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Gestão do Meio Ambiente - 3 Parte (Introdução a Ciência do Ambiente para Engenheiros)
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mas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; ♦ órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. 3 CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. 3a Parte - Gestão do Meio Ambiente - 105 15.1.2. COMPETÊNCIA DO CONAMA Como órgão deliberativo do SISNAMA, dentre outras atribuições, compete ao CONAMA es- tabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. Ainda, como órgão da hierarquia nacional, ao CONAMA cabe fixar prazos para con- cessão de licenças, determinando, quando julgar necessário, o estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA. Outrossim, através do IBAMA, é competência do CONAMA, estabelecer normas, critérios e pa- drões nacionais relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente em todo o território nacional, cabendo aos Estados e Municípios a regionalização dos mesmos, desde que sejam mais restritivos do que os fixados anteriormente. Compete ao CONAMA, com base em parecer do IBAMA, propor ao Presidente da República a criação de Unidades de Conservação ambiental. Cabe ainda, no caso de constatada a infração de meio ambiente, determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefí- cios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou sus- pensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito. 15.1.3. PENALIDADES Para efeito da Lei do Meio Ambiente, entende-se por poluidor, pessoa física ou jurídica, de di- reito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degra- dação ambiental. Dessa forma, segundo a Lei do Meio Ambiente, Artigo 15, o poluidor que ex- puser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situa- ção de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1(um) a 3 (três) anos e multa de 100 a 1.000 MVR's. A pena será aumentada até o dobro se: ♦ resultar em dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; ♦ resultar lesão corporal grave; ♦ a poluição ser decorrente de atividade industrial ou de transporte; ♦ o crime ser praticado durante a noite, domingo ou feriado. O não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental, sujeitará os transgressores à: ♦ multa simples ou diária, nos valores correspondentes a cada caso, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelos Estados, Distrito Federal, Territórios ou Municípios; ♦ perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; ♦ perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de créditos; ♦ suspensão da atividade. 106 - Introdução às Ciências do Ambiente para Engenharia A Lei do Meio Ambiente veio disposta a corrigir erros e mudar mentalidades, porque quem cobra a multa é a Receita Federal, nos moldes do Imposto de Renda. As multas, conforme o Decreto no 99.274/90, variam de 61,7 a 6.170,0 BTN's - Bônus do Tesouro Nacional (corrigíveis pela TR), que são cobradas pelo Leão. Embora rigorosa, a lei tem suas atenuantes e peculiaridades. Ela permite às empresas infratoras a aplicação de 90% do valor da multa na compra de equipamentos destinados a controlar a polui- ção ambiental ou na realização de pesquisas e de campanhas de educação ambiental. Formalmente, segundo os Artigos 34, 35 e 36 do Decreto supra citado, as infrações passíveis de multas, podem ser agrupadas em três faixas. ♦ Com multas de 61,7 a 6.170,0 BTN's: ♦ contribuir para que o corpo d'água fique em categoria de qualidade inferior à prevista na classificação oficial; ♦ contribuir para que a qualidade do ar ambiental seja inferior ao nível mínimo estabelecido em resolução oficial; ♦ emitir ou despejar efluentes ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos causadores de degrada- ção ambiental, em desacordo com o estabelecido em resolução ou licença especial; ♦ exercer atividade potencialmente degradadora do meio ambiente, sem a licença ambiental le- galmente exigível, ou em desacordo com a mesma; ♦ causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; ♦ causar poluição de qualquer natureza que provoque destruição de plantas cultivadas ou silves- tres; ♦ ferir, matar ou capturar, por quaisquer meios, em áreas de Proteção Ambiental, Reservas Eco- lógicas, Estações Ecológicas e Áreas de Relevante Interesse Ecológico; ♦ causar degradação ambiental mediante o assoreamento de coleções de água ou erosão acele- rada, em áreas de Proteção Ambiental, Reservas Ecológicas, Estações Ecológicas e Áreas de Relevante Interesse Ecológico; ♦ desrespeitar interdições de uso, de passagem e outras estabelecidas administrativamente para a proteção contra a degradação ambiental; ♦ impedir ou dificultar a atuação dos agentes credenciados pelo IBAMA, para inspecionar situ- ações de perigo potencial ou examinar a ocorrência de degradação ambiental; ♦ causar danos ambientais, de qualquer natureza, que provoquem destruição ou outros efeitos desfavoráveis à biota nativa ou às plantas cultivadas e criação de animais. ♦ Com multas de 308,5 a 6.170,0 BTN's: ♦ realizar em APAs, sem licença do respectivo órgão de controle ambiental, abertura de canais ou obras de terraplanagem, com movimentação de areia, terra ou material rochoso, em volume superior à 100 m3, que possam causar degradação ambiental; ♦ causar poluição, de qualquer natureza, que possa trazer danos à saúde ou ameaçar o bem-estar. ♦ Com multas de 617 a 6.170 BTN’s: ♦ causar poluição atmosférica, que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes de um quarteirão urbano ou localidade equivalente; 3a Parte - Gestão do Meio Ambiente - 107 ♦ causar poluição do solo, que torne uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação hu- mana; ♦ causar poluição de qualquer natureza, que provoque a mortandade de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. 15.1.4. CONDIÇÕES ATENUANTES E AGRAVANTES São atenuantes para o cálculo do montante das multas, as seguintes circunstâncias: ♦ o menor grau de compreensão e de escolaridade do infrator; ♦ o arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação ou limitação do dano causado; ♦ a comunicação prévia do infrator, às autoridades competentes , do perigo iminente; ♦ a colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do controle ambiental. São agravantes: ♦ a reincidência específica; ♦ a maior extensão da degradação ambiental; ♦ o dolo, mesmo que eventual; ♦ a ocorrência de efeitos sobre a propriedade alheia; ♦ a infração ter ocorrido em zona urbana; ♦ danos permanentes à saúde; ♦ a infração atingir área sob proteção legal; ♦ o emprego de métodos cruéis na morte ou captura de animais. 15.2. INSTRUMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE Além das penalidades, aplicadas no caso de infrações, a legislação ambiental brasileira prevê instrumentos de participação da comunidade na proteção ao meio ambiente, tais como: direito de petição, direito de certidão, ação civil pública, ação popular, inquérito civil administrativo, li- cenças ambientais, EIA/RIMA e audiência pública, alguns dos quais são comentados a seguir.