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LARISSA MENEZES – AISM II • É definida como rotura espontânea das membranas amnióticas antes do inicio do trabalho de parto • RPMO pré-termo: antes de 37sem • RPMO precoce: no inicio do trabalho de parto • RPMO oportuna: ocorre ao final do período de dilatação • RPMO tardia: ocorre concomitante à expulsão fetal MEMBRANAS E LÍQUIDO AMNIÓTICO • Protege contra choque mecânico e térmico • Ambiente estéril • Desenvolvimento do feto • Funções do liquido amniótico: ▪ Movimentação fetal e flutuação do cordão umbilical ▪ Favorece o desenvolvimento muscular, dos sistemas urinário e digestivo e crescimento fetal ▪ Determina o aumento da pressão luminar na arvore traqueobrônquica, durante os movimentos respiratórios fetais, favorecendo o desenvolvimento pulmonar ETIOLOGIA • Inflamação e infecção • Sobredistensão uterina • Fatores mecânicos • Alteração da integridade cervical • Diminuição da atividade imunológica bactericida do líquido amniótico • Diminuição do colágeno do cório • Diminuição do fosfotidilinositol nas membranas FATORES DE RISCO • Exames invasivos: amniocentese e cordocentese (risco de 1 a 2%) • Incompetência istmocervical • Inserção baixa de placenta • Macrossomia • Polidramnia • Trabalho de parto prematuro • Infecções genitais (strepto B, gonococo) • Tabagismo • Sangramento genital • Vaginose bacteriana • Gestação múltipla • Deficiências nutricionais • Doenças maternas (deficiência de alfa-1- antitripsina, síndrome de Ehlers-Danlos, doença falciforme) • Atividade sexual • Traumatismo • Passado de parto prematuro QUADRO CLÍNICO • Queixa Principal: a paciente relata uma típica história de líquido claro ou amarelado escorrendo subitamente pelas pernas (história deve ser confirmada com exame especular) DIAGNÓSTICO • Exame físico e especular: o melhor meio de se confirmar a amniorrexe é através da observação de líquido saindo pelo colo ou acumulado em fundo de saco. Se isso não for possível, deve-se elevar a apresentação fetal pela palpação abdominal e realizar compressão uterina (manobra de Tarnier) ou aguardar uma contração uterina que poderá evidenciar a presença franca de líquido, através do exame especular ▪ O toque vaginal pode auxiliar no diagnóstico de RPMO, especialmente nas pacientes com algum grau de dilatação do LARISSA MENEZES – AISM II colo. Entretanto, na ausência de trabalho de parto franco, o toque vaginal deve ser evitado • Detecção do pH vaginal: pH vaginal normalmente se situa entre 4,5 e 5,5; já o líquido amniótico tem pH alcalino (6,5 a 7,5). • Teste do papel de nitrazina: A fita é introduzida no fundo-de-saco posterior e, quando azul, significa pH maior que 6 - 6,5, sendo, portanto, confirmatório de RPMO • Teste do Fenol Vermelho: posiciona-se um tampão vaginal na vagina da paciente e, após um tempo, adiciona-se algumas gotas do reagente, quando observa-se a alteração da coloração (de laranja para vermelho) • Teste da cristalização da secreção vaginal: o fluido obtido de fundo de saco vaginal, aplicado sobre uma lâmina e deixado secar por dez minutos apresentará a típica aparência em folha de samambaia, também observada no muco cervical estrogênico (1ª fase do ciclo menstrual). Durante a gestação, não é esperada a cristalização do muco cervical, devido aos altos teores de progesterona • Presença de elementos fetais em secreção vaginal: presença de lanugem e células da epiderme fetal (poligonais), as últimas caracterizadas por assumirem coloração alaranjada (orangiófilas) após tratamento com sulfato azul do Nilo a 1% • Ultrassonografia: permite avaliar a diminuição do líquido amniótico. Para isso, utiliza-se, preferencialmente a medida do ILA (Índice de Líquido Amniótico), que mede o maior bolsão vertical de líquido amniótico encontrado em cada um dos quatro quadrantes uterinos. Considera-se diminuído quando menor que 5 cm, ou quando a medida do maior bolsão vertical for menor que 2 cm → Oligodramnia • Proteina-1 ligada ao fator de crescimento insulina-simile (IGFPB-1) • Detecção da alfamicroglobulina-1 placentaria • Arborização do muco cervical • Alfafetoproteína • AmniSure PROGNÓSTICO • 1/3 das mulheres vai desenvolver infecções como corioamnionite, endometrite e sepse • Normalmente evolui para o parto antes do termo e em menos de uma semana de rotura • O volume de líquido amniótico, duração entre a rotura e parto e a idade gestacional influenciam, de forma determinante, a gravidade das complicações fetais: doença de membrana hialina, hemorragia intraventricular, leucomalácia periventricular, outras sequelas neurológicas, infecção (sepse, pneumonia, meningite) e enterocolite necrosante COMPLICAÇÕES • Maternas: ▪ Corioamnionite ▪ Endometrite ▪ Bacteremia • Neonatais: ▪ Hipoplasia pulmonar ▪ Paralisia cerebral ▪ Prematuridade LARISSA MENEZES – AISM II ▪ Infecção neonatal ▪ Compressão do cordão ▪ Sofrimento fetal ▪ Malformações AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL • Cardiotocografia • Perfil biofísico fetal CONDUTA NA RPMO PRÉ-VIÁVEL (<24 SEM) • Monitorar a infecção • USG para avaliar o oligodramnio, havendo oligodramnio persistente surgerir interrupção CONDUTA NA RPMO ENTRE 24 E 33 SEM • Tratamento expectante • Hospitalização • Monitoramento da infecção materna fetal • Repouso relativo no leito/pélvico • Corticoide (48h) • Antibiótico profilático • Cultura GBS • Neuroproteção fetal com MgSO4 o Em idades gestacional inferiores a 32 semanas, desde que afastada a possibilidade de corioamnionite o Ciclo único de betametasona, na dose de betametasona 12mg por via intramuscular, em duas doses com intervalo de 24 horas o Diminui a incidência da síndrome da membrana hialina, desconforto respiratório, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante em recém-nascidos pré-termo com idade gestacional inferior a 34 semanas o Visa postergação do parto e redução da morbidade neonatal o Ampicilina 2g IV 6/6h por 48h o Azitromicina 1g VO dose única o Amoxicilina 500mg VO 8/8h por 5 dias CONDUTA NA RPMO APÓS 36 SEM • Inicia-se a indução do parto ou realiza-se cesárea imediatamente • Lembrar a realização da profilaxia para infecção neonatal por estreptococo do grupo b em rpmo por mais de 18hora • Dose de ataque: penicilina G cristalina 5000,000 UI IV e depois penicilina G cristalina 2,5000,000 IV a cada 4 horas até o nascimento OU dose de ataque de ampicilina 2g IV, depois ampicilina 1g a cada 4 horas até o nascimento o Está indicado na gestação entre 23 e 31 semanas, reduz 30% paralisia cerebral o Iniciar: MgSO4 4-6g IV em 20-30 minutos o Manutenção: MgSO4 1-2g/h IV até o parto ou no máximo por 12-24h CONDUTA • Depende de algumas variáveis: idade gestacional, presença ou não de infecção, avaliação da vitalidade fetal e presença ou não de trabalho de parto o Determinação da IG o Confirmação do diagnóstico o Avaliação de infecção materna e/ou fetal o Avaliação da vitalidade fetal o Hospitalização o É a corioamnionite o É obrigatória a interrupção da gravidez, independente da idade gestacional. Deve-se preferir a via vaginal, visto os maiores riscos de infecção intra-abdominal com a cesariana o Febre materna ≥37,8ºC e pelo menos dois: ▪ Leucocitose materna (leucometria >15.000 cels/mm3) ▪ Taquicardia materna (> 100 bpm) ▪ Taquicardia fetal (> 160 bpm) ▪ Sensibilidade uterina ▪ Líquido amniótico com odor fétido o Antibioticoterapia empírica, pela associação de ampicilina (2 g IV 6/6 horas) e gentamicina (5 mg/kg por dia ou 1,5 mg/kg 8/8 horas), que deverá ser mantida até 48 horas após o último episódio febril, não sendo necessária a LARISSA MENEZES – AISM II administração de manutenção oral.É possível a adição de clindamicina 900 mg IV 8/8h ou metronidazol 500mg IV 8/8h para ampliar a cobertura anaeróbia, caso seja realizada cesariana o A conduta se baseia na IG o IG ≥ 34 semanas: ▪ Interrupção da gestação ▪ Não está indicado o uso de tocolíticos ou corticoides o IG entre 24 e 34 semanas: ▪ Se não há sinais de infecção, sofrimento fetal ou metrossístoles, deve-se adotar conduta conservadora, visando o amadurecimento pulmonar fetal → Pct deve ser mantida hospitalizada, em repouso, com hidratação abundante → Deve buscar constantemente sinais de sofrimento fetal ▪ Corticoterapia ▪ Tocólise: maioria dos autores não recomenda ▪ Antibióticos: Ampicilina 2 g IV 6/6 horaS por 48 horas, associada à eritromicina (250mg 6/6 horas IV), seguida de amoxicilina 250mg 8/8 horas por via oral por cinco dias → Rezende (2013): Ampicilina 2 g IV a cada 6 horas por 48 horas (cobertura de Streoptococcus do Grupo B, muitos bacilos anaeróbios Gram- negativos e alguns anaeróbios) + Azitromicina 1 g VO dose única (cobertura de micoplasma e Chlamydia trachomatis), seguido de amoxicilina 500mg 8/8h por mais 5 dias ▪ Em gestações a termo com amniorrexe, sem sinais de infecção, o uso de antibióticos não está recomendado rotineiramente o IG < 24 semanas: ▪ Decisão terapêutica deve ser definida com a familia ▪ Sugere-se conduta conservadora, pct deve ser acompanhada em ambiente domiciliar com repouso absoluto e controle de temperatura corporal até 24sem e então faria o protocolo para acima de 24 sem ▪ Profilaxia de infecção por S. do grupo B INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ • Corioamnionite • DPP • Comprometimento da vitalidade fetal CORIOAMNIONITE • Infecção intra-amniotica o Os principais agentes envolvidos na corioamnionite : ▪ Estreptococos do grupo b ▪ Gardenerella vaginallis ▪ Mycoplasma ▪ Ureaplasma ▪ Escherichia coli ▪ Bacteroides ▪ Neisseria gonorrhoea o Número de exames vaginais durante o trabalho de parto o Duração do trabalho de parto o RPMO mais que 24 horas o Colonização materna por estreptococos do grupo B o Líquido meconial o Taquicardia materna/fetal o Útero irritável o Secreção purulenta pelo orifício externo do colo uterino o Leucocitose o Diminuição abrupta de líquido amniótico, do movimento fetal o Ausência de movimento respiratório no perfil biofísico fetal o Aumento maior que 20% da proteína c reativa o Febre o Ampicilina 2g por via intravenosa 6/6h + gentamicina1,5mg/kg iv 8/8h LARISSA MENEZES – AISM II o Clindamicina 900mgiv 8/8h ou metronidazol 500mg iv 8/8h para cobertura anaeróbica se realizada cesárea POLIDRÂMNIO/HIPERIDRÂMNIO • Clinicamente útero grande para idade gestacional • Em ultrassonografia há um bolsão de líquido amniótico com diametro vertical maior que 8cm • O excesso de fluido decore do desequilíbrio resultante da falta de deglutição, visto que a excreção urinária ,fonte produtora ,continua normalmente • 50% dos casos de polidrâmnio mãe e feto são normais o Diabetes melitus o Doença hemolítica perinatal o Anomalias gastrintestinais : atresia do esôfago, atresia do duodeno o Aneuploidias : trissomias 18 e 21, Turner o Hidropsia fetal não imune o Anomalias do SNC: anencefalia o Anomalia: hérnia diafragmática o Dispneia materna acentuada o Edema, varizes e hemorroidas o Dores difusas abdominais e lombares o Edema nas porções baixas do ventre o Pele do abdome distendida ,lisa e brilhante o O feto quando reconhecido é extremamente móvel com apresentação indefina o Batimentos cardiofetais rastreados pelo estetoscópio de Pinard são surdos e com sonar-doppler não há dificuldade na ausculta o Confirmado pela USG o Alta incidência de prematuridade o Amniorrexe espontânea o Prolapso de cordão o Apresentações anômalas o Uso de corticoide (24s e 34s) o Amniocentese transabdominal o Administração de tocolítico o Indometacicina seu uso limitado a 34 semanas de gravidez OLIGODRAMNIA • Diminuição do volume de líquido amniótico, torna-se escasso (300 a 400ml), fica espesso, viscoso e turvo • Útero pequeno para idade gestacional • Ultrassonografia com maior bolsão de líquido amniótico < 2cm no seu diametro vertical o Doença renal obstrutiva baixa (valvular ou uretral), megabexiga o Rim policístico infantil o Agenesia renal bilateral, agenésia e estenose de uretra o Crescimento intrauterino restrito o Prematura amniorrexe o Pós-maturidade o Causa idiopática o Morte de feto in útero o Hipoplasia pulmonar(antes de 24 semanas) o Diversas anormalidades esqueléticas (síndrome de Potter) o Medidas coadjuvantes: repouso materno em DLE, hiper-hidratação, USG e avaliação do bem-estar do concepto o Corticoterapia (28/32s) o Amnioinfusão para melhor análise da anatomia fetal à usg, prevenção intraparto de compressão funicular e fluidificação de mecônio para impedir sua aspiração, melhora a movimentação fetal e prevenção de deformidades e da hipoplasia pulmonar o Malformação do trato urinário incompatível com a vida extrauterina, sugere-se a possibilidade de abortamento terapêutico em concordância com o casal ou conduta expectante
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