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Anatomia e Fisiologia das Aves Silvestres

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@foconocrmv 
 Anatomia e Fisiologia das aves silvestres 
Bico 
Bico superior, é curto, arqueado, de base 
larga e se encaixa sobre o bico inferior. 
Há uma articulação especial entre a 
maxila e a calota craniana, garantindo às 
aves grande mobilidade e força. Possui 
uma camada externa de queratina dura, 
a ranfoteca, que recobre uma estrutura 
de base óssea. 
 
Bico superior – rinoteca; 
Bico inferior – gnatoteca; 
Pés 
Os pés são zigodáctilos, com os dois 
dedos voltados para frente e dois para 
trás e o tarso metatarso é curto. Estas 
particularidades relativas ao bico e às 
patas, fazem com que estas aves sejam 
excelentes escaladoras e tenham grande 
destreza na manipulação de alimentos. 
No palato encontra-se a coana ou 
narina, abertura que apresenta papilas 
epiteliais cônicas, que conecta o sistema 
respiratório superior com a orofaringe. O 
ar passa através da coana até a laringe e 
entra na traqueia por meio da glote. 
A traqueia é composta por anéis 
completos e rígidos; não há epiglote, mas 
há siringe, particularidades anatômicas 
importantes para os procedimentos 
anestésicos. 
Na região da siringe, a traqueia divide-se 
em brônquios primários e secundários. 
Os pulmões, bem inseridos na parede 
torácica, praticamente não apresentam 
expansibilidade, comunicando-se com os 
sacos aéreos através de pequenos 
orifícios (óstios). 
Os sacos aéreos (clavicular, cervicais, 
torácicos craniais, torácicos caudais e 
abdominais) têm como principais funções 
reduzir a densidade da ave em relação 
ao volume do corpo e ventilar a 
cavidade celomática, auxiliando no 
processo de perda de calor; contudo, 
não têm nenhuma função de troca 
gasosa. Divertículos dos sacos aéreos 
penetram em determinados ossos 
(úmero, fêmur, coracoide, clavícula, 
esterno, entre outros), tornando-os 
pneumáticos, característica clinicamente 
relevante quando ocorrem fraturas ou 
infecções nesses ossos. 
A respiração das aves é um processo 
altamente eficiente e ativo, no qual há 
gasto de energia tanto na inspiração 
quanto na expiração. Devido à ausência 
de diafragma, há participação ativa dos 
músculos peitorais e intercostais nesse 
processo. 
 
Com relação ao trato digestório, a 
maioria dos Psitaciformes tem a parede 
muscular do ventrículo bem desenvolvida 
(com exceção dos lóris, pela dieta que 
consiste em néctar e pólen), não tem 
ceco (ou cecos vestigiais) e algumas 
espécies não têm vesícula biliar. 
@foconocrmv 
Os rins são de coloração vermelho 
acastanhada, alongados, localizados na 
fossa do sinsacro, dividimos em três lobos 
(cranial, médio e caudal. O ácido úrico é 
o produto final do metabolismo do 
nitrogênio nas aves, o qual é formado no 
fígado e excretado pelos rins. As gônadas 
ficam localizadas no polo craniomedial 
do rim, caudais às glândulas adrenais. 
Assim como na maioria das aves, as 
fêmeas de psitacídeos tem apenas o lado 
esquerdo do sistema reprodutivo 
funcional. Machos não apresentam falo. 
Reprodução 
A maioria das espécies de psitaciformes 
vive em grandes bandos, alguns dos quais 
podem ser compostos por centenas de 
indivíduos. 
São monogâmicos, formando casais que 
podem permanecer unidos por toda a 
vida. Dentro de um bando existem grupos 
familiares, que ficam juntos até o período 
reprodutivo seguinte. 
Em vida livre fazem seus ninhos em 
cavidades arbóreas, barrancos ou 
cupinzeiros, reutilizando o mesmo ninho 
por anos consecutivos. Os grandes 
Psitaciformes geralmente alcançam a 
maturidade sexual entre 3 e 5 anos de 
idade, enquanto aves de menor porte 
são sexualmente ativas entre 8 meses a 3 
anos de idade. 
O período reprodutivo dos psitacídeos no 
Brasil ocorre na primavera e no verão, 
com ligeira variação conforme a espécie. 
Comumente, a postura é feita em dias 
alternados, mas algumas espécies 
podem apresentar intervalos maiores 
entre posturas, que chegam a 5 dias. O 
tamanho da prole é de um a três filhotes 
na maioria das espécies, podendo ser 
maior em espécies menores como, por 
exemplo, a calopsita. 
A fêmea permanece no ninho durante 
todo o período de incubação, sendo 
alimentada pelo macho. 
A reprodução em cativeiro depende de 
fatores diversos, entre eles: formação de 
casais compatíveis, maturidade sexual, 
disponibilidade de ninho, monitoramento 
constante de ovos férteis e filhotes 
suplementação nutricional, condição 
sanitária adequada, ambiente calmo. 
Ninhos artificiais devem ter: 
◦materiais adequados para sua 
confecção, 
◦ tamanho e posicionamento dentro do 
recinto; 
◦ pequena abertura na entrada para 
manter o ambiente escuro; 
◦ escada na parte interior para auxiliar na 
escalada dos pais e dos filhotes; 
◦ cama de maravalha; 
◦ porta de acesso lateral para observação 
dos filhotes e dos pais. A postura de ovos 
no chão do recinto é um exemplo de 
comportamento alterado, que resulta na 
diminuição na eclodibilidade decorrente 
de contaminações ou rachaduras na 
casca do ovo. 
 
 
 
 
 
 
 
@foconocrmv 
Nutrição 
A maioria das espécies de psitacídeos é 
considerada generalista quanto à dieta, 
consumindo grande variedade de 
espécies e itens vegetais diretamente nas 
copas das árvores ou até mesmo do solo. 
De modo geral, a dieta de psitaciformes 
envolve sementes, brotos, castanhas, 
coquinhos, frutas, flores e outros vegetais. 
Determinadas espécies consomem 
também insetos e pequenos animais. 
Em cativeiro, a maioria dos Psitaciformes é 
alimentada de forma inadequada. Como 
consequência desta prática, os distúrbios 
nutricionais representam um dos 
problemas de saúde mais frequentes na 
clínica de aves de companhia. 
No Brasil, em razão de aspectos culturais, 
muitas aves recebem dietas compostas 
basicamente por sementes, as quais 
proporcionam altos níveis de energia, mas 
carecem de nutrientes essenciais (p. ex., 
vitaminas, alguns aminoácidos essenciais 
e minerais). 
Em cativeiro, a maioria dos Psitaciformes é 
alimentada de forma inadequada. Como 
consequência desta prática, os distúrbios 
nutricionais representam um dos 
problemas de saúde mais frequentes na 
clínica de aves de companhia. 
Dietas à base de sementes: altos níveis de 
energia, mas carecem de nutrientes 
essenciais (p.ex., vitaminas, alguns 
aminoácidos essenciais e minerais). 
Dietas à base de frutas, legumes e 
verduras: deficientes em cálcio e outros 
minerais, vitaminas e energia. Frutas, 
vegetais e sementes devem ser usados 
principalmente como enriquecimento 
ambiental e não propriamente pelo valor 
nutricional. 
Diversas marcas de rações comerciais 
estão disponíveis atualmente. São 
produtos específicos para aves de 
pequeno, médio e grande portes e 
destinados às diferentes fases de vida 
(filhotes, manutenção e reprodução). 
Rações comerciais geralmente são 
extrusadas ou peletizadas, com menos de 
12% de umidade, o que naturalmente 
eleva o consumo de água pelas aves, 
diferentemente das dietas à base de 
grãos e sementes. 
Psitacídeos em fase de crescimento e 
fêmeas reprodutoras podem ser 
beneficiados pela suplementação de 
cálcio na forma de osso de siba, blocos 
minerais, cascas de ostra ou de ovo 
moídas ou, ainda, cálcio em pó. Frutas, 
verduras e sementes devem ser utilizadas 
em pequenas quantidades e de forma 
variada. 
 
Baixa palatabilidade, difícil aceitação. 
 
 
 
 
 
@foconocrmv 
Manejo e instalações 
Tamanho da gaiola/viveiro proporcional 
ao porte e número de aves. 
A utilização de folhas de papel como 
substrato é sempre recomendável, porém 
a ave não deve ter acesso direto ao 
fundo da gaiola para não bicar estas 
folhas. 
Comedouros e bebedouros de plástico 
ou de alumínio são desaconselháveis. 
Recomenda-se utilizar potes de cerâmica 
esmaltada ou potes reforçados de aço 
inoxidável. 
Brinquedos são itens importantes para o 
bem-estar das aves, porém devem ser 
seguros.De cordas e panos: desgastam-
se com o tempo e pelo uso constante 
pelas aves. Se partes dos brinquedos 
forem ingeridas, podem causar obstrução 
gastrintestinal ou enroscar em alguma 
parte do corpo da ave e causar 
ferimento. 
De madeira, couro ou papelão: 
proporcionam o desenvolvimento de suas 
habilidades naturais de triturar com o 
bico. Como não podem ser desinfetados, 
não devem ser compartilhados entre as 
aves. 
Psitacídeos de companhia ou pets 
criados dentro de casa estão sujeitos a 
acidentes, devendo ser mantidos longe 
de cozinhas, ar-condicionado, janelas 
abertas e outros animais de estimação. 
 
Contenção Física 
A contenção deve ser feita após a 
avaliação da ave a distância (dentro da 
gaiola ou recinto) e, de preferência, em 
uma sala com portas e janelas fechadas 
e sem ventiladores. 
Psitaciformes não devem ser contidos 
quando estiverem sobre ombro, braço ou 
mãos dos proprietários. Ocasionalmente 
aves debilitadas, estressadas, com 
dificuldades respiratórias e obesas podem 
morrer durante a contenção. Para que 
isso seja evitado, é recomendável manter 
fonte de oxigênio próxima durante a 
contenção de aves em condições críticas 
ou propensa a distúrbio cardiovascular. 
A alta taxa metabólica fisiológica das 
aves e a falta de oxigênio decorrente do 
estresse podem provocar aumento da 
frequência respiratória, dispneia ou 
debilidade. Recomenda-se, portanto, 
oxigenoterapia e ambiente aquecido a 
30°C por pelo menos 20 min antes de a 
ave ser contida. 
 
 
 
 
 
@foconocrmv 
 
Contenção Farmacológica 
Estado geral (urgência do procedimento 
x risco); 
Sempre que possível: Exame físico 
completo, e exames laboratoriais 
específicos; Jejum de 2-4h (esvaziamento 
do inglúvio deve ser confirmado por 
palpação); 
- Peso (ou estimativa). 
Anestésicos inalatórios são os agentes de 
eleição em psitacídeos 
Indução: máscara facial ou caixa 
anestésica. 
Manutenção por tubo endotraqueal. 
Indica-se tubo sem balonete, visto que as 
aves têm anéis traqueais completos. Um 
fluxo constante de ar (com anestésico) 
próximo a 0,3l/kg/min é suficiente para 
manter a ave em plano cirúrgico. 
◦ O halotano não é recomendado por 
sensibilizar o coração à ação das 
catecolaminas, aumentando o risco de 
arritmia e parada cardíaca, além de 
provocar acentuada depressão 
respiratória 
◦ O isoflurano e sevoflurano, por sua vez, 
proporcionam indução e recuperação 
rápidas e seguras (indução 3% e 
manutenção 1% a 2%). 
Devido à ausência de CO2 nos sacos 
aéreos pelo fluxo constante de O2, a ave 
pode parar de respirar espontaneamente 
e o monitoramento visual da frequência 
respiratória associado ao uso de Doppler 
para monitorar a frequência cardíaca 
são indispensáveis. 
Atenção especial deve ser dada ao 
monitoramento da temperatura, devido 
ao risco de hipotermia/hipertermia nas 
aves. Ao final do procedimento, o trato 
respiratório deve ser oxigenado para 
remover qualquer remanescente de 
anestésico. 
Anestésicos injetáveis são pouco utilizados 
na rotina clínica, pois as desvantagens 
superam as vantagens quanto à 
segurança no procedimento. 
A Cetamina é o anestésico injetável mais 
utilizado nas aves, porém sua utilização 
isoladamente é contraindicada por 
causar relaxamento muscular 
inadequado, analgesia insatisfatória e 
recuperação prolongada. 
No entanto, quando combinada com 
outros fármacos (ex., Diazepam ou 
Xilazina) proporciona melhor sedação, 
manutenção da anestesia e 
recuperação mais tranquila. 
As aves normalmente não demonstram 
sinais óbvios de dor, o que torna sua 
avaliação bastante desafiadora para o 
clínico veterinário. 
Alterações comportamentais (agitação, 
agressão, vocalização) alteração 
postural (relutância em empoleirar ou 
mover-se) anorexia, letargia, depressão, 
taquicardia, taquipneia e claudicação. 
Opioides: utilização tem sido dificultada 
pela falta de informações consistentes 
sobre os receptores opioides e pela 
diferença das respostas a esse grupo de 
medicamentos nas diferentes espécies. 
Em geral, as aves parecem não responder 
a opioides da mesma maneira que os 
mamíferos. 
O Butorfanol pode ser administrado antes 
ou depois do procedimento cirúrgico na 
dose de 1 a 4 mg/kg, por via intramuscular 
(IM), de 2 a 4 h. O Tramadol tem sido 
utilizado empiricamente. 
@foconocrmv 
Anti-inflamatórios não esteroides (AINE): 
são os analgésicos e anti-inflamatórios 
mais prescritos na clínica de aves. 
Carprofeno e Meloxicam são as principais 
opções de anti-inflamatórios. 
A analgesia multimodal pode ser utilizada, 
uma vez que combinações de fármacos 
que atuam em diferentes pontos do 
sistema nociceptivo demonstram ser mais 
eficazes e menos tóxicas do que qualquer 
fármaco administrado isoladamente (ex., 
o uso de opioides e AINE). 
Exame Clínico 
Inspeção 
Observação inicial da gaiola ou do 
recinto e o exame visual do paciente a 
distância. Deve-se avaliar a gaiola, aves 
coabitantes, poleiros, comedouros, 
alimentos, higiene, brinquedos e espaço 
para a ave se movimentar. 
Com relação à ave, deve ser avaliada a 
postura, a locomoção, se a ave está 
alerta, responsiva e se vocaliza, a 
frequência respiratória, a qualidade das 
penas e se há secreções. 
Aves que apresentam fraqueza, ataxia, 
incapacidade de empoleirar, sonolência, 
penas eriçadas, respiração com bico 
aberto, movimento acentuado de cauda 
e/ou taquipneia, podem estar 
gravemente doentes. 
Com a ave contida, inicia-se a avaliação 
pela região da cabeça em busca de 
detritos inflamatórios, massas, materiais 
estranhos ou hiperqueratose. Penas 
aderidas sobre a cera e ao redor dos 
olhos indicam secreção nasal e ocular. 
Avaliar a hidratação pela turgidez da 
pele, principalmente nas pálpebras. 
Devem-se observar as penas e pele em 
geral; 
• aves saudáveis têm penas limpas, secas, 
com cerdas alinhadas e com cores 
brilhantes. 
• aves com deficiência nutricional, sem 
acesso à luz solar e a banhos regulares 
podem apresentar penas sem 
elasticidade, que se dobram e se 
quebram com facilidade, podendo estar 
malformadas ou desgastadas com cor 
alterada. 
 
A auscultação é mais difícil nas aves 
devido ao pequeno tamanho dos animais 
e às particularidades fisiológicas. 
Contudo, a auscultação pode revelar 
sopro, anormalidades no ritmo cardíaco, 
no pulmão e/ou nos sacos aéreos. Como 
os sons respiratórios em aves são mínimos, 
ruídos respiratórios audíveis sugerem 
quadro anormal. Deve-se avaliar e palpar 
o inglúvio. 
Estado corporal 
◦ pontuação 1 indica musculatura peitoral 
muito reduzida; 
◦ 3 pontos indicam músculos peitorais de 
tamanho adequado para a espécie, ou 
seja, no mesmo nível da margem da 
quilha; 
◦ 5 pontos, quando os músculos se 
avolumam e projetam-se além da quilha. 
O acúmulo de gordura subcutânea pode 
ser facilmente sentido pela palpação 
sobre a área do esterno e abdome, 
indicando obesidade. 
@foconocrmv 
O espaço celomático é palpável entre a 
quilha ventral e a pelve. O espaço é 
pequeno e, muitas vezes, só é possível 
palpar uma pequena área do ventrículo 
e as alças intestinais. 
Anormalidades que podem ser 
detectadas nesta palpação incluem: 
distensão abdominal, ventrículo 
deslocado, massa palpável, líquido 
intracelomático e/ou se há ovo. A cloaca 
é inspecionada com o auxílio de um 
pequeno espéculo, podendo ser 
observadas lesões, massas, edema e 
prolapso. 
As fezes podem apresentar coloração 
alterada conforme a dieta da ave, como, 
por exemplo, ingestão de vegetais ricos 
em pigmentos ou de rações extrusadas 
com corantes; além disso, as fezes podem 
mostrar alimentos mal digeridos ou 
melena. 
A urina pode ter alterações como 
coloração alterada, poliúria, biliverdinúria 
ou hematúria. Em casos extremos de 
desidratação, não se observa a parte 
líquida.
 
 
A colheita adequada deuma amostra de 
sangue é fundamental para qualquer 
avaliação hematológica, bioquímica ou 
para exames biomoleculares. A colheita 
de sangue pode ser realizada pela veia 
jugular direita, preferencialmente em 
espécies pequenas, e pelas veias dos 
membros torácicos (veia braquial/ulnar) e 
pélvicos (veia tibiotársica medial). 
O exame coproparasitológico deve ser 
realizado como parte da avaliação geral 
da ave. O exame direto das fezes é uma 
ferramenta útil na clínica de aves, pois 
auxilia no diagnóstico de protozoários 
(ex., Giardia sp.) e leveduras (ex., 
Macrorhabdus ornithogaster). 
A biologia molecular representa um 
enorme avanço no diagnóstico de 
doenças infecciosas pela sua extrema 
sensibilidade e especificidade. Porém, 
sua utilização requer do clínico 
conhecimento sobre a patogenia do 
agente etiológico e adequada colheita 
de material, objetivando alcançar o 
máximo benefício que a tecnologia 
proporciona. 
PCR: alta especificidade e baixa 
sensibilidade. Grande variedade de 
amostras possíveis de coleta 
Exames Microbiológicos: isolamento de 
bactérias, fungos (cuidado no momento 
da coleta – localcerto, preferencialmente 
não contaminar a amostra durante a 
coleta, não coletar de animais em 
antibioticoterapia). 
Hematologia e bioquímica sérica: 
realizados com volume mínimo (200 a 400 
microlitos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
@foconocrmv 
Diagnóstico por Imagem 
A ultrassonografia é ainda de utilização 
limitada em aves devido a fatores 
anatômicos limitantes relacionados com 
os sacos aéreos. 
A endoscopia é uma ferramenta 
bastante útil na rotina clínica, pois torna 
possível a inspeção visual direta de 
cavidades e de órgãos. Endoscópios 
rígidos são frequentemente utilizados 
para diagnóstico em aves, em conjunto 
com cânulas que possibilitam a 
passagem de pinças de biopsia ou de 
apreensão. 
Alterações no bico 
 
Doenças do bico, trauma, infecção, 
neoplasia, falta de desgaste e má 
oclusão congênita, podem afetar o 
crescimento e seu formato. 
Esta ave deve ser submetida a desgastes 
frequentes, com lixas, alicates e brocas 
acopladas em motor de rotação, para 
evitar deformações e fraturas. 
Crescimento excessivo da maxila e a 
hiperqueratose da ponta do bico podem 
ser sinais de hepatopatias. 
 
 
 
 
Capacidade de vôo 
 
 
Fratura de penas 
Mais comum nas penas das asas, em 
gaiolas com superlotação ou de 
tamanhos e formatos inadequados. 
Durante a fase de crescimento da pena 
qualquer dano ao canhão pode 
provocar sangramento da polpa, que é 
bastante vascularizada. 
A hemorragia pode ser grave e o canhão 
da pena danificado deve ser removido 
para facilitar a coagulação e cessar o 
sangramento. 
 
Arrancamento de penas e 
automutilação: 
• Psicogênico; 
• Desnutrição; 
@foconocrmv 
• Infeccioso: sarnas e outros 
parasitas, doença de bico e penas, 
parasitoses intestinais. 
Circovírus: O vírus infecta aves com menos 
de 3 anos de idade e é transmitido da 
mãe para o ovo ou diretamente para os 
filhotes, as partículas virais podem ser 
espalhadas nas penas por correntes de 
ar, fezes secas ou até mesmo nas 
vestimentas do manipulador das aves. 
Os materiais dos ninhos, fórmulas 
alimentares, utensílios de alimentação, 
redes, transportadores de aves, podem 
ser facilmente contaminados pelo vírus. 
Uma vez que as partículas virais podem 
permanecer viáveis no ambiente por 
meses, mesmo depois da morte da ave, 
há um alto potencial da infecção se 
espalhar em todo o plantel. 
 
Distúrbios nutricionais 
Obesidade 
É um distúrbio nutricional comum, 
especialmente em psitacídeos cativos. 
Algumas espécies são mais predispostas à 
obesidade, como o periquito australiano 
(M.undulatus), a calopsita (N. 
hollandicus), a cacatua (Cacatua sp.) e 
os papagaios do gênero Amazona sp. 
Dietas excessivamente energéticas, 
sedentarismo, idade, condição 
reprodutiva e temperatura ambiental são 
os fatores causais primários mais comuns 
de obesidade. 
Os efeitos deletérios sobre a saúde são 
bem conhecidos, entre os quais estão 
lipidose hepática, hipertensão arterial, 
aterosclerose, insuficiência cardíaca 
congestiva, imunossupressão, aumento 
na incidência de diabetes melito, 
neoplasias, intolerância ao calor e riscos 
inerentes à anestesia. 
Hipovitaminose A 
A vitamina A é essencial para visão, 
reprodução, imunidade, integridade das 
membranas, crescimento, embriogênese 
e manutenção das células epiteliais. 
A deficiência de vitamina A é um 
problema comum em aves de 
companhia, particularmente nas 
alimentadas apenas com sementes. É 
caracterizada principalmente por 
metaplasia escamosa de diferentes 
epitélios associados às membranas 
mucosas dos tratos digestório, respiratório 
e geniturinário, predispondo as aves a 
infecções secundárias por agentes 
diversos. Assim, os sinais clínicos estão 
relacionados são sinusite crônica, 
descamação da carúncula, conjuntivite, 
inflamação com espessamento das 
papilas da coana, hiperqueratose da 
pele nas patas e nos pés. 
O diagnóstico tem como base o histórico 
e o quadro clínico, o tratamento 
recomendado é a correção da dieta e a 
suplementação com vitamina A. 
 
Deficiência proteica 
A deficiência de proteínas (determinados 
aminoácidos) afeta diretamente o 
empenamento, podendo ocorrer mudas 
incompletas, penas com aspecto de 
alfinete, penas facilmente quebráveis, 
desenvolvimento corporal deficiente e 
falha reprodutiva. As proteínas são de 
@foconocrmv 
extrema importância no processo de 
muda, pois há aumento da necessidade 
de aminoácidos para a síntese e a 
substituição das penas. Assim, o clínico 
deve preocupar-se não apenas com a 
quantidade de proteína na dieta, mas 
também com sua qualidade. 
 
A deficiência de determinados 
aminoácidos (arginina e metionina) 
durante o crescimento das penas pode 
resultar em linhas transversais 
perpendiculares ao eixo da pena, de 
coloração escura, denominadas linhas de 
estresse. Podem ainda afetar a coloração 
normal de penas (deficiência de 
carotenoides, aminoácidos, colina, 
riboflavina, tirosina e cobre. 
Intoxicação por micotoxinas 
Micotoxinas são metabólitos produzidos 
por alguns fungos que comumente 
contaminam grãos. 
Psittaciformes são mais suscetíveis 
principalmente devido ao consumo de 
sementes de girassol, milho e amendoim. 
Os sinais clínicos e as lesões variam 
conforme a quantidade ingerida e o 
tempo de exposição às toxinas. Em geral, 
as aves apresentam letargia, perda de 
peso, anorexia, regurgitação, polidipsia e, 
em alguns casos, podem ocorrer 
alterações no sistema nervoso central. 
As mico toxinas são hepatotóxicas, 
podendo causar fibrose, necrose 
hepática, cirrose e hiperplasia de ductos 
biliares. Testes para detecção de mico 
toxinas em alimentos estão disponíveis. 
Não há tratamento específico para as 
micotoxicoses, o qual dependerá do 
quadro clínico apresentado e de terapia 
de suporte, a retirada de alimentos 
contaminados deve ser imediata. 
A ausência do fungo não assegura a 
ausência do mico toxina no alimento, 
assim como pode haver crescimento de 
fungo sem produção de toxina. 
Clamidiose 
A Chlamydophila psittaci, agente da 
clamidiose, representa atualmente um 
dos principais problemas na clínica de 
aves de companhia. A apresentação 
clínica da clamidiose em psitacídeos é 
variável, afetando principalmente os 
sistemas respiratório, digestório e 
geniturinário. 
Os sinais clínicos são prostração, anorexia, 
desidratação, secreção ocular, nasal ou 
conjuntival, conjuntivite, blefarite, 
dispneia, poliúria, biliverdinúria e diarreia. 
Estabelecer o diagnóstico definitivo pode 
ser um desafio ao médico-veterinário: o 
isolamento do agente é o método de 
diagnóstico conclusivo, mas requer 
biossegurança de nível 3. O PCR tem sido 
amplamente utilizada, no entanto, 
resultados falso-negativospodem ocorrer 
devido à característica intracelular da 
Chlamydophila. 
O fármaco de escolha para o tratamento 
é a doxiciclina (20 mg/ml VO ou IM), 
utilizada por 45 dias. Aplicações por via 
intramuscular, podem causar necrose no 
local da aplicação e devem ser 
ponderadas em aves debilitadas. 
Devido ao potencial zoonótico a 
competência para tratamento das aves 
deve ser prerrogativa exclusiva do 
médico veterinário, notadamente devido 
à sua responsabilidade em relação à 
saúde pública. 
@foconocrmv 
Eimeria spp. e Isospora spp – Peito seco 
Apetite normal/aumentado com perda 
de peso progressiva. Normalmente sinais 
de diarreia não são perceptíveis (para o 
proprietário). 
Diagnóstico com base no exame de 
fezes; 
Tratamento: toltrazuril\sulfas. 
Sarna de bico - Knemidocoptes pilae 
Knemidocoptes pilae (sarna) é relatado 
em psitacídeos, mais frequentemente em 
periquito australiano, produzindo lesões 
crostosas e proliferativas no bico, na cera 
e face e também nos membros pélvicos e 
asas. 
 
É transmitido por debris celulares. Fatores 
de imunossupressão e genéticos 
desempenham papel importante na 
evolução dos sinais clínicos. 
O diagnóstico é feito pelo aspecto das 
lesões. A raspagem de pele pode ser 
utilizada para identificar o ácaro ou seus 
ovos nas lesões. 
Tratamento com ivermectina tópica ou 
oral apresenta excelente resultado, 
devendo ser repetido a cada 2 semanas 
até a resolução das lesões.

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