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Atividade A1 
Nome: Carolina Pedroso Alvarenga da Silva 
 
1. Do ponto de vista da aplicabilidade e da eficácia, porque os Ministros afirmam inexistir 
“desníveis e desigualdades” entre a ADCT e a Constituição Federal? Justifique com base no 
conteúdo estudado. 
Podemos considerar que a ADCT tem natureza jurídica de uma norma constitucional, 
semelhantemente àquelas que constam na própria CF, considerando isso os Ministros, ao 
analisar o recurso e votarem, afirmam a inexistência de desníveis e desigualdades, pois a 
primeira ostenta a rigidez imposta às regras inscritas no texto básico da lei fundamental. 
Portanto podemos dizer que ambas, CF e ADCT, possuem o mesmo tratamento quanto sua 
eficácia, prevalência e força normativa. Então, sabemos que as normas da ADCT são regras de 
aplicabilidade que ajudam a CF a ter sua eficácia. 
 
2. Discorra sobre as influências dos movimentos constitucionais (fases do constitucionalismo) 
para a perpetuação da Constituição enquanto norma estruturante do ordenamento jurídico e 
a sua importância para o resultado da decisão. 
O constitucionalismo possui diversas fases com muitas especificações, podemos dizer que 
todos influenciaram um pouco na realização da CF que vigora hoje, isto posto, irei enumerar e 
citar as características ao qual foram integradas à Constituição de 1988, são eles: 
1. Constitucionalismo na Antiguidade: o estabelecimento de uma limitação de poder. 
2. Constitucionalismo na Idade média: previu a garantia de plenos direitos aos homens e 
o não abuso de poder pelo soberano para a coação. 
3. Constitucionalismo Moderno ou Neoconstitucionalismo: continha os arbítrios do 
poder, foi o rompimento com o liberalismo clássico, há conexão entre o direito e a 
moral. 
4. Constitucionalismo Contemporâneo: se enquadram os direitos humanos de segunda 
geração, tipo consolidado em nossa CF. 
5. Constitucionalismo do Futuro: presente os valores, mudanças de perspectivas, direitos 
humanos de terceira geração e propagação para todos. 
6. Constitucionalismo Liberal: direitos individuais, civis, políticos e de nacionalidade. Uma 
das grandes conquistas da humanidade. 
7. Constitucionalismo Social: estado democrático de direito. 
Acredito que para o resultado da decisão prevaleceu a supremacia da ADCT como norma 
formalmente constitucional em mesmo nível de eficácia e grau de autoridade que a CF, ambas 
conservam a mesma estabilidade normativa e colocam-se como pressupostos de validade do 
sistema de direito positivo. Assim, os princípios e os direitos fundamentais, consagrados nas 
disposições permanentes da CF, não foram feridos quando do acórdão, pois não há natureza 
alimentar nos créditos postulados. Ao que pese, os Ministros acordaram com a 
constitucionalidade do artigo 33 da ADCT, quanto ao parcelamento de precatórios 
devidamente outorgados e deram provimento ao recurso apresentado em face da decisão 
supra. 
3. Identifique quais os princípios de interpretação geral e de interpretação constitucional 
utilizados no caso concreto para elaboração do voto. É possível dizer que ocorrem conflitos de 
valores e colidência de princípios de direito e princípios constitucionais? 
Apesar da Constituição ser a lei maior, e hierarquicamente estar acima das demais, ela não 
deixa de ser uma lei e, igualmente às demais, ela está adstrita às interpretações e técnicas 
aplicadas nas outras, portanto, prevalecerão os princípios para a análise da norma no caso 
concreto. Ademais, os mesmos são fundamentais em qualquer ramo do direito. 
Podemos citar o art. 4° da LINDB que diz: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. ” 
Portanto, os princípios que podemos citar, constantes indiretamente, no acórdão, são os que 
seguem: 
Princípio da unidade da Constituição – deve ser interpretada como um sistema unitário sem 
hierarquia, evitando contradições e eliminando antinomias. 
Princípio da concordância prática – prega a igualdade de valor dos bens constitucionais. 
Princípio da máxima efetividade – proporcionar a máxima eficácia possível, sem violar o 
conteúdo, está relacionado com os direitos fundamentais. 
Princípio da força normativa – toda norma constitucional possui eficácia. Máxima 
aplicabilidade. 
Princípio da presunção de constitucionalidade das leis – as leis e os atos normativos dever ser 
presumidos plenamente constitucionais. 
Como já mencionado anteriormente, a ADCT tem força constitucional, por isso os princípios 
aplicáveis à CF podem ser aplicáveis a ela, e terem a mesma força que teriam na lei maior. 
Como bem mencionado no acórdão, ambas não têm antinomias entre elas, portanto estão em 
harmonia no ordenamento jurídico. 
Não acredito que hajam colisões ou conflitos entre os princípios, pois podemos utilizar ambos 
para chegar a conclusão dos ministros no acórdão. Se o ato fosse considerado inconstitucional, 
poderiam haver esses conflitos, mas como ambos estão harmonizados entre eles, o 
andamento está conforme. 
Ademais, os princípios destacados pelo juízo a quo, só serão eficazes quando a norma se tratar 
de natureza alimentar. 
 
4. Justifique a interpretação do STF quanto à ausência de incompatibilidade hierárquico-
normativa entre a ADCT e a Constituição Federal com base na teoria de Hans Kelsen, bem 
como suas influências oriundas do pós-positivismo. 
A ADCT é a sigla para Ato das Disposições Constitucionais Transitória, criado para 
harmonização do regime constitucional anterior para o posterior, ela estabelece regras de 
transição, tem natureza de norma constitucional, podem ser alteradas por emenda, mas sem 
desvirtuar sua finalidade e perdem validade com o passar do tempo. 
Já a Constituição Federal é a lei maior, a norma regulamentadora de todo o ordenamento 
jurídico, serve para a delimitação dos poderes e definição de direitos e deveres dos cidadãos, 
dente da concepção da pirâmide de Kelsen, ela está no topo, abaixo apenas da Norma 
Hipotética, mas acima de todas as outras. 
A teoria pura do direito de Hans Kelsen, diz que a norma deve ser purificada de todas as 
concepções morais, filosóficas e sociológicas, tornando-a assim uma norma positivada, o 
direito deve ser puramente norma jurídica. A teoria refere-se a abstrair quaisquer 
considerações fáticas ou valorativas e predominar a validade normativa. Kelsen diz que os 
elementos formadores do positivismo são a imperatividade, a coação e a sanção. O positivismo 
foi duramente criticado após a 2° Guerra Mundial, pois os alemães o utilizaram como desculpa 
para a barbárie cometida. 
Diferente da teoria pura do direito de Kelsen, o pós-positivismos tenta aproximar o direito da 
moral e da ética, para assim criar uma relação entre direito e ética, onde relacionam-se os 
valores, os princípios e as regras, criando uma nova hermenêutica constitucional. Acredita-se 
que o conhecimento humano é baseado em hipóteses. Essa nova teoria surgiu para a tentar 
restabelecer uma relação antes desgastada, para o reconhecimento da normatividade pela 
ordem jurídica. 
Considerando a teoria do Kelsen, e o ordenamento enquanto pirâmide, podemos constatar 
que a ADCT e a CF estão situados no mesmo patamar, ou seja, o superior, projetando-se acima 
das demais normas. O ministro-relator do STF considera que não haja incompatibilidades 
hierárquico-normativas, visto que as conflitualidades vislumbradas são meramente aparentes, 
e o estudo mais aprofundado das mesmas demonstrará a compatibilidade entre elas, além de 
que ambas têm índole constitucional, mesmo grau de autoridade e nível de eficácia, mesma 
natureza jurídica, mesma supremacia jurídica, são de direito positivado e possuem igual 
estabilidade normativa, deixando claro a constitucionalidade da ADCT enquanto norma 
constitucional, pois o seu preceito só será inaplicável quando se tratar de créditos de natureza 
alimentar.

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