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Tema: Obesidade e exercício 1. INTRODUÇÃO A obesidade é uma doença crônica e multifatorial que aumenta a morbidade de muitas doenças e a mortalidade por todas as causas. A característica de doença multifatorial se dá pela associação entre as diversas causas para o desenvolvimento da obesidade, dentre os quais podem-se destacar a herança genética, a influência ambiental, a abundância de alimentos saborosos ricos em gordura de baixo custo e o estilo de vida sedentário. Além de ser uma doença crônica, a obesidade aumenta o risco para outras doenças. As comorbidades mais associadas à obesidade são o diabetes mellitus do tipo 2 (DM), a hipertensão arterial sistêmica (HAS), a isquemia coronariana (ICO), a dislipidemia, o acidente vascular encefálico (AVE), a apneia do sono, os distúrbios respiratórios, as limitações articulares e musculares e as neoplasias. Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um importante problema de saúde pública, que afeta todas as faixas etárias, crianças, adolescentes e adultos, a obesidade tem aumentado significativamente em várias regiões do mundo, trazendo grave impacto às pessoas. Esse impacto pode ser quantificado pela influência na qualidade de vida, na procura pelos serviços de saúde, na limitação às atividades da vida diária (AVD), na alteração das relações interpessoais, com marginalização, depressão e isolamento social. Todos esses fatores acabam por intensificar e cronificar a adoção de um estilo de vida sedentário, elemento chave no estabelecimento da obesidade e na sua manutenção. Os hábitos alimentares, considerados como outro importante fator que predispõe à obesidade, modificaram-se de acordo com as tendências de transição nutricional ocorrida neste século em diferentes países do mundo. As tendências atuais concentram- se em uma dieta mais rica em gorduras, açúcares e alimentos refinados combinados com uma taxa reduzida em carboidratos complexos e fibras. Ese fator, aliado à inatividade física, traz alterações concomitantes na composição corporal, principalmente aumento do percentual de gordura. Atualmente a obesidade tem preocupado mais que a desnutrição em nosso país. Estudos comprovam que a transição nos padrões nutricionais, juntamente com as mudanças demográficas, socioeconômicas e epidemiológicas ao longo do tempo, estão refletindo na diminuição progressiva da desnutrição e no aumento da obesidade no Brasil. Assim, ao mesmo tempo em que se assiste à redução contínua dos casos de desnutrição, são observadas prevalências crescentes de excesso de peso, contribuindo com o aumento das doenças crônicas. Para Negrão e Barretto (2006), os mecanismos que levam ao fenótipo da obesidade são muito complexos. Os fatores genéticos desempenham importante papel sobre os fatores ambientais e podem ser determinantes na presença da doença. Estima- se que cerca de 40% a 70% da variação do fenótipo da obesidade são herdados geneticamente. O mapa da obesidade humana contém mais de 58 genes e 59 regiões cromossômicas associados ao problema. Entretanto, apesar da importância do fator genético na obesidade, o fator ambiental é o principal determinante da epidemia da doença, em função da mudança de estilo de vida, como a adoção de hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo. Ainda, algumas características podem também influenciar no aumento do sobrepeso, como a idade, o gênero, o metabolismo de repouso, a oxidação lipídica, a atividade nervosa simpática, o metabolismo do tecido adiposo e do músculo esquelético, o tabagismo, os níveis sanguíneos de insulina, cortisol e esteroides sexuais. Segundo os dados do Ministério da Saúde, o número de brasileiros com excesso de peso e obesidade cresceu nos últimos quatro anos. De 2006 a 2009, a proporção de pessoas acima do peso passou de 42,7% para 46,6%, e o percentual de obesos cresceu de 11,4% para 13,9% no mesmo período. Esses dados fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), e mostram que a prevalência de sobrepeso é maior entre os homens: 51% contra 42,3% nas mulheres. A pesquisa mostra também que a prevalência da obesidade entre homens quase triplica na faixa de 18 a 24 anos (7,7%) para a faixa de 55 a 64 anos (19,9%). Entre as mulheres mais jovens, na faixa etária de 18 a 24 anos, o índice é de 6,22%, menor que o masculino nessa mesma etapa. Já nas mulheres entre 55 a 64 anos o percentual supera o masculino (21,3%). Para se entender o processo da obesidade, é necessário o conhecimento do papel de uma célula adiposa no organismo. A habilidade de armazenar gordura no tecido adiposo em quantidades além das necessárias para uso energético imediato foi fundamental para a sobrevivência da espécie humana na escala evolutiva. Para exercer essa função, o adipócito adaptou-se para armazenar excessos de gordura na forma de triglicerídeos e para liberá-los na forma de ácidos graxos livres, de acordo com as necessidades energéticas do corpo. Esse controle fisiológico é capaz de garantir a sobrevivência do homem por longos períodos sem alimento. A abundância crônica deste, no entanto, promove deposição excessiva de gordura com consequências adversas à saúde, resultando na obesidade (DUNCAN, SCHMIDT, GIUGLIANI, 2004). Por outro lado, o tecido adiposo apresenta importantes funções no organismo, sendo as principais: Proteção dos órgãos vitais: cerca de 4% da gordura corporal atua como absorvente de choques contra traumatismos internos e externos; Isolamento: protege o organismo contra hipotermia. Indivíduos com excesso de peso podem beneficiar-se de uma generosa camada de gordura em situações de temperatura mais baixa; Fonte de energia: como já comentado acima, esta é uma das principais funções da gordura, já que a capacidade de armazenamento de carboidratos é limitada e o armazenamento das proteínas está condicionado a alguma função fisiológica, e não ao fornecimento de energia. Em exercícios de intensidade moderada e longa duração, as células de gordura são utilizadas preferencialmente como fonte de substrato. As gorduras podem fornecer até 90% da energia total requerida pelo exercício quando a duração deste for prolongada e mantida a intensidade leve-moderada. Os indivíduos obesos apresentam diferenças tanto na quantidade de gordura como na sua distribuição corporal, e as doenças associadas à obesidade estão diretamente relacionadas à distribuição morfológica da gordura. Baseado em características morfológicas, existem dois tipos principais de obesidade: a obesidade ginoide e obesidade androide (Figura 1). O primeiro tipo, a obesidade ginoide, refere-se à pessoa que tem acúmulo de gordura na região do quadril e das coxas, sendo frequentemente encontrada em mulheres. Já o segundo tipo, a obesidade androide, cuja gordura se distribui principalmente no abdômen, está presente principalmente em homens. Estudos demonstram que a obesidade do tipo androide está associada a vários distúrbios metabólicos, tais como dislipidemias, hipertensão arterial, doença cardíaca, intolerância à glicose e problemas pulmonares, enquanto a obesidade ginoide está associada, sobretudo, a alterações circulatórias e hormonais e, ainda, gera um risco maior de artrose e varizes. Figura 1. Representação da obesidade androide (maçã) e ginoide (pera) A medida considerada como “padrão ouro” para o diagnóstico da obesidade era a pesagem hidrostática, porém, atualmente, usam-se técnicas de imagem, tais como ressonância magnética e tomografia computadorizada, mais simples e com resultados igualmente adequados. Todavia, todas essas técnicas ainda permanecem pouco acessíveis em função do seu alto custo e da falta de equipamentos adequados, dificultando a realização do diagnóstico a partir desses exames. Dessa forma, algumas alternativas estão disponíveis e são relativamente mais acessíveis, como a medida da dobras cutâneas e perímetros (Figura 2), a ultrassonografia, a análise de bioimpedância (Figura 3) e a espectroscopia por raios infravermelhos. Figura 2. Medidas de dobras cutâneas e perímetros Figura 3. Avaliação da composição corporal por meio da bioimpedância Ainda, pode-se recorrer às medidas antropométricas como o peso, a altura e a circunferência abdominal para diagnóstico da obesidade. Essas medidas têm sido amplamente utilizadas e constituem um método relativamente fácil, não invasivo, reprodutível e de custos reduzidos para determinar a proporção, o tamanho e a composição corporal. O excesso de peso e a obesidade podem ser avaliados a partir de uma medida antropométrica resultante do peso e da altura, conhecida por Índice de Massa Corporal (IMC). Diversos estudos definem o excesso de peso e a obesidade por meio dos valores do IMC, que resulta da razão entre o peso em quilogramas e o quadrado da altura em metros (Kg/m2). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a classificação do IMC ocorre da seguinte forma: Classificação IMC (kg/m2) Risco de comorbidades Baixo peso < 18,5 Baixo Peso normal 18,5 – 24,9 Médio Sobrepeso ≥ 25,0 - Pré-obeso 25,0 – 29,9 Aumentado Obeso I 30,0 – 34,9 Moderado Obeso II 35,0 – 39,9 Grave Obeso III ≥ 40,0 Muito grave Embora o IMC seja um método de utilização simples e constitua uma boa medida para avaliar o excesso de peso e a obesidade, há algumas limitações em relação ao fato de a medida não distinguir a massa adiposa da massa magra, podendo ser subestimado em indivíduos mais idosos, em decorrência de sua perda de massa magra e diminuição do peso, e superestimado em indivíduos com maior massa muscular. Ainda, o IMC não define a distribuição da gordura corporal, que é importante para a avaliação de sobrepeso e obesidade, já que a gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco potencial para diversas doenças, independentemente da gordura corporal total. Dessa forma, indivíduos com o mesmo valor de IMC podem ter diferentes níveis de massa gordurosa visceral. Dada a limitação do IMC, outros indicadores podem ser usados para medir a obesidade central. A relação circunferência abdominal/quadril (RCQ) foi inicialmente a medida mais utilizada. A OMS considera a RCQ um dos critérios para caracterizar a síndrome metabólica, com valores de corte de 0,90 para homens e 0,85 para mulheres. Na população brasileira, a RCQ também demonstrou associar-se a risco de comorbidades. Outro indicador, que determina o conteúdo visceral de forma mais acurada quando comparado ao RCQ, é a medida isolada da circunferência abdominal, que reflete a gordura corporal total. A OMS estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado a medida de circunferência abdominal igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em mulheres. Estudos que relacionaram a distribuição dos valores antropométricos e o risco de doença coronariana demonstram que a obesidade androide está mais associada a doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2 do que a obesidade periférica ou total. Portanto, a identificação precoce dos indicadores antropométricos de predição de gordura corporal é fundamental para garantir a eficiência de uma intervenção adequada, minimizando futuros problemas na saúde e, consequentemente, na qualidade de vida. É importante destacar que o tecido adiposo não tem função exclusiva de estoque de energia, mas atua também como um órgão endócrino, liberando substâncias denominadas adipocinas, que são responsáveis pela resistência à ação da insulina, além de promoverem ativação autonômica simpática, determinando a elevação dos níveis de pressão arterial e favorecendo o processo de degeneração do sistema cardiovascular (Figura 4). Figura 4. Representação esquemática do tecido adiposo como um órgão endócrino. Fonte: Ribeiro Filho, Mariosa, Ferreira e Zanella, 2006. 2. DOENÇAS RELACIONADAS À OBESIDADE A obesidade está associada às doenças mais prevalentes na atualidade. Apesar de as doenças coronarianas representarem a maior causa de mortes relacionadas ao excesso de peso, as pessoas obesas frequentemente desenvolvem outras condições que as predispõem a risco aumentado de morte, como o diabetes mellitus, as doenças do trato digestivo e as neoplasias. De acordo com Jung (1997), quando o IMC está acima de 35, há um aumento do risco de desenvolvimento de diabetes em 93 vezes entre as mulheres e 42 vezes entre os homens. Ainda, segundo Blumenkrantz (1997), a estimativa é de que a cada 10% de aumento no peso corporal, haja um aumento aproximadamente em 20% na incidência de doenças coronarianas. A predisposição aumentada de diabetes mellitus na população obesa ocorre devido ao aumento da resistência à insulina, o que provoca aumento da glicemia e, consequentemente, hiperinsulinemia. A sensibilidade do tecido adiposo à insulina pode permanecer alta, o que sugere que a lipogênese seria favorecida. Além disso, o acúmulo de gordura intra-abdominal resulta no aumento da liberação de ácidos graxos livres (AGL), elevando a síntese hepática de triacilgliceróis e intensificando ainda mais a resistência à insulina e à hiperinsulinemia. Uma complicação altamente prevalente na população obesa é a hipertensão arterial. Na população adulta, de 20 a 45 anos de idade, a prevalência da hipertensão é seis vezes maior em obesos do que em não obesos (BLUMENKRANTZ, 1997). Para cada aumento de 10% na gordura corporal, há elevação na pressão arterial sistólica de cerca de 6,0 mmHg, e na diastólica de 4,0 mmHg (JUNG, 1997). Essa conexão entre obesidade e hipertensão acontece por meio da ação das adipocinas produzidas pelas células adiposas, substâncias capazes de provocar ativação nervosa simpática com aumento do tônus vascular periférico e elevação de pressão arterial sistêmica. Além disso, a hiperinsulinemia provoca, por si só, ativação simpática adicional, ampliando ainda mais o processo de aumento da resistência vascular sistêmica, contribuindo na gênese da hipertensão em obesos. O aumento do peso em mulheres pós-menopausa pode ocorrer também em função da deficiência de estrógeno, que contribui para a distribuição de tecido adiposo, uma característica do sexo masculino, a obesidade androide. Em relação à predisposição a neoplasias, as mulheres obesas têm maiores chances de desenvolver câncer de colo uterino, ovário e mama. Segundo Stoll (1995), além da contribuição do excesso de peso para o aumento da ocorrência de neoplasias, a concentração do tecido adiposo na região abdominal (obesidade androide), aliada à síndrome de resistência a insulina (diabetes mellitus), eleva o risco de câncer de mama. Já os homens com sobrepeso e obesidade têm mortalidade significantemente maior por câncer de colo retal e de próstata. Segundo Blumenkrantz (1997), os homens com 130% de peso maior do que o peso médio de acordo seu biótipo têm 2,5 mais chances de morrer por câncer de próstata do que os indivíduos com peso ideal. Outra limitação importante relaciona-se às alterações da capacidade respiratória. O aumento na quantidade de gordura acumulada na região peitoral e abdominal limita os movimentos respiratórios e diminui o volume pulmonar (JUNG, 1997). Dessa forma, há uma sobrecarga muscular para realizar a ventilação, resultando em disfunção da musculatura respiratória. O aparecimento de limitações articulares também é muito frequente na população obesa, em função do excesso de peso com sobrecarga mecânica ao sistema musculoesquelético. Associações entre artrites e osteoartrites são comuns, principalmente nos joelhos. A osteoartrite é uma doença articular crônica e degenerativa que afeta a funcionalidade nas atividades de vida diária (AVD) pela dor e pela perda da mobilidade, prejudicando a capacidade funcional. As alterações da marcha pela dor e desconforto em indivíduos obesos ocorrem devido ao aumento do estresse articular. A relação entre obesidade e osteoartrite não pode exclusivamente ser explicada por fatores genéticos, já que fatores metabólicos, mecânicos e endócrinos também estão inseridos nesse contexto. Os fatores mecânicos concentram-se nas dificuldades funcionais do obeso em atividades de locomoção que exigem movimentação e sobrecarga de peso sobre as articulações. Portanto, as doenças articulares trazem uma limitação significativa na capacidade funcional do indivíduo, podendo causar ainda restrições na realização de atividade física. Finalmente, a obesidade pode ser associada a várias desordens clínicas, como problemas no trato digestivo (doenças no fígado e esofagite), hipotireoidismo, tromboembolismo, aumento na incidência de complicações cirúrgicas e obstétricas e maior suscetibilidade a acidentes. Ainda, apesar de a obesidade não estar associada ao aumento de risco em problemas psiquiátricos, existe uma maior incidência de problemas psicológicos, como estresse, ansiedade e depressão em função da discriminação social, da pressão que a mídia impõe sobre o corpo esteticamente perfeito e das limitações em atividades requeridas na vida cotidiana. 3. OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO NO TRATAMENTO DA OBESIDADE Segundo as Diretrizes Brasileiras de Obesidade definidas pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar e, dessa forma, não há nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva a mudança de estilo de vida. Embora seja possível a utilização de medicações dentro do processo de emagrecimento, as dietas de valor calórico reduzido e as mudanças de estilo de vida ainda são fundamentais, podendo em alguns casos ser necessária até mesmo a intervenção cirúrgica. A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas, como foi abordado de maneira mais detalhada na apostila e na aula de Dislipidemias e Obesidade. O tratamento da obesidade ainda é muito discutido na literatura, e a dificuldade maior está na manutenção da perda de peso por um longo período. Um tratamento adequado envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, em alguns casos, o uso de algumas medicações específicas. Para a obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve ser inicialmente dirigido para a causa do distúrbio. Em caso de obesidade mórbida, pode ser recomendada a cirurgia de redução de estômago, conhecida como cirurgia bariátrica. Em relação à atividade física como forma de tratamento para obesidade, a prática de exercícios provoca ganho adicional pouco expressivo no processo de redução do peso corporal em indivíduos obesos, quando comparada com a dieta hipocalórica. Entretanto, as pessoas que se mantêm ativas ao longo da vida apresentam menores chances de se tornar obesas, e também melhor distribuição na gordura corporal, com menores depósitos de gordura intra-abdominal. Observa-se em programas de exercício físico que, apesar da redução de todos os depósitos de gordura, há uma preferência para a redução de gordura na região abdominal, promovendo melhores ganhos metabólicos associados à perda de peso. Essas células abdominais são ricas em receptores β3-adrenérgicos, mais suscetíveis à lipólise. Portanto, combinar restrição calórica ao treinamento físico tem sido demonstrado como uma excelente opção não farmacológica para o tratamento da obesidade. Assim, observa-se que os principais efeitos do exercício no indivíduo obeso referem-se às adaptações metabólicas que favorecem o controle dos fatores de risco de doença cardiovascular, e não apenas às mudanças no peso corporal. Durante a realização de exercícios, a atividade nervosa simpática e as respostas lipolíticas às catecolaminas no tecido adiposo aumentam. Além disso, ocorre o aumento da sensibilidade à insulina, que é considerada uma importante adaptação, já que a obesidade causa o aumento de resistência à insulina em função da diminuição da oxidação da glicose e dos níveis de glicose no músculo. Outra importante resposta ao exercício é o aumento da atividade da enzima lipoproteína lipase (LPL), considerada o principal regulador dos estoques corporais de gordura. A prática regular de exercício físico nos programas de emagrecimento pode levar ainda à preservação de massa magra e à manutenção do metabolismo de repouso (MR), uma vez que a musculatura esquelética é um dos componentes corporais que mais contribuem para o metabolismo energético. O metabolismo de repouso é a energia gasta para a manutenção da temperatura e dos sistemas do organismo e permanece relativamente estável ao longo do tempo. O MR corresponde aproximadamente entre 60% a 70% do gasto energético diário e é o maior componente do gasto energético, podendo aumentar após as refeições e atividade física. Ainda, o MR decresce 10% durante o sono e pode decrescer em mais de 40% durante o jejum. Cerca de 70% a 80% desse componente variam de acordo com a massa magra, idade, sexo, hormônios, sistema nervoso simpático e massa gorda (NEGRÃO & BARRETO, 2006). O gasto energético é o resultado do metabolismo energético de repouso somado ao efeito térmico dos alimentos e à atividade muscular. O metabolismo energético de repouso é aproximadamente 1 Kcal por hora por quilograma de peso corporal, mas é menor em indivíduos com altas quantidades de gordura corporal, pois o tecido adiposo possui menor atividade metabólica do que o tecido magro. A assimilação e absorção dos alimentos é um processo dependente de energia conhecido como efeito térmico dos alimentos, e representa de 5% a 10% do consumo calórico total. A atividade muscular é a mais variável fonte de consumo energético, podendo contribuir para a perda de peso corporal. Além disso, durante o exercício físico, as fontes de energia são mobilizadas e tendem a liberar, entre outros hormônios, testosterona e hormônio de crescimento, hormônios anabólicos que se mantêm elevados após atividade física intensa, contribuindo para manutenção e construção da massa muscular. Tal efeito anabólico possibilita a diminuição da ação da insulina e dificulta o armazenamento de lipídeos nas células adiposas. Dessa forma, a prática de exercício físico apresenta aspectos relacionados ao efeito agudo e também crônico sobre a mobilização e utilização de gordura, que influenciam o emagrecimento. Além do efeito direto no gasto calórico, a atividade física mantém o metabolismo aumentado por um longo período após a sua execução. Isso significa dizer que, mesmo após o termino da sessão de exercício, a mobilização e oxidação de lípides permanecem aumentadas. Porém, os principais efeitos do treinamento físico no controle do peso corporal são obtidos cronicamente. Alguns efeitos de grande importância se referem ao aumento da atividade da enzima lipase hormônio- sensível (enzima responsável pela maior mobilização de lípides no tecido adiposo) e ao aumento da densidade mitocondrial, potencializando a oxidação de gordura e favorecendo o emagrecimento. Pode-se concluir que o exercício físico provoca perda de peso corporal mais discreta e gradual que a dieta hipocalórica, mas auxilia na manutenção do peso corporal em obesos, o que normalmente não ocorre com a dieta hipocalórica isolada. Assim, a prática regular de exercício físico, apesar de não provocar uma perda de peso corporal tão intensa quanto a dieta hipocalórica, preserva a massa magra, evita o reganho de peso e atua no controle de diversas comorbidades relacionadas à obesidade. Proporciona ainda o desenvolvimento em capacidades físicas como força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e coordenação motora. Além disso, a atividade física traz ganhos na autoestima, melhora na imagem corporal e aumento da autonomia, independência e sociabilização. Sumarizando, a perda de peso alcançada exclusivamente pela dieta alimentar resulta na melhoria do quadro patológico associado à obesidade, mas os benefícios adicionais obtidos com a inclusão de um programa de exercícios podem favorecer o controle metabólico, além de facilitar a manutenção da perda de peso em longo prazo. Dessa forma, um estilo de vida ativo, com consequente aumento da capacidade física, pode atenuar o risco de morbidade e mortalidade, e aumentar a qualidade de vida em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. 4. RECOMENDAÇÕES DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO O exercício físico pode ser considerado como o mais poderoso desafio fisiológico para a saúde do corpo humano. Requer um grande ajuste metabólico para aumentar o suprimento de oxigênio e combustível na realização do trabalho muscular, causando, dessa forma, aumentos significativos no consumo de energia acima dos valores de repouso (SARIS, 1995). Evidências científicas comprovam a importância da atividade física como um recurso fundamental no processo preventivo de doenças, melhora dos níveis de aptidão física, diminuição nos percentuais de gordura corporal e manutenção das capacidades funcionais (MATSUDO et al., 2004; CAPODAGLIO et al., 2006). Antes de dar início a um programa de exercícios, o indivíduo obeso deve realizar uma avaliação pré-treinamento, que inclui a avaliação clínica e cardiovascular, e ainda o teste de esforço, que pode ser o teste ergométrico ou, preferivelmente, o teste ergoespirométrico. Esses exames vão avaliar a condição cardiovascular e a capacidade física, fornecendo parâmetros para a elaboração de um programa de exercícios seguro, individualizado às capacidades e limitações de cada organismo. O desenvolvimento do programa de exercícios para obesos deve buscar melhorar a percepção subjetiva do esforço, pois o desconforto limita a prática de atividade física. A prescrição deve ser individualizada e a escolha da atividade precisa ser feita em função dos objetivos estabelecidos, da segurança e das estratégias feitas para manter a aderência ao programa, respeitando as preferências do aluno. A segurança se concentra na investigação de doenças crônicas preexistentes e na avaliação do controle delas, o que pode ser feito por meio das medidas da pressão arterial, glicemia e dos distúrbios fisiológicos e ortopédicos. O nível da atividade pode ser avaliado mediante testes de aptidão e teste de esforço. Por fim, as estratégias de aderência ao programa podem ser trabalhadas na escolha de uma atividade prazerosa, no desenvolvimento da relação aluno-professor, uma vez que o aluno seja informado a respeito da compreensão da prescrição, dos benefícios conquistados e a serem alcançados, juntamente com a expectativa do tratamento e dificuldades encontradas. Apesar de já haver consenso na literatura sobre a importância da participação regular em programas de exercício para manutenção de perda de peso em longo prazo, ainda são intensos os debates acerca do tipo de exercício mais indicado para aperfeiçoar a perda de peso. Assim, muitos estudos têm sugerido um programa combinado de exercícios, incluindo tanto resistidos (Figura 5) como aeróbios, como o ideal para o emagrecimento em indivíduos obesos. Além dos benefícios relativos à perda de peso, um programa combinado pode melhorar significantemente o consumo máximo de oxigênio, a força máxima, a resistência muscular localizada e a manutenção da massa magra (SCHEEN et al., 2001; JAKICIC et al., 2002; KRAEMER et al., 1999). Figura 5. Representação de uma pessoa obesa realizando exercício resistido Um programa de treinamento deve incluir exercícios aeróbios, contínuos e cíclicos, com o envolvimento dos grandes grupos musculares, como caminhada, ciclismo e natação (Figura 6). Também devem ser adicionados exercícios de resistência muscular localizada (Figura 7), com baixa carga e um número maior de repetições, objetivando a manutenção da massa magra. No planejamento da prescrição de exercício para o controle da gordura corporal, sempre devem ser consideradas as quatro variáveis básicas dos exercícios aeróbios: frequência, intensidade, duração e tipo. No entanto, a intensidade, a duração e até mesmo a modalidade ideal de exercício físico ainda são controversas no meio científico, havendo certa predominância de estudos que apontam para os exercícios aeróbios de baixa a moderada intensidade. Figura 6. Representação de exercícios aeróbios, caminhada e bicicleta ergométrica em ambiente aquático, respectivamente Figura 7. Representação de exercício de resistência muscular localizada Segundo o American College of Sports Medicine (2001), a recomendação tradicional de prática de exercícios no mínimo 150 minutos semanais, divididos em sessões de 30 minutos, realizadas cinco vezes semanais, com intensidade leve a moderada, que é baseada primariamente nos efeitos da atividade física sobre a doença cardiovascular e outras doenças crônicas, como o diabetes mellitus, demonstra não ser suficiente para programas que priorizem a redução de peso. Com isso, tem-se recomendado que os programas de exercício para obesos iniciem com um mínimo de 150 minutos semanais em intensidade moderada, mas com intenção de progredir gradativamente para 200 e até 300 minutos semanais, mantendo a mesma intensidade moderada. De acordo com Negrão e Barretto (2006), a principal recomendação adicional para um programa de exercícios no combate à obesidade é a redução do aporte energético de 500 a 1000 kcal, com diminuição da proporção de gordura ingerida, que deve ser menor que 30% do total de calorias da dieta. Os autores também orientam a realização de exercício físico em intensidade moderada com o tempo mínimo de 150 minutos, podendo progredir para 200 a 300 minutos por semana. A intensidade e o volume do exercício devem ser aumentados de modo gradual para que haja adaptação adequada ao exercício. Negrão e Barretto (2006) sugerem que o tempo total da sessão de exercício deve ser de 60 minutos, podendo progredir para 90 minutos. A sessão deve ser composta por um período de aquecimento com a duração de 5 minutos, seguido por um período de 40 minutos de exercício aeróbio e, posteriormente, um período de 15 a 20 minutos de exercícios de resistência muscular localizada, finalizando com um período de 5 minutos de relaxamento. Com a evolução do treinamento, o tempo da sessão pode ser prolongado, especialmente o período de exercício aeróbio, a fim de aumentar o gasto energético e também as adaptações cardiovasculares. A frequência pode ser de três vezes por semana inicialmente, progredindo para cinco vezes semanais. A intensidade do exercício aeróbio pode ser baseada nos dados do teste ergométrico ou ergoespirométrico. Quando baseada no teste ergométrico, a intensidade pode ser calculada por meio da fórmula de Karvonen e mantida entre 50% a 70% da frequência cardíaca de reserva. A frequência cardíaca alvo de treino é calculada usando-se a seguinte fórmula: FC alvo = (FC Max – FC rep) x % + FC rep A FC alvo corresponde à frequência cardíaca de treino, FC Max é a frequência cardíaca máxima atingida no teste de esforço e FC rep é a frequência cardíaca de repouso. Na possibilidade de realização do teste ergoespirométrico, a intensidade do exercício deve progredir da frequência cardíaca correspondente ao limiar anaeróbio até 10% abaixo da frequência cardíaca correspondente ao ponto de compensação respiratória. Ferreira et al. (2006) relatam que o exercício leve (30%-50% VO2max.) e de longa duração (acima de 45 minutos) é fundamental para promover as alterações desejadas, tais como melhorias na função cardiorrespiratória, no perfil lipídico, nos níveis de glicose e insulina em obesos. Os estudos direcionados para os exercícios com pesos demonstraram que essa modalidade é eficiente no controle de peso corporal, pois, além de contribuir para perda de gordura corporal, favorece a manutenção e até mesmo o aumento da massa corporal magra. Recomendam-se estudos experimentais com delineamento mais amplo que favoreça investigar a relação dos diferentes tipos de exercício físico no controle do peso corporal. Diversos estudos têm apontado efeitos significativos do treinamento intervalado na redução de peso, sendo compostos por períodos de esforço máximo e períodos de recuperação. Como exemplo, pode-se citar uma corrida de dois minutos em alta velocidade, seguida por um período de recuperação com caminhada menos intensa, seguida então por novo tiro de alta velocidade e assim sucessivamente, intercalando alta e baixa intensidade. Durante a execução desse exercício, o organismo tem de se adaptar a uma demanda grande de energia, a frequência cardíaca aumenta, ocorre aumento da temperatura corporal e uso de substratos energéticos, como glicose sanguínea, glicogênio muscular, ácidos graxos e todos os recursos do organismo são alocados para dar conta da tarefa. O gasto calórico do exercício intervalado é maior, mesmo sendo realizado por um tempo menor. Após a execução do exercício, a temperatura corporal permanece acima do normal durante algum tempo, gerando maior consumo de energia. O organismo também repõe suas reservas energéticas utilizando mais energia para isso. Estudos mostram ainda que o exercício intervalado produz maior consumo calórico e maior degradação de carboidratos e gorduras após o treinamento, podendo ser mais eficiente na perda de gordura por caloria gasta que o exercício aeróbio contínuo. Além disso, o exercício intervalado também proporciona uma proteção à perda de massa magra maior que o aeróbio contínuo. Além disso, durante o esforço em alta intensidade ocorre a liberação de catecolaminas capazes de estimular mais intensamente os receptores β3 adrenérgicos localizados nos adipócitos da gordura central (abdominal), favorecendo particularmente a perda da gordura visceral com efeitos metabólicos importantes que resultam na redução das comorbidades encontradas na obesidade. Entretanto, inicialmente, pode ser necessário que o indivíduo obeso realize uma adaptação com o exercício aeróbio tradicional, devido à dificuldade em realizar atividades mais intensas, apenas posteriormente conquistando os benefícios adicionais do treinamento intervalado. Quando a pessoa se insere pela primeira vez em um programa de treinamento, a intensidade e o volume do exercício ficam limitados em função do excesso de peso corporal e da inatividade física. Para atingir altos gastos energéticos durante a atividade física, há a necessidade de aumentar a capacidade do indivíduo para se exercitar por longos períodos em altas intensidades, o que só é possível para pessoas treinadas. Com as mudanças adaptativas proporcionadas pelo treinamento, há o aumento na capacidade de se exercitar em altas intensidades por períodos maiores e o aumento da oxidação de gorduras, que promove sua perda gradual e mantém o peso perdido alcançado inicialmente com a dieta hipocalórica em longo prazo. Dessa forma, no início do programa de treinamento, a pessoa pode apresentar limitações significantes em função do excesso de peso, as quais restringem as características de um treinamento, como intensidade, duração e frequência. A perda de peso favorece a evolução do treinamento, possibilitando a realização de novos tipos de atividades, com intensidades e durações maiores. As atividades realizadas na água (Figura 8) podem ser uma boa opção, principalmente para essa fase inicial, pois reduzem o impacto nas articulações, que muitas vezes se encontram limitadas pela presença de doenças articulares, como a osteoartrite, além dos benefícios proporcionados pela atuação da pressão hidrostática, exercida quando o corpo está submerso, e do efeito massageador da água, que favorece a circulação sanguínea, diminui o impacto e auxilia na recuperação da musculatura. Ainda, a atividade aquática melhora a capacidade cardiorrespiratória, a postura, o desenvolvimento da resistência muscular e localizada. Figura 8. Representação de atividade aquática (hidroginástica) Há diversos tipos de atividades aquáticas, por exemplo, a deep water running, ou corrida aquática. A deep water running, praticada inicialmente para reabilitação de atletas, foi adaptada para obesos, já que promove redução de gordura corporal com menor risco de lesões. A atividade consiste em praticar corrida dentro da piscina, utilizando flutuadores presos à cintura, os quais mantêm o corpo submerso na água e evitam o contato com o fundo da piscina, reduzindo significativamente o risco de lesões nos membros inferiores. 5. CONCLUSÃO A obesidade, considerada atualmente uma epidemia mundial, responsável por alta taxa de morbidade e mortalidade no mundo, é uma doença crônica e multifatorial que deve ser evitada desde a infância. Diversos fatores são apontados como a causa dela, porém o estilo de vida tem representado papel essencial para evitar e tratar a doença. O tratamento deve ser acompanhado necessariamente pela mudança nos hábitos alimentares e realização de atividade física regular. A dieta alimentar representa perda significativa de massa corporal, porém não evita a perda de massa muscular. A prática de exercícios é capaz de proteger a massa magra, trazer benefícios em relação às comorbidades associadas, desenvolver as capacidades físicas e funcionais e ainda melhorar o aspecto psicológico e o social, resultando assim na melhora da qualidade de vida. Dentre os efeitos agudos do exercício, podem-se destacar mudanças nos parâmetros metabólicos, hemodinâmicos e psicológicos. O efeito crônico da realização de exercícios concentra-se na melhora da função pulmonar, condicionamento cardiorrespiratório, manutenção da perda de peso e aumento da massa magra. As recomendações gerais de prescrição do treinamento para obesos permitem a realização de exercícios aeróbios de leve a moderada intensidade, exercícios intervalados e exercícios de resistência muscular localizada. Para o desenvolvimento de um programa de treinamento eficiente, deve-se levar em conta que os indivíduos obesos, em geral, possuem baixa tolerância ao esforço, apresentam doenças crônicas e limitações ortopédicas que podem dificultar a aderência ao exercício, bem como a prescrição adequada em relação ao tipo, à intensidade, à duração e à frequência. Portanto, é necessário realizar uma rigorosa avaliação e uma cuidadosa elaboração do programa de treinamento, buscando desenvolver a percepção subjetiva de esforço e, dessa forma, aumentar a tolerância ao exercício, bem como garantir sua aderência. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM. (2000). Manual do ACSM para teste de esforço e prescrição de exercício. 5 ed. Rio de Janeiro: Revinter. BLUMENKRANTZ, M. Obesity: the world’s metabolic disorder [online]. Beverly Hills, 1997. [citado em 28/8/97]. Available from WWW: <URL: http:// www.quantumhcp.com,obesity.htm >. 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Tema: Obesidade e exercício EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Assinale a alternativa correta: A) A obesidade é uma doença multifatorial que ocorre em função de diversos fatores, como a herança genética, a influência ambiental, a abundância de alimentos gordurosos de baixo custo e o estilo de vida sedentário. B) A obesidade é uma doença genética que afeta todas as faixas etárias. C) Todos os tipos de obesidade, independente de sua distribuição corporal, predispõem igualmente a diversas comorbidades. D) O índice de massa corporal (IMC) é a medida mais fiel para diagnosticar e classificar a obesidade. E) Todas as alternativas estão corretas. 2) As comorbidades associadas à obesidade são: A) diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, neoplasias e hipertireoidismo; B) diabetes mellitus, hipertensão arterial, neoplasias e hipertireoidismo; C) doenças cardiovasculares, hipotireoidismo, diabetes mellitus e hipertensão arterial; D) hipertensão arterial, hipotireoidismo, hipertireoidismo e doenças articulares; E) todas as alternativas estão corretas. 3) O tratamento da obesidade deve ser feito: A) exclusivamente por meio de um programa de reeducação alimentar; B) a partir de mudanças de hábitos alimentares, seguindo-se terapia medicamentosa; C) primeiramente por intervenção cirúrgica e, em seguida, realização de exercícios; D) por uma dieta alimentar, prática de atividade física regular e, em alguns casos, uso de medicação específica; E) nenhuma das anteriores. PARA PROVA 4) A prática de um programa de exercícios para redução de peso: A) pode contribuir no combate da obesidade, desde que acompanhada de mudanças nos hábitos alimentares e sociais; B) parece ser menos eficiente na redução de peso quando comparada à dieta alimentar, porém evita a queda do metabolismo de repouso, auxilia na manutenção da massa magra e tem efeito benéfico em médio e longo prazos; C) tem efeitos positivos e significativos sobre as comorbidades associadas à obesidade; D) auxilia na obesidade e na manutenção da perda de peso em médio e longo prazos; E) todas as alternativas estão corretas. 5) Em relação às principais recomendações de exercícios para indivíduos obesos, marque a alternativa incorreta: A) A prática de exercícios aeróbios de alta intensidade e longa duração. B) A prática de exercícios aeróbios de baixa ou moderada intensidade e longa duração. C) O programa deve conter exercícios aeróbios e exercícios resistidos. D) Os exercícios de resistência muscular localizada devem ser feitos com baixa carga e um número maior de repetições, garantindo a manutenção da massa magra. E) A intensidade e o volume do exercício devem ser aumentados de modo gradual para que haja adaptação adequada ao exercício. RESPOSTAS 1 – A 2 – C 3 – D 4 – E 5 - A
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