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Hab Cirúrgicas - Aula 13 - Técnicas Cirúrgicas de Hemostasia e Conduta de Infecções de Feridas Curúrgicas

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RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
1 
 
RESUMO DE HABILIDADES MÉDICAS 13 – TÉCNICAS DE HEMOSTASIA E 
CONDUTA DE INFECÇÕES EM FERIDAS CIRÚRGICAS 
• Grego: haomóstasis 
(hemos = sangue); stasis = 
parada, deter). 
• A gente já falou sobre 
hemostasia nos instrumentos 
hemostáticos, já abordamos sua função dentro 
dos tempos cirúrgicos e repetidamente falamos 
dela nas descrições de vários procedimentos, mas 
chegou a hora de aprofundarmos nosso estudo nesse 
importante processo. 
o Lembrem-se: “Um bom cirurgião é um cirurgião limpo”. 
• Definição: Conjunto de manobras destinadas a prevenir ou coibir hemorragias 
durante o ato operatório. 
• Objetivos: 
o Evitar perda excessiva de sangue 
o Propicia uma cirurgia limpa com melhores condições técnicas 
o Aumenta o rendimento do trabalho 
o Repercute na duração do ato operatório e na evolução/recuperação 
pós-operatória, evitando formação de hematomas, infecção e 
deiscência e, consequentemente, reoperações. 
▪ Vamos lembrar que muitos hematomas pós cirúrgicos são 
causados por falha na hemostasia. 
o Evitar a transfusão de sangue 
▪ Evita a possibilidade de complicações e a transmissão de 
doenças pelo sangue 
• Regra básica: Uma perda sanguínea aumentada agrava o estresse cirúrgico; 
menor perda sanguínea permite a realização de uma operação tecnicamente 
melhor. 
• A falha na hemostasia pode comprometer a vida do paciente. 
o Sangramento de grande monta → choque hipovolêmico → morte 
o Sangramento de pequena monta → hematoma → infecção → sepse 
morte 
• Existem várias formas de se atingir a hemostasia de acordo com a origem, tipo 
ou localização do sangramento. 
TIPOS DE HEMOSTASIA: 
• Podemos classificar a hemostasia quanto ao tempo: 
o Temporária → fluxo interrompido temporariamente (garrote) 
o Definitiva → obliteração permanente do lúmen vascular 
• Ou de acordo com o objetivo/intenção: 
o Preventiva → quando se aplica de forma profilática 
o Corretiva → coibir um sangramento já instalado 
HEMOSTASIA TEMPORÁRIA 
• A hemostasia temporária é executada no campo operatório ou fora do mesmo, 
tendo como objetivo deter ou interromper de forma transitória a corrente 
circulatória. 
• Pode ser: 
o INCRUENTA: aplicada sobre o tegumento sem feri-lo (geralmente fora 
do campo operatório) 
o CRUENTA: realizada através de uma ferida operatória (geralmente no 
campo operatório) 
 
 
 
 
 
 
 
INCRUENTO CRUENTO 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
2 
 
1. COMPRESSÃO OU TAMPONAMENTO 
• Realizada quase que institivamente. 
• Pressão digital direta sobre um vaso 
sangrante ou com o uso de gaze ou 
compressa. 
• Deve ser sempre o primeiro método a 
seu utilizado em hemorragias 
decorrentes por traumas. 
o Quando o sangramento é 
mínimo, a compressão leva a 
formação de coágulo e 
transforma-se em um método 
de hemostasia definitiva. 
• Ela pode ser cruenta quando realizada 
no campo operatório ou incruenta 
quando feita sem previa diérese ou à 
distância do campo operatório. 
o Quando à distância pressiona-se o trajeto do vaso, geralmente com o 
dedo polegar contra uma superfície óssea. 
o No campo operatório a compressão pode ser efetuada pelo 
pinçamento digital com o polegar e dedo indicador. 
• A compressão digital é a mais indicada para hemostasia temporária. 
• Um ponto importante que deve 
ser levantado é sobre os benefícios 
adicionais do uso de gazes e compressas, 
tendo amplo espaço dentro de qualquer 
tipo de procedimento cirúrgico. 
o Contudo, devemos levantar maior 
atenção ao seu uso dentro de cavidades 
(abdominal e torácica principalmente) 
para não nos esquecermos delas. 
o No caso de gazes, devem ser utilizadas sempre prezas em pinças longas 
(gazes montadas) do tipo Foerster, como indicado na imagem azul. 
o As compressas inicialmente e idealmente não devem ser introduzidas 
dentro da cavidade...mas em muuuuitos procedimentos, como no 
trauma, é imprescindível a realização de tal façanha para controle da 
hemorragia. 
▪ Por conta disso, ao final do procedimento cirúrgico, antes da 
realização da síntese, devemos sempre CONTAR AS 
COMPRESSAS! 
2. PINÇAMENTO 
• É um método cruento. 
• A hemostasia poderá se tornar 
definitiva posteriormente por 
ligadura, cauterização ou angiotripsia. 
• Todos os instrumentos têm como 
característica comum o fato de não 
causarem lesão à parede vascular 
quando aplicados 
• Em cirurgias de revascularização, utiliza-se rotineiramente pinças específicas, 
que praticamente não lesam o endotélio vascular, pois são atraumáticas, e, 
portanto, não provocam a trombose. 
• A hemostasia é preventiva quando se faz antecipadamente o pinçamento do 
vaso a montante e a jusante do local da secção vascular e ela se torna corretiva 
quando o pinçamento é realizado após a lesão vascular, quando já se instalou 
o sangramento. 
• O pinçamento muitas vezes é utilizado como medida inicial para 
posteriormente aplicação de método de hemostasia definitiva. 
3. CLAMPEAMENTO VASCULAR: 
• Consiste na aplicação do clamp vascular que pressiona a parede vascular, 
obstruindo dessa maneira a luz do vaso e impedindo a passagem de sangue. 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
3 
 
• Esta técnica hemostática pode ser realizada em direção transversal ou 
longitudinal ao vaso. 
• A diferença entre o clampeamento e o pinçamento é que o primeiro não 
provoca lesão da parede vascular, visto que o clamp é um instrumental 
atraumático. 
o Existem literaturas que consideram o clampeamento uma forma de 
pinçamento, conforme você leu acima, que em cirurgias vasculares, 
pode-se utilizar pinças atraumáticas. 
o Outras literaturas (RUY) consideram que o pinçamento é realizado 
sobre capilares ou vasos sangrantes com o objetivo de posteriormente 
ser realizada a hemostasia definitiva, enquanto o clampeamento é 
aplicado em troncos vasculares. 
▪ Procedimentos em casos de calibres grossos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. GARROTEAMENTO 
• Geralmente é um método incruento. 
• Pode ser usada: 
o Faixa de Smarch, manguito pneumático, garrote de borracha, 
torniquete, ... 
• Tem suas limitações e contraindicações. 
• Garrote de borracha algumas vezes é desaconselhável pela menos espessura 
o poder causar isquemia (Pressão = força / área) S 
• Esfigmomanômetro 
o Uniforme compressão e menor dano 
o Nível de insuflação: 
▪ Membros Superiores (acima 50-70 mmHg da PAS) 
▪ Membros Inferiores (acima 90-100 mmHg da PAS) 
• Faixa ou Sistema de Smarch 
o Mais comum em cirurgias 
ortopédicas 
o Aplicada em membro 
elevado a fim de permitir o 
esvaziamento do sangue 
venoso de estase 
o Isquemia em membro 
superior (60 min) e inferior (90 min) 
▪ Após isso, risco de lesão nervosa 
▪ Se cirurgia se prolongar, faz-se uma liberação por 10-30 
min e repete o procedimento 
• Contraindicação: Isquemia, trombose venosa, infecções e trauma 
• Torniquete 
o Preferencial em situações de trauma 
o Muito eficazes no controle de hemorragias graves e devem ser 
usados se houver possibilidade de pressão local, se um curativo 
de pressão não conseguir controlar a hemorragia de uma 
extremidade 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
4 
 
 
 
5. AÇÃO FARMACOLÓGICA 
• A hemostasia por ação farmacológica local se obtém por injeção de 
substâncias, que causam vasoconstrição e consequentemente diminuem o 
sangramento no local da cirurgia, ou por aplicação tópica. 
• Geralmente necessita de outro tipo de hemostasia complementar para solução 
do problema. 
ADRENALINA 
• A adrenalina se liga aos receptores beta e alfa dos órgãos inervados pelo 
simpático e produz a célebre. 
• Tem como efeito sistêmico o aumento da pressão sistólica e da 
frequência cardíaca, em situações mais extremas o paciente pode sentir 
palpitações e dor torácica. 
FELIPRESSINA 
• A felipressina ou octapressin pode causar crises de angina com isquemia 
miocárdica, isso em pacientes com alteração na circulaçãocoronariana. 
DESMOPRESSINA 
• Acetato de desmopressina 
• Análogo do hormônio antidiurético vasopressina 
• Por meio de uma ação direta sobre os receptores V2 endoteliais, a 
desmopressina aumenta a concentração plasmática do fator VIII, FvW, 
aumenta os níveis séricos de ativador de plasminogênio tecidual e, 
também, de adesão plaquetária ao vaso. 
ÁCIDO EPSILON-AMINOCAPRÓICO 
• O ácido epsilon-aminocarpoico (ACEA) é uma lisina análoga que 
antecede o ácido tranexâmico. 
• Exerce sua função pela união aos sítios de ligação da lisina prevenindo, 
assim, a fibrinólise. 
• O ACEA pode potencialmente alcançar a hemostasia quando a fibrinólise 
contribui para o sangramento. 
• É indicada especificamente como um agente antifibrinolítico para 
hemorragias resultantes do sistema fibrinolítico e fibrinólise urinária. 
• O ACEA tem sido amplamente utilizado em cirurgias cardíacas 
ÁCIDO TRANEXÂMICO 
• O acido tranexâmico (AT) é um aminoácido sintético que inibe a 
fibrinólise através do bloqueio reversível dos sítios de ligação da lisina às 
moléculas de plasminogênio. 
5.2 AÇÃO FARMACOLÓGICA DE HEMOSTÁTICOS TÓPICOS 
COLÁGENO 
• O colágeno hemostático é um derivado do colágeno dérmico ou do 
tendão de Aquiles de bovinos que, posteriormente, é purificado. 
• Várias apresentações de colágeno hemostático estão disponíveis, 
incluindo pó, espuma e folhas. 
• O colágeno é capaz de proporcionar uma matriz estável para formação 
do coágulo e possuem a característica adicional de aumentar a 
agregação plaquetária, degranulação e aumento dos fatores 
coagulogênicos para formação mais efetiva do coágulo. 
CELULOSE 
• Os produtos à base de celulose contêm celulose oxidada regenerada. 
• Iniciam a formação do coágulo via ativação por contato, entretanto, o 
mecanismo não está completamente elucidado. 
 
 
Nota do Autor: Caro leitor, se estiver de saco cheio, pule essa parte 
de ação farmacológica...só saiba que existe! 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
5 
 
6. PARADA CIRCULATÓRIA COM HIPOTERMIA 
• É um método sofisticado de hemostasia temporária, de aplicação limitada, 
porém de indubitável valor. 
• Pode ser utilizado na intervenção de fístulas arteriovenosas de difícil acesso e 
grande débito após instalação de circulação extracorpórea. 
• Consiste em colocar o paciente em extracorpórea para se evitar sangramento 
e em hipotermia para minimizar os danos da parada circulatória prolongada. 
• Esse tipo de coisa você encontrará em Grey’s Anatomy, House M.D. 
(temporada 02 - Episódio 02), The Good Doctor, ... 
7. OCLUSÃO ENDOVASCULAR 
• Cateter tipo Fogarty 
• Usado para se remover 
trombos, mas em um 
sangramento arterial de grande 
débito, a medicina vira a arte do 
“jeitinho brasileiro” 
• É utilizado principalmente nas 
reintervenções sobre artérias, 
para evitar pinçamento externos em condições adversas. 
• O procedimento consiste na introdução de um balão na luz da artéria 
bloqueando o fluxo de sangue. 
8. POSICIONAMENTO ANTI-HEMORRÁGICO 
• Preferi trazes essa por último porque não se trata de uma técnica de 
hemostasia, mas sim, uma manobra que visa diminuir o aporto sanguíneo no 
local da operação. 
• O posicionamento vai depender do local da operação (p/cima ou p/baixo). 
o Metade Inferior do Corpo → Trendelenburh 
o Metade Superior → Trendelenburh reversa ou proclive 
▪ Principalmente cabeça e pescoço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEMOSTASIA DEFINITIVA 
• Geralmente é feita de modo cruento e interrompe definitivamente a 
circulação do vaso sobre o qual é aplicada. 
• Interrupção do sangramento onde o vaso fica inviável. 
• Hemostasia temporária pode ser convertida em definitiva, mas nunca o 
contrário. 
• É usada em vasos normalmente seccionados na diérese ou naqueles que 
perderam sua função, como em ressecção de tecidos ou órgãos. 
• A hemostasia definitiva pode ser executada, no decorrer da cirurgia, 
com o auxílio de instrumentos preensores, dotados de travas ou 
cremalheiras, denominados pinças hemostáticas. 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
6 
 
• Os vasos são inicialmente pinçados e em seguida ligados ou 
eletrocoagulados. 
• São diferenciadas, quase sempre, pelo desenho e ranhuras da parte 
interna dos ramos preensores dos instrumentos. 
• As pinças hemostáticas mais frequentemente utilizadas na rotina são: 
o PINÇA DE KELLY (A): Contem ranhuras internas transversais em 
apenas 2/3 da sua 
extensão. Os 
tamanhos variam, 
havendo as versões 
reta e curva. 
o PINÇA DE CRILE (B): 
Em quase tudo é 
semelhante à pinça de 
Kelly. A diferença é 
que tem ranhuras na sua parte preensora em toda sua extensão. 
Varia de tamanho, nas versões reta e curva. 
1. LIGADURA 
• É a amarração dos vasos com fios cirúrgicos. 
• Pode ser preventiva ou corretiva. 
• PREVENTIVA: 
o Preventivamente à secção de algum vaso sanguíneo 
o Pode ser realizado por dois métodos: 
▪ Primeira. Dissecção de vaso com tesoura ou pinça curva ou 
angulada com ponta fina, pinçamento proximal e distal com 
utilização de pinças hemostáticas e secção, com bisturi ou 
tesoura. 
▪ Segunda. Dissecção de vaso, introdução de pinça hemostática 
curva ou angulada sob seu leito e passagem de fio cirúrgico 
para ligadura das porções proximal e distal, com posterior 
secção do vaso, com bisturi ou tesoura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Em vasos de elevado calibre: acrescentar ligaduras de segurança na porção 
proximal de artérias ou distal de veias. 
• CORRETIVA: 
o Vasos que foram previamente transfixados 
o Pode ser feita com utilização de pontos em X, circulantes ou helicoidais 
• A seguir vamos listar alguns modelos experimentais que podem ser utilizados 
para treino e o passo-a-passo. 
 
 
Primeira 
Segunda 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INCISÃO 
• 1. Incisão realizada pelo cirurgião. A incisão com o bisturi deve ser feita com 
a ponta da lâmina inicialmente perpendicular à pele e depois angulada 45º 
em um movimento único do início ao fim. A retirada também deve ser 
perpendicular. 
• 2. Divulsão com Pinça Hemostática Curva ou tesoura Metzembaum Curva, 
com a concavidade voltada para cima pelo cirurgião. 
o a. Durante a divulsão, pode-se utilizar uma Pinça de Dissecção 
Traumática ou Atraumática, a depender do tecido que será 
manipulado. 
o b. Neste tempo cirúrgico, ao realizar a divulsão, a mesma deverá 
seguir a linha da incisão; entretanto, caso seja necessário divulsionar 
planos anatômicos abaixo das bordas da ferida, o instrumental 
(Hemostática ou Metzembaum) deverá “entrar” fechado e “sair” 
aberto (de modo a evitar secções teciduais, vasculares ou nervosas 
acidentais), sendo que o auxiliar que estiver posicionado à direita da 
borda da ferida divulsionará os planos que se encontram abaixo da 
borda esquerda, e vice-versa. 
• 3. Posicionamento dos afastadores (Farabeuf): o auxiliar que estiver 
posicionado à direita da borda da ferida colocará o afastador da borda 
esquerda e vice-versa. 
• 4. Pinçamento, com pinça hemostática curva, dos pequenos vasos rotos 
superficiais (sentido horário) pelo cirurgião e afastamento das pinças da pele 
pelo 1º auxiliar, seguidos de cauterização com bisturi elétrico pelo cirurgião. 
• 5. O cirurgião deverá explorar a cavidade para identificação de vasosrotos que 
devem ser ligados. 
• 6. Apresentação do fio: O cirurgião posiciona uma Pinça Hemostática curva 
ou uma Mixter sob o vaso. O 1º auxiliar utiliza a Pinça de Dissecção 
Atraumática (anatômica) com o fio na extremidade para entregá-lo à Mixter 
ou à Pinça Hemostática Curva. 
 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
8LIGADURA FALSA / TEMPORÁRIA 
• 1. O 1º auxiliar apresenta duas vezes seguidas o fio em volta do vaso 
formando 2 alças; 
• 2. As extremidades desse fio são então fixadas com o reparo (pinça 
hemostática reta) distante do vaso pelo cirurgião; 
• 3. Esse procedimento deve ser feito primeiro proximalmente ao fluxo 
sanguíneo e depois distalmente; 
• 4. Para desfazer a Ligadura Falsa, o cirurgião deve retirar o reparo distal ao 
fluxo sanguíneo, folgar as alças com uma Pinça Anatômica e cortar a alça 
com uma Mayo Curva. Em seguida, o reparo proximal ao fluxo sanguíneo 
será desfeito. 
LIGADURA COM PINÇAMENTO NA EXTREMIDADE (PARA VASO ROTO) 
• 1. Preensão do vaso com a Pinça Anatômica para posterior colocação da 
Pinça Hemostática Curva com concavidade voltada para cima pelo 
cirurgião; 
• 2. Apresentação do vaso para passagem do fio com Pinça hemostática na 
vertical pelo 1º auxiliar; 
• 3. Passagem do fio de ligadura pelo cirurgião: fio é passado com as duas 
mãos pela frente da pinça, depois a mão dominante segura os dois fios 
posteriormente e roda o fio trazendo as extremidades anteriormente; 
• 4. O cirurgião confecciona o primeiro nó, enquanto a ponta da pinça é 
apresentada pelo 1º auxiliar; 
• 5. Apresentação da ponta da pinça pelo 1º auxiliar, posicionando-a 
horizontalmente com a concavidade voltada para cima; 
• 6. O 1º auxiliar realiza o pinçamento da extremidade superior do vaso por 
uma Pinça de Dissecção Anatômica; 
• 7. Retirada da hemostática pelo 1º auxiliar no momento em que o 
cirurgião realiza a tensão do 1º seminó (contenção); 
• 8. Realização dos semi nós de fixação e segurança pelo cirurgião; 
• 9. O cirurgião corta o excesso de fio com tesoura Mayo curva. 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
9 
 
• A ligadura é a técnica mais empregada para vasos a nível arteriolar, 
vascular e maiores, como artéria e veia de pedículos de órgãos. 
• OBS: Quando determinados vasos sanguíneos devem ser sacrificados e 
não reparados, estas estruturas podem ser pinçadas com pinças 
hemostáticas. Estes instrumentos existem em vários comprimentos, 
formas e tipos: 
o Pinças mosquito de Halsted e as pinças de Kelly para vasos de 
pequeno calibre 
o Pinças de Crile, Kocher e Carmalt para grandes feixes teciduais e 
vasos calibrosos. 
• Em contraste com a oclusão atraumática dos vasos com pinças 
vasculares, as pinças hemostáticas esmaguem o tecido no ponto de 
aplicação. 
• Recomendo que dê uma lidinha rápida no resumo 02 sobre os 
instrumentos cirúrgicos e as pinças hemostáticas. 
2. CAUTERIZAÇÃO: 
• Consiste na hemostasia pela 
formação de um coágulo 
induzido na extremidade 
sangrante. 
• É induzido por agentes 
físicos (calor, frio, 
eletricidade) ou agentes 
químicos (nitrato de prata, 
ácido tricloroacético, ácido 
crômico). 
• Eletrocauterização, Eletrocoagulação e Laser 
• A cauterização é mais comumente realizada com o uso do 
eletrocautério, sendo que o termocautério e o quimiocautério são mais 
usados para tratar hemorragias pequenas, como epistaxes. 
• A hemostasia com eletrocautério deve ser aplicada em vasos menores 
que 1,5 a 2mm de diâmetro, podendo ser usado diretamente no local 
sangrante ou indiretamente com o auxílio de uma pinça hemostática. 
• Os efeitos da coagulação local dependerão da intensidade da corrente 
empregada, assim como do tempo de aplicação no tecido. 
• Seu uso está contra indicado na pele, em tecidos próximos a grandes 
vasos e a feixes nervosos devido à possibilidade de lesão por 
contiguidade. 
• Em cirurgia, a ligação dos vasos é método mais confiável para conseguir 
hemostasia, entretanto, a hemorragia de pequenos vasos é 
frequentemente tratada por métodos de cauterização. 
• Nestes casos, é necessário enxugar ou sugar o sangue e fluidos do local 
da lesão, para que o tecido seja cauterizado com propriedade. 
• O termo eletrocautério é usado, com frequência, erroneamente para 
designar eletrocoagulação. 
o Eletrocauterização é referente a uma corrente direta (elétrons 
fluindo em uma direção) enquanto que a eletrocoagulação usa 
corrente alternada. 
• Durante a eletrocauterização, a corrente não entra no corpo do 
paciente, somente o arame quente entra em contato com o tecido. 
• Já na eletrocoagulação, o paciente é incluído no circuito e a corrente 
atravessa seu corpo. 
• O eletrocautério funciona pelo uso de intenso calor local para destruir 
os tecidos e causar coagulação obliterativa. 
• O cautério monopolar usa dois eletrodos posicionados separados, no 
paciente. 
• A energia elétrica deve percorrer o corpo entre os dois eletrodos. 
• A coagulação monopolar é o método de eletrocirurgia mais usado. 
Envolve um fluxo de energia de um eletrodo ativo (peça manual) para 
uma placa (colocada geralmente na perna do paciente antes da cirurgia). 
RESUMO POR HÉLDER GONÇALVES 
10 
 
• A pequena área cortante concentra a densidade corrente, aumentando 
a temperatura do tecido e causando a coagulação. 
• A coagulação bipolar envolve o uso de uma peça manual semelhante a 
uma pinça. A corrente passa de uma ponta, pela pinça, até a ponta 
oposta. 
FOTOCOAGULAÇÃO: 
• o uso de raios laser em cirurgias é uma aquisição recente. 
• Eles têm sido empregados sob várias formas e com diferentes 
finalidades, em especial para a realização de hemostasia. O termo laser 
é um acrômio de “amplificação da luz pela emissão estimulada da 
radiação”. Pelo fato da luz ser monocromática, há a possibilidade de 
seleção do feixe luminoso a ser usado, de acordo com a absorção ideal 
do tecido que se quer atingir, lesando-se minimamente o tecido ao 
redor. 
• • Laser de argônio: este laser emite um feixe de luz azul-esverdeada de 
488 a 514nm, que transfere energia para a hemoglobina das hemácias, 
produzindo calor e criando lesão térmica superficial. É utilizad o no 
tratamento da hemorragia intra-ocular, na cirurgia hepática, para a 
fusão de tecidos em anastomoses vasculares e para recanalização 
térmica arterial. Suas vantagens são a velocidade do seu efeito, a 
diminuição da reação tissular e a redução da hiperplasia da íntima no 
sítio de uma anastomose vascular. 
• • Laser Nd-YAG: o laser de neodímio-ítrio-alumínio-granada (Nd-YAG) 
possui o maior grau de penetração. Produz seu efeito com coagulação 
destrutiva, utilizando um comprimento de onda de 1060nm. Os lasers 
Nd-YAG são utiliz ados na árvore traqueobrônquica e nos seios 
paranasais, com uma fibra de quartzo flexível passada através de 
endoscópios de fibras ópticas, já que pode ser transmitido através desta 
SUTURA 
• Certas suturas são feitas englobando vasos com finalidade hemostática. 
• Exemplos: suturas totais de anastomoses gastrointestinais, suturas de lesões 
de grandes vasos, ... 
• Lembre dos resumos anteriores que algumas suturas são mais hemostáticas 
que outras. 
OBTURAÇÃO 
• Aplica-se substancias exógenas para ocluir a luz do vaso sangrante. 
• Exemplo: cera óssea para hemostasia nos sangramentos ósseos difusos. 
• Esponjas de gelatina, celulose oxidada e congêneres são alguns exemplos que 
se baseiam no mesmo princípio. 
TAMPONAMENTO 
• Realiza-se pela compressão de área sangrante com compressa ou gaze. 
• É medida excepcional a ser adotada em hemorragia venosas ou capilares de 
superfície, quando outros recursos foram infrutíferos. 
• Vale ressaltar que algumas literaturas a colocam como hemostasia temporária 
e outras como hemostasia definitiva. 
o A depender da região acometida e do calibre dos vasos, a mesma pode 
necessitar de alguma outra medida posterior ou somente essa. 
GLIPES 
• Cuidado para não confundir os clipes hemostáticos (hemogrampos) com os 
clamps. 
• É um tipo de hemostasia definitiva 
através do uso de grampos metálicos - 
aço inoxidável ou titânio - muito 
empregada atualmente em cirurgias 
vídeo-endoscópicas. 
• Além de fornecer maior agilidade, são de 
grande utilidade em locais com campo 
operatórioexíguo.

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