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Trabalho final Silvicultura

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Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Rurais - Campus Curitibanos
Engenharia Florestal
ABF7310 - Silvicultura Aplicada
Profª Pollyni Ricken
Implantação de Plantios Florestais em Propriedades Rurais
Joel da Silva Fulgieri (14206257)
Leonardo Demarchi Schites dos Santos (14102915)
Maurício Mariot de Mello (13102837)
Talita Gatener de Souza Schwinden (14106409)
Curitibanos, 24 de Junho de 2019
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 2
2 OBJETIVOS 3
3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA 3
3.1 BIOMA 4
3.2 TIPO DE SOLO E RELEVO 4
3.3 CLIMA 4
4 PLANEJAMENTO AMBIENTAL 5
5 PLANEJAMENTO FLORESTAL PARA PRODUÇÃO 5
5.1 ESCOLHA DA ESPÉCIE 5
5.2 OBTENÇÃO DAS MUDAS 6
5.3 ESPAÇAMENTO DO PLANTIO 7
5.4 ESTRADAS FLORESTAIS 7
5.5 TRATOS SILVICULTURAIS 7
5.5.1 Preparo do solo 8
5.5.2 Método de plantio 8
5.5.3 Limpeza 8
5.5.4 Combate a formigas 8
5.5.5 Combate à vespa da madeira 8
5.5.6 Combate a doenças 9
5.5.7 Replantio 9
5.5.8 Poda 9
5.5.9 Desbaste 9
6 ESTUDO DE MERCADO 10
7 CONCLUSÕES 11
REFERÊNCIAS 12
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1 INTRODUÇÃO
Localizado a uma latitude 27º16'58" sul e a uma longitude 50º35'04" oeste, estando a
uma altitude de 987 metros, Curitibanos é um município brasileiro do estado de Santa
catarina, encontra-se no coração do estado, na região denominada “Vale do Contestado”.
Possui uma área de 953,67 km² dividindo entre área urbana, área industrial e área rural. Está
localizado na encosta do planalto catarinense no centro geográfico de Santa Catarina. Por este
motivo, o terreno é favorecido para a utilização de máquinas nas plantações. Seu Clima é
subtropical do tipo úmido onde o verão é fresco, com frio predominante durante a maior parte
do ano. O inverno é moderadamente rigoroso, com geadas anuais e neve eventual. As chuvas
são predominante na primavera. Apresenta vegetação Nativa Ombrófila Mista, mais
conhecida como mata de Pinheiros ou Araucárias. Curitibanos está situado na bacia do
Uruguai, sendo cortado por 6 rios, rio Marombas, rio das Pedras, rio Canoas, rio Correntes,
rio dos Cachorros, rio Raso ou dos Pocinhos
A exploração madeireira de espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Mista na região
de Curitibanos, iniciada em 1940, estimulou o crescimento e o desenvolvimento do
município, favorecendo o surgimento de inúmeras serrarias que incrementaram a economia
local, logo com a modificação de Leis, houve o favorecimento de espécies de plantio, já que a
economia do município muito está em torno do setor florestal. De acordo com a Epagri-SC,
no estado de Santa Catarina há um total de 239.533 hectares de Pinus plantados e 10.891
hectares de Eucalipto plantados. Pela diferença entre as duas espécies já é possível perceber a
força do Pinus no Estado. Dos quase 240 mil hectares de Pinus plantados, 135.213 hectares
estão na região de Curitibanos. A procura pela madeira cresceu nos últimos anos e está
gerando oportunidades, aumentando a produção industrial o a renda dos produtores. Ou seja,
ainda nos encontramos em um bom momento para investir no plantio de espécies madeireiras
para produção de serrados.
Ter acesso aos dados de produtividade e saber fazer uma análise cautelosa é essencial
para a tomada de decisões dentro do setor. Sempre é preciso buscar informação sobre o meio
florestal, seja de plantio, de produção industrial ou de consumo global. Esse conhecimento
facilita nos investimentos a curto, médio e longo prazo e pode livrar o produtor de algumas
enrascadas. Atualmente, o Brasil se encontra em um momento onde o mercado florestal está
muito aquecido. Assim, o período é atrativo para o plantio de florestas em qualquer lugar do
País.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sul
https://pt.wikipedia.org/wiki/Longitude
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oeste
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_Uruguai
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_Uruguai
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Marombas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_das_Pedras_(Santa_Catarina)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Canoas_(Santa_Catarina)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Correntes_(Santa_Catarina)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_dos_Cachorros
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rio_Raso&action=edit&redlink=1
https://www.epagri.sc.gov.br/
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2 OBJETIVOS
Implantar um plantio de Pinus taeda na Região de Curitibanos para produção de
madeira serrada para venda externa com idade de colheita a partir de 15 anos.
3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA
A Área Experimental Florestal (AEF) da Universidade Federal de Santa Catarina tem
31,9 ha, destinados ao desenvolvimento de projetos de Produção Florestal, Melhoramento
Florestal, Ecologia e Fitossociologia. Também está instalado um viveiro para produção de
mudas e um arboreto. A área já conta com reserva legal e Áreas de App definidas.
figura 1. Mapa da área escolhida para plantio
Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina - Campus Curitibanos
http://engenhariaflorestal.ufsc.br/files/2012/11/relat%C3%B3rioarboreto2017.pdf
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3.1 BIOMA
A Mata Atlântica é constituída por diversas tipologias vegetais, inclusive encontra-se
a fitoecologia referente a Floresta Ombrófila Mista (FOM), que é muito marcante por
intermédio do predomínio de Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná). Esta região
fitoecológica acabou sofrendo transformações devido a exploração e corte de madeira
ocorrentes antes da década de 40, nos dias atuais restaram da composição original poucos
remanescentes em condições de conservação considerada preocupante, visto que esta região
é uma das que mais tiveram pressão antrópica (VIBRANS et al., 2013; GASPER et al., 2013)
3.2 TIPO DE SOLO E RELEVO
A região do Planalto serrano tem sua geologia composta através da formação
geológica Rio do Rastro, tem ocorrência de depósitos pelíticos e inclusive da intrusão de
rochas ígneas e o basalto não básico. O relevo varia de ondulado a fortemente ondulado em
certos pontos mais isolados, por meio disto se tem um favorecimento para que possa ocorrer
Latossolos, Argissolos , Nitossolos e Cambissolos na paisagem (Santos et al., 2015; Uberti,
2005).
Em relevo com 50% de solos classificados como suavemente ondulados a ondulados
verifica-se áreas com Cambissolo em 95000 hectares, Argissolos (Terras Brunas Estruturadas
em 78000 ha) e Latossolos com 5882 ha. Quando o relevo possui 32% de solos de média e
alta declividade ocorre 62960 ha Cambissolos e 51.830 ha de Argissolos (Terra Bruna
Estruturada). Onde se tem 16,5% solos rasos, pedregosos, ácidos, verifica-se a ocorrência de
Neossolos (Litossolos e Solos Litólicos). 1,2% são solos planos, hidromórficos, ácidos, que
contêm média fertilidade nestas condições ocorrem Gleissolos Gleis. 0,3% são outros solos,
corpos de água e áreas urbanas (EMBRAPA 2000)
3.3 CLIMA
A área localiza-se no município de Curitibanos, onde ocorre o tipo climático
(Koeppen) Cfb temperado sendo mesotérmico úmido o verão é ameno, a temperatura média
anual apresenta variação de 16 a 17 °C, a precipitação média anual é de 1.500 a 1.700 mm, e
umidade relativa do ar média entre 80 a 82% (PANDOLFO et al., 2002).
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4 PLANEJAMENTO AMBIENTAL
O plantio ou reflorestamento com espécies florestais nativas ou exóticas independem
de autorização prévia, desde que sejam observadas as limitações e condições previstas na
legislação vigente (Código ambiental de 2012). O plantio deve ser informados aos órgãos
competente em até 1 (um) ano, para fins de controle de origem. o projeto prevê a utilização
de técnicas produtivas ecologicamentes corretas compatíveis com o equilíbrio e a
conservação dos recursos ambientais e demais componentes.
Segundo Resolução CONSEMA Nº 14, de 14 de Dezembro de 2012, produções
Silviculturais deixam de ser Atividades Consideradas Potencialmente Causadoras de
Degradação Ambiental de impacto local, não necessitando de licenciamento ambiental para
sua Implantação.
Ainda seguindo a Legislação é necessário que a área tenha 20% de sua área como
Reserva Legal, que seria uma área localizada no interiorde uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
Em caso de áreas com Recursos hídricos, áreas com declive acentuado (acima de 45º)
e áreas consideradas APP, área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas, devem ser eximidas de qualquer atividade, a fim de
manter tais recursos a salvo.
A área escolhida já possui todas as áreas definidas e dentro da conformidade da lei.
5 PLANEJAMENTO FLORESTAL PARA PRODUÇÃO
5.1 ESCOLHA DA ESPÉCIE
A espécie escolhida para este plantio foi o Pinus taeda. Na região Sul os gêneros
Pinus e Eucalyptus são considerados a principal fonte de produtos advindos de florestas
plantadas. A madeira de Pinus spp. é muito versátil, podendo ser usada em indústrias de
celulose, serraria e laminação. Os plantios de Pinus são vistos como uma importante
atividade minimizadora da exploração extrativista de florestas nativas, e sua produção em
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larga escala ocasionando uma redução na pressão sob áreas de preservação (ACERBI et al.,
2002).
O crescimento rápido da espécie de Pinus taeda, junto às características e a qualidade
da madeira para fins de construção civil, movelaria, polpa, papel, entre outros, influenciou na
expansão de plantações desde a década de 1960, devido a lei de incentivos fiscais, que por
sua vez substituiu a Araucaria angustifolia nos três estados da região Sul e no estado de São
Paulo (TOMAZELLO et al., 2017).
A adaptação do Pinus aos solos ácidos, que englobam grande parte dos solos do país,
tornou possível o plantio e o estabelecimento das espécies deste gênero, juntamente a práticas
silviculturais, tornaram esses cultivos uma importante fonte de matéria-prima provenientes de
plantios florestais com ótimos padrões de sustentabilidade (SANTOS, 2015).
No Brasil, atualmente existem mais de 1,6 milhões de hectares com Pinus, cerca de
70% das plantações estão localizadas no estado do Paraná e no estado de Santa Catarina,
sendo o P. taeda a principal espécie (ABRAF, 2013).
5.2 OBTENÇÃO DAS MUDAS
A qualidade das mudas têm grande importância no sucesso do reflorestamento, e o
principal atributo para obtenção de boas mudas quando estas são de origem seminal, é a
qualidade fisiológica das sementes, baseado na capacidade germinativa e vigor dos lotes de
sementes (GONÇALVES; PAULA; DESMATLÊ, 2008).
Para determinar a qualidade das mudas florestais observam-se parâmetros
morfológicos e fisiológicos, esses são influenciados pela genética e procedência das
sementes, pelas condições ambientais e técnicas de produção que vão desde a semeadura à
entrega das mudas prontas para plantio (GOMES et al., 2002).
Visando obter mudas de boa qualidade, as sementes serão adquiridas da empresa
Rigesa por ser altamente reconhecida pelas técnicas de manejo e pomar de sementes de alto
potencial genético. A semeadura e condução das mudas será pelo Viveiro Florestal Primon
que fica sediado no município de Curitibanos – SC, esse viveiro tem boa referências, sendo o
único especializado em produção de mudas de Pinus na região e com capacidade de produção
em larga escala. O preço por muda de Pinus taeda do Viveiro Florestal Primon está entre
0,43 a 0,48 centavos, o custo por hectare com mudas ficará em 716,38 a 799,68 R$.
A condução das mudas dentro da mesma bacia hidrográfica onde será realizado o
plantio a campo, tem grande influência na questão de aclimatação garantindo o bom
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desenvolvimento inicial das árvores e também reduzindo custos de transporte a longas
distâncias.
5.3 ESPAÇAMENTO DO PLANTIO
O espaçamento inicial entre as árvores de um plantio é uma etapa muito importante,
principalmente no que se refere a qualidade da madeira, tratos silviculturais, colheita final e
também o seu custo de produção. A utilização da madeira constitui um fator que influencia na
decisão sobre o espaçamento. Por isso, não só espécies do gênero Pinus, mas qualquer
espécie que são destinadas a múltiplos usos, devem ter uma definição de espaçamento ideal
desde a sua implantação (LEITE et al, 2006).
Segundo Shimizu (2008), os povoamentos de Pinus plantados em espaçamentos mais
adensados, tendem a provocar certo declínio no vigor das árvores na medida do crescimento,
tornando o plantio menos produtivo e conferindo um maior número de árvores
intermediárias. Muitas dessas árvores acabam morrendo e a floresta torna-se um local
suscetível ao ataque de pragas como a vespa da madeira (Sirex noctilio).
Como o objetivo do projeto é implantar um plantio de Pinus taeda para obtenção de
madeira serrada, o espaçamento escolhido para o plantio foi de 3,0 x 2,0 m (6 m²/ planta) e
densidade 1666 árv/ha. Esta opção de espaçamento é ideal para este tipo de produto final,
pois a madeira cresce de maneira mais uniforme, mantém sua densidade mais estável, não
permite a formação de galhos mais grossos e permite que o tronco seja mais cilíndrico, este
sistema é chamado de Utility.
5.4 ESTRADAS FLORESTAIS
Com estradas bem dimensionadas é possível obter ganhos operacionais e também
financeiros, pois quando se redimensiona a malha viária para uma densidade aceitável de
estradas pode aumentar a área produtiva, reduz a densidade de indivíduos diminuindo as
competições, diminui os passivos ambientais, aumenta a segurança operacional e também
melhora o fluxo de transporte (SIF, 2016).
5.5 TRATOS SILVICULTURAIS
O sucesso de uma floresta plantada é dependente de seu manejo, e algumas prática se tornam
indispensáveis.
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5.5.1 Preparo do solo
A técnica de cultivo mínimo será utilizada, visando condições de estabelecimento da
floresta com uma prática conservacionista a fim de minimizar possíveis danos ambientais.
Para isso será feita a subsolagem na profundidade de 60 cm apenas na linha do plantio
respeitando as curvas de nível do terreno.
5.5.2 Método de plantio
O plantio ocorrerá de forma manual onde uma equipe treinada fará o balizamento da
distribuição de mudas a cada 2 metros na linha, certificando que não aconteçam danos físicos
às mudas, portanto, assim esperasse um baixo índice de mortalidade.
Pelo do clima da região apresentar chuvas regulares, a irrigação das mudas a campo
não é algo preocupante, deve-se cuidar apenas evitar o plantio nos períodos de frio intenso.
5.5.3 Limpeza
Antes da subsolagem da área deve ser feita a capina química com na utilização de
herbicidas de toda a extensão a ser implantado o florestamento, após o plantio das mudas
deve-se feita à limpeza das entrelinhas com a capina química localizada e o coroamento das
árvores utilizando enxada, visando a diminuir a competição do Pinus taeda com plantas
espontâneas por luz, água e nutrientes. Otimizando o desenvolvimento da espécie desejada.
5.5.4 Combate a formigas
A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser realizado constantemente,
através da vigilância e do combate na fase de preparo do solo, na qual a localização e o
próprio combate são facilitados. As espécies que mais preocupam nos cultivos de Pinus são
do gênero Acromyrmex, popularmente conhecidas como quenquéns. Serão combatidas com
iscas granuladas distribuídas nos caminhos e olheiros, em caso de avanço populacional serão
reconhecidos os ninhos e tratados com termonebulização química. O acompanhamento deve
ocorrer durante todo o ciclo.
5.5.5 Combate à vespa da madeira
O monitoramento será intensivo no primeiro semestre do ano, onde verifica-se a
presença do inseto na árvore, e uma vez detectada a vespa, inicia-se o controle biológico com
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o uso de nematóides, que são distribuídospela EMBRAPA. No segundo semestre realiza-se a
instalação de novas árvores-armadilha em campo, mediante estresse físico de árvores sadias
com aplicação do herbicida no fuste (RMS, 2018).
5.5.6 Combate a doenças
A área será acompanhada intensivamente e as medidas de combate serão realizadas de
imediato, sendo tratadas caso a caso de acordo com a doença identificada se expressa.
5.5.7 Replantio
O replantio será feito caso a mortalidade das plantas fique entre 5 e 10% onde ainda é
considerado viável tal prática. O prazo para o replantio não deverá exceder aos 45 dias após a
implantação das primeiras mudas, pois isso fará com que ocorra uma grande heterogeneidade
das árvores. Com isso as árvores que foram replantadas apresentaram baixo desenvolvimento
devido a não conseguir o fornecimento adequado de luz, água e nutrientes. Isso ao final do
ciclo acaba trazendo prejuízos econômicos, por isso a importância do replantio ser feito o
mais rápido possível.
5.5.8 Poda
Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras
desprovidas de nós. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua eliminação, é uma
prática aplicada às principais espécies de madeira. Os nós de galhos vivos causam menores
prejuízos que os deixados por galhos mortos, sendo que estes constituem sérios defeitos na
madeira serrada.
Ocasionalmente as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência de
incêndios florestais e para favorecer acesso aos povoamentos durante as operações de
desbaste, inventário e combate à formiga.
5.5.9 Desbaste
Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o objetivo
de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a produção da madeira
utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores excedentes, para que se possa concentrar o
potencial produtivo do povoamento num número limitado de árvores selecionadas
(REMADE, 2005).
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Para determinar a intervenção, é preciso conhecer o incremento médio anual e
corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser menor que o médio até a idade
correspondente à última medição, este seria o ano para a sua intervenção. Esta análise é
possível mediante a realização de inventários contínuos (REMADE, 2005).
Num programa de desbaste, para rotações relativamente longas o número de árvores
deve ser reduzido gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que
seria em condições naturais, a fim de remover árvores que não apresentaram
desenvolvimento significativo, mas mesmo assim possam competir por recursos (LOSSO et
al, 2009).
Após um desbaste considerado pesado os indivíduos restantes podem atingir ganho
em produção em relação ao que se conseguiria atingir sem o desbaste. Sendo algo desejado
quando se visa obter toras de maior diâmetro para a conversão em madeira serrada,
aumentando então o rendimento por tora e também produto final de maior dimensão para ser
utilizados em casos específicos (LOSSO et al, 2009).
O método de desbaste adotado será o seletivo sistemático, por este tipo de desbaste
além de favorecer as melhores árvores, retirando da concorrência as árvores de baixo
desenvolvimento, pode ainda por exemplo fazer a retirada de uma linha inteira, se
enquadrando como desbaste pesado e favorecendo o incremento médio de madeira pela
floresta.
6 ESTUDO DE MERCADO
A madeira serrada pode ser utilizada como produto base no beneficiamento de
inúmeros produtos madeireiros, incluindo a própria madeira serrada bruta, pode se trabalhar a
madeira a fim de gerar uma maior agregação de valor tais como a produção de piso, portas,
molduras e inúmeras outras opções. Estes produtos têm como destino a indústrias de
construção civil, exportação e indústria moveleira (ACR 2016)
Os Estados Unidos vem se mantendo como o principal importador da madeira serrada
oriunda do Brasil, mas vem ocorrendo uma certa diminuição de forma gradual ao longo do
tempo. No ano de 2015 teve um total de participação de 39% ou seja importando 114,3
milhões m³. O México é segundo maior importador de madeira serrada do Brasil com uma
importação de 17% ou 48,2 milhões m³ de serrados de Pinus onde em 2013 se tinha uma
importação de 4% ou 6,7 milhões m³ (ACR 2016)
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O estado de Santa Catarina exerce grande destaque em relação a exportação de
madeira serrada de Pinus apresentando-se com 44% do total nacional, na sequência se tem o
estado do Paraná com 40% seguido pelo Rio Grande do Sul perfazendo 11%. Isso se deve
pela concentração de maciços florestais de pinus no sul do Brasil. Na última década Santa
Catarina chegou a um pico de exportação de madeira serrada no ano de 2015, onde atingiu
567 mil m³ e US$ 128 milhões. Em 2014 as exportações alcançaram 411 mil m³ chegando a
US$ 98 milhões (ACR 2016).
O município de Curitibanos e região possui diversas madeireiras (Figura 2), que
serram madeira de Pinus para comércio internacional, regional ou local por meio disso
torna-se interessante a venda de toras de madeira para estas serrarias locais.
Figura 2. Madeiras da cidade de Curitibanos SC.
Fonte: Google Maps.
7 CONCLUSÕES
Analisando toda a estruturação do projeto e a análise de mercado, a implantação em tal
terreno seria favorável, pois com os manejos adequados a madeira produzida seria de alta
qualidade, estando a altura e disposição do mercado interno madeireiro da região.
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REFERÊNCIAS
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