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Aula 1 de política de atenção à saúde da mulher

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Introdução
	O ser humano se origina de uma única célula-ovo que forma progressivamente, ao se dividir, tecidos e órgãos até constituir o corpo humano.
	Para reprodução da espécie humana, o gameta sexual feminino (óvulo) e o masculino (espermatozoide) precisam fundir os seus núcleos (cada com 23 cromossomos) e formar uma única célula denominada zigoto ou óvulo fertilizado, este com 46 cromossomos.
	Assim, para a concepção de um novo ser humano, é necessária uma sequência de eventos complexos que se procedem desde a fertilização e seguem em percursos singulares para formação de cada indivíduo.
	A determinação do sexo biológico é definida no momento da fertilização, porém antes da 7ª semana de vida uterina, as gônadas dos dois sexos têm aspectos idênticos, sendo a possível a identificação do sexo em torno da 9ª semana e se completa na 12ª.
O organismo feminino
	Externamente, a vulva compreende um conjunto de órgãos que compõem a parte de fora da genitália feminina: monte pubiano, grande e pequenos lábios, clitóris, introito vaginal e glândulas de Bartholin.
Glândulas de Bartholin
Glândulas de Bartholin
efetuam a lubrificação do canal vaginal, preparando-o para o ato sexual.
Duas pregas cutaneomucosas intensamente irrigadas e inervadas, que formam os limites lateria da vulva
Duas pregas menores, sem pelos, que envolvem a abertura da vagina
Localizado na parte anterior dos pequenos lábios, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.
Abertura da vagina, também denominado introito vaginal
O organismo feminino
	O sistema reprodutor feminino é constituído internamente por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero e uma vagina.
Canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas que liga o colo do úteros aos genitais externos. Pelo canal que ocorre a eliminação menstrual e o pênis deposita os espermatozoides e por onde sai o bebê.
Órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, com formato piriforme (formato de pêra invertida).
São dois ductos que unem o útero ao ovário, revestidos por células ciliadas
São estruturas ovais, localizadas em cada lado do útero, exercendo duas funções principais: atividade endócrina (liberação de hormônios ovarianos) e formação e desenvolvimento dos gametas sexuais femininos.
Camada de musculatura mais interna do útero
Camada de musculatura intermediária do útero
Porção inferior do útero onde se encontra a abertura do órgão, o colo do útero está localizado no fundo da vagina e serve para separar os órgãos internos e externos da genitália feminina
	Os órgãos que compreendem a genitália interna feminina localizam-se no interior da cavidade pélvica, que constitui uma demarcação óssea rígida com função protetora.
	Anatomicamente a pelve é composta de 4 ossos: 2 ilíacos, o sacro e o cóccix, sendo esses unidos por uma fibrocartilagem e mantidos juntos pelos ligamentos. Os ossos unem-se na parte anterior com a sínfise pubiana e, posteriormente, com as articulações sacro-ilíacas e sacrococcígea.
Íleo
Crista ilíaca
Acetábulo
Ísquio
Púbis
Promontório
Sínfise púbica
Cóccix
Articulação sacro-ilíaca
Articulação sacrococcígea
Espinha isquiática
	
ÍLEO: corresponde a parte mais larga, em forma de leque, situada no alto do ilíaco.
ÍSQUIO: apresenta estrutura óssea pesada, situa-se abaixo do ílio, que forma a parte inferior do ilíaco.
ESPINHA ISQUIÁTICA: ou tuberosidades isquiáticas, são saliências presente na parte inferior dos dois ísquios, que servem como pontos de referência para mensuração do segmento inferior da pelve, tendo imensa importância no processo de parturição, na realização do toque vaginal, para avaliação da progressão fetal.
Íleo
Crista ilíaca
Acetábulo
Ísquio
Púbis
Promontório
Sínfise púbica
Cóccix
Articulação sacro-ilíaca
Articulação sacrococcígea
Espinha isquiática
	
PÚBIS: representa a parte anterior da pelve e representa os ossos que se unem na linha mediana por uma grossa cartilagem e por um ligamento constituindo a junção chamada sínfise púbica.
SACRO: estrutura óssea formada pela fusão de cinco vértebras que se unificam em cada lado dos ilíacos por meio de uma cartilagem e fortes ligamentos. Nele encontra-se uma estrutura denominada promontório sacral, que anatomicamente tem relevante importância no trajeto do parto.
CÓCCIX: tem formato triangular e compõe a parte terminal da coluna, é ligado ao sacro por uma junção sacrococcígea, que possibilita o movimento do cóccix para trás durante o parto.
Íleo
Crista ilíaca
Acetábulo
Ísquio
Púbis
Promontório
Sínfise púbica
Cóccix
Articulação sacro-ilíaca
Articulação sacrococcígea
Espinha isquiática
	No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela tem todas as células que irão se transformar em gametas nos seus dois ovários. Essas células- ovócitos primários- encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos.
	A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a se desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrogênio.
	A cada mês, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta feminino). Após seu rompimento, a massa celular resultante transformando-se em corpo lúteo ou amarelo que passa a secretar os hormônios progesterona e estrogênio.
	Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou branco, uma pequena cicatriz fibrosa que permanecerá no ovário. O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas- as fimbrias.
O ciclo menstrual
	O ciclo menstrual se caracteriza por uma ordenada sequência de eventos que ocorre pela interação dinâmica e cíclica no eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
	Essa interação inclui a produção de hormônios e alterações morfológicas em diversos órgãos, especialmente na genitália interna feminina, que resultam na ovulação e no preparo do útero para um possível processo de implantação embrionária.
	O ciclo menstrual pode ser dividido em dois segmentos: ciclo ovarianos e ciclo uterino
CICLO OVARIANO: se divide em duas fases, ciclo folicular e lúteo.
Fase folicular
Período em que o folículo dominante é selecionado e se desenvolve sob ação do hormônio foliculestimulante (FSH);
O folículo destinado à ovulação passa pelos estágios de folículo primordial, pré-antral, antral e pré-ovulatório;
Duração da fase: 10 a 14 dias
O folículo pré-ovulatório corresponde ao folículo maduro, que é também denominado folículo de Graaf. 
Fase lútea
Após a ovulação propriamente dita, o folículo se organiza para formar o corpo lúteo ou amarelo;
Essa fase consiste no período em que o folículo ovulatório se converte em corpo lúteo, estrutura encarregada de produzir a progesterona, hormônio que irá preparar o endométrio para implantação embrionária.
A função lútea é controlada pela secreção hipofisária de hormônio luteinizante (LH).
Duração da fase: 14 dias.
Sem fecundação e/ou implantação embrionária: regressão do corpo lúteo.
Com fecundação/implantação: corpo lúteo é mantido pela ação da gonadotrofina coriônica humana (hCG), que mantém liberação hormonal até que a função hormonal placentária se estabeleça.
CICLO UTERINO: pode ser dividido em três fases, endométrio proliferativo, endométrio secretor e endométrio menstrual.
Endométrio proliferativo
Após a menstruação, a camada basal do endométrio que não se descamou começa a se proliferar e se torna espessa, constituindo um tecido vascularizado;
O endométrio no início da fase folicular tem aproximadamente 2mm de espessura e atinge cerca de 10mm no período pré-ovulatório;
Essa fase se mantém até a ovulação pela crescente produção de estrogênio dos folículos ovarianos em desenvolvimento;
CICLO UTERINO: pode ser dividido em três fases, endométrio proliferativo, endométrio secretor e endométrio menstrual.
Endométrio secretor
Essa fase se inicia após a ovulação, caracteriza-se pela açãoda progesterona produzida pelo corpo lúteo;
Há produção de secreção espessa e rica em glicogênio pelas glândulas endometriais e o endométrio tem seu crescimento restrito, com consequente colabamento dos vasos espiralados.
CICLO UTERINO: pode ser dividido em três fases, endométrio proliferativo, endométrio secretor e endométrio menstrual.
Endométrio menstrual
É caracterizado por uma ruptura irregular do endométrio;
Isso ocorre devido ao término da vida funcional do corpo lúteo, o que ocasiona a redução de progesterona e estrogênio;
A diminuição dos níveis desses hormônios leva a reações vasomotoras, perda decidual e menstruação.
SEQUÊNCIA DE EVENTOS QUE OCORREM NO CICLO MENSTRUAL
Quando ocorre a menstruação, depois da queda dos níveis de estrogênio e progesterona, inicia-se um novo ciclo menstrual, com o aumento de hormônio foliculestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH);
A liberação de FSH é um sinal para o desenvolvimento folicular ovariano, em torno de 15 ou mais folículos iniciam o processo de desenvolvimento em cada ciclo, mas apenas um madura por completo.
Quando o folículo começa a ser estimulado pelo FSH, as células foliculares se multiplicam, formando uma camada granular, que desencadeia a produção de estrogênio, esse hormônio ovariano ativa a liberação de LH pela adeno-hipófise;
O pico do LH, induzido pelo alto nível de estrogênio, procede a ovulação e, consequentemente, há formação do corpo lúteo, que favorece a produção de progesterona de forma progressiva, especializando o endométrio para uma possível implantação de um ovo fertilizado (nidação);
Com o aumento dos níveis de estrogênio e progesterona, ocorre uma queda dos níveis de FSH e LH;
QUANDO NÃO HOUVER IMPLANTAÇÃO DO ÓVULO FERTILIZADO NO ÚTERO: ocorrerá um declínio nos níveis de LH, que mantém a atividade do corpo lúteo, causando uma queda brusca dos níveis de estrogênio e progesterona no sangue. Em consequência disso o endométrio que estava desenvolvido por esses hormônios não se sustenta e é parcialmente destruído sob a forma de menstruação;
A menstruação é caracterizada pela descamação periódica e cíclica do endométrio, acompanhada de sangramento com duração média de 4 a 5 dias, com perda sanguínea de 20 a 60ml
QUANDO HOUVER IMPLANTAÇÃO DO ÓVULO FERTILIZADO NO ÚTERO: a gonadotrofina coriônica humana (hCG) impede a regressão do corpo lúteo e mantém a secreção de estrogênio e progesterona, desencadeando o processo gestacional.

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