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Mucopolissacaridoses ● Doenças raras ○ Segundo a OMS: que afeta até 65 pessoas de 100.000; ○ Nos Estados Unidos: menos de 1 para 200.000; ○ Na União Europeia: menos de 5 para 10.000. ○ Definição depende do período e da região! ● Doenças lisossômicas ○ Lisossomos possuem entre 40 a 50 enzimas, as quais cada uma é fabricada por um gene. Se há alteração nesse gene, há alteração enzimática, o que caracteriza a mucopolissacaridose. ● Fisiopatologia ○ Mutação nos genes codificadores de enzimas lisossômicas - Baixa ou não produção enzimática - Não metabolização dos glicosaminoglicanos (GAGs) - Acúmulo de GAGs no organismo. ● Doenças dos Erros Inatos do Metabolismo ○ Fazem parte do grupo caracterizado por doenças multissistêmicas ○ Grupo 3 - Doenças de moléculas complexas ■ Diagnóstico difícil: Procura por profissionais de diversas áreas para solucionar problemas específicos; ■ Pouco tratáveis; ■ Possuem sintomatologia inespecífica e manifestações progressivas. ● Doenças de Depósito: Acúmulo progressivo de GAGs. ● Heparan: Geralmente tem comprometimento cognitivo; ● Keratan só tem no IV A e B; ● Diagnóstico: Dosagem de GAGs na urina; ● As MPS alteram a função e o metabolismo celular nos diversos órgãos e sistemas. ○ Órgãos são afetados de acordo com o tipo de MPS que o paciente possui. ● Todas as Mucopolissacaridoses com exceção a do tipo II são de herança autossômica recessiva. ○ Isto é, ambos os genitores são heterozigotos para aquela mutação enzimática e possuem 25% de chance em cada gravidez de gerar um filho afetado; ○ Epidemio: Maior incidências em locais com alta consanguinidade. ● Somente o tipo II é recessivo ligado ao X. ○ Nesse caso a mãe é portadora e a MPS irá se manifestar no sexo masculino. ● Quase todos possuem algum dimorfismo facial e problemas cardíacos, com exceção do tipo III e IX. ● A preservação da inteligência está presente nos tipos I, IV, VI e IX. ● O tipo III sempre vai ter alterações no comportamento. ● Diagnóstico ○ Exame clínico, em seguida na radiografia do esqueleto, dosagens de GAGs na urina (REDEMPS), o padrão ouro é a dosagem da atividade enzimática das GALNS (Enzima lisossômica) nas células sanguíneas ou nos fibroblastos (REDEMPS). ■ Confirmação por análise de mutações (REDEMPS) - Saber qual a mutação o paciente tem é um luxo, o fato dos pacientes do HU conhecerem a sua mutação, deve-se à participação deles em pesquisa. ○ Em geral, as MPS que possuem o SNC afetado têm pior prognóstico. ● Características clínicas semelhantes ○ Diferentes diagnósticos Sinais e sintomas semelhantes; ○ Ex: Face dismórfica de Hurler e Hunter. ● Sinais e sintomas comuns a todas as MPS ○ Infecções ouvido, nariz e garganta, hérnias, alterações pulmonares, alterações cardíacas (válvulas), alterações gastrointestinais (aumento do fígado, intestino), alterações no SNC, alterações nos músculos esqueléticos (crânio, vértebras, mãos, articulações, baixa estatura). ● Dificuldades respiratórias ○ Depósito de GAGs nas paredes das vias aéreas; expansão das amígdalas e adenóides; estenose da faringe e da laringe; pescoço curto; anomalias da parede traqueal e brônquica. ● Opacidade corneana ○ Aspecto leitoso, ou até mesmo uma “nuvenzinha” no olho do paciente. ■ Acúmulo de GAGs nesse órgão. ○ Mais comum em pacientes idosos, mas pode aparecer desde a infância. ● Ponte nasal deprimida ○ Comum na maioria dos pacientes. ● Síndrome de Morquio A (MPS IV A): Anormalidades dentárias ○ Deficiência no esmalte, dentes afastados, cúspides pontiagudas, incisivos em forma de pá, formação frequente de cáries, anormalidades no desenvolvimento da dentição de leite e da dentina. ● Redução/Perda da audição - Morquio ○ Decorrente principalmente das otites e sinusites recorrentes. ■ Necessidade de aparelhos auditivos. ● Tubos de ventilação - Perda de audição condutiva; ● Próteses auditivas retroauriculares - Perda auditiva sensorial progressiva. ○ Comum na primeira década de vida. ● MPS I ○ Diferencial: Estatura, em geral, maior do que a dos outros tipos de MPS. ○ Observar outros aspectos: ■ Mão em garra: Geralmente não conseguem esticar os dedos, o que prejudica o seu tato fino. ● É importante ressaltar que nem todos vão possuí-la, como é o caso da MPS IVA – Morquio; ■ Face infiltrada e cabeça grande – Característicos da MPS; ■ Baixa Estatura; ■ Restrição da Amplitude dos Movimentos – Geralmente não conseguem levantar os braços acima da cabeça, não fazem extensão do antebraço. ● MPS II ○ Varia de forma atenuada até mais grave (com comprometimento neurológico); ○ Pode variar de uma pessoa mais baixa, com uma garra só de uma última falange, até uma pessoa com sobrancelha cheia, com língua protrusa, boca grande, face grosseira, etc. ○ Fenótipos diferentes até mesmo dentro de uma família. ● MPS III ○ Conhecida como Síndrome de Sanfilippo, subdivide-se em tipos A, B, C e D, sendo os tipos C e D mais raros no mundo, mas o tipo C é mais frequente na Paraíba; ○ O indivíduo que a possui geralmente não apresenta baixa estatura e não apresenta face grosseira; ○ O que a caracteriza é que a criança se desenvolve normal até os 3, 4 anos e logo em seguida começa a involuir neurologicamente, a desaprender o que já possuía de conhecimento; ○ Aspectos como: sobrancelha, lábios e fios grossos são recorrentes, mas a característica mais marcante é a involução neuropsicomotora. ■ Involução: Característico. ● MPS IVA - Morquio A ○ 97% têm pectus carinatum - Pode ser excavatum. ○ Manifestações: ■ Baixa estatura; ■ Tronco curto; ■ Pescoço curto; ■ Falta de extensão dos membros; ■ Abdômen globoso; ■ Hérnia umbilical; ■ Giba lombar - Não é específico do MPS IVA. ○ Maior frequência no Brasil: PB. ○ Anormalidades esqueléticas - Mais proeminentes e que aparecem mais cedo - Keratan sulfato tem expressão maior nos ossos ■ Baixa estatura; marcha anômala; genu valgo; anormalidades da coluna (hipoplasia do odontóide, instabilidade cervical, cifose, escoliose); anormalidades torácicas (pectus carinatum (tórax em quilha), pectus excavatum (depressão profunda do esterno); anormalidades articulares (frouxidão e dor articular). ● Única MPS com frouxidão ligamentar/articular! ○ Outras anormalidades ■ Redução da atividade respiratória (limitações da resistência, infecções respiratórias recorrentes, apneia do sono, ronco); anormalidades nas válvulas cardíacas; fraqueza muscular; redução da capacidade visual (opacidade da córnea, astigmatismo); perda de audição (condutiva e/ou neurossensorial); anomalias dentárias; hepatomegalia; esplenomegalia. ○ Grande heterogeneidade fenotípica ■ Difere até dentro de uma mesma família. ○ Expectativa de vida: ■ Pacientes severamente afetados: aproximadamente 20/30 anos de vida; ■ Pacientes com a forma atenuada: pode sobreviver até aproximadamente 70 anos. ○ Grande variabilidade de apresentação clínica e gravidade da doença ■ Ao nascimento: normal; ■ Idade de primeiros sinais: 1 - 3 anos (média 2); ■ Idade média de confirmação do diagnóstico: 5 anos. ○ Todos os MPS - Crescimento muito acelerado nos primeiros meses de vida. ○ Grande maioria dos MPS IV abaixo do percentil 5; ○ Condições para uma doença fazer parte do teste do pezinho: ■ Doença grave ou potencialmente grave ■ Tratamento precoce muda o curso da doença ■ Doença frequente ● MPS é rara. ● MPS: inteligência normal: tipos I (Scheie), IV e VI; ● MPS VI: mão em garra; ● MPS IV A: frouxidão ligamentar - Em geral; ● Tratamento ○ Inespecífico; ○ Transplante de medula óssea (TMO) - discutível; riscos maiores que benefícios; ■ Se tenta mais para tipos com comprometimento neurológico e se o diagnóstico for precoce. ○ Analgésicos e anti-inflamatórios nos episódios dolorosos; ○ Antibióticos nos quadros infecciosos; ■ Principalmente de vias aéreas. ○ Cirurgias de correção/alívio: hidrocefalia, amigdalectomia, adenoidectomia, síndrome do túnel do carpo, hérnia inguinal, artroplastia/prótese de quadril, correção geno valgo, etc; ○ Abordagem multidisciplinar (nutrição, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia,etc). ● Terapia de reposição enzimática (TRE) - Único tratamento específico ○ Não cura, nem reverte, mas melhora a progressão da doença; ○ Tem pro I, II, IVA, VI e VII; ○ I e II tem comprometimento do SNC - Enzima não atravessa barreira hematoencefálica. ○ Evolução cognitiva não se altera. ○ Terapia gênica para fazer com que a TRE ultrapasse a barreira hematoencefálica; ○ MPS3C - tipo 1 e 2. ○ Consanguinidade parental ■ Nordeste x Sul: 13x mais elevada em algumas regiões do NE; ■ NE: casamentos consanguíneos: 6 - 12%; ■ S: casamentos consanguíneos: <5%. ● MPS IVA da PB: mesma mutação; ○ Só existe aqui e do Sri Lanka. ○ c.Ser341Arg - Serina na posição 341 é trocada por uma arginina. ● Consanguinidade x Mortalidade no Brasil ○ NE: Maior mortalidade e consanguinidade; ● Malformações congênitas: Segunda causa de mortalidade infantil até 1 ano de idade no Brasil segundo o DATASUS de 2014. ○ Muitas são de causas genéticas. ● Distribuição das MPS mais frequentes na PB: IVA > VI > III > I > II > VII. ○ Maior concentração: Região da borborema. Artigo: Spectrum of GALNS mutations and haplotype study in Brazilian patients with Mucopolysaccharidosis type IVA ● MPS IVA ○ Deficiência da enzima N-acetilgalactosamine-6-Fosfatase (GALNS). ○ GALNS também é o gene que codifica essa enzima ■ Locus: 16q24.3; ■ 14 exons e 13 introns; ■ 50 kb. ○ Análise das mutações: Amplificação por PCR e depois sequenciamento de sanger.
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