empresa objeto de estudo, são essenciais para o desenvolvimento e integração das equipes, para a manutenção dos processos gerenciais de forma eficaz, para a correção de problemas interpessoais que vão garantir o sucesso empresarial. 24 Referências bibliográficas ÁVILLA, Rafael. O que é avaliação de desempenho. Disponível em: <https://blog.luz.vc/o-que-e/avaliacao-de-desempenho/>. Acesso em: 22 set. 2018. ARAÚJO, L. C. G.; GARCIA, A. A. Gestão de pessoas: Estratégias e integração organizacional. 2 ed. São Paulo: Atlas, RJ, Ed. Senac Rio, 2015. BONFIM, Annibal. Relações humanas. Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, [S.l.], v. 6, n. 2, p. 69-80, nov. 1954. ISSN 0102-9282. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abpt/article/view/13451/12352>. Acesso em: 22 set. 2018. COELHO, Daniela. Avaliação de desempenho. Disponível em: < https://sisacad.educacao.pe.gov.br/bibliotecavirtual/bibliotecavirtual/texto/Cadernode RHAvalia_C_eodeDesempenhoRDDI.pdf>. Acesso em 03 nov. 2018. CHIAVENATO, A. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4ª ed. Barueri SP. Manole. 2014. FERREIRA, Aurélio. B. H. Minidicionário Aurélio de Língua Portuguesa. 3. ed. 2. imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. MARQUES, José Roberto. Quais são os tipos de avaliação de desempenho. Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/quais-sao-os-tipos- de-avaliacao-de-desempenho/>. Acesso em: 22 set. 2018. PERIARD, Gustavo. Avaliação de desempenho: o que é e como funciona. Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/avaliacao-de-desempenho-o- que-e-e-como-funciona/>. Acesso em: 22 set. 2018. RIBAS, Andréia e SALIM, Cassiano. As avaliações de desempenho (Escala gráfica). Disponível em: <http://gpparaconcursos.blogspot.com/2012/12/as- avaliacoes-de-desempenho-escala.html>. Acesso em: 22 set. 2018. 25 Apêndice Apêndice I: QUESTIONÁRIO DADOS DE IDENTIFICAÇÃO E ENTREVISTA DE INFORMAÇÕES DOS PROFISSIOAIS DA SAÚDE DE UMA CLÍNICA EM SÃO JOSÉ DE UBÁ-RJ Idade: ______ anos Sexo: ( ) M ( ) F Setor: _________________________ Turno: ( ) D ( ) N Tempo de formação:______________ Possui especialização: ( ) Sim ( ) Não ( ) Em conclusão Tempo de Trabalho na Instituição: ___________ - Você apresenta afinidade com a equipe atuante no seu setor? ( ) Sim ( ) Não - Os profissionais atuantes apresentam iniciativas quanto as demandas do serviço? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - Os profissionais atuantes são colaborativos uns com os outros? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - Os profissionais atuantes no seu setor são interativos com os colegas de trabalho? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - Existe Comunicação Disciplinar entre os profissionais atuantes? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - Os colegas atuantes no seu setor são dedicados em suas funções e buscam atingir metas? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - Os profissionais atuantes são organizados em suas tarefas? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - Os profissionais atuantes adaptam-se facilmente as mudanças de conduta? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca 26 - A equipe atuante no seu setor apresenta resultados esperados pelas funções especificas e delegadas? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca - A equipe apresenta comportamento ético? ( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Pouco ( ) Nunca
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