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Resumo do texto saúde e doença significações e perspectivas em mudança

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Resumo do texto: saúde e doença significações e perspectivas em mudança
O texto começa introduzindo o conceito mais comum do processo saúde/doença e como esse processo não deve ser reduzido apenas à parte da ciência biomédica que estuda o corpo de maneira restrita, mas compreendendo aspectos psicológicos e sociais. Depois disso é mostrada um pouco da história da construção do conceito de saúde e doença. Importante pensar nas duas concepções que mais marcam o percurso da medicina, o entendimento fisiológico, iniciado por Hipócrates e o entendimento ontológico, que é o de "entidades" que invadem o corpo e provocam doenças, essas "entidades" sofrem modificações ao longo do tempo e do espaço. Para além desses dois entendimentos, Ribeiro (1993) considera quatro grandes períodos para entender as diferentes concepções dadas à esse processo ao longo do tempo.
O primeiro período tratado é Período Pré-Cartesiano: o autor traz um pouco da importância da quebra de paradigma na medicina que foi introduzida por Hipócrates, o qual estabeleceu um conjunto de princípios teóricos e metodológicos baseados na observação objetiva e no raciocínio dedutivo, diferentes dos pensamentos anterior à ele e em vigor na sua época, que acreditavam em influências mágico-religiosas. Acrescenta-se à isso, a observação da importância do ambiente em que o indivíduo está para a manutenção da sua saúde, além da relação médico-paciente que é fundamental para o bem estar desse paciente.
O segundo período é com o desenvolvimento do modelo biomédico: esse período se inicia no século 17 com nomes importantes como Newton, Galileu e Descartes, e traz um ideia mecanicista e reducionista do homem e da natureza, constituindo o chamado Modelo Mecanicista ou Cartesiano. Esse modelo enxerga o corpo como partes separadas, que juntas, trabalham para o correto funcionamento dessa "máquina" chamada ser humano. A doença, dessa forma, era qualquer interrupção do bom funcionamento, enquanto que o processo de cura, se dava na medida em que havia a reparação da máquina.
O terceiro período se dá com a primeira revolução da saúde, entre o fim do século 18 até a década de 70: O autor inicia falando da Revolução Industrial e de como isso afetou a vida das pessoas, de formas diversas, como a mudança das pessoas do campo para a cidade, gerando aglomerações em grandes centros, desequilíbrios ambientais, baixas condições sanitárias, etc. que contribuíram para o espalhamento de diversas doenças infectocontagiosas. Esse primeira revolução construiu as modernas medidas de saúde pública adotada pelo modelo biomédico, feitas a partir de observações da realidade, e que trouxeram uma medicina mais preventiva, que quando falhava era substituída pela medicina curativa, principalmente com o surgimento dos antibióticos.
O último período é o da segunda revolução da saúde: "Globalmente, pode afirmar-se que o desenvolvimento do modelo biomédico se centrara na doença, que a primeira revolução da saúde se centrara na prevenção da doença, e que a segunda revolução da saúde se centra na saúde." Esse último conceito trabalha as questões de comportamento desenvolvidas nas últimas décadas e sua influência no processo de adoecimento da população, quebrando com o paradigma da doença causada apenas por "germes". Trabalha também mudanças no comportamento que impactem na saúde, como hábitos mais saudáveis, e fatores que contribuíram para a nova concepção de saúde.
Estes dois conceitos "promoção da saúde" e "estilo de vida" concentram e resumem a segunda revolução de saúde. "A definição adoptada na carta de Otawa, em 1986, e que tem sido utilizada para Promoção da Saúde, é a seguinte: processo de "capacitar" (enabling) as pessoas para aumentarem o controlo sobre a sua saúde e para a melhorar". Isso permite que os indivíduos tenham mais autonomia sobre a sua saúde, além de menos gastos pelos sistemas de saúde e menos responsabilidade por parte das autoridades, consequentemente também, mais vantagem econômica. A Organização Mundial de saúde define estilo de vida como "um aglomerado de padrões comportamentais, intimamente relacionados, que dependem das condições económicas e sociais, da educação, da idade e de muitos outros factores"
Como síntese geral de estudos realizados sobre saúde/doença pela população geral têm-se que: "1) as concepções das pessoas leigas em medicina estão intimamente ligadas a significações mais latas sobre si próprias, sobre o mundo e a vida e imbuídas em sistemas culturais locais; 2) as pessoas frequentemente constroem concepções para os processos de saúde, que são bastante diferentes daquelas que constróem para os processos de doença e, 3) as concepções leigas coexistem e competem, no sentido de concepções alternativas às significações médicas ou dos profissionais de saúde."

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