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LARISSA MENEZES – AISM II : ª IMPORTÂNCIA Causas diretas de óbito materno: hipertensão, hemorragia, infecção puerperal, aborto 67% de causas obstétricas diretas 29% de causas obstétricas indiretas ABORTAMENTOS Aborto é a interrupção da gravidez até a 20 ou 22ª semana ou quando o feto pese até 500 grama ou quando o feto mede 16,5/22cm 80% das gestações normais evoluem com abortamento até a 12ª semana Até 20% das gestações sofrem abortamento CLASSIFICAÇÃO o Cronológica: ▪ Precoce: 12 semanas ▪ Tardia: 13-20 semanas o Intenção: ▪ Induzido (provocado) ▪ Espontâneo o Periodicidade: ▪ Habitual: >3x ▪ Esporádico NOTA: OMS classifica em aborto seguro X inseguro (realizado em clinicas clandestinas) ETIOLOGIAS o Alterações cromossômicas: ▪ 50-60% ▪ Aborto precoce ▪ Trissomias: 13, 16, 18, 21 e 22 ▪ Monossomia ▪ Triploidia ▪ Tetraploidia (raro) o Alterações endócrinas: ▪ Defeitos de fase lútea ▪ Diabetes tipo 1 mal controlada ▪ Hipotireoidismos e anticorpos antitireoidianos ▪ SOP: hiperinsulinemia, elevação de LH e androginismo o Alterações anatômicas: ▪ Incompetência istmo cervical: abortamento tardio ou parto prematuro extremo ▪ Miomas: principalmente submucosos e intramurais, depende do tamanho e da quantidade de miomas ▪ Útero bicorno: didelfo ou septado o Alterações imunológicas (habitual): Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) ▪ Trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas ▪ Perda fetal ▪ Risco aumentado de hipertensão, pré- eclampsia, prematuridade e trombose NOTA: Diagnóstico (1 clinico + 1 laboratorial): ➢ 1 ou + episódios de trombose ➢ 1 ou + morte intrauterina (>10s) ➢ 1 ou + partos prematuros: eclampsia, PE ➢ 3 ou + abortamentos consecutivos <10s ➢ Anticorpo anticardiolipina ➢ Anticorpo anticoagulante lupico ➢ Anticorpo anti-beta-2-glicoproteína LARISSA MENEZES – AISM II NOTA: Tratamento ➢ Sem evento trombótico: AAS e heparina de baixo peso profilático ➢ Com evento trombótico: AAS e heparina de baixo peso terapêutica o Outras causas: ▪ Trombofilias hereditárias: deficiência de antitrombina, proteínas C e S ▪ Tabagismo ▪ Álcool ▪ Cafeína ▪ Traumas FATORES DE RISCO o Idade materna avançada o Tabaco e álcool o Café em excesso o Cocaína e outras drogas o Sobrepeso o Usos de gases inalatórios e anestésicos FORMAS CLÍNICAS E CONDUTAS • 50% evoluem para aborto espontâneo • Não é o abortamento em si, não está evoluindo para o abortamento • Sangramento discreto, dor leve ou indolor, colo uterino fechado, altura de fundo compatível com a idade gestacional, beta positivo • USG: saco gestacional regular, embrião com atividade subcoriônico, BCF+ • Conduta: repouso relativo, abstinência sexual, antiespasmódico (buscopan composto, Atroveran), apoio psicológico, progesterona (uso controverso, porque atua bem se for incompetência do corpo luteo) • Seguimento da gestação a depender da sua evolução • Não consegue segurar mais com medida expectante, é aguardar a resolução • Sangramento intenso, doloroso, colo uterino aberto, AFU não compatível com IG, beta positivo • USG: descolamento ovular > 40%, saco gestacional na região do istmo ou colo/vagina • 70% resolução espontânea • Conduta: internamento, hidratação, esvaziamento (quando não ocorrer resolução espontânea), isoimunização Rh (se for Rh-) • Sangramento discreto, indolor, colo uterino fechado, AFU < IG, beta descendente ou negativo • USG: embrião ausente, cavidade uterina homogênea, hematométrio discreto, espessamento endometrial de até 1,5cm LARISSA MENEZES – AISM II • Conduta: acompanhamento ambulatorial, sintomáticos para dor, se for Rh- faz imunoglobulina Rh NOTA: O beta demora 15 a 20 dias diminuindo! • Sangramento variável, dor intensa/moderada, colo uterino fechado ou aberto, AFU < IG, beta decrescente ou negativo • O que diferencia do abortamento completo é o espessamento endometrial na USG • USG: embrião ausente, material ecogênico na cavidade uterina, hematométrio, endométrio irregular e espessado (>1,5cm) • Conduta: esvaziamento (para evitar um aborto infectado) e imunoglobulina Rh se a mãe for Rh- • Não tem muitos sintomas, geralmente só descobre em uma USG de acompanhamento do pré-natal • Sem sangramento, indolor/sem sintomas da gestação, AFU<IG, colo fechado, beta negativo ou decrescente • Na maioria das vezes evolui para abortamento espontâneo NOTA: Se a gestação tiver menos de 7 semanas, deve repetir a USG em 15 dias NOTA: O BCF é detectado com o CCN > 7mm • USG: embrião sem vitalidade, CCN>ou=7mm com ausência de atividade cardíaca fetal (BCF ausente) • Conduta: expectante, esvaziamento NOTA: Gestação embrionada ➢ Desenvolveu saco gestacional e vesícula vitelínica sem embrião ➢ SG > 25mm ou >6semanas sem ser visto embrião • Na maioria das vezes é complicação do abortamento incompleto + manipulação da cavidade uterina ▪ Infecção polimicrobiana: Endometrite → Polimetrite → Sepse → Morte materna • Sangramento variável, as vezes com odor • Doloroso, sinais de peritonite • Colo aberto ou fechado • Febre, taquicardia, anemia • USAG: variável, com restos ou coleções purulentas ou endométrio espessado • Beta negativo (20 a 25 dias de abortamento) • Conduta: internamento, monitorização, exames, antibioticoterapia 24 horas antes e após realiza o esvaziamento ▪ Clindamicina 600mg EV 6/6h + Gentamicina 1,5mg/kg EV 24/24h ou 8/8h (NÃO ULTRAPASSAR 240mg) → Se não houver resposta, associa a Ampicilina 2g EV 6/6h LARISSA MENEZES – AISM II ▪ Ampicilina 2g EV 6/6h + Gentamicina 1,5mg/kg EV 24/24h ou 8/8h (NÃO ULTRAPASSAR 240mg) + Metronidazol 500mg EV 8/8h ESVAZIAMENTO o Tratamento medicamentoso: ▪ Cytotec (Misoprostol) 200mcg: uso hospitalar restrito → Dose depende da IG ▪ 1º trimestre, aborto espontâneo, dor leve e sem sinais de infecção ▪ Preparo do colo para esvaziamento ▪ Repetir USG com 24-48 horas apara avaliar endométrio, se o material foi eliminado ou não e se vai precisar do tratamento cirúrgico o Tratamento cirúrgico: ▪ Esvaziamento uterino é obrigatório em gestações mais avançadas ▪ Curetagem uterina, IG>12 semanas; se feto deve usar o misoprostol primeiro! ▪ AMIU (aspiração manual intraútero): IG<12 semanas; menor risco de perfuração e de sinéquias GESTAÇÃO ECTÓPICA Gestação cuja implantação e desenvolvimento do ovo ocorrem fora da cavidade corporal do útero O local mais comum é na tuba e nessa, na região ampular Principais causas: lesão tubária e alteração do transporte ovular Fatores de risco: DIP, DIU, cirurgia tubaria previa, gestação ectópica prévia, reprodução assistida, anticoncepção de emergência, início precoce da atividade sexual/múltiplos parceiros e tabagismo GESTAÇÕES NORMAIS o USG TCG: saco gestacional intraútero em 4-5 semanas o bHCG: 1500-2000 (no mínimo duplica em 48h) DIAGNÓSTICO o Dor abdominal (90%) o Sangramento o Atraso ou irregularidade menstrual o A tríade completa acontece em menos de 50% dos casos LARISSA MENEZES – AISM II o Suspeita clinica + bHCG o USG TVG: ▪ Imagem sugestiva de GE (sem saco gestacional, sem embrião): solicita bHCG seriado → Se <2000 repete o bHCG e USG TVG em 48h → Se não duplica ou sem saco gestacional ou >2000 é gestação ectópica ▪ Saco gestacional ectópico/embrião com BCF TRATAMENTO o Cirúrgico X Clínico o Salpingectomia: retira a tromba o Salpingostomia: retira apenas o material e mantem a trompa integra o Expectante o Metotrexato (MTX): ▪ Quimioterápico ▪ Dose única de 50mg/m² ▪ Dia um: dosagem de bHCG sérico + MTX ▪ Dia 4: dosagem de bHCG sérico ▪ Dia 7: dosagem debHCG sérico, hemograma, enzimas hepáticas e creatinina ▪ 4º ao 7º dia: redução de 15% de bHCG sérico ▪ Contraindicações: recidiva de ectópica, alergia, amamentação, imunodeficiência, ulcera péptica ativa, doença pulmonar, impossibilidade de acompanhar a paciente o Estabilidade hemodinâmica: ▪ Pct instável: tto cirúrgico ▪ Pct estável: GE integra < 4cm, bHCG < 5000, desejo de reprodução e autorização da paciente → bHCG decrescente em 24- 48h faz tto expectante OU bHCG crescente em 24-48h faz hemograma, tgo, tgp, cr e tenta tto com metotrexato o Integridade da trompa o Desejo de gravidez futura o Características do SG o Acesso a diferentes terapias o Boa compreensão do paciente NOTA: Ectópica rota → sangue na cavidade DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (DTG) Anomalia proliferativa das células que compõem o tecido trofoblastico (origem placentária) Sinciciotrofoblasto: produzem bHCG, é um marcador tumoral biológico e especifico da DTG Produção exagerada de bHCG LARISSA MENEZES – AISM II FATORES DE RISCO o Idade materna > 35 anos o Historia previa de DTG o Inseminação artificial o SOP o Abortamentos o Tabagismo o Radiação o Intervalo curto entre as gestações MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS o Sangramento vaginal intermitente o Útero aumentado em relação a IG (útero em sanfona, produz material e elimina no sangramento, voltando a produzir e esvaziar) o Pressão ou dor pélvica o Cistos tecaluteínicos (ovarianos): hiperestimulação ovariana por bHCG o Anemia o Hiperêmese gravídica: exacerbação das náuseas o Hipertireoidismo o Pré eclampsia precoce (<20s) o Passagem vaginal de vesicular hidrópicas: é patognomônico! → Vesículas em cacho de uva eliminados DTG BENIGNA o 23 a 1300/100000 gravidezes LARISSA MENEZES – AISM II • 75% • Cariótipo 46XX (90%) ou 46XY • Um ovulo vazio fertilizado por 1 ou 2 espermatozoides • Eliminação de vesículas (cachos de uva) • Ausência de feto • Frequente complicações, hipertireoidismo, cistos tecaluterínicos, bHCG muito elevado, USG com ecos amorfos intrauterinos • 10 a 30% progressão para neoplasia trofoblástica gestacional • USG: massa central heterógena com espaços anecóicos (edemasdas vilosidades coriônicas), cachos de uva • 25% • Cariótipo: 69 XXX ou 69 XXY (mais comum) • Triploide • Um óvulo com gameta sendo fertilizado por 2 espermatozoides • Clínica de abortamento • Não elimina vesícula • Tecido fetal presente (triploidia/inviável) • Raras complicações • bHCG normal • 5% progressão para neoplasia trofoblástica gestacional • USG: percebe-se a presença embrionária de algo hidrópico diante de área placentária repleta de material amorfo, presença de embrião mal formado e placenta não tem características normais • Clínica + Laboratorial + USG NOTA: bHCG muito alto, cerca de 200000 Na completa pode chegar a 400000 e na parcial a 100000 • Confirmação: estudo anatomopatológico • Esvaziamento uterino! ▪ AMIU: principal escolha ▪ Aspiração a vácuo LARISSA MENEZES – AISM II ▪ Curetagem ▪ Histerectomia: se pct com prole completa, >40 anos, hemorragias, risco de tumor de sitio placentário • Seguimento: ▪ bHCG semanal até 3x negativos (<5) mensal até 12 meses ▪ USG com doopler ▪ RX de tórax ▪ Função hepática ▪ TSH e T4 livre ▪ Profilaxia de isoimunização Rh ▪ Evitar gestação em 12 meses DTG MALIGNA o 2,5 a 7/100000 gestações o Mola invasora o Cariocarcinoma o Tumor trofoblástico do sítio placentário (raro) o Tumor trofoblástico epitelioide • 20% desenvolverão sequela maligna • 15% invasão local • 5% metástase de pulmões, vagina, pelve, fígado e cérebro • Pensar em malignização se: ▪ Elevação (>10%) dos níveis de bHCG por duas semanas (avaliado em 3 intervalos separados) ▪ Diagnostico histológico de cariocarcinoma, mola invasora, tumor trofoblástico do sitio placentário ▪ Níveis elevados de bHCG (>20000) após 4 semanas do esvaziamento ▪ Evidencia de metástases a distancia ▪ Elevação do nível de bHCG após um valor normal ▪ Sangramento pós-esvaziamento, irregular
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