Buscar

Parcerias Público-Privadas: Conceito e Regulamentação

Prévia do material em texto

Lucas Vinicius dos Santos Girard 
201603245121 
D. Administrativo II 
 
 
 
 
A ADPF/DF 282 que versa sobre a possibilidade de PPP no Estado de Roraima na 
cidade de Ariquemes, teve como considerações proferidas pelo procurador geral da republica, 
o Sr Augusto Arias. 
Como decisão, acabou deferindo a medida cautelar e desde logo pela procedência do 
pedido, para que seja declarado inconstitucional o art. 5º, IV, da Lei 1.327/2007, bem como a 
Lei 1.395/2008, ambas do Município de Ariquemes/RO, por criarem nova modalidade de 
parceria público-privada em descompasso com a competência privativa da União para legislar 
sobre licitações e contratos (CF/1988, art. 22, XXVII). 
Parceria Público- Privada, como o próprio termo diz, é uma parceria entre a 
Administração Pública e a iniciativa privada, com o objetivo de fornecer serviços de 
qualidade à população, por um largo período de tempo. Na Inglaterra, o programa de parcerias 
entre a iniciativa privada e os órgãos públicos chama-se Private Finance Initiative e foi 
introduzido com o objetivo declarado de mobilizar o setor privado, buscando atender as 
necessidades tradicionalmente supridas pelo setor público. 
Em linhas gerais, no projeto PPP, o setor privado fica responsável pelo financiamento 
total do serviço, incluindo as obras necessárias, e só após a disponibilização desse serviço é 
que começa a receber a remuneração, seja diretamente por meio dos recursos do Poder 
Público ou por meio da cobrança de tarifa do usuário, sendo essa a forma tradicional da 
remuneração das concessões. 
A amortização do investimento, como se vê, somente se inicia quando o serviço ou a 
utilidade já está disponível, conforme os objetivos traçados no projeto inicial. Nessa parceria, 
o governo especifica o serviço ou obra e um mesmo agente do setor privado desenha, 
financia, constrói, explora e disponibiliza o serviço para a utilidade pública. 
Afirmo que há um entendimento corrente no sentido de que o uso das PPPs, para 
realização e gestão de grandes infra-estruturas e de serviços coletivos, se traduz na forma mais 
adequada de assegurar serviços públicos de melhor qualidade, com menores custos para a 
sociedade. 
É no âmbito da administração pública que conseguimos encontrar um conceito 
completo para as PPP’s. 
Elas podem ser definidas como contratos organizacionais, em geral com longa 
duração, que atribuem a um sujeito privado o dever de prestar um serviço público. 
Isso pode ocorrer com ou sem direito à remuneração, a partir da exploração 
da infraestrutura, mas mediante garantia especial prestada pelo ente público, utilizável para 
obter recursos no mercado financeiro. 
A PPP não chega a ser uma inovação no cenário brasileiro. 
O destaque, na verdade, está na capacidade do poder público em captar os 
investimentos do setor privado para projetos que, anteriormente, só dependiam do Estado. 
Historicamente, podemos dizer que as parcerias público-privadas encontram respaldo 
em um longo processo, que se desenvolveu desde a Revolução Francesa até a consolidação 
dos Estados Democráticos de Direito. 
Com isso, os governos passaram a ter cada vez mais responsabilidades sobre a 
população – o que também levou à necessidade de recorrer à iniciativa privada como parceira. 
No entanto, é preciso saber distinguir o modelo das PPP’s de outros tipos de contrato 
entre Estado e iniciativa privada. 
Há diferença em concessão comum, privatização e parceria público-privada. 
Na Lei da Concessão (8.987/95) consta que a tarifa cobrada do usuário e outras 
receitas de administração já são suficientes para remunerar o prestador do serviço. 
Ou seja, o governo não precisa contribuir financeiramente. Essa é a definição, 
portanto, de uma concessão comum. 
O exemplo desse tipo de contrato é o de uma rodovia que, no modelo de concessão, 
depende dos recursos gerados pelos pedágios. 
As privatizações foram regulamentadas por outra Lei, a de número 9.491/1997. 
Trata-se da venda de um bem público ou de uma empresa estatal para a iniciativa 
privada. 
Aqui, portanto, o caráter é definitivo. 
No entanto, as concessões e privatizações previstas nessas lei mostraram-se 
insuficientes e as demandas da sociedade brasileira precisaram ser atendidas com a criação 
das PPP’s. 
Assim, nasceu a Lei 11.079/2004, que regulamenta as parcerias e institui regras para 
que elas aconteçam. 
De forma geral, essa legislação existe para viabilizar os investimentos em serviços e 
em obras para os cidadãos. 
 
 
 
 
https://fia.com.br/blog/infraestrutura/
https://fia.com.br/blog/mercado-financeiro/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
https://fia.com.br/blog/privatizacao/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9491.htm#art35
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes