Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REVISÃO: Introdução à farmacologia e teoria dos receptores farmacológicos Monitor: João Victor Belo Docente: Drª. Ivana Maria Fechine • O que é a farmacologia? Ciência que estuda os fármacos e os aspectos de interação das drogas com os organismos vivos, seja para curar doenças ou causar ações nocivas. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 2 • Droga: Substância química dotada de atividade biológica, capaz de mudar o funcionamento fisiológico do corpo, de forma terapêutica ou não. Encontrada em seu estado puro, pode, ou não, ser transformada em medicamento. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 3 • Fármaco (IFA – Insumo farmacêutico ativo): Droga de composição química definida (princípio ativo) que tem efeito biológico desejável quando administrado em DOSES TERAPÊUTICAS. • Medicamento: Quando ao fármaco são adicionados todos os componentes para que este seja administrado terapeuticamente. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 4 • Forma farmacêutica Produto farmacêutico final, resultante da união entre princípio ativo e excipientes, através da aplicação de uma operação farmacêutica. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 5 • Desintegração do medicamento liberando a fração de princípio ativo que deverá ser absorvida. Fase Farmacêutica • Engloba os processos de passagem do medicamento pelo corpo humano, são eles: absorção, distribuição, biotransformação (metabolização) e excreção. Fase Farmacocinética • Caracterizada pela chegada do medicamento em seu local de ação, efetuando sua função e efeito terapêutico desejado. Fase Farmacodinâmica Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 6 • Biodisponibilidade: É a porção ativa do fármaco que chega a ser disponível na circulação sistêmica e se liga ao seu alvo. • Bioequivalência: Estudo da biodisponibilidade comparativa entre um determinado medicamento e outro (ex: Medicamento X e Medicamento Y são bioequivalentes, ou seja, possuem a mesma biodisponibilidade). Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 7 • Ação biológica: Consiste no resultado terapêutico esperado para aquele fármaco, com a administração correta, na dose correta e tempo correto. • Ação tóxica: Pode ocorrer devido a cronificação do tratamento (tomar o medicamento por um longo período de tempo), como também ocorre por ingestão exagerada de um medicamento (tomar uma alta dose de uma vez, ultrapassando o efeito terapêutico). Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 8 • Efeito colateral: Efeito já esperado que acompanha o efeito terapêutico do medicamento, mesmo que esse medicamento seja administrado em doses terapêuticas. • Reação adversa: Efeitos que não são esperados para o uso do medicamento. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 9 • Placebo: Administração da forma farmacêutica sem o princípio ativo • Tolerância: Ocorre quando o uso de um fármaco já não faz efeito quando administrado em doses terapêuticas, e para que o paciente obtenha o efeito desejado é necessário doses cada vez maiores Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 10 • Dependência: Fenômeno onde ocorre uma mudança irreversível no metabolismo normal do paciente, causado pelo uso contínuo da droga, fazendo com que o organismo dependa da droga para funcionar ➢Portanto: Tolerância Dependência Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 11 • Doses: • DE50 (DOSE EFETIVA): Dose efetiva média, é a dose capaz de causar resposta terapêutica em 50% dos indivíduos testados. • DL50 (DOSE LETAL): Dose letal média, é a dose capaz de matar 50% dos indivíduos testados, é usada para avaliar os níveis de toxicidade dos medicamentos. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 12 • JANELA TERAPÊUTICA Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 13 • O que é um receptor? Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 14 • O que é um receptor? ➢Proteínas ou glicoproteínas presentes na membrana plasmática, na membrana das organelas ou no citosol celular, que unem especificamente outras substâncias químicas chamadas moléculas sinalizadoras, como os hormônios e os neurotransmissores • Principais alvos de ação dos fármacos. São os componentes de uma célula ou organismo que interagem com o fármaco para iniciar (ou inibir) uma cadeia de eventos levando aos efeitos desejados dos fármacos. • Função: Receber um ligante, seja ele endógeno ou exógeno. Antagonista ou agonista. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 15 Tipos de receptores Receptores reserva: Não são ocupados Receptores silenciosos: locais ocupados na proteína receptora mas que não desencadeiam respostas Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 16 Tipos de fármacos que podem se ligar Agonistas: • Substâncias que ao se ligarem ao seu receptor o ativam, causando um efeito biológico, seja ele benéfico o não Agonistas totais: • São substâncias que ao se ligarem ao receptor, ativam totalmente a resposta máxima. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 17 Agonistas parciais: • Ligam-se ao receptor do mesmo modo, porém não desencadeiam uma resposta eficaz como o agonista total, mesmo estando em grandes quantidades; Agonistas inversos: • Substância capaz de se ligar ao mesmo receptor que um agonista, mas que ao se ligar desativa o receptor que está constitutivamente ativo Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 18 Antagonistas: • Ligam-se ao receptor impedindo que as substâncias agonistas, ou o próprio ligante endógeno, se liguem, tornando esse receptor inativo. São considerados ineficazes pois não desencadeia efeito biológico. Antagonista competitivo: • Compete com o agonista (ou ligante endógeno) pelo mesmo sítio de ligação no receptor. Antagonista não competitivo • Não compete pelo sítio ativo do receptor. Se liga a um sítio de ligação diferente do qual se liga o Agonitsa/Endógeno. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 19 Antagonista competitivo irreversível: • Se liga ao receptor da mesma forma que o competitivo, porém de forma irreversível, tornando o receptor permanentemente inativado. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 20 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 21 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 22 Características da interação fármaco-receptor ESPECIFICIDADE SELETIVIDADE REVERSIBILIDADE AFINIDADE Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 23 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 24 • São proteínas canais, transmembra, que podem ser tetra ou pentaméricas. O canal é modulado ou bloqueado por um ligante, que pode ser um fármaco ou uma molécula endógeno. Funciona através de íons, e é altamente seletivo para os íons que conduz. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 25 ▪ Mecanismo de ação: 1. O ligante liga-se ao sítio ativo do receptor ativando-o; 2. Ocorre alteração conformacional dessa proteína, causando a abertura do canal iônico. ➢Cátions: vão despolarizar a membrana da célula, causando excitabilidade; ➢Ânions: vão hiperpolarizar a célula, causando uma inibição. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 26 • Exemplos: • Receptor Nicotínico de Acetilcolina ✓Abre canais de Na+ → Despolarização → Excitação • Receptor do GabaA ✓Abre canais de Cl− → Hiperpolarização → Inibição • Receptor NMDA do aspartato ✓Abre canais de Ca2+ → Despolarização → Excitação Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 27 • Importância: o Este receptor tem grande importância, principalmente na placa motora, pois se encontra no músculo esquelético. E nos gânglios autonômicos para a transmissão dos sinais que vem do SNC para a periferia; o Seu tempo de ação é de milissegundos Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 28 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 29 Introduçãoa farmacologia e receptores farmacológicos 30 Vídeo: liberação; ligação da acetilcolina • Esse receptor é uma proteína transmembranar heptaelicoidal (ou seja, possui 7 domínios que atravessam a membrana celular) e está acoplado a proteína G. • A proteína G é uma proteína periférica que recebe esse nome devido a sua associação aos nucleotídeos de guanina (GDP e GTP), é formada por um trímero, Alfa, beta e gama. Quando o receptor está desocupado, a proteína G está desfosforilada e essas subunidades estão ligadas de forma não covalente entre si, com GDP. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 31 • Mecanismo de ação: 1. O ligante liga-se ao sítio ativo do receptor ativando-o; 2. Ocorre uma mudança conformacional. E como a subunidade alfa da proteína G tem atividade GTPásica ocorre a troca de GDP por GTP, então a proteína G fica fosforilada; 3. Em seguida há a dissociação do complexo alfa-GTP das subunidades beta e gama; 4. O complexo alfa-GTP vai então ativar uma proteína efetora; 5. As proteínas efetoras, vão produzir segundos mensageiros, que vão ativar proteínas quinases. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 32 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 33 • Esse tipo de receptor gera muitas respostas, devido a variedade de segundos mensageiros. O segundo mensageiro vai depender de qual iso- forma da proteína G for ativada. o Adenilato ciclase →AMPc; o Fosfolipase C → IP3 e o DAG; o Guanilato Ciclase é o → GMPc; o Fosfolipase A2 → Ácido aracdônico. Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 34 • Os mecanismos de sinalização acoplados à proteína G estão envolvidos em numerosos processos importantes, incluindo visão, olfação e neurotransmissão. Todos os efetores autonômicos possuem receptores metabotrópicos e também o sistema nervoso central • São os receptores mais numerosos e mais presentes na farmacologia • Tempo de ação: Minutos Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 35 • Exemplos: o Receptores Muscarínicos (acetilcolina); o Receptores Noradrenérgicos (Noradrenalina e Adrenalina); o Receptores Opióides (endorfinas, encefalinas). Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 36 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 37 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 38 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 39 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 40 • São proteínas, com apenas 1 domínio transmembranar que pode se dimerizar; ✓Domínio extra celular onde o fármaco irá se ligar; ✓Domínio intracelular que também é chamado de domínio catalítico; • O domínio intracelular desse receptor difere dos outros uma vez que, possui uma tirosinaquinase e um resíduo de tirosina que vai ser fosforilado Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 41 • Mecanismo de ação: 1. Ocorre a ligação do ligante ao receptor ativando-o; 2. Mudança conformacional no receptor causando sua dimerização; 3. Posteriormente à dimerização o resíduo de tirosina quinase sofre autofosforilação ganhando um átomo de fosfato 4. Através desse processo de fosforilação é capaz de formar complexos com proteínas intracelulares que vão ativar cascatas de quinases • Tempo de ação: minutos à horas Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 42 • Quem ativa esse tipo de receptor: o Fatores de crescimento o Citocinas o Insulina Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 43 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 44 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 45 • Os receptores intracelulares são receptores localizados dentro da célula e não na sua membrana celular. Podem estar localizados no citosol ou mesmo no núcleo da célula; • Para se ligarem a esses receptores os ligantes devem ser moléculas lipofílicas e de baixo peso molecular para que possam sofrer difusão através da membrana plasmática e ligar-se a fatores de transcrição intracelulares Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 46 ▪ Mecanismo de ação: 1. A molécula lipídica entra na célula após permear a bicamada lipídica e se acopla a um receptor silencioso; 2. A ligação do ligante desencadeia uma mudança na conformação do receptor (e, frequentemente, a dissociação de uma proteína repressora, chaperone); 3. Em seguida ocorre o transporte do complexo ligante-receptor para o núcleo. No interior do núcleo, o complexo ligante–receptor sofre dimerização; 4. O complexo ligante–receptor dimerizado liga-se ao DNA e promove transcrição gênica, produz o mRNA que sai para o citoplasma, ativa o ribossomo no retículo endoplasmático rugoso e produz proteína Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 47 • Exemplo de moléculas ligantes: o Colesterol; o Progesterona; o Testosterona. • Tempo de ação: Dias Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 48 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 49 • GOLAN, David E. et al. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014 • RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; FLOWER, R.J. RANG&DALE – Farmacologia, 8º edição, Elsevier, Rio de Janeiro, 2016 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 50 “Toda conquista começa com a decisão de tentar” Bons estudos! Monitor: João Victor Belo Contato: victorjoaobelo.32@gmail.com (83) 996480540 Introdução a farmacologia e receptores farmacológicos 51 OBRIGADO!
Compartilhar