Buscar

Dos crimes contra a dignidade sexual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
Estupro (Art.213) 
"Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso"
Objeto Jurídico: A liberdade sexual da pessoa humana.
Elementos Objetivos do tipo: Constranger (tolher a liberdade, forçar ou coagir) alguém, mediante o emprego de violência ou grave ameaça, à conjunção carnal ou à prática de qualquer outro ato libidinoso, bem como permitir com que ele se pratique (de forma passiva) outro ato libidinoso.
Pena: reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Elemento Subjetivo do tipo específico: a finalidade é a satisfação da lascívia. Ainda que haja intuito vingativo ou qualquer outro na concretização da prática sexual. É elemento subjetivo de tendência - ação acompanhada de um ânimo, indispensável a sua concretização, para todos os elementos subjetivos de delitos sexuais. dolo com a consciência sobre o caráter libidinoso do ato
* Não é necessário, no entanto, o especial fim de satisfazer a lascívia (a si), pois pode ter o objetivo apenas de humilhar (ainda que tenha “nojo” da vítima) - contra: Nucci: para ele, o autor tem que ter fim de satisfazer a lascívia (seu prazer).
* Para Damásio, o estupro é crime de mera conduta (não há resultado). Para Mossin, é crime formal, pois desnecessária a prova de resultado lesivo à dignidade sexual; Para Nucci, é crime material, pois é necessário o resultado lesivo à dignidade sexual da vítima.
* Se a relação se inicia consensual, com posterior dissenso, configura estupro; a violência consensual/sadomasoquismo não configura o crime.
Momento Consumativo: Basta a introdução, ainda que incompleta, do pênis na vagina, independentemente de ejaculação ou satisfação efetiva do prazer sexual, sob um aspecto; e com a prática de qualquer ato libidinoso. 
Particularidade: 	Com o advento da lei 12.905/09, torna claro ser hediondo o estupro na sua forma simples e na qualificada, bem como o estupro de vulnerável, que era anterior ao estupro com presunção de violência.
Qualificadoras: 
· >18 e <14 anos, menor que 14 - estupro de vulnerável art.217A; - reclusão 8 a 12 anos;
* Prevalece que os resultados lesão grave ou morte devem ser culposos; se dolosos, restaria configurado concurso de crimes - contra: Nucci - sustenta que por coerência ao tratamento de latrocínio, o resultado pode ser doloso ou culposo
 
· Lesões Corporal de Natureza Grave (art.129 § 1) - o delito qualificado pelo resultado pode se dar com a conduta antecedente (violência sexual) e dolo ou culpa quanto ao resultado qualificador (lesão grave) . Logo são as seguintes hipóteses: a) lesão grave consumada + estupro consumado = estupro qualificado pelo resultado lesão grave; b) lesão grave consumada + tentativa de estupro = estupro consumado com qualificado pelo resultado lesão grave -reclusão 8 a 12 anos;
· Morte - Tem se entendido possuir a vida humana valor tão mais superior que a liberdade sexual que, uma vez que atingida fatalmente o delito tem que ser qualificado pelo resultado. Hipóteses: a) estupro consumado + morte consumada = estupro consumado com resultado morte; b) estupro consumado + homicídio tentado = tentativa de estupro seguido de morte; c) estupro tentado + homicídio tentado = tentativa de estupro seguido de morte; d) estupro tentado + homicídio consumado = estupro consumado seguido de morte - reclusão de 12 a 30 anos; 
Observações 
· Para parte da doutrina, deve ser realizada interpretação analógica, pois apenas o ato libidinoso com intensidade semelhante à conjunção carnal configuraria estupro; para Nucci, a interpretação deve ser restritiva por proporcionalidade
· Peculiaridade - obrigar a tirar a roupa
	(i) para Capez não é estupro, pois não é ato libidinoso;
	(ii) para Regis Prado, é;
	(iii) para Junqueira, pode configurar ou não, dependendo do contexto (se tiver dolo de praticar ato libidinoso)
· Desnecessário contato com a vítima para configurar ato libidinoso, no entanto, constranger a observar terceiros praticando atos libidinosos não configura
- Prova do estupro
* desnecessário corpo de delito EM TESE
* síndrome da mulher de Potifar - pela extrema clandestinidade, foi construído entendimento que a palavra da vítima seria suficiente para a condenação pelo crime de estupro; há passagem bíblica em que a mulher de Potifar mente sobre a prática de um estupro, provocando a injusta condenação de terceiro, provocando a lembrança de risco da condenação com base na palavra da vítima
Violência sexual mediante fraude (art.215) - Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima 
- A fraude pode ter como objeto uma pessoa ou mesmo a legitimidade do ato
- Controverso se a falsa informação sobre a própria identidade (nome, estado civil, emprego) configura fraude para o direito penal
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Elemento subjetivo do tipo específico - satisfação mórbida do prazer sexual, ainda que envolva vingança na concretização do ato libidinoso. É elemento subjetivo de tendência - ação acompanhada de um ânimo, indispensável a sua concretização, para todos os elementos subjetivos de delitos sexuais.
Tentativa: É admissível
Momento consumativo: Introdução do pênis na vagina, mesmo que parcialmente, independentemente de ejaculação, não se exigindo satisfação sexual 
Forma Qualificada (rara) - Caso o crime seja cometido com o intúito de obter vantagem econômica, qualificadora de rara configuração porque não se trata de atividade ligada com prostituição - pena pecuniária.
Importunação sexual (Art.215 A)  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro; 
Exemplo:. Frotagge - quando uma pessoa roça na outra contra sua vontade no transporte público. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. 
Assedio Sexual (Art.216A) 
"Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." 
Sujeito Ativo - Somente a pessoa que seja superior ou tenha ascêndencia, em relação de trabalho, sobre o sujeito passivo.
Sujeito Passivo - O subordinado ou empregado de menor escalão que o do sujeito ativo.
Elementos Objetivos do tipo: Constranger tem significados variados - tolher a liberdade, impedir os movimentos, cercear, forçar, vexar, oprimir-, embora prevalesça, quando integra os tipos penais incriminadores, o sentido de forçar alguém a fazer alguma coisa – Depende da corrente. Apesar de minoritária, acredito que Constranger = deixar constrangido (não é sentido de forçar). Trata-se de um constragimento legal específico como no estupro, com a diferença que no assédio não há violência ou grave ameaça. Assim deve-se entender que a intenção do autor do assédio é forçar a vítima, somente quando o superior forçar ao subordinado prestar-lhe tais favores, sem sua concordância livre e espontânea, termina constrangendo a vítima a fazer o que a lei não manda. 
Momento Consumativo - Com a prática do ato constrangedor, independentemente da obtenção do favor sexual.
Causa de aumento de pena - eleva-se até um terço a pena se a vítima for menor de 18 maior de 14 anos.
- Não há assédio se a pretensa vítima está no mesmo patamar hierárquico do autor
- Prevalece que não há assédio no caso do professor e no caso do líder espiritual com seu seguidor 
- Adverte Nucci que é preciso ter cuidado para distinguir a conduta constrangedora da pontual/eventual tentativa de aproximação; se não há constrangimento, não há assédio 
- Nucci adverte que o tipo exige a especial finalidade de ter vantagem sexual; assim, se o objetivo do sujeito for relação sincera e duradoura, não há crime
- É necessário dissenso da vítima, ou seja, a vítima deve demonstrar de alguma forma que nãoquer ou aceita a aproximação
Registro não autorizado da intimidade sexual (Art.216 B) 
"Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo."
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Estupro de vulnerável Art.217A
Sujeito Passivo - Pessoa vulnerável (<14 anos, enfermo ou deficiente mental, sem o discernimento para a prática do ato ou pessoa com incapacidade de resistência);
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.  
Qualificadoras:
· Pelo resultado lesões graves - crime qualificado pelo resultado, dolo pode se dar por conduta antecedente, hipóteses: a) lesão grave consumada + estupro consumado = estupro qualificado pelo resultado lesão grave; b) lesão grave consumada + tentativa de estupro = estupro qualificado pelo resultado lesão grave - reclusão de 10 a 20 anos;
· Pelo resultado morte - Tem se entendido possuir a vida humana valor tão mais superior que a liberdade sexual que, uma vez que atingida fatalmente o delito tem que ser qualificado pelo resultado. Hipóteses: a) estupro consumado + morte consumada = estupro consumado com resultado morte; b) estupro consumado + homicídio tentado = tentativa de estupro seguido de morte; c) estupro tentado + homicídio tentado = tentativa de estupro seguido de morte; d) estupro tentado + homicídio consumado = estupro consumado seguido de morte - reclusão de 12 a 30 anos; (*)
Corrupção de Menores (Art.218) - induzir (dar a ideia, sugerir, persuadir) menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem, mas como é menor de 14 anos quem pratica este tipo esta sendo participe do estupro de vulnerável de outro (concurso de agentes artigo 29); Ou seja transformou-se de uma maneira incoerente uma indução a um crime grave a um tipo autônomo;
Pena: reclusão de 2 à 5 anos.
Particularidade: Antigamente tinhasse duas possibilidades de corrupção de menor, corromper menor de 18 anos praticando algum crime com ele; e havia outra corrupção entre maior de 14 e menor de 18, sem ser estupro e que corrompesse o menor. Quem tem relação com menor de 14 anos é estupro de vulnerável, então o que o legislador fez foi dar uma colher de chá para o estupro - quem pratica esse crime esta sendo participe em estupro de outro, porque induz um menor de 14 anos a ter relacionamento sexual com outro maior de 18 anos. O que deveria ser resolvido por concurso de agentes, foi transformado em dois crimes, de maneira incoerente, transformando em um tipo autônomo. Partícipe em estupro de vulnerável que ganhou um prêmio. Esse artigo foi um erro legislativo grave, por falta de assessoramento.
- Prevalece que é uma exceção pluralista à teoria monista, ou seja, aquele que induz o menor de 14 responde pelo artigo 218 e aquele que pratica o ato libidinoso responde pelo 217-A (porque tem tipo específico, que é o desse artigo)
Momento consumativo: Com o contato sexual entre o menor de 14 anos e terceiro.
Satisfação lascívia mediante a presença de criança ou adolescente (Art.218 A)
"Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem"
 Elemento objetivo do tipo: Praticar na presença de menor de 14 anos, não é tocar no menor (porque aí é estupro de vulnerável), neste caso uma parafilía de ver a criança por perto enquanto faz sexo, se masturba ou assiste filme porno perto da criança.
Momento consumativo: com a visualização pelo menor de 14 anos, da prática sexual.
Particularidade: os termos presença e presenciar não significam proximidade física, mas realização do ato sexual à vista de um menor de 14 anos.
Favorecimento da prostituição juvenil ou outra forma de exploração sexual (art.218 B) 
"Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:"    
(>18, +14) : Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Tipo objetivo
O crime consiste em convencer alguém, com palavras ou promessas de boa vi da, a se prostituir ou se submeter a outras formas de exploração sexual, colaborar para que alguém exerça a prostituição ou, de algum modo, impedir ou dificultar que a vítima abandone as referidas atividades. Em suma, constitui crime introduzir alguém no mundo da prostituição, apoiá-lo materialmente enquanto a exerce ou de, qualquer modo, impedir ou dificultar o abandono das atividades por parte de quem deseja fazê-lo.
Pune-se também nesse tipo penal quem submete o menor ou o enfermo mental a qualquer outra forma de exploração sexual. Esta, tal qual a prostituição, deve ter caráter habitual. Ex.: induzir uma menor a ser dançarina de striptease, a dedicar-se a fazer sexo por telefone ou via internet por meio de webcams (sem que haja efetivo contato físico com o cliente) etc.
Consumação
Quando a vítima assume uma vida de prostituição, colocando-se à disposição para o comércio carnal, ou quando passa a ser explorada sexualmente. Na modalidade de impedimento, consuma-se no momento em que a vítima não abandona as atividades. Nesta última figura, o crime é permanente. Na modalidade dificultar, consuma-se quando o agente cria o óbice. No caso de vítima menor de 18 anos, o prazo prescricional só tem início quando a vítima completar tal idade, salvo se antes disso a ação penal já tiver sido proposta (art. 111, V, do CP).
Portanto: 
 CRIMES SEXUAIS CONT RA VULNERÁVEL MENOR DE 14 ANOS
1) Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos (art. 217-A). 
2) Induzir menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem (art. 218, caput). 
3) Praticar na presença de menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer a lascívia própria ou de outrem (art. 218-A).
218 C - Divulgar registro de estupro ou apologia a cena de nudez. 
"Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: "
Aumento de pena: 1/3 a 2/3 (relação intima de afeto ou vingança ou humilhação)
Excludente de ilicitude - publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos(§2). 
Pena: reclusão de 1 à 5 anos
Caso da menina que foi estuprada na favela por vários caras e o vídeo caiu na internet; esse tipo tenta prevenir essa ideia de vídeos sobre a intimidade ou estupro na internet. Divulgação de cena de nudez, vídeos íntimos entre as partes com consentimento, não são punidos. A indústria pornográfica está protegida por esse artigo, considerando o consentimento das partes. Se a vítima for menor de 18 anos, deve-se entender que o consentimento sexual é com 14 anos, mas o consentimento para divulgação é de 18 anos (capacidade civil plena), então nesse caso precisa do consentimento dos pais, então se não tiver esse consentimento, pode ter enquadramento legal. O aumento de pena é para aqueles casos em que o namorado divulga o vídeo da intimidade porque está bravo com a namorada. Se for maior de 18 e com consentimento, exclui a tipicidade. Ação penal (Art. 225): Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-semediante ação penal pública incondicionada.
Todas as ações de crimes sexuais são ação penal pública incondicionada, ou seja, está na mão do MP. Isso se deve em parte porque muitos desses casos ocorrem dentro do ambiente familiar, de modo que o estuprador pode coagir a vítima. A ação era privada antes por conta do escândalo que gerava para a família, então a competência era deles para decidir sobre processar ou não. A alteração para ação penal pública ocorreu por conta do estupro da mulher. Mulher não precisa mais de representação no caso de agressão, mas o homem sim - inclusive, a mulher não pode mais retirar a queixa do agressor.
Causas de aumento da pena (Art.226):
- 1/4 da pena: se cometido por 2 ou + pessoas;
- 1/2 da pena: se cometido por parente ou autoridade;
- 1/3 à 2/3 da pena: se estrupo coletivo/corretivo. (Conflito aparente de normas)
Estupro corretivo é quando homens vão “ensinar” a mulheres lésbicas como é a "relação correta". O inciso I e o IV, "a" são a mesma coisa, então meio que o magistrado pode escolher o quanto quer aumentar a pena, é um conflito aparente de normas. Pode aplicar o critério da sucessividade ou o critério do indubio pró réu ou o critério da especialidade (Nucci. diz que deve ser resolvido pela sucessividade e especialidade, porque quando for estupro aplica-se a norma mais nova, enquanto que para os outros delitos pode-se aplicar a norma anterior).
Lenocídio/Tráfico de Pessoas - Art. 227 - induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Sujeito Passivo - Qualquer pessoa que colaborar com a ação do agente, embora não seja punida. Secundariamente, é a sociedade pois o objeto jurídico em tese interessa a toda a comunidade;
Objetos Jurídicos - Regramento e moralidade na vida sexual, inclui-se ainda a liberdade sexual na qualificadora do §2.
Elementos Objetivos do tipo - Induzir (dar a ideia ou inspirar) alguém a satisfazer a lascívia sexual ou sensualidade de outra pessoa.
Qualificadoras:
§1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda - Agente parente ou autoridade - Prostituição administrada por terceiro. Induzir alguém a ter relação sexual com pessoa maior de idade - reclusão, de dois a cinco anos;
§2º - violência/grave ameaça - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência;
§3º - Qualquer coisa que favoreça a prostituição é crime. Nucci questiona sobre os sites que vivem com dinheiro da prostituição, mas ainda assim isso é normal porque não existe o prejuízo de ninguém porque são todos maiores de idade. Para o prof. esse artigo já deveria ter sido excluído a muito tempo. - Aplica-se também multa.
Art. 228 - Favorecimento da prostituição
"Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: " 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa;
Elementos Objetivos do tipo: a) induzir (inspitar ou dar a ideia) alguém à prostituição - que é o comércio habitual de amor sexual - Prostituição é o comércio do próprio corpo, em caráter habitual, visando à sa tisfação sexual de qualquer pessoa que se disponha a pagar para tanto - ou outra forma de exploração sexual; b) facilitar quer dizer dar acesso mais fácil ou colocar à disposição. Trata-se de conduta de difícil configuração, visto que facilitar a prostituiçnão de quem, maior de 18 anos, o faz espontâneamente pode ser um favor no lugar de um crime; c) impedir tem o significado de obstacular ou estorvar alguém a abandonar a prostituição (tipo de anti-exploração sexual), seria neste caso por argumentos porque ameaça configuraria a qualificadora do §2º; d) dificultar novamente diz respeito a criação de obstaculos (que não empreguem violência ou grave ameaça) para que alguém não abandone a prostituição, conduta de mínima potencialidade lesiva.
Qualificadoras:
 §1º  agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância -reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos; e
§2º Violência / grave ameaça - reclusão de 4 à 10 anos.
 
Art. 229 - Casa de prostituição - Quem mantém um local para que se tenha prostituição é crime, então entende que é preferível a prostituição na rua, incomodando pessoas e afins. Aqui entra na discussão sobre a prostituição não ser crime, mas não estar legalizada. Esse artigo é o tipo da coisa que não funciona. 
Pena - reclusão de 2 a 5 anos e multa (não existe reincidência neste crime - ex:. Bahamas);
Particularidade - em qualquer estabelecimento pode ocorrer, ilustrando a prostituição: hotel, motel, quarto de pensão, cinema, bar, boate etc. Não significa que o proprietario destes seja punido , afinal não são locais destinados à isto;
Tipos de exploração sexual - prostituição (Nucci discorda - livre decisão), turismo sexual, pornografia, tráfico para fins sexuais;
Art. 230 - Rufianismo 
"Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:"
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa;
Sujeito Ativo - Aquele que é sustentado pela prostituição - cafetões/proxeneta;
Objeto material - pessoa prostituída explorada;
Qualificadoras:
 §1º - Se a vítima é >18 e <14, ou se o tipo é praticado por ascendente, descendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador ou assumiu obrigação de cuidado proteção e vigilância - reclusão 3 a 6 anos e multa; (ressalta-se o exemplo dado em classe do marido que sabia que a mulher se prostituía livre e espontâneamente e por ser sustentado por ela vai preso e enquadrado no tipo e na qualificadora, aplicar razoabilidade na situação proposta);
§2º - Violência ou grave ameaça - reclusão de dois a oito anos, sem prejuízo a pena correspondente por violência.
Quadro complementar Guilherme Nucci
CONSEQUÊNCIAS DE T ER A VÍT IMA MENOS DE 18 ANOS NOS CRIMES CONT RA A DIGNIDADE SEXUAL
1) Torna qualificado o crime de estupro, se a vítima tiver mais de 14 anos (art. 213, § 1º);
2) Torna maior a pena do crime de assédio sexual (art. 216-A, § 2º);
3) Há crime especial de favorecimento à prostituição, se a vítima for menor (art. 218-B);
4) A relação sexual é considerada crime se realizada com prostituta com mais de 14 e menos de 18 anos (art. 218-B, § 2º, I);
5) Há crime especial em relação ao dono, gerente ou responsável pelo local onde haja relação sexual com prostituta menor de 18 anos (art. 218-B, § 2º, II);
6) A ação penal é sempre pública incondicionada (art. 225, parágrafo único);
7) O crime de mediação para satisfazer a lascívia de outrem torna-se qualificado se a vítima tem mais de 14 ou menos de 18 anos (art. 227, § 1º);
8) O delito de rufianismo torna-se qualificado se a idade da vítima é entre 14 e 18 anos (art. 230, § 1º);
9) Faz com que as penas dos crimes de tráfico internacional e interno de pessoas para fim de exploração sexual tenha a pena aumentada em metade (art. 231, § 2º, I, e 231-A, § 2º, I);
10) O prazo prescricional só tem início quando a vítima completar a maioridade, salvo se antes disso a ação penal já tiver sido proposta (art. 111, V, do CP).
Art. 232-A - Migração ilegal
"Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:"
Aqui não diz respeito necessariamente à prostituição. 
§ 1º  Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. 
Qualificadora §2º - I - o crime é cometido com violência; ou II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante -aumenta-se a pena em 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).
 
Art. 233/234 - Ato Obsceno
"233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:"
"234 Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:"
Pena (233) - detenção, de três meses a um ano, ou multa; e
Pena (234) -  detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Elemento Objetivo dos tipos: Situação anti princípio da taxatividade, pois a definição de ato obsceno seria algo valorado culturalmente porque não consegue se definir exatamente o que é um ato obsceno. Obsceno, segundo a doutrina, é o que fere o pudor ou a vergonha (sentimento de vergonha dado pela conduta indecorosa). O movimento corpóreo voluntário (ato) que tenha por fim ofender o sentimento de recato;
 
Particularidade (Art.234): Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo; II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.

Outros materiais