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Amigdalite é a inflamação das amigdalas. O que são amigdalas? Elas são as mais importantes, pois guardam uma espécie de arquivo imunológico, ou seja, registram todos os vírus e bactérias que já entraram em contato com o corpo e ajudam a promover estratégias de defesa. Essa função de defesa, no entanto, dura apenas até os 8 anos de idade. A amigdalite ocorre tipicamente em amigdalas palatinas, quando ocorre em amigdalas linguais é uma situação mais rara e mais severa que compromete até a própria via aérea. Além disso temos maior resistência terapêutica. • As amigdalites são frequentes em idade pediátrica. Durante a amigdalite a garganta encontra-se inflamada, podendo interferir na alimentação e causar falta de ar. Uma faringite aguda pode preceder o aparecimento de amigdalite, tratando-se nesse cenário de uma faringoamigdalite. A amigdalite geralmente é um processo bilateral, contudo, pode afetar apenas uma das estruturas (unilateral). Um processo infeccioso unilateral muito exuberante deve alertar para possíveis complicações como abcesso, fleimão (Fleimão, ou flegmão, é uma infecção bacteriana da pele (piodermite). A área acometida fica vermelha e inchada, com dor e calor locais) ou doença linfoproliferativa (Transtornos linfoproliferativos ouSí ndrome linfoproliferativa referem- se a várias condições em que os linfócitos se proliferam em quantidades excessivas). As amigdalites são classificadas em: AGUDA: é um processo inflamatório pontual, associado a dor de garganta com evolução rápida, e cuja sintomatologia apresenta geralmente duração entre 5 a 7 dias, com tratamento adequado. Muitas vezes é acompanhada de mal-estar, prostração, dificuldade na deglutição e dores de cabeça. Em casos de colonização bacteriana, a febre pode ser alta e as amigdalas apresentam um exsudado purulento difuso a sua superfície. CRÔNICA: caracteriza-se por um processo de repetição. Os agentes patológicos afetam e maneira permanente as amigdalas, gerando processos inflamatórios recorrentes. CAUSAS: A amigdalite pode ser viral (etiologia mais frequente encontrada). • Adenovírus • Rhinovírus • Influenza • Coronavírus • Vírus sincicial respiratório. A amigdalite bacteriana: • Streptococcus-b-hemolíticos grupos A, geram uma amigdalite pultácea ou estreptocócica. Amigdalite fúngica (pouco frequente). Alguns casos podem ser descritos como necrosantes (a mais frequente inclui a Angina de Vincent). No entanto, nesses casos deve excluir-se causa oncológica subjacente. A amigdalite caseosa, ou presença de caseum amigdalino é uma situação benigna e não inflamatória. Frequentemente confundida com amigdalite pultácea devido a presença de pontos brancos a superfície das amígdalas, geralmente não está associada a nenhum sintoma específico, mas pode provocar casos de halitose ou mal hálito, bem como em raras situações desconforto inespecífico na garganta. AMIGDALITE EM CRIANÇAS: A amigdalite infantil (amigdalite em crianças) é um processo inflamatório semelhante ao descrito anteriormente, mas que se associa muito frequentemente a inflamação concomitante das adenóides. Ou seja, nas crianças, o processo inflamatório também pode afetar as adenóides (estrutura linfóide situada na porção posterior da cavidade nasal, a rinofaringe), tratando-se neste cenário de uma adenoamigdalite. Um dado característico em crianças muito jovens é a presença de saliva excessiva e redução franca do apetite. As amigdalites costumam ocorrer depois dos 12-18 meses de idade, e podem ocorrer de forma recorrente em certos bébés ou crianças. Nesses casos, o processo de repetição é travado com recurso a vacinas preventivas, ou cirurgia em casos de não se conseguir travar este ciclo infeccioso Os sinais e sintomas de amigdalite são os seguintes: • Garganta inflamada e dor de garganta; • Dificuldade na deglutição; • Cefaleias ou dores de cabeça; • Mal-estar geral; • Febre; • Dor de ouvidos (mas observação por otoscopia costuma ser normal); • Voz alterada; • Amígdalas “inchadas”, com rubor e podendo apresentar placas esbranquiçadas na sua superfície (pus); • Halitose (mau hálito). A duração da sintomatologia costuma variar entre 5 a 7 dias. A amigdalite é um processo contagioso, ou seja, que se transmite ou se “pega” de pessoa para pessoa. A doença é transmissível através da tosse, espirros ou através da transmissão de gotas de saliva. No caso das crianças, este contágio pode ocorrer pelo uso de brinquedos contaminados e partilhados pelas crianças, etc.. O diagnóstico da amigdalite é feito geralmente por observação médica da cavidade oral e constatação do processo inflamatório na garganta. Na larga maioria dos casos, não são necessários exames complementares, a não ser no caso de suspeita de complicações. A pesquisa sistemática de níveis de TASO (anti-estreptolisina) não é atualmente recomendada. Tratando-se de uma situação comum, praticamente todos os médicos têm capacidade para fazer o diagnóstico. Em casos duvidosos, sintomas exuberantes ou suspeita de complicação, o médico responsável pelo diagnóstico da amigdalite é o Otorrinolaringologista (especialista em otorrinolaringologia). A amigdalite é geralmente uma inflamação passageira e que se resolve vulgarmente ao fim de 5-7 dias. No entanto, pode causar complicações graves em casos pontuais. A complicação mais frequente é o abcesso peri-amigdalino. Trata-se, geralmente, de um fenómeno unilateral em que há um “empurramento” para a linha média da amígdala em questão. O abcesso pode atingir grandes dimensões e colocar em causa a via aérea superior. Nestes casos, exige-se uma drenagem cirúrgica urgente, sob anestesia local ou anestesia geral (esta geralmente reservada aos abcessos em idade pediátrica). Em alguns casos, mesmo não havendo abcesso, a hipertrofia das amígdalas é de tal ordem, que impossibilita qualquer alimentação oral (líquida e sólida), obrigando ao internamento em regime hospitalar para início de terapêutica endo-venosa. Raramente, a amigdalite pode também estar associada a complicações cardíacas (miocardite e patologia valvular), articulatórias (dores recorrentes) ou neurológicas. A amigdalite na gravidez pode ocorrer nos mesmos moldes atrás referidos, mas nesses casos a terapêutica a instituir terá que ter em conta as restrições que a própria gravidez impõe na escolha do tratamento, nomeadamente na escolha da antibioterapia. A amigdalite é um processo, geralmente, benigno, que evolui favoravelmente e que passa ao fim de 5- 7 dias com o tratamento adequado. Saiba, de seguida, como tratar a amigdalite. TRATAMENTO. Na amigdalite vírica, o tratamento passa primariamente por fazer medicação (analgésicos, anti-inflamatórios ou anti- piréticos) para aliviar a dor e baixar a febre. Habitualmente, o medicamento ou remédio utilizado é o paracetamol e/ou ibuprofeno. Uma boa hidratação (beber bastantes líquidos como água natural, chãs, etc.) e realizar repouso são importantes medidas para uma melhor e mais rápida recuperação. Em casos de febre ou sintomatologia persistente ou confirmação de amigdalite bacteriana ou pultácea, deverá instituir-se antibiótico. O antibiótico mais indicado nessas situações costuma ser a penicilina ou amoxicilina com ou sem ácido clavulânico. Em caso de alergia, a segunda linha inclui antibiótico da família dos macrólidos, como é exemplo a azitromicina. Em casos severos ou resistentes, o recurso a injeções intra-musculares ou endo-venosas podem ser necessárias, bem como recurso a cortisona ou corticoterapia em casos bem selecionados. Nos casos recorrentes, e antes de avançar para cirurgia, podem utilizar- se vacinas especificamente desenhadas para estimular e melhorar o sistema imunitário inespecífico ou específico, de modo a tentar travare prevenir este ciclo vicioso. Contudo, o resultado destas terapêuticas é ainda muito heterogéneo. A cirurgia (ou operação) deve ser equacionada nos casos de amigdalite recorrente ou antecedentes de complicações prévias (nomeadamente abcesso ou internamentos por este motivo), conforme veremos de seguida. O doente não deve em caso algum automedicar-se ou tentar qualquer tipo de tratamento caseiro sem ser sob orientação médica, sob pena de poder agravar o seu quadro clínico.
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