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LARISSA MENEZES – AISM II • É o parto que ocorreu entre 20-22semanas e antes de 37 semanas completas • Risco aumentado de complicações respiratórias, gastrointestinais e no neurodesenvolvimento • Sindrome da angustia respiratórias (SAR) • Doença pulmonar crônica • Enterocolite necrosante • Hemorragia intraventricular e paralisia cerebral • RN pré-termo extremo: <28 semanas (5%) • RN muito pré-termo: 28 a 30 semanas (15%) • RN pré-termo precoce: 31 a 33 semanas (20%) • RN pré-termo: <37 semanas • RN pré-termo tardio: 34 a 36 semanas (60%) • Baixo peso ao nascer: < 2500g • Muito baixo peso: <1500g • Baixo peso extremo: <1000g • O parto pré-termo é evento multifatorial, no qual estão envolvidas a liberação de citocinas inflamatórias (interleucina 1, 6 e 8, fator de necrose tumoral), hormônios hipotalâmicos e adrenais (ocitocina, cortisol e hormônio liberador de corticotropina), produção de estrógenos placentários, liberação de prostaglandinas e proteases e formação de trombina. Estes eventos parecem ser resultado de um dos quatro processos patológicos: ativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal materno e fetal; inflamação/infecção; hemorragia decidual e distensão uterina patológica • Colonização bacteriana coriodecidual com liberação de endotoxinas e exotoxinas • Parto pré-termo espontâneo (25%) • RPM (45%) • Complicação materna/fetal (30%) • Iatrogenia: cesariana eletiva com IG erroneamente calculada • Sobredistensão uterina: ocorre principalmente nos casos de gestação gemelar e polidramnia • Amniorrexe prematura: primária ou secundário a outros elementos • Gestação de alto risco • Hemorragias da 2ª metade da gravidez: placenta previa e DPP • Malformações uterinas e miomas • Incompetência istmocervical • Infecções • História prévia de parto pré-termo • Tabagismo • Drogas ilícitas • Estresse • Abuso físico • Fadiga ocupacional • Distensão uterina excessiva • Fatores cervicais • Infecções: E. coli, Streptococcus do grupo B, Chlamydia trachomatis, Trichomonas sp., Bacteroides sp., Gardenerella vaginalis, Ureaplasma urealyticum, Peptostreptococcus sp., Neisseria gonorrheae e Mycoplasma hominis • Fatores fetais: anomalia congênita, crescimento restrito e feto do sexo masculino • Contratilidade uterina • Amadurecimento do colo do útero (apagamento/dilatação) • Ativação da membrana/decídua LARISSA MENEZES – AISM II • Resposta materna: aumento das citocinas e quimiocitocinas, infiltração de neutrófilos • Colonização bacteriana coriodecisual: endotoxinas e exotoxinas • Resposta fetal: aumento do hormônio liberador de corticotrofina, aumento da produção de cortisol • Vaginose bacteriana • Infecções maternas (pielonefrite, pneumonia, apendicite e doença periodontal) • Coriomnionite • Sobredistensão uterina: malformações uterina, polidrâmnio, gravidez gemelar • Sangramento vaginal: placenta previa, DPP • Insuficiência cervical: colonização, dilatações cervicais repetidas • Atividade uterina encontra-se precocemente aumentada, causando dor, persistindo por no mínimo uma hora, mesmo com a grávida em repouso e submetida à sedação. Podemos caracterizá-lo da seguinte forma: o Contrações uterinas rítmicas e dolorosas com frequência de 3/30 minutos, persistindo no mínimo por 1 hora o Atividade uterina aumentada, apagamento parcial ou total do colo, dilatação ausente ou discreta o Quatro contrações em 20 minutos, ou oito em 60 minutos associadas à alteração do colo do útero E o Dilatação cervical maior que 2 cm OU o Apagamento cervical maior ou igual a 80% • Apresentam elevadas taxas de resultados falso-positivos. Por isso não representam opção viável para uso rotineiro até o momento, devido aos elevados custos e ausência de medidas efetivas a serem oferecidas às pacientes com marcadores alterados, que pudessem alterar o prognóstico desta gestação o Utilizada como ferramenta de predição de parto pré-termo em duas situações: ▪ Para mulheres sintomáticas com ameaça de parto prematuro ▪ Para mulheres assintomáticas com alto risco para parto prematuro ▪ Não está indicada em mulheres de baixo risco com gestação uni ou multifetal, apesar de alguns autores recomendarem seu uso universal entre 20 e 24 semanas o Em mulheres de alto risco para prematuridade, a distância menor que 25 mm (percentil 10) entre o orifício interno e o externo, entre 18 e 24 semanas de gestação, parece ser um marcador de risco de parto antes de 35 semanas sendo, inclusive recomendada a circlagem por alguns autores nesta situação o A maior contribuição do exame parece ser seu valor preditivo negativo em mulheres sintomáticas, sendo que um valor maior que 30 mm exclui o trabalho de parto pré-termo em mulheres apresentando contrações e define um falso trabalho de parto LARISSA MENEZES – AISM II o Acredita-se que a fibronectina seja a “cola” do trofoblasto, promovendo a adesão celular na interface uteroplacentária e membrana fetal- decídua. É liberada pela matriz extracelular nas secreções cervicovaginais quando ocorre rotura destas interfaces, o que justifica sua medição como marcador preditivo de trabalho de parto pré-termo o Preconiza-se sua coleta de fundo de saco posterior, em mulheres de alto risco para parto prematuro (sintomáticas), com membranas íntegras, dilatação menor de 3cm e idade gestacional entre 24 e 35 semanas o Uma concentração maior que 50 ng/ml está associada a parto em sete dias em 30% dos casos e parto em duas semanas em 41% o O maior valor deste teste está no seu elevado valor preditivo negativo em mulheres sintomáticas • Colo uterino <20 mm é indicação de progesterona 200 mg/dia via vaginal até 34 a 36 semanas • Em pacientes com história de parto pré-termo: ▪ Recomenda-se uso de progesterona 200 mg/dia a partir de 16 semanas ▪ Entre 16 e 24 semanas deve-se realizar USG transvaginal e se o colo uterino estiver <25 mm está indicada a cerclagem cervical • O parto prematuro associa-se à maior susceptibilidade aos tocotraumatismos e anóxia, podendo haver graves lesões cerebrais. A apresentação pélvica, o prolapso de cordão e o parto precipitado agravam a anóxia • A prematuridade pode se associar a sequelas tardias, como retardo do crescimento, disfunções auditivas e visuais, maior chance de óbito no primeiro ano de vida e complicações imediatas como hiperbilirrubinemia, persistência do canal arterial, enterocolite necrosante, fibroplasia retrocristaliniana, hemorragia intracraniana, anemia, hipoglicemia, leucomalácia periventricular e doença de Síndrome de Angústia Respiratória (SAR), que é a principal causa de morte do RN pré-termo • Eliminação ou redução de fatores de risco para prematuridade: acompanhamento rigoroso do pré-natal em mulheres com história de parto prematuro anterior, com fatores de risco e com gestação gemelar • Orientações sobre os sinais e sintomas de trabalho de parto prematuro, rastreamento e tratamento de infecções e controle da polidramnia pelo esvaziamento por amniocentese ou pelo uso de anti- inflamatorios • Diminuição da atividade física não deve ser recomendada • Tratamento da vaginose bacteriana: Rezende (2013) indica o tratamento de mulheres com vaginose bacteriana com antecedente de parto pré-termo ou abortamento tardio, mesmo que assintomáticas, de preferência antes de 16 semanas de gravidez → Clindamicina • Salbutamol (Aerolin): 05 ampolas diluídas em 500 ml S.G. 5% (5 mcg/1 ml). Iniciar 10 gotas por minuto, aumentando 10 gotas a cada 20 minutos até a cessação completa das metrossístoles ou até o surgimento de taquicardia materna ou fetal • Ritodrina (Miodrina): 150 mg em 500 ml S.G. 5% em velocidade de 0,05 mg/min., com aumentosde 0,05 até a dose máxima de 0,35 mg/min LARISSA MENEZES – AISM II • Terbutalina: pode-se utilizar a via venosa ou subcutânea (preferível). O esquema venoso pode ser realizado pela infusão de 2,5 mcg/min até a dose de 25 mcg/min. O esquema subcutâneo pode ser realizado pela administração de 0,25 mg a cada 20 minutos, até o máximo de três horas • Nifedipina: dose de ataque oral com 30 mg seguida de 20 mg de nifedipina de longa duração a 4 a 6 horas. Outro regime alternativo consiste em administrar 10 mg por via oral a cada 20 minutos até o máximo de quatro doses • Sulfato de magnésio: ▪ Neuroproteção com redução de 30% da paralisia cerebral ▪ Indicado na gestação entre 23 e 31 semanas ▪ 4hrs antes da interrupção ▪ Iniciar com MgSO4 4-6g IV em 20-30 minutos ▪ Manutenção: 1-2g/hora IV até o parto ou no máximo por 12-24h • Atosiban: mais efetivo em IG mais avançada ▪ 6,75 mg venoso durante um minuto ▪ 300 mcg/min IV em três horas ▪ 100 mcg/min IV durante três horas e meia ▪ Em casos de fracasso com a posologia proposta, mantém-se a dose de 100 mcg/minuto durante até 48 horas, não se devendo ultrapassar a dose total de 330 mg o É um procedimento utilizado para correção de incompetência istmocervical (IIC) em pacientes com alto risco de parto prematuro. A IIC ocorre quando o útero não consegue manter o feto em seu interior até o termo, quer seja por falha estrutural, anatômica ou funcional do colo uterino. As maiores causas são alterações congênitas, como malformações uterinas e adquiridas, decorrentes de tumores e cirurgias (conização e traumas obstétricos) o O diagnóstico de IIC pode ser alcançado pela história clínica típica de perda fetal (geralmente neomortalidade) no segundo trimestre de gravidez, de forma indolor, com pouca ou nenhuma contração uterina o A rotura das membranas acontece na maioria dos casos no momento da expulsão fetal. Tende a se repetir em gestações subsequentes, geralmente evoluindo para perdas com idade gestacional mais precoce quanto maior o número de gestações o Avaliação ultrassonográfica evidenciando comprimento cervical menor que 20 mm, a presença de dilatação do orifício interno ou imagem em funil no orifício interno do colo medindo pelo menos 16 mm após 16 semanas de gestação são outros importantes dados sugestivos do diagnóstico o O diagnóstico fora do período gestacional é sugerido pela história obstétrica associada à histerossalpingografia (espessura do canal cervical maior que 8 mm), avaliação do orifício interno pelo uso de velas de Hegar (que com prova a incompetência quando permite a passagem de vela número 8 - 8mm) e histeroscopia o Nos casos de IIC, está indicada a circlagem eletiva (sutura do orifício interno do colo uterino), que deve ser realizada preferencialmente entre 12 e 16 semanas → A técnica mais utilizada é a cirurgia de McDonald (sutura em bolsa de tabaco com fio não absorvível – fita cardíaca ou Ethibond) → Sutura em bolsa, no colo uterino, imediatamente abaixo da reflexão anterior da bexiga, utilizando-se fios inabsorvíveis espessos (polipropileno, número 1 ou 2, por exemplo) o Deve ser evitada em períodos precoces da gestação, devido ao maior risco de abortamento no primeiro trimestre, e em LARISSA MENEZES – AISM II períodos posteriores devido ao maior risco de rotura iatrogênica de membranas ovulares o Alguns autores recomendam a administração de uterolíticos antes e depois do procedimento, por no mínimo 12 horas (especialmente nos procedimentos não eletivos) o Outras medidas recomendadas são a remoção dos pontos com 37 semanas, em casos de RPMO, na presença de sinais de infecção ovular ou com contrações que não respondam a uterolíticos. Recomenda-se o repouso por 2 a 5 dias após o procedimento e abstinência sexual por uma semana o Contraindicações: ▪ Dilatação do colo maior que 4cm ▪ Malformações fetais ▪ Infecção cervical ou vaginal purulenta ▪ RPMO (ruptura prematura das membranas pré-termo) ▪ Atividade uterina ▪ Membranas protusas (relativa) ▪ IG>24sem ▪ Sofrimento fetal ▪ Morte fetal ▪ Pré-eclâmpsia/Eclâmpsia ▪ Sangramento materno e instabilidade hemodinâmica o Quando é possível realizar medidas que melhorem o resultado neonatal o Entre 24 e 34 semanas (não é recomendada acima de 34 semanas) o Hidratação venosa e atb não tem evidencia forte o Tocólise: quandro prescrita isoladamente para prolongar a gestação não melhora o prognostico fetal. O objetivo é permitir o uso de corticoide. Contraindicação: ▪ Doenças materna de difícil controle, incluindo HAS e DPP ▪ Corioamnionite ▪ Malformações fetais incompatíveis com a vida ▪ Sofrimento fetal ▪ Óbito fetal ▪ Maturidade pulmonar fetal comprovada ▪ Relativas: placenta previa, colo com dilatação >4cm e RPMO ▪ Tocolíticos: Indometacina na dose inicial de 100 mg por via retal, seguida de 100 mg via retal a cada 12 horas ou 25-50 mg por via oral a cada 4 horas, por no máximo 3 dias o Segundo alguns autores, a indometacina seria o tocolítico de escolha em idade gestacional menor que 32 semanas, especialmente naquelas pacientes candidatas a uso de sulfato de magnésio para neuroproteção fetal devido aos riscos da associação dos bloqueadores de canal de cálcio com sulfato de magnésio. o Outros autores não priorizam a indometacina, raramente a recomendando o Em gestantes entre 32 e 34 semanas, recomenda-se a nifedipina como agente de primeira escolha, seguido dos betamiméticos o Corticoide antenatal: Betametasona ou dexametasona; estimula a síntese e a liberação de surfactante no alvéolo pulmonar o Dexametasona 6mg 12/12h IM por 48hrs o Ciclo único de betametasona 12mg IM em duas doses com intervalo de 24hrs o Diminui a incidência de SAR, sindrome da membrana hialina, desconforto respiratório, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante em RN pré-termo com IG<34 sem • Geralmente indicamos cesariana • Mas no pré-termo entre 24 e 34 semanas em apresentação cefálica, a cesariana aumenta o risco de SAR e baixo índice de APGAR quando comparada ao parto vaginal • Profilaxia contra estreptococo grupo B: Penicilina G cristalina 5.000.000 UI em bolus, seguida de 2.500.000 UI IV a cada 4h • O trabalho de parto deve ser assistido, sem tentativa de inibição, quando não há benefício LARISSA MENEZES – AISM II em prolongar a gestação (antes de 24 semanas ou após 34 semanas), quando há contraindicação à tocólise (citadas anteriormente) e quando há falha da tocólise • Não havendo mais indicação da tocólise ou não se conseguindo sucesso com ela, deve-se levarem consideração a idade gestacional, integridade das membranas, peso estimado e apresentação fetal, assim como vitalidade fetal, condições cervicais e condições de assistência neonatal a fim de determinar o melhor momento e via de interrupção da gravidez • Avaliação da vitalidade fetal • Via de parto: Não se justifica a indicação de cesariana em fetos prematuros em apresentação cefálica. A cesariana parece beneficiar os fetos com peso estimado entre 750 e 2.000 g em apresentação pélvica, devendo-se realizar a histerotomia longitudinal na prematuridade extrema • Rastreio e profilaxia para infecção por Strepcoccus do grupo B • Ligadura do cordão • Índice de APGAR • Aspiração • Aquecimento • Reanimação
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