Buscar

Dermatófitos: Fungos Queratinofílicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dermatófit�  
 
Características gerais 
São um grupo de fungos que invadem estruturas queratinizadas, como pele, pêlos e 
unhas (queratinofílicos). São fungos filamentosos, com hifas finas, septadas e 
hialinas. São os principais causadores de micoses cutâneas, as dermatofitoses . 
São conhecidas mais de 30 espécies e são classificadas em 3 gêneros: 
Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. 
 
Nesse grupo de fungos, os artroconídios são as estruturas infecciosas, que 
invadem os tecidos. São fragmentos das hifas, que se desprendem delas na 
estrutura queratinizada. 
Estas formas resistentes podem permanecer viáveis por mais de 12 meses em 
ambientes adequados de instalações. Os dermatófitos são aeróbios estritos, a 
maioria cresce lentamente em ágar dextrose Sabouraud padronizado, mas alguns 
necessitam de soluções adicionais. Suas colônias são pigmentadas, com 
crescimento lento de até 25 dias em temperatura de 25ºC. 
 
Os dermatófitos podem ser classificados com base nos seus habitats e hospedeiros 
preferenciais em: 
● Geofílicos : vivem no solo, alimentando-se de material queratinoso em 
decomposição, como pêlos e penas. 
● Antropofílicos : não consegue viver no solo e tem afinidade pela espécie 
humana. 
● Zoofílicos : não conseguem viver no solo e tem afinidade por alguma espécie 
animal. 
 
Espécies 
O gênero Epidermophyton não infecta animais domésticos, apenas seres humanos. 
No gênero Microsporum, as principais espécies no Brasil são: 
● M. canis : cães e gatos 
● M. gallinae : aves 
● M. nanum : suínos 
● M. gypseum : geofílicos, tem como hospedeiro equinos, cães e roedores. 
Essas espécies produzem mais macroconídios, mas microconídios podem ocorrer 
isoladamente ao longo das hifas. 
 
No gênero Trichophyton, as principais espécies no Brasil são: 
● T. verrucosum : ruminantes e o homem 
● T. equinum : equinos 
● T. simii : aves domésticas, macacos, homens e cães 
● T. mentagrophytes : variedade geofílica e a variedade zoofílica tem como 
reservatório os roedores ( T. mentagrophytes interdigitales ), infectam cães, 
gatos, humanos, suínos e outros. 
Essas espécies possuem macroconídios cilíndricos em pequeno número, porém 
possuem número bem maior de microconídios. 
 
 
 
Epidemiologia 
● Dermatófitos geofílicos 
➢ Residem no solo. 
➢ Causam infecções esporádicas 
➢ Resistem a altas temperaturas. 
➢ Infecta os animais por contato direto. 
➢ Não são transmitidos entre os animais. 
 
● Dermatófitos zoofílicos 
➢ Residem na pele dos animais. 
➢ Sobrevivem no solo somente como residentes de escamas de pele, pêlos e 
unhas. 
➢ As infecções são mais comuns em animais jovens e por contato íntimo. 
➢ Os conídios sobrevivem no ambiente dependendo das condições ambientais. 
 
Patogenia 
Os dermatófitos invadem estruturas queratinizadas, como estrato córneo da 
epiderme, folículo piloso, haste do pêlo e penas. O desenvolvimento das lesões é 
influenciado pela virulência do dermatófito e pela competência imunológica do 
hospedeiro. Animais jovens, velhos, debilitados e imunossuprimidos são 
particularmente suscetíveis a infecções, que ocorrem diretamente por contato com 
um hospedeiro infectado ou indiretamente por restos (debris) de epitélio infectado 
no meio ambiente. Artrósporos infectivos aderem a estruturas queratinizadas e 
germinam dentro de seis horas. Traumas menores, como atritos leves da pele ou 
picadas de artrópodes, podem facilitar a infecção. Superfícies da pele úmidas e 
calor favorecem a germinação de esporos. Produtos metabólicos do crescimento 
das hifas podem provocar resposta inflamatória local. Os principais fatores de 
virulência são enzimas secretoras, como queratinases, proteases e elastases. As 
hifas crescem centrifugamente a partir de uma lesão inicial em direção à pele 
normal, produzindo lesões circulares típicas. Alopecia ( fase telogênica - quando o 
pelo para de crescer, o fungo também para) ), reparação tecidual e hifas inviáveis 
são encontradas no centro das lesões que eles desenvolvem. O crescimento de 
hifas pode resultar em hiperplasia epidérmica e hiperqueratose. Às vezes, ocorre 
infecção bacteriana secundária após foliculite micótica. A inflamação é prejudicial ao 
crescimento fúngico e é responsável pelo alargamento das lesões. 
Os dermatófitos não atingem a corrente sanguínea, mas os antígenos sim, 
generalizando a lesão. Por esse motivo, geralmente apenas a lesão primária contém 
os dermatófitos e por isso, o clínico deve coletar material de várias regiões do corpo 
do animal. 
O desenvolvimento de forte resposta imunológica mediada por células relaciona-se 
com o início de hipersensibilidade de tipo tardio, que geralmente resulta em 
eliminação dos dermatófitos, resolução da lesão e resistência local à reinfecção. A 
imunidade à dermatofitose é transitória, podendo ocorrer reinfecção se a dose 
inoculatória for grande. Outros mecanismos que podem estar associados à 
eliminação da infecção incluem uma taxa aumentada de descamação do estrato 
córneo e aumento na permeabilidade da epiderme, permitindo penetração do fluido 
inflamatório. 
 
Procedimentos diagnósticos 
A investigação laboratorial é importante, pois a dermatofitose é de difícil diagnóstico 
na clínica. O método de coleta do material é por raspado de pele , com microscopia 
e cultivo de amostra, submetendo-o a meios seletivos, microcultivo e testes 
bioquímicos. 
Os espécimes adequados para exame laboratorial incluem pêlos arrancados, 
raspados profundos da pele das bordas das lesões, raspados de unhas afetadas e 
material de biópsias dos pseudomicetomas. Material adequado de gatos também 
pode ser coletado em uma folha grande de papel por escovação dos pêlos de 
cobertura com uma escova limpa. 
Raspados de pele e pêlos devem ser avaliados no microscópio quanto à presença 
de artrósporos. Os espécimes são cultivados em ágar dextrose Sabouraud de 
Emmons (pH 6,9) com adição de 2 a 4% de extrato de levedura, 0,05 g/L de 
cloranfenicol e 0,4 g/L de cicloheximida . As placas inoculadas são incubadas 
aerobiamente a 25 a 27°C e examinadas duas vezes por semana por até cinco 
semanas. Para identificar os isolados deve-se avaliar a morfologia colonial, a 
aparência microscópica dos macroconídeos e realizar testes suplementares 
O meio de testede dermatófitos (DTM) é o meio de esporulação rápido . Os 
dermatófitos geralmente utilizam proteínas e produzem um pH alcalino, causando 
uma reação de cor visível com o indicador de pH no meio. Alguns precisam de meio 
de enriquecimento para crescer, como a tiamina, inositol e ácido nicotínico. 
Em gatos e cães com lesões suspeitas, exame com lâmpada de Wood deve sempre 
ser realizado. Uma fluorescência característica de cor verde-maçã nos pêlos 
infectados é evidente em mais de 50% dos cães e dos gatos afetados. A detecção 
de fluorescência depende de fatores como estágio de infecção e características da 
linhagem infectante. Em gatos com infecções inaparentes, pêlos fluorescentes 
devem ser cultivados. Pode ser realizada investigação de outros patógenos que 
causam lesões na pele ou de infecções mistas. 
 
Dermatofitoses em cães e em gatos 
A maioria das infecções em gatos é causada por M. canis e os sinais clínicos 
incluem alopecia, etrirema, escamas, costras, pápulas, vesículas, lesões 
arredondadas de bordas elevadas, entre outros. A doença geralmente apresenta-se 
como áreas de alopecia, descamação e pêlos quebrados rodeados por zonas 
inflamatórias. A distribuição de lesões no focinho em gatos está associada com suas 
atividades comportamentais. 
Os sinais clínicos variam com a virulência da cepa e do status do sistema 
imunológico do hospedeiro. Infecções inaparentes têm ocorrência conhecida, e 
gatos também podem portar artrósporos fisicamente em seus pêlos. 
Frequentemente são assintomáticos, exceto filhotes e imunossuprimidos. Esses 
animais podem desenvolver otite externa com descarga ceruminosa. Infecção 
generalizada em cães é rara, mas quando infectados apresentam lesões 
musculares. 
 
 
 
 
Dermatofitoses em bovinos 
São atingidos por Trichophyton mentagrophytes e verrucosum . Apresentam cura 
espontânea das lesões circulares escamosas com alopecia, podendo tornar-se 
longas, circundadas e crostosas. 
Não se usa tratamento oral para tratar essas dermatofitoses em grandes animais, 
apenas tratamento tópico, com uso de iodo e clorexidina. 
Caprinos e ovinos são acometidos com T. verrucosum. 
 
 
 
Dermatofitoses em equinos 
Acometidos principalmente por T. equinum e M. gypseum . A transmissão ocorre por 
contato direto ou por arreios e utensílios de montaria contaminados. A distribuição 
das lesões na pele pode indicar a via mais provável da infecção. Infecções 
causadas por M. gypseum podem ser adquiridas pelo hábito de rolar no solo, com 
lesões geralmente confinadas no dorso. As lesões são múltiplas, circunscritas, 
escamosas e acinzentadas. 
Eqüinos jovens, com menos de quatro anos de idade, são particularmente sensíveis 
à dermatofitose. Tratamento com preparações tópicas, como cal de enxofre 5% ou 
natamicina, geralmente é eficaz. Animais afetados devem ser isolados, e arreios e 
utensílios de montaria contaminados, desinfetados com hipoclorito de sódio 0,5%. 
 
 
 
Dermatofitoses em suínos 
A dermatofitose em suínos é rara, sendo geralmente causada por M. nanum , mas 
podem ser infectados também por M. canis, M gypseum e T. mentagrophytes. Todas 
as idades são suscetíveis, e as lesões ocorrem em qualquer local da superfície do 
corpo como crostas espessas amarronzadas. 
 
Dermatofitoses em aves 
Aves galináceas ocasionalmente são infectadas por M. gallinae . Crostas irregulares 
brancas desenvolvem-se na crista e na barbela. Se a doença é severa, os folículos 
das penas podem ser invadidos, por sua vez, as aves afetadas podem apresentar 
sinais clínicos de doença sistêmica. 
 
Controle e tratamento 
Antes de tudo, deve-se determinar a fonte de infecção e a espécie, seguindo para a 
descontaminação do ambiente e objetos contaminados com hipoclorito de sódio 
0,5%. O tratamento tópico consiste no uso de antifúngicos (banhos de enxofre de 
cal, iodo, povidona e clorexidina). É aconselhável a tosa da região lesada. O 
tratamento sistemático consiste no uso de griseofulvina, terbinafina, itraconazol e 
cetoconazol , sendo os dois últimos os mais comuns. Griseofulvina e itraconazol 
não devem ser usados em fêmeas prenhes e em gatos diagnosticados com FIV, 
pois causam neutropenia. O controle pode ser feito pela vacinação, incomum em 
gados. Os animais infectados devem ser isolados e o animais em contato com 
doentes devem ser examinados com lâmpada de Wood e monitorados 
rigorosamente para lesões na pele.

Outros materiais