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1 Camila Carminate – 5 FASE Neuropatia Periférica Os sintomas sensoriais geralmente são uma característica notável em pacientes com lesões de nervos periféricos. O comprometimento sensorial pode ser em um padrão distal em meia e em luva em pacientes com polineuropatias, ou pode seguir o padrão individual de nervos periféricos em pacientes com mononeuropatias. MONONEUROPATIA SIMPLES Este termo significa envolvimento de um único nervo periférico. MONONEUROPATIA MÚLTIPLA Neste distúrbio, vários nervos individuais estão afetados, geralmente de modo aleatório e não contíguo. O exame clínico revela um déficit clínico atribuível ao envolvimento de um ou mais nervos periféricos isolados, exceto quando a mononeuropatia múltipla é extensa e os déficits resultantes se tornam confluentes. POLINEUROPATIA O termo polineuropatia caracteriza um distúrbio no qual a função de numerosos nervos periféricos está afetada ao mesmo tempo. Isto leva a um defeito simétrico, predominantemente distal, com perdas dos reflexos tendinosos, exceto quando existe o envolvimento seletivo de pequenas fibras. Algumas vezes, as polineuropatias são subclassificadas de acordo com o local primário no qual o nervo está afetado. Nas axonopatias distais (neuropatia axonal), o axônio é o principal alvo patológico; a maioria das polineuropatias encontra-se nessa categoria. Mielopatias (neuropatias desmielinizantes) são condições que envolvem a bainha de mielina ao redor do axônio. Esse distúrbio inclui polineuropatia idiopática aguda (síndrome Guillain-Barré), neuropatia inflamatória desmielinizante crônica, difteria, certos estados paraneoplásicos e paraproteinêmicos, além de diversas condições hereditárias, incluindo leucodistrofia metacromática, doença de Krabbe e neuropatia motora e sensorial de Charcot-Marie-Tooth tipos 1 e 3 (CMT-1 e 3). Finalmente, certos distúrbios, denominados neuronopatias, afetam principalmente os corpos celulares de nervos no corno anterior da medula espinal ou gânglio de raiz dorsal. Exemplos são a neuropatia motora e sensorial hereditária 2 CMT, a neuropatia induzida por piridoxina e algumas síndromes paraneoplásicas. ACHADOS CLÍNICOS DISTÚRBIOS SENSORIAIS O envolvimento de fibras sensoriais pode levar a dormência e distúrbio da sensibilidade; sensações anormais espontâneas, como dor e parestesia, e sensações alteradas como a hiperpatia (resposta amplificada a um estímulo normalmente doloroso). Dor: A dor é uma característica importante de certas neuropatias, em especial quando fibras pequenas dentro dos nervos estão afetadas. O exato mecanismo de sua gênese não é claro. Polineuropatias associadas com dor importante incluem aquelas relacionadas a diabetes, alcoolismo, porfiria, doença de Fabry, amiloidose, artrite reumatoide e síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), assim como neuropatia sensorial hereditária dominante e neuropatia sensorial paraneoplásica. A dor também é uma característica de muitas neuropatias por aprisionamento e da plexopatia braquial idiopática. Perda sensorial dissociada: Perda sensorial dissociada é o comprometimento de algumas modalidades sensoriais, como a dor e a temperatura, com a preservação de outras, como o tato leve, a sensibilidade vibratória e a sensibilidade postural articular. Embora a presença de uma perda sensorial dissociada frequentemente indique uma lesão medular, ela também 2 Camila Carminate – 5 FASE ocorre na neuropatia amiloide, na neurite lepromatosa ou na neuropatia sensorial hereditária. A doença de fibras pequenas costuma estar associada com comprometimento desproporcionado da sensibilidade dolorosa e térmica, dor espontânea e disfunção autonômica. A doença de fibras grandes resulta em distúrbios da sensibilidade tátil, vibratória e postural articular, perda precoce dos reflexos tendinosos e sintomas motores importantes. DÉFICITS MOTORES O déficit motor que ocorre com uma lesão de nervo periférico consiste em fraqueza nos músculos inervados pelo nervo, em casos graves acompanhada de atrofia e fasciculação. Pode haver dificuldade na realização de tarefas finas; essa situação é agravada por qualquer perda sensorial acompanhante. Os achados clínicos refletem um déficit de neurônio motor inferior, e a distribuição desses sinais e a presença de alterações sensoriais e dos reflexos correspondentes sugerem que possam ser decorrentes de envolvimento do nervo periférico. REFLEXOS TENDINOSOS Estes reflexos estão comprometidos ou abolidos caso o arco reflexo esteja interrompido no lado aferente ou eferente (C5-C6, reflexo bicipital e braquiorradial; C7-C8, reflexo tricipital; L3-L4, reflexo patelar; S1, reflexo do tendão do calcâneo). Os reflexos do tendão do calcâneo em geral são os primeiros a serem perdidos em pacientes com polineuropatias, mas também podem estar ausentes em indivíduos idosos sadios. DISTÚRBIOS AUTONÔMICOS Distúrbios autonômicos podem ser particularmente evidentes em algumas neuropatias periféricas – em especial na síndrome de Guillain-Barré e nas neuropatias relacionadas a diabetes, insuficiência renal, porfiria, certos distúrbios neoplásicos ou amiloidose. Os sintomas incluem hipotensão postural, extremidades frias, comprometimento da sudorese termorreguladora, distúrbios da função vesical e intestinal, e impotência. NERVOS DE TAMANHO AUMENTADO O aumento palpável do tamanho dos nervos levanta a possibilidade de hanseníase, amiloidose, neuropatias motoras e sensoriais hereditárias, doença de Refsum, acromegalia ou polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica.
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