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Samantha Rebouças Conhecida como Tiamina, a vitamina B1 é fator antiberibéri, aneurina e fator anti- neurítico. A doença clássica da deficiência de B1 é o beribéri que acomete o sistema nervoso periférico e é relata há cerca de 1.300 anos. O beribéri está praticamente erradicado, mas ocorre casos isolados em alguns lo- cais, em especial: → Povos cujas alimentações são ricas em carboidratos → Refugiados e comunidades restritas → No Brasil, casos foram notificados em 2006 em adultos jovens. A absorção se dá na sua forma livre ou como fosfato de tiamina, esse último é hi- drolisado por fosfatases intestinais. A tiamina livre é absorvida no duodeno e jejuno, sendo uma pequena porção absor- vida no restante do intestino delgado (íleo). A absorção da tiamina é prejudicada no alcoolismo. A Síndrome de Wernicke-Kor- sakoff é causada pela deficiência em tia- mina e ocorre nos países desenvolvidos, especialmente em indivíduos alcoólatras. A ATPase, responsável pelo efluxo da vita- mina B1 para o fluído serosal, é inibida pelo etanol. → A diurese aumenta a excreção da vita- mina B1; → O suor pode conter 30 a 56 nmol de tiamina/L em condições climáticas muito quentes; A tiamina desempenha um papel impor- tante no metabolismo dos carboidratos e na função neural. Em combinação com o fósforo, a tiamina forma a coenzima tiamina pirofosfato (TPP) que atua na descarboxilação do pi- ruvato, formando Acetato e Acetil coen- zima-A. No sistema nervoso, é conhecida como uma vitamina antineurítica. A tiamina tem sido utilizada no trata- mento da acidose metabólica, que pode ocorrer em pacientes submetidos à nutri- ção parenteral. Os grãos integrais são importantes fontes de vitamina B1. Podemos encontrar tia- mina nas vísceras, gema de ovo, aveia em flocos. Grupos que necessitam de quantidades maiores de vitamina B1: → Pacientes sob terapia renal; → Pacientes em hemodiálise ou diálise peritoneal; → Pacientes com síndrome de má absor- ção. Homens – 14 a >70 anos RDA: 1,2 mg/dia Samantha Rebouças Mulheres – 19 a >70 anos RDA: 1,1 mg/dia A tiamina é bastante instável e pode per- der sua atividade dependendo do modo de preparo e cozimento dos alimentos. Por ser hidrossolúvel pode ser perdida com o processamento, desde a lavagem até o processo de cozimento. Alguns estudos falam que o conteúdo de fibras dietéticas e compostos fenólicos in- terferem na biodisponibilidade da tia- mina. → A ingestão de alimentos crus com alto teor de tiaminase pode contribuir para a deficiência dessa vitamina (crustá- ceos, brotos, microrganismos e alguns peixes); → O risco diminui quando esses alimen- tos são cozidos; → A ingestão de frutas cítricas aumenta a biodisponibilidade da tiamina pelo teor de ácido cítrico e ascórbico; O organismo consegue manter as reservas de vitamina B1 de 2 a 3 meses, ou seja, se a ingestão for deficiente nesse período a deficiência pode ser desenvolvida. Fatores de risco para o desenvolvimento de deficiência em B1: → Desnutrição → Síndrome de realimentação → Cirurgia gastrintestinal → Alcoolismo A deficiência em tiamina afeta os siste- mas nervoso e cardiovascular de maneira mais intensa e pode levar à morte se não for corrigida. Pode resultar em três síndromes distin- tas: → Neurite crônica periférica – beribéri que pode ou não estar associado a in- suficiência cardíaca e edema; → Beribéri agudo pernicioso (fulminante) – a insuficiência cardíaca e as anor- malidades metabólicas predominam, com pouca evidência de neurite peri- férica; → Encefalopatia de Wernicke com psi- cose de Korsakoff – condição neuro- psiquiátrica que responde à tiamina, associada especialmente ao alcoo- lismo ou ao abuso de narcóticos. O beribéri pode ser: → Seco: Doença não edematosa, mas com degradação muscular. Está li- gado a uma deficiência mais prolon- gada e presumivelmente menos grave. Em geral, associada a uma baixa in- gestão alimentar. → Úmido: Alta ingestão de carboidratos e atividade física. Caracterizado pelo aumento de fluídos. A ação da tiamina difosfato re- sulta em prejuízo na conversão de piruvato para acetil-CoA, levando a uma diminuição na entrada de piruvato no ciclo de Krebs. Logo, a deficiência em tiamina em indivíduos com dieta rica em carboidratos leva a: Aumento das concentrações plasmáti- cas de lactato e piruvato acidose lática. Samantha Rebouças Por sua solubilidade em água, o excesso é rapidamente excretado na urina. Não há evidências de efeito tóxico da tia- mina, embora altas doses por via parente- ral sejam associadas com choque anafilá- tico em seres humanos. Alguns efeitos adversos incluem: Irritabi- lidade, insônia, taquicardia e fraqueza.
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