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Resolução contratual: rescisão indireta e justa causa O rompimento mais conflituoso de um vínculo de emprego ocorre por meio da resolução contratual. Justamente porque nessa modalidade de extinção do contrato, restará configurada a falta grave. A resolução contratual sempre irá pressupor a presença da justa causa, seja por parte do empregado, quando este será dispensado por justa causa; seja por parte do empregador, quando este incorrer em falta grave. Dispensa indireta Conhecida também como rescisão indireta. Ela se configura na hipótese em que o empregador comete uma falta grave a ponto de tornar insustentável a relação de emprego. É denominada indireta porque a falta grave cometida pelo empregador dá o direito ao empregado de rescindir o contrato de trabalho indiretamente por culpa da empresa, sendo devidas todas as verbas rescisórias que faria jus se tivesse sido dispensado sem justa causa. Porém, a única possibilidade do trabalhador comprovar a falta grave de seu patrão e, consequentemente, a rescisão indireta, é por meio do ajuizamento de uma ação trabalhista, na qual o juiz irá verificar, no caso concreto, se o empregador cometeu falta grave a ponto de se tornar insustentável o contrato de trabalho para o empregado. Dispensa do empregado por justa causa Pena máxima a ser aplicada ao trabalhador, por isso é recomendável que as empresas sejam cautelosas, imputando a falta grave ao empregado apenas quando houver prova robusta da culpa. ● A falta deve ser grave ● A pena aplicada deve ser proporcional à falta cometida ● Para cada falta deve ter uma penalidade, não sendo possível punir duas vezes pelo mesmo ato ● A penalidade deve ser aplicada imediatamente ao fato ocorrido, sob pena de perdão tácito ● Deve haver conduta dolosa ou culposa da parte que cometeu a falta É importante saber que nem todo ato é passível de dispensa por justa causa, pois mesmo na hipótese do empregado incorrer em um falta grave, nem sempre a ocorrência de um único fato ou a adoção de uma única conduta poderá caracterizar a pena máxima: a depender da situação, será necessário que o trabalhador incorra duas, três ou quatro vezes em uma falta a fim de caracterizar a justa causa, casos como agressão uma vez basta. Sendo dispensado por justa causa, o empregado fará jus apenas às seguintes verbas rescisórias: ● Saldo de salário ● Férias vencidas ● Décimo terceiro ● Salário vencido. Caso o trabalhador entenda que foi injustiçado, poderá ajuizar uma ação trabalhista e requerer a reversão da justa causa, e caberá ao juiz analisar as circunstâncias, na intenção de verificar se a empresa agiu ou não com abuso de direito. Extinguir o contrato de trabalho por acordo. A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), além de introduzir uma nova possibilidade de justa causa, previu ainda a possibilidade de extinguir o contrato de trabalho por acordo. A intenção do legislador, ao criar a possibilidade de extinção do contrato por acordo, foi a de servir de opção entre o “pedido de demissão” e a “dispensa sem justa causa”. Nessa modalidade, o aviso prévio, se indenizado, e a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia (multa de 40% do FGTS sobre os depósitos existentes na conta do trabalhador) serão pagos pela metade. Além disso, apenas 80% dos valores depositados de FGTS poderão ser movimentados, e não será possível o acesso ao seguro desemprego, nos termos do artigo 484-A da CLT (BRASIL, 1943).
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