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CONCEITO DE CRIME A norma descreve um modelo abstrato de comportamento proibido = crime. A definição atual é produto de elaboração inicial da doutrina alemã, a partir da 2ª Metade do Século XIX que, sob a influência do método analítico extraiu os elementos que compõem esse conceito. Esse método procura decompor os elementos do crime em suas características: · · Tipicidade: derivada do princípio da legalidade. É necessária a previsão normativa da conduta criminosa e que a ação esteja adequada ao modelo descrito em lei. · antijuricidade: aaAntijuricidade: é o juízo de valor negativo, o desvalor que qualifica o fato como contrário ao direito. · CuucccccccccijnsjahjdjkahdjkhakjhdkjajkhdkhCCCCCCCCCCCUUUCulpabilidade: juízo de reprovação pessoal; que recai sobre o autor, que podendo se comportar conforme o direito optou livremente por se comportar contrário a ele. É necessário a conduta para a constituição do conceito de crime da tipicidade – ação – comportamento humano, voluntário... René Ariel Dotti, Damário de Jesus, Mirabete, Capez, Celso Delmanto, Flávio Augusto Monteiro de Barros e outros adotam a concepção bipartida: crime como fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade mero pressuposto para aplicação da pena. É NEEEEÉ NE Para Assis Toledo, Heleno Fragoso, Juarez Tavares Bittencourt, Luiz Regis Prado, Rogério Greco, Nelson Hungria, Anibal Bruno, Magalhães Noronha e outros: crime é o fato típico, antijurídico e culpável. FATO TIPICO: · Conduta: ação humana voluntária consciente e dirigida a uma finalidade. Ao Direito Penal interessa as condutas que poderiam ser evitadas. Onde não tiver vontade não tem conduta. · Resultado: · Jurídico: lesão ao bem ou perigo de lesão · Naturalístico: mudança no mundo exterior. Ex: morte, homicídio. · Nexo causal: elo que liga a conduta do sujeito ao resultado, se a conduta do agente deu ou não causa ao resultado. Relação causa X efeito. · Tipicidade: derivada do princípio da legalidade. É necessária a previsão normativa da conduta criminosa e que a ação esteja adequada ao modelo descrito em lei (não á crime sem previsão legal) CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES: · Material: a lei descreve a ação e prevê o resultado que deve acontecer para a consumação (Ex: homicídio – crime de resultado/ matar alguém – morte) · Formal: a lei prevê a conduta + o resultado. Este não precisa acontecer (Ex: Art. 250 – crime de atividade. Incêndio, sequestro, extorsão mediante sequestro) · De mera conduta: a lei nem prevê resultado (Ex: Art. 244 e 246 – crime de atividade. Deixar de mandar o filho para a escola) · Unissubjetivos: podem ser praticados por 1 só (Ex: homicídio, furto, roubo, estupro) · Plurissubjetivos: exigem participação de 2 ou mais sujeitos (Ex: bigamia, rixa, 288) · Unissubsistente: se perfazem com uma ação ou omissão indivisível, Art.40, CP (único ato – não cabe tentativa) (Ex: desacato: ofendeu, consumou/ não existe tentativa de desacato) · Plurissubsitente: podem ser fracionados as condutas, admitem tentativa. (Ex: homicídio, estupro) · Instantâneo: a consumação se dá num único instante (Ex: homicídio, furto, roubo) · Permanente: o momento consumativo se prolonga no tempo (Ex: Art. 288, extorsão mediante sequestro, manter casa de prostituição) · Comum: praticado por qualquer pessoa, não exige sujeito ativo qualificado. (Ex: Homicídio, furto, roubo) · Próprio: exigem sujeito ativo especial ou qualificado. (Ex: peculato, infanticídio, falso testemunho) · Omissão própria: crimes de mera conduta, como a omissão de socorro, a lei pune o sujeito simplesmente por ser omisso, não responde pelo resultado. (Ex: morte, homicídio) · Omissão imprópria: crime de resultado/ abstenção (omissão produziu resultado, responde pelo resultado, (Ex: acidente com morte) ELEMENTARES · Objetivos: (direto, claro e precisos) são todos os dados que, constando da descrição típica, não se referem ao psiquismo do agente. Referem-se à conduta, aos sujeitos, ao modo de execução (circunstâncias de tempo, lugar...). São descritivos. Ex: matar alguém, subtrair coisa alheia. · Normativos: (os fatos devem ser analisados, interpretados) são os dados que dependem de um juízo de valoração, estabelecido por uma norma jurídica ou cultural; e que deve ter uma carga de desvalor para serem reprováveis. Ex: indevidamente, fraudulentamente, sem justa causa. · Subjetivos: (intenção do sujeito) dizem respeito aos estados e processos anímicos do agente, à intenção que move o comportamento humano. Ex: para si ou para outrem; com o intuito de... SUJEITOS E OBJETOS · Sujeito ativo: é a pessoa que pratica a conduta descrita pelo tipo penal. Animais e coisas não o são por lhes faltar vontade. Pessoa jurídica / 2 correntes: · Contrários: a pessoa jurídica não age com dolo ou culpa; não cabe prisão; para aplicar multa cabe o disposto no Código Civil; as pessoas são personalíssimas; os artigos 173, § 5º e 225, § 3º são apenas declaratórios. · A favor: num plano sociológico a pessoa jurídica tem vontade. A demais caberia responsabilidade objetiva. As penas privativas não são as únicas cabíveis. No tocante a ser personalíssima a pena incidirá sobre a pessoa jurídica e não sócio. A Constituição Federal permite a punição dessa espécie (Art. 173, § 5º e 225, § 3º, incluindo a Lei 9.605/98 - crimes contra o meio ambiente) · Sujeito passivo: é o titular do bem protegido pelo tipo penal incriminador, que foi violado. · Formal (constante): é o titular do interesse de punir (estado) · Material (eventual): é o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente (titular) · Não o são: animais, coisas e mortos · Objeto: é o bem jurídico que sofre as consequências da conduta criminosa. · Material: é o bem de natureza corpórea ou incorpórea sobre a qual recai a conduta criminosa. · Jurídico: é o interesse protegido pela norma penal: patrimônio. Honra, fé pública. DOLO São 3 as teorias que buscam estabelecer o conteúdo do dolo: a) Teoria da Vontade: age dolosamente quem pratica a ação consciente e voluntariamente, visando o resultado. Consciência da conduta + resultado b) Teoria da Representação: dolo é a simples previsão do resultado. (não foi adotada) A consciência de que a conduta produz o resultado é suficiente c) Teoria do Assentimento ou Consentimento: dolo é a previsão do resultado a que o agente adere, não sendo necessário que ele o queira. Basta consentir em causar o resultado ao praticar a conduta. Código Penal, Art. 18, I 1ª parte: Teoria da vontade: dolo direto: quer produzir o resultado 2ª parte: Teoria do Assentimento: dolo eventual: ou assume o risco de produzi-lo. Espécies de dolo · Direto ou determinado: quer certo/ determinado resultado · Indireto ou indeterminado: o conteúdo do dolo não é preciso. Pode ser: alternativo ou eventual. · Alternativo: o agente prevê a pluralidade de resultado e dirige sua conduta buscando realizar qualquer um deles, o agente tem a mesma vontade de um ou de outro (tanto faz uma lesão corporal ou homicídio) · Eventual: o agente prevê a pluralidade de resultados, mas dirige sua conduta na busca de realizar um deles, porém assume o risco de produzir os demais. A intenção é produzir a lesão corporal, mas aceita a possibilidade de um homicídio acontecer. Busca um mas aceita os outros. · Dolo geral: nos casos em que o agente, supondo ter conseguido o resultado pretendido, pratica nova ação que, esta sim, vem a resultar no evento. Ex: vítima esfaqueada é atirada ao mar e morre afogada. Responderá o agente, por homicídio doloso em decorrência do dolo geral e não tentativa de homicídio seguido de homicídio culposo. Dolo e pena: pena abstrata é a mesma, independente da espécie de dolo. Há na dosimetria da pena: culpabilidade (Art. 59, interferirá) CULPA A culpa tem que estar expressamente prevista e é a exceção. O dolo é a regra. A culpa é o elemento normativo da conduta. Verificada através de um juízo de valor, comparando-se a conduta praticada por um homem de razoável diligencia, mediana prudência. Os tipos culposos são abertos, já que não descrevem como se dará a culpae genéricos. Exemplo de condutas: direção perigosa, brincar com arma carregada, levantar pipa em local que tem fios elétricos, soltar cão em local público... Elementos do fato típico culposo: · Conduta (voluntária) · Resultado (involuntário) · Nexo causal · Tipicidade (Art. 121 e 129 CP) · Previsibilidade objetiva (que é a possibilidade do homem de razoável diligencia prever o resultado). Ausência de previsão pode se verificar na culpa inconsciente (o sujeito não previu aquilo que era previsível) · Quebra do dever objetivo de cuidado (que é o dever que toda pessoa deve ter; o dever normal de cuidado imposto às pessoas de razoável diligência). Art. 18, II, CP – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligencia ou imperícia. Modalidades da culpa · Imprudência: ação descuidada. Comportamento positivo. É um atuar com precipitação, insensatez. Enquanto o agente pratica a conduta vai acontecendo simultaneamente o resultado lesivo. Ex: ultrapassagem proibida, trafegar na contramão, excesso de velocidade. · Negligência: é a culpa na sua forma omissiva. Deixar de tomar o cuidado devido antes de começar a agir, antes do início da ação. Abstenção por desídia, preguiça mental. Ex: deixar de reparar os freios, não sinalizar devidamente cruzamento perigoso. · Imperícia: demonstração de inaptidão técnica em profissão ou atividade. Ex: médico que ao tratar ferida amputa a perna. Atirador de elite que acerta a vítima ao invés do criminoso. Se não for profissional não age com imperícia, mas com imprudência. Espécies de culpa · Inconsciente: é a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o que era previsível. · Consciente: o agente prevê o resultado, embora não o aceite. Interfere na dosimetria da pena · Culpa imprópria: o agente, por erro de tipo inescusável (imperdoável), prevê o resultado e o deseja, porém pensa estar agindo amparado por lei. Art. 20, § 1º - descriminante putativa (descriminante por erro). (ÚNICA QUE ADMITE TENTATIVA) · Culpa mediata: ocorre quando o agente produz um primeiro resultado e em virtude deste produz um segundo resultado. Ex: assaltante apronta arma a um motorista parado no sinal. Motorista assustado, foge e é atropelado. · Compensação e concorrência de culpas · Compensação: não existe compensação de culpas · Concorrência de culpas: a culpa de um não exclui a do outro PRETERDOLO Acontece um resultado a título de culpa que agrava a pena/qualifica. Dolo no antecedente e culpa no consequente. Ex: Art.128, § 3º CP.
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