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Resumo Emergências Psiquiátricas

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INTRODUÇÃO 
Ainda existe muito estereotipo e subestimação frente 
aos transtornos mentais, e grande parte do preconceito 
com essas patologias se deve a um medo 
inconsciente. A falta de conhecimento leva ao 
preconceito, o que muitas vezes gera 
comprometimento no diagnóstico/tratamento! 
• Prevalência de 10-20% 
o Valores subestimados: o limiar entre um 
comportamento excêntrico e um comportamento 
patológico é muito estreito. 
• Motivo de angustia para pais/profissionais: momento 
de negação para a família e condução complicada 
para profissionais; 
• A solicitação de uma avaliação psiquiátrica muitas 
vezes é vista de forma ofensiva tanto para o paciente 
quanto para os acompanhantes. 
Acolhimento dos pacientes com transtornos mentais 
• O paciente tem acesso à rede de saúde em geral 
através de situações de emergência, e o médico que 
está à frente é, na maior partes das vezes, o 
generalista; 
• Independente do profissional que esteja à frente, é 
fundamental que esse esteja preparado para 
reconhece e manejar essas crises, até que seja 
possível a avaliação por um psiquiatra; 
• O atendimento aos portadores de quadros agudos 
de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica 
deve ser prestado por todas as portas de entrada 
do SUS 
o UBS, ESF, unidades de atendimento pré-
hospitalares fixas e móveis e pelas unidades 
hospitalares, possibilitando a resolução dos 
problemas de saúde dos pacientes, OU 
transportando responsavelmente até um serviço 
de saúde hierarquizado e regulado. 
 
TÁ NA LEI! 
Qualquer unidade da rede, seja pública ou privada, é 
obrigada por lei a ser porta aberta para pacientes que 
necessitem de atendimento de emergência: o paciente 
deve ser atendido, estabilizado e encaminhado para 
uma unidade SUS. 
O que a emergência psiquiátrica provoca entre os que 
rodeiam o paciente? 
• Insegurança, confusão, medo, angústia e 
incertezas, tanto nos profissionais quanto nos 
acompanhantes; 
• Motivo pelo qual o atendimento de pessoas com 
transtorno mental sempre foi isolado e prestado 
principalmente em serviços especializados; 
• Não há padronização do atendimento, mas deveria. 
CONCEITOS 
• Emergência psiquiátrica: distúrbio do 
pensamento, sentimento ou ações que envolvem 
risco de morte ou risco social grave, necessitando 
de intervenções imediatas e inadiáveis (em horas-
minutos). Ex: violência, risco de suicídio, 
automutilação, autonegligência, juízo crítico 
comprometido, risco de causar dano grave a você 
ou ao seu semelhante; 
• Urgência psiquiátrica: distúrbio do pensamento, 
sentimento ou ações que implicam riscos menores 
de morte ou social, necessitando de atendimento a 
curto prazo (dias-semanas). Ex: comportamento 
bizarro, quadros agudos de ansiedade, síndromes 
conversivas; 
• Situações eletivas: ansiedade leve, distúrbios de 
relacionamento interpessoal, informações sobre 
medicação, fornecimento de receitas. A rapidez da 
intervenção não é critério essencialmente 
importante. 
Síndromes conversivas em geral são alvo de muito 
preconceito. É importante salientar que distúrbio 
conversivo é diferente de simulação (simulação = 
simula doença com intenção; conversivo = simula 
doença sem intenção). 
 
CARACTERÍSTICAS DAS EMERGÊNCIAS 
PSIQUIÁTRICAS 
• QUANDO? A qualquer momento 
• ONDE? Em qualquer lugar 
• COMO? Não há delimitação fixa 
• PORQUÊ? Por fatores explicáveis ou não 
cientificamente 
Principais emergências psiquiátricas 
Transtornos psicóticos, transtornos do humor, 
transtornos da ansiedade (pânico), dependência 
química, quadros demenciais (o idoso pode evoluir com 
surto), agitação psicomotora, transtornos alimentares, 
transtornos conversivos. 
• Os indivíduos vulneráveis a crises são em geral 
aqueles que passam por eventos estressores, a 
exemplo de: 
o Desemprego, subemprego ou insatisfação 
ocupacional; 
o Abuso de substancias, alcoolismo/drogadição; 
o Dificuldade de lidar com problemas cotidianos 
menores (se estressa fácil); 
o Baixa autoestima; 
o Sentimento de insegurança excessivos; 
o História de crises mal resolvidas/transtornos 
psiquiátricos pregressos; 
o Falta ou dificuldade de acesso a apoio (família, 
amigos, rede de saúde); 
o Poucos relacionamentos interpessoais 
duradouros; 
o Sentimentos de isolamento (grandes cidades); 
o Impulsividade/história de lesões físicas 
frequentes ou danos à propriedade. 
• Eventos graves que podem desencadear crises: 
o Morte ou perda de um ente querido; 
o Mudança de status educacional, inclusive 
graduação; 
o Casamento, separação, divórcio o término de 
relacionamento significativo; 
o Gravidez (especialmente fora do casamento, 
grávida solteira...); 
o Doença física; 
o Perda de emprego ou mudança de condição de 
trabalho; 
o Aposentadoria (isolado em casa); 
o Vítima de violência social (violência sexual, 
violência física e violência mental); 
o Desastres naturais (desmoronamentos); 
o Situação da pandemia: é dado muito valor diante 
ao físico e pouco valor ao mental! 
A Resolução do CFM nº 1.598/00 normatiza o 
atendimento médico a pacientes portadores de 
transtorno mental: 
Art. 5º - (...) É de competência exclusiva dos médicos a 
realização de diagnósticos médicos, indicação de 
conduta terapêutica, as admissões e altas dos 
pacientes sob sua responsabilidade 
• Exame do estado mental: a mente humana é uma 
unidade indivisível, mas o funcionamento psíquico 
pode ser analisado em diversas funções mentais. 
o Sempre levar em conta a complexidade da 
mente humana; 
o Funções mentais: consciência, atenção, 
sensopercepção, orientação (orientado quanto 
ao tempo e espaço), memória (recente e tardia - 
exemplos), inteligência (cognitiva, artística), 
afetividade, pensamento, conduta, linguagem. 
• Síndromes de perturbação da conduta: a agitação e 
agressividade se observam em diferentes patologias, 
e pode-se considerar como uma síndrome associada: 
o Característica: Alteração da consciência + 
violência/agressividade + alteração da 
psicomotricidade; 
o Etiologia: endógena, exógena ou psicogênica 
o Motilidade: agitação psicomotora (+) ou 
síndrome estuporosa (-) 
o Agressividade e/ou violência: tentativa de 
suicídio (auto) ou tentativa de homicídio (hetero) 
• Origens da agitação psicomotora: 
o Exógena: drogas, infecção (sepse pode levar a 
alteração da consciência/agitação), e o 
acometimento da consciência pode ir de 
confusão até coma, variando durante o dia. 
o Psicogênica: situação psicotraumática numa 
personalidade pré-morbida suscetível, podendo 
levar a uma agitação do tipo psicogênica (típico 
de personalidades muito primitivas, 
desestruturadas e que se descompensam 
facilmente); 
o Endógena: frequente em psicoses 
esquizofrênicas, maníacas ou depressivas; 
• Tratamento das urgências: 
o DEPENDE! Varia de acordo com o diagnóstico, 
gravidade, risco de morte, lugar de procedência 
o Pode bastar uma intervenção breve ou 
encaminhamento para unidade especializada; 
o Sempre dar orientação à família acerca do risco 
de violência auto infligida ou hetero-infligida. 
REDE DE ATENÇÃO AOS TRANSTORNOS 
MENTAIS 
 
• Muitos pacientes necessitam de internação hospitalar 
vitalícia; 
• Fontes de ansiedade para a equipe médica no PS: 
o Risco de violência contra a equipe e contra ele 
mesmo 
o Possibilidade de suicídio 
o Ausência de programas ambulatoriais e leitos 
para internação → CRÔNICO 
o Internação contra a vontade do paciente (pesar 
a autonomia/discernimento do paciente) → Risco 
de morte iminente (tiros...) 
o Inexperiência e incerteza 
o Necessidade de decisões rápidas (sedação) 
o Críticas e conflitos com a equipe 
o Comorbidade entre problemas clínicos e 
psiquiátricos (diabetes, hipertensão...) 
o Resistencia às recomendações terapêuticas 
(cessação do tratamento após início dos efeitos); 
o Falta do paciente se reconhecer doente 
o Famílias difíceis (negação) 
o Falta de apoioinstitucional e legal 
ABORDAGEM ÀS EMERGENCIAS 
PSIQUIÁTRICAS 
• Objetivos do tratamento 
o ESTABILIZAR O QUADRO! Evitar risco de 
morte, reparar o dano (se houver), aliviar o 
sofrimento, prevenir repetição do episódio; 
o Estabelecer hipótese diagnóstica; 
o EXCLUIR CAUSA ORGÂNICA (Sepse, uremia, 
coma hiperosmolar, AVC); 
o Encaminhar e orientar família/paciente; 
o Outros: exame clínico, estudos/avaliações 
complementares. 
Resolução CFM nº 1.598/00 normatiza o 
atendimento médico a pacientes portadores de 
transtorno mental: 
Art. 6º - Nenhum tratamento deve ser administrado a 
paciente psiquiátrico sem o seu consentimento 
esclarecido, salvo quando as condições clínicas não 
permitirem a obtenção desse consentimento, e em 
situações de emergência, caracterizadas e justificadas 
em prontuário, para evitar danos imediatos ou 
iminentes ao paciente ou a outras pessoas; 
Parágrafo único – Na impossibilidade de obter-se o 
consentimento esclarecido do paciente, e ressalvadas 
as condições previstas no caput desse artigo, deve-se 
buscar o consentimento de um responsável legal. 
• Deveres do profissional de saúde: 
o Adotar atitudes que não causem lesão ao 
paciente (primum non nocere), evitar se expor 
desnecessariamente (risco de ato de violência), 
adotar uma atitude sóbria e empática (lembrar 
que o paciente não está em seu juízo mental, e 
sim em surto), respeitar a dignidade do paciente 
(manter austeridade)! 
TIPOS DE INTERVENÇÃO 
Contenção verbal → Contenção mecânica → 
Contenção química 
Importante salientar que o paciente tem direito de 
receber o tratamento mais restritivo e invasivo possível, 
respeitando sua integridade física e dignidade, 
apropriado a necessidades de segurança da equipe, 
sua e de terceiros. 
Contenção Verbal 
• Manter local tranquilo; 
• Atitude calma, respeitosa e direta, mostrando-se 
capaz de auxiliar o paciente; 
• Utilizar frases curtas e diretas, sendo necessário 
repeti-las várias vezes; 
• Estimular o paciente a falar sobre suas angustias e 
medo, desta forma poderá expressar-se pela fala e 
não pela ação violenta; 
• Deixar claro que se dispõem de mecanismos capazes 
de conter a agitação com a intenção de ajuda-lo e não 
de medir força 
• Postura profissional: calmo, porém firme. Sem 
pressa, escutando o paciente e respeitando seu 
silêncio. Acatar pedidos simples do paciente (não 
permitir família no consultório). Demonstrar interesse 
na história e não duvidar ou dizer que o que o 
paciente diz não é real; 
• Sincronia da equipe: pelo menos dois profissionais 
(médico + 2 enfermeiros), equipe entrosada e 
posicionamento adequado, reconhecer a linguagem 
da emergência; 
• Autoproteção 
o Saiba tanto quanto possível sobre os pacientes 
antes de encontra-los; 
o Contenção física deve ser feita por profissionais 
treinados; 
o Alerta para riscos de violência iminente; 
o Atente para a segurança do espaço físico a sua 
volta (acesso a portas para saída fácil, objetos 
da sala); 
o Tenha outras pessoas presentes durante a 
avaliação, se necessário; 
o Garanta a presença de outras pessoas nas 
imediações; 
o Atente para o desenvolvimento de uma aliança 
com o paciente (não confrontar ou ameaçar 
pacientes com psicoses paranóides); 
• Prevenção quanto ao perigo: 
o Previna ferimentos auto infligidos e suicídio. 
Use quaisquer meios necessários para evitar 
que os pacientes machuquem a si mesmos 
durante a avaliação (retirar objetos...) 
o Evite violência para com outros. Avalie 
brevemente o paciente para o risco de violência. 
Se o risco for significativo, considere as 
seguintes opções: 
▪ 1. informe o paciente de que a violência não 
é aceitável; 
▪ 2. aborde o paciente de uma forma não-
ameaçadora; 
▪ 3. ofereça garantias, acalme ou auxilie o teste 
da realidade do paciente; 
▪ 4. Ofereça medicamentos; 
▪ 5. Informe ao paciente que a 
contenção/isolamento será usada somente 
se for necessário, e se for conter ou 
imobilizar, explicar a ele ou a seus familiares 
a razão de tal conduta; 
▪ 6. Tenha equipes prontas para conter o 
paciente; 
▪ 7. Quando os pacientes forem contidos, 
observe-os sempre, atentamente, e verifique 
constantemente seus sinais vitais, isole 
pacientes contidos de estímulos que podem 
agita-los, planeje imediatamente uma 
abordagem adicional (medicação, 
tranquilização verbal e avaliação médica 
especializada). 
• Descartar transtornos mentais orgânicos, como: 
o Alteração da consciência; 
o Desorientação; 
o Exoftalmia (sugere Doença de Graves); 
o Paralisia ocular (sugere tumor cerebral); 
o Incontinência urinária (sugere bexiga 
neurogênica); 
o Linfadenopatias (sugere linfomas); 
o Tremores; 
o Movimentos involuntários (balismos); 
o Fácies; 
o Odores característicos (alcoolico, cetônico). 
• Descartar a possibilidade de psicose iminente, 
como: 
o Paciente com as mãos fechadas, musculatura 
tensa, sentado na ponta da cadeira, inquieto 
(pronto pra atacar); 
o Paciente que fala alto, de forma ameaçadora, ou 
que blasfema; 
o Paciente desconfiado (olhando para os lados), 
ou com humor irritado, exaltado ou eufórico; 
o Paciente intoxicado por álcool ou por drogas. 
Contenção Mecânica 
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a reação 
do paciente à contenção mecânica é, no final do 
tratamento, de gratidão, ao se dar conta de que foi 
impedido de agir de forma destrutiva durante seu 
episódio de agitação 
TÁ NA LEI! 
Lei nº 10.216 de 06 de abril de 2001 artigo 2º, item 
VIII do parágrafo único: 
É direito do paciente ser tratado em ambiente 
terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis. 
Sendo indubitavelmente a restrição física um meio 
invasivo, deduz-se que sua aplicação possa ser 
excepcional e cercada de todos os cuidados, para que 
a ação do paciente seja a menos lesiva possível 
• A contenção mecânica pode desencadear 
complicações clínicas graves: desidratação, 
redução da perfusão em extremidades (contenção 
muito apertada), fraturas, depressão respiratória ou 
até morte súbita; 
• A adequação do comportamento da equipe no 
manejo da situação é um aspecto fundamental para a 
prevenção de agressão físicas ou danos materiais 
• Recomendações: 
o Preferencialmente 5 pessoas: 1 coordena e 
dirige a palavra ao paciente, e outras 4 para cada 
membro do corpo; 
o Conter com material resistente (lençóis) 
o Contido em decúbito lateral e com a cabeça 
levemente elevada (decúbito dorsal com os 
braços abertos deixa o paciente em posição 
vulnerável, e aumenta o risco de aspiração em 
caso de vômito) 
o Durante todo o procedimento o paciente deve ser 
esclarecido sobre o que está sendo feito, bem 
como os motivos, tentando explicar o caráter 
não-punitivo; 
o Não oferecer líquidos ou alimentos durante o 
período de contenção; 
o Tempo máximo de contenção é 4h, com 
reavaliação constante e conforto. 
• Tipos: 
o 2 pontos (MMSS), 4 pontos (MMSS e MMII), 5 
pontos (membros e tórax), lençol de contenção, 
faixa de contenção no leito, e grupo de apoio no 
leito (8 pessoas). 
• A retirada da contenção pode ser gradual e de comum 
acordo com o paciente; 
• REGISTRAR TUDO NO PRONTUÁRIO! 
• Proibido o uso dessas técnicas em caráter coercitivo 
ou punitivo; 
• Fatores de risco para comportamento violento: 
o Sexo masculino, história prévia de violência 
existente, baixa tolerância a 
frustrações/autoestima, existência de 
intoxicação/abstinência. 
• Causas frequentes 
o Alteração do pensamento e do juízo de 
realidade: episódio maníaco, transtorno psicótico 
agudo e transtorno psicótico crônico agudizado; 
o Alteração da consciência e da orientação: 
abstinência grave por substancia psicoativa, 
confusão mental por quadro orgânico e delirium; 
o Intoxicação por substancia psicoativa pode 
causar ambos. 
• Indicadores de violência iminente: 
o Postura inclinada para frente; 
o Hiper vigilância; 
o Atividade motora irritável; 
o Vozalta/gritos; 
o Comentários pejorativos/ofensivos/provocativos; 
o Olhos arregalados; 
o Comportamento exigente e tenso. 
Contenção Química 
É a última abordagem, e indica falha de todas as 
outras. 
• Algumas pessoas, mesmo contidas mecanicamente, 
continuam tão agitadas que podem machucar-se 
mesmo assim 
• Vantagem: tranquilização rápida (não instantânea) 
• Desvantagem: risco de efeitos colaterais e iatrogenia 
(broncoaspiração, depressão respiratória, PCR) 
O que é tranquilização rápida? 
Obtenção de redução significativa dos sintomas de 
agitação e agressividade, sem a indução de sedação 
mais aprofundada/prolongada. Objetivo: tranquilizar o 
paciente o mais rápido possível, reduzindo o risco de 
auto e hetero-agressividade e de ocorrência de efeitos 
colaterais, mas de maneira a permitir a continuidade da 
investigação diagnóstica e abordagem terapêutica. 
• A contenção química deve ser evitada em pacientes 
intoxicados por outros depressores do SNC (álcool, 
barbitúricos) ou com suspeita de TCE (risco de 
depressão neurológica grave, causando lesão 
neuronal secundária); 
Considerações gerais 
• Alteração da consciência: benzodiazepínicos; 
• Alteração da psicomotricidade: antipsicóticos 
• Medicações mais comuns: 
o Antipsicóticos – Haloperidol (Haldol) e 
clorpromazina (Amplictil); 
o Benzodiazepínicos – Diazepam, lorazepam e 
midazolam (dormonid); 
o Antipsicóticos de nova geração – Olanzapina, 
aripiprazol e Ziprasidona. 
• Via IM: NECESSIDADE DE INICIO RÁPIDO OU 
FALTA DE COLABORAÇÃO; 
• Associação do haldol + benzodiazepínico (dormonid, 
principalmente) é a proposta com melhor eficácia e de 
menor dose para obtenção de resposta e menos 
efeitos colaterais 
• Em prescrições adicionais, manter as mesmas 
combinações de drogas (efeito de depósito, 
sinergismo das drogas é muito alto). 
Principais medicações 
• Clorpromazina (Amplictil) 
o DOSE: 1amp (5mg/ml – ampola de 5ml) IM 6/6h 
(dose máxima 300mg/dia); 
o Muito usada em quadros onde a sedação é mais 
necessária, com agitação psicomotora intensa 
com auto/hetero agressividade; 
o Maior poder de sedação e de depressão 
respiratória; 
o Manter observação rigorosa do paciente; 
o Risco aumentando quando usada EV (absorção 
mais rápida) 
• Haloperidol (Haldol) 
o DOSE: 1amp (5mg/ml – ampola de 1ml) IM até 
de 30/30min (dose máxima 50mg/dia); 
o Menor incidência de sedação excessiva ou 
hipotensão; 
o Baixa propensão ao efeito quinidina-like-QT 
(aumento do intervalo QT, ou seja, tem uma 
menor probabilidade de arritmias); 
o Menor efeito na redução do limiar convulsivo; 
o Maior chance de provocar sintomas 
extrapiramidais e acatisia (sensação de agitação 
interna, causando sofrimento significativo e 
diminuição da adesão ao tratamento em longo 
prazo); 
Os benzodiazepínicos mais usados são diazepam, 
lorazepam e midazolam. Deve-se evitar diazepam via 
IM pois a absorção é muito errática, e a VO é muito 
lenta. Midazolam IM é bom, reduz seu potencial de 
causar depressão respiratória se comparado ao EV. 
Lorazepam pode ser feito VO ou parenteral (No Brasil 
só VO). Sempre que possível tentar VO antes de partir 
pra via IM. Benzodiazepínicos orais causam 
relaxamento muscular, sedação, e são alternativa aos 
antipsicóticos. Também diminuem acatisia. 
• Diazepam (Valium) 
o DOSE: 1amp em 500ml SG 5% + 1amp de 
glicose 50% EV20-30gotas/min 
o Usado em crises depressivas severas e/ou 
agudas; 
o Muito bom para crises convulsivas na infância. 
• Midazolam (Dormonid) 
o DOSE: 1amp 5mg IM 
o Muito usado no caso de agitação e agressividade 
intensas, e também usado na indução da 
sedação; 
o Vantagens: Inicio de ação quase imediato, 
tempo de ação curto, existência de antídoto 
(flumazenil – lanexat, age imediatamente). 
Os antipsicóticos de nova geração possuem boa 
eficácia reduzindo agitação, sem sedar 
excessivamente e com menor risco de ocorrência de 
sintomas extrapiramidais, porém apresentam maiores 
custos. 
• Olanzapina (Zyprexa) 
o DOSE: 10mg IM (dose máxima 30mg); 
o Evitar associar com benzodiazepínicos pelo 
risco de efeitos adversos. 
• Ziprasidona (Geodon) 
o DOSE: 10mg IM a cada 2h ou 20mg a cada 4h 
(dose máxima 40mg/dia até 3 dias consecutivos) 
o Tem sido associada ao risco de aumento do 
intervalo QT, mas o evento parece ser raro e 
associado a doses elevadas > 80mg. 
• Outros: droperidol (butirofenona) e Acetato de 
zuclopentixol 
Medidas gerais e precauções 
• Evitar VO quando o paciente não estiver colaborativo; 
• Evitar combinações "coquetel" ou "sossega-leão" ou 
que contem dolantina (alta capacidade de 
dependência) e gardenal; 
• Precaução em idosos (seda mais fácil, com doses 
menores); 
• Sedar apenas após descartar condição neurológica 
grave (pode mascarar efeitos e dificultar diagnóstico); 
• Não associar fármacos por via de regra; 
• Dar preferência aos antipsicóticos. 
Associações mais comuns 
• Prometazina (fenergam) associada ao haloperidol ou 
à clorpromazina. PRESCRIÇÃO: 
o Haldol 1amp (5mg/ml – ampola de 1ml) + 
Fenergam 1amp (25mg) IM 
o Amplictil 1amp (5mg/ml – ampola de 5ml) + 
Fenergam 1amp (25mg) IM 
• Biperideno (antiparkinsoniano) 
o Usado em caso de parkinsonismo 
agudo/distonia; 
o Evitar associar com midazolam e preferir ele IM. 
Benzo orais causam relaxamento muscular, 
sedação, alternativa aos antipsicóticos, diminui 
acatisia, depende da aceitação do paciente. 
Complicações de tranquilização rápida em doses 
habituais 
• Extravasamento, dor, hematoma local; 
• Complicações cardiovasculares (aumento do QT); 
• hipotensão aguda (mais comum com amplictil, em 
idosos); 
• Convulsão (mais comum com amplictil); 
• Megacolón (raro, causado pelo relaxamento da 
inervação do cólon); 
• Síncope cardíaca (mais comum com amplictil, em 
países tropicais); 
• Síndrome neuroléptica maligna; 
• Morte súbita inexplicada (2-3 min após EV); 
• Morte por injeção de antipsicótico EV; 
• Sintomas extrapiramidais (distonia aguda e acatisia). 
INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO 
• Risco de suicídio; 
• Risco de agressão (auto ou hetero-agressão); 
• Risco de homicídio; 
• Autonegligencia grave (largado); 
• Refratariedade e patologia de difícil controle em nível 
ambulatorial; 
• Troca de esquema terapêutico que coloque o 
paciente em risco (piora dos sintomas ou efeitos 
colaterais); 
• Paciente sem suporte familiar necessário para 
tratamento ideal; 
• Risco de exposição moral e risco ao patrimônio 
(pacientes com visibilidade social importante). 
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS 
Agitação Psicogênica 
 
• É o aumento da atividade mental e motora, de tal 
maneira que chega a ser desordenada e incontrolável 
e, portanto, perigosa para o indivíduo e para os 
demais; 
• Principal característica: distorção da realidade 
• Desequilíbrio emocional, descontrole; 
• Linguagem elevada, exaltada, loquaz, podendo ser 
ameaçadora; 
• Gestos exagerados de rechaço ou aproximação; 
• Vocifera ameaças suicidas e homicidas; 
• Rechaça ajuda a gritos; 
• Lesões leves de autoagressão; 
• Situações conflitivas prévias; 
• Aborda os motivos; 
• Alterações da sensopercepção: alterações visuais, 
auditivas, cinestésicas e ilusões; 
• Alterações do pensamento: delírios mais, ou menos, 
estruturados. 
• Indícios de periculosidade: comprometimento da 
consciência, atitude tensa e ameaçadora, 
antecedentes de violência e agitação intensa. 
• Principais causas: 
o Delirium, surto psicótico, hipóxia/dispneia aguda, 
TCE, dor intensa, retardo mental, 
mania/depressão, intoxicação por 
cocaína/psicoestimulantes, reação aguda ao 
estresse, episódio conversivo dissociativo, crise 
aguda de ansiedade/ataques de pânico, crise 
epiléptica parcial e transtorno da personalidade; 
• Diagnóstico: Dados clínico, exame 
físico/neurológico e excluir síndromes mentais 
orgânicas ou delirium; 
• Abordagem inicial: avaliar o risco de agressividade 
física na situação paraa equipe e para o paciente 
• Sinais de risco: punhos e dentes cerrados, 
movimentação excessiva, tendencia a aproximação, 
inclinação em direção ao interlocutor, volume de voz 
demasiadamente alto, presença de alucinações; 
• Restrição física: quando necessário, executada por 
uma equipe treinada de 5 indivíduos, mínimo tempo 
possível, medicar adequadamente e relatar no 
prontuário 
• Medicações que podem ser feitas: haldol, 
olanzapina, ziprasidona, midazolam 
Violência 
• Quadros psicóticos "puros"; 
• Quadros de intoxicação exógena por substancias 
psicoativas (álcool e drogas); 
• Quadros depressivos severos e/ou agudos 
(popularmente "DNV"); 
• Quadros pós comiciais (pós convulsão); 
o Assim chamados pois, na Roma Antiga, as crises 
convulsivas eram conhecidas como morbus 
comitialis (doença comicional), porque os 
comícios romanas eram suspensos se algum 
dos membros sofresse de crises convulsivas. 
• Quadros metabólicos; 
• Quadros neurológicos/neurocirúrgicos. 
Intervalo Lúcido 
Fase de certas doenças mentais, na qual os sintomas 
desaparecem, dando a impressão de que o indivíduo 
voltou a ser uma pessoa normal. 
Síndromes Ansiosas 
• Egodistônica (sintomas contrariam e perturbam a 
própria pessoa): angústia, irritabilidade e/ou 
labilidade emocional, tensão, insônia e dificuldade de 
concentração; 
• Sintomas físicos: Reflexos adrenérgicos 
(taquicardia, tontura, cefaleia, dores musculares, 
dores gástricas, suor frio, formigamentos, falta de ar, 
náuseas) 
• Despersonalização, desrealização; 
• Medo de morrer ou enlouquecer; 
• Pode durar dias, meses ou ser intermitente; 
• Crise aguda de ansiedade: 
o Juízo preservado (ausência de delírio) 
o Ataques de pânico: risco de morte iminente 
o Diagnóstico diferencial: patologias 
cardiopulmonares agudas 
o Formas: paroxística (crise súbita), 
desencadeada por drogas ou exposição 
fóbita/situação estressante 
o Tratamento: Benzodiazepínicos (diazepam, 
alprazolam, clonazepam, lorazepam). 
Observação até melhora do quadro, medicação 
para 1 ou 2 dias e acompanhamento 
ambulatorial. 
Crise Conversiva Dissociativa 
• Perda parcial ou completa das funções 
integradas: Memória, consciência, identidade, 
sensações e controle dos movimentos 
• Etiologia: psicogênica 
• Na dissociação, ocorre: perda da unidade psíquica, 
ausência de causa orgânica 
• Consciencia = memória + identidade 
• Exemplos: amnésias localizadas e temporárias, 
estados de transe e esturpor 
• O paciente perde a sua identidade 
• Quadros: 
o Amnésia dissociativa: perda de memória para 
acontecimentos recentes, física ou 
emocionalmente traumáticos; 
o Estupor dissociativo: estado de ausência de 
movimentos voluntários (estado de catatonia). O 
paciente permanece deitado, não fala nem se 
movimenta, entretanto percebe-se que não está 
dormindo ou inconsciente; 
o Transtornos motores dissociativos: perda da 
capacidade de mover completa ou parcialmente 
um ou mais membros do corpo (paralisia); 
o Anestesia e perda sensorial: exclusão de 
percepções táteis, dolorosas e térmicas dos 
segmentos corporais. 
• Na conversão, ocorre transposição de um conflito 
psíquico em sintomas somáticos/físicos, geralmente 
paralisias ou anestesias. 
o Não intencional/pensamento psíquico intenso; 
o Muito mais comuns na adolescência (idade 
habitual de início); 
o < 10 anos mais comumente são encontrados 
problemas de marcha; 
o Crises pseudoepilépticas: evento emocional 
desencadeante, abalos assincrônicos de braços 
e pernas, progressão não fisiológica e 
desordenada, fácies de indiferença (la belle 
indifference), preservação da resposta a 
estímulos ambientais, choros e gritos durante ou 
após, recuperação amnésica detalhada 
o "Histeria" 
o Tratamento: benzodizepínicos (diazepam e 
bromazepam) + psicoterapia 
Síndromes Psicóticas 
• Mudanças no comportamento 
o Agitação psicomotora 
o Presença de delírios 
o Alucinações 
o Discurso incompreensível 
• Sintomas produtivos: alucinações e delírios 
• Sintomas negativos: apatia, afeto embotado, 
pensamento concreto com pouca capacidade de 
abstração e déficit cognitivo 
• Tratamento: 
o Antipsicoticos de 1ª geração (clorpromazina, 
haldol, flupenitixol, fluspirileno, sulpirida, 
levomepromazina e cloprotixeno): eficazes no 
tratamento de alucinações e delírios 
o Eventos adversos: sintomas parkinsonianos e 
aumento da prolactina; 
o Antipsicóticos atípicos (olanzapina, clozapina, 
quetiapina, risperidona, ziprasidona): menos 
efeitos parkinsonianos e mais eficazes para 
sintomas negativos. 
Transtorno Bipolar 
• Episódios de mania: exaltação do humor, euforia, 
hiperatividade, diminuição da necessidade do sono, 
agressividade, megalomaníaco, irritabilidade. 
Alternância com períodos de depressão. 
• Mania grave (raro): delírios de grandeza, poder e 
perseguição, alucinações. Início súbito, rápida 
progressão dos sintomas. TTO: Lítio 
• Surto psicótico e mania: 
o Episódios psicóticos/mania agudos: agitação 
psicomotora e agressividade. 
• Tratamento: 
o Antipsicóticos IM ou VO (amplictil, haldol, 
neozine, clopixol) 
o Avaliação psiquiátrica para decisão sobre 
internação ou alta. 
Transtorno Bipolar 
• "Pacientes-problema" 
• Não são diagnosticados no PS: É levantada somente 
suspeição clínica; 
• Quadro: estratégias primitivas de defesa do ego 
(agressividade, negação ou manipulação) 
• Abordagem: evitar confronto, reconhecer a 
necessidade de ajuda pelo paciente, estabelecer 
limites claros e firmes, porém não agressivos. 
Tentativa/Risco de Suicídio 
"Num certo momento da vida, não é a esperança a 
última a morrer, mas a morte é a última esperança" 
• Risco de suicídio: ideação suicida, presença de um 
plano suicida, tipo de plano (programação), presença 
de comorbidades, tentativas prévias, tentativa atual, 
risco de recidiva; 
• Avaliar a probabilidade de que a ideação suicida leve 
ao ato suicida; 
• Considera-se que um plano plenamente factível, 
com um método de fácil acesso e alta probabilidade 
de êxito letal indicam alto risco de suicídio; 
• Epidemiologia: 
o 15% dos pacientes com transtorno de humor 
acabam cometendo suicídio; 
o 10% das tentativas de suicídio terminam 
cometendo suicídio dentro de 10 anos; 
o 45-70% dos suicidas apresentam transtornos de 
humor associados; 
o 19-24% dos suicidas apresentam tentativa 
anterior ao suicídio; 
o 15-25% repetem a tentativa no ano seguinte. 
• TENTATIVA = SINAL DE ALARME 
• Colher o máximo de informações possíveis e 
estabelecer vínculo 
 
 
• Tratamento: internação psiquiátrica (baixa adesão ao 
tratamento ambulatorial) + psicoterapia. 
• Situações que aumentam a possibilidade de novas 
tentativas de suicídio: 
o Idade avançada; 
o Homem; 
o Aposentado/desempregado; 
o Separado, divorciado, viúvo; 
o Mora sozinho; 
o Sem filhos; 
o Condição de saúde precária; 
o Disturbios psiquiátricos presentes (depressão 
maior, alcoolismo, abuso de drogas, desordens 
de personalidade, esquizofrenia); 
o Alta intenção suicida no episódio atual; 
o Método violento ou potencialmente fatal; 
o Deixou bilhete; 
o Tentativas anteriores. 
• Estratégias comunitárias: 
o Reduzindo os meios (prescrições excessivas de 
barbitúricos, orientações gerais, alertando 
toxicidade e guarda de certos produtos...); 
o Influenciando como o suicídio é retratado (evitar 
glamourização do suicídio, pois isso estimula os 
pacientes); 
o Orientação e informação sobre doenças 
mentais, tratamento e adesão; 
o Educação nas escolas; 
o Existências de rede de solidariedade social, com 
acesso fácil, por ex., por telefone (Disk Suicídio); 
o Importância da atenção quanto aos fatores 
econômicos de alto risco, por ex: desemprego; 
o Educando médicos da rede básica de saúde, 
agentes de saúde. 
• Estratégias para grupos de alto risco: 
o Identificação; 
o Pacientes com distúrbios psiquiátricos; 
o 3ª idade, identificaçãode tentadores contumazes 
(tentam muitas vezes); 
o Fatores ocupacionais (policial militar); 
o Prisioneiros e pacientes em uso de substancias 
ilícitas. 
Síndromes Psicorgânicas 
Apesar da etiologia orgânica indiscutível, são 
estudadas e tratadas pela psiquiatria por terem 
manifestações clínicas predominantemente 
psicopatológicas (mentais e comportamentais). 
• Álcool: incoordenação motora, mudança de humor, 
mudança de comportamento. Alterações mais sérias: 
prejuízo neurológico, hipotermia, coma alcoólico 
(inibição do centro respiratório); 
• Estimulantes (cocaína, crack): euforia, 
hipervigilância, diminuição da sensibilidade a dor. 
Alterações mais sérias: Alucinações, delírios 
paranoides, comportamento estereotipado, aumento 
da FC, PA e IAM 
COCAÍNA 
• Depressão do SNC e esturpor; 
• Overdose: falência de um ou mais órgãos do corpo, 
se dá por aumento do tônus simpático e das 
monoaminas em SNC; 
• Dose letal depende da tolerância individual do 
paciente, presença de quadro de base, arritmia, 
angina, IAM prévio e epilepsia; 
• Manifestações psiquiátricas: quadros de 
ansiedade, mal estar, pânico, inquietação motora, 
quadros paranoides transitórios, quadros psicóticos 
induzidos, quadros de manias desencadeados, uso 
crônico induz quadros depressivos 
• Tratamento: Avaliar glicemia, temperatura, ECG, 
função renal e hepática; 
o Para tratar as manifestações psiquiátricas: 
benzodiazepínicos. O uso de antipsicóticos se 
estringem a quando houverem sintomas 
paranóides (podem diminuir o limiar para 
convulsão). 
ALCOOL 
• Exame físico (aspiração brônquica, crise hipertensiva, 
TCE, hepatomegalia, desidratação, desnutrição, 
anemia megaloblástica, infecções, trauma) 
• Uso criterioso de glicose: usar tiamina antes de repor 
glicemia → Risco de Encefalopaia de Wernicke! 
• Usar antipsicóticos de alta potência nos quadros 
de agitação; 
• Complicações: aspiração brônquica, crise 
hipertensiva, TCE e hipoglicemia; 
• Orientar ao paciente cessar ingesta de álcool: 
quadro autolimitado; 
• Ambiente com poucos estímulos mas iluminado 
• SSVV + Hidratação 
• Quadro de abstinência: excesso de atividade 
autonômica (taquicardia, hipertensão, diaforese, 
tremores, febre, alcalose respiratória), perturbações 
do sono (insônia, aumento do sono REM, diminuição 
no sono profundo), TGI (anorexia, náuseas e 
vômitos); 
• Quadro de abstinência GRAVE: excesso de 
atividade autonômica (taquicardia, hipertensão, 
sudorese, hipotensão ortostática, febre), 
desorientação, convulsões, alucinações visuais, 
táteis, auditivas transitórias, delirium tremens 
(disforia, despersonalização, apatia/agressão, 
convulsões, sundowning), morte. 
DELIRIUM 
• Agitação, ansiedade, inquietação, irritabilidade, 
distraibilidade, fraca concentração, memória 
prejudicada, julgamento prejudicado, alucinações 
(frequentemente visuais), crises tonico-clonicas 
generalizadas; 
• Delirium hipoativo: hipersonolência e pouca 
expressão motora e afetiva, associado a 
encefalopatias metabólicas e lesões neurológicas 
mais graves; 
• Delirium hiperativo: mais exuberante. Agitação 
psicomotora, ansiedade, agressividade, alucinações 
visuais 
• Delirium Misto: forma mais comum. Alterna entre os 2 
tipos anteriores; 
• Abordagem não farmacológica: monitorização 
rigorosa do paciente em leito secundário de hospital 
geral por risco à vida, restrição no leito, evitar muito 
estímulo no ambiente, jejum VO e decúbito elevado 
• Abordagem farmacológica: hidratação vigorosa e 
reposição de tiamina, Diazepam IV conforme 
sintomatologia, Controles laboratoriais (CK, Na, K, 
HMG, U, Creat), haloperidol em casos de agitação, 
Não utilizar clorpromazina (risco convulsão e arritmia 
cardíaca). 
CONDUTA NO DELIRIUM TREMENS 
• Internação; 
• Avaliação clínica geral (física e laboratorial); 
• Hidratação e reposição eletrolítica; 
• Sedação com benzodiazepínico VO (até 100mg/dia – 
Diazepam); 
• Contenção mecânica se necessário; 
• Neurolépticos I.M. ( optar por haldol, até 20 mg/dia). 
Catatonia, Síndrome Neuroléptica Maligna e 
Síndrome Serotoninérgica 
 
• Catatonia: investigar causas orgânicas: 
o Exames metabólicos, EEG (excluir mal epiléptico 
não convulsivo), exames de imagem (TC, RNM), 
punção lombar (suspeita de causas infecciosas - 
encefalites); 
o Conduta: tratamento de suporte e das 
complicações. Lorazepam 8-24mg/dia até 7 dias. 
Se refratário, ECT 12 sessões 2-3x/semana 
• Síndrome neuroléptica maligna 
o Reação sem causa estabelecida ao uso de 
antipsicóticos; 
o Diagnóstico: tétrade → alteração da consciência, 
febre alta, rigidez muscular severa e 
instabilidade autonômica. CPK > 1000UI/L → 
indicador de gravidade 
o Avaliação: nível de consciência, SSVV, 
hidratação, hipertermia e diurese 
o Diagnóstico diferencial: infecções do SNC 
o Tratamento: suspender o agente causador, 
hidratação vigorosa (rabdomiólise), 
monitorização, baixar temperatura (cobertores 
frios, lavagem gástrica com água gelada). 
Heparina (risco de TVP), agitação → benzo. 
▪ Tratamento específico: bromocriptina 
(2,5mg VO 8/8h) ou Dantrolene (0,25-
2mg/kg EV 6-12h), prolongar até 10 dias 
após a resolução. 
• Síndrome serotoninérgica 
o Síndromas abruptos (24h) 
o Hiper-reatividade muscular: tremores, 
hiperreflexia e mioclonias; 
o Paciente apresenta: Midríase, agitação, 
aumento do meteorismo intestinal, hiperreflexia, 
clonus, instabilidade autonômica, taquicardia; 
o Critérios de Hunter: 
▪ Clonias espontâneas; 
▪ Espasmos clônicos indutíveis associados a 
agitação e diaforese; 
▪ Clonias oculares com agitação e diaforese 
▪ Tremor e hiperrreflexia 
▪ Hipertonia 
▪ Temperatura > 38 C com clonias oculares e 
espasmos clônicos indutíveis 
 
o Manejo: 
▪ Descontinuação de todos os agentes 
serotoninérgicos; 
▪ Suporte clínico até normalização dos sinais 
vitais; 
▪ Sedação com benzodiazepínicos em caso 
de agitação; 
▪ Administração de antagonistas 
serotoninérgicos; 
▪ Avaliar necessidade de reintrodução de 
agentes serotoninérgicos após melhora; 
o Uso de antagonistas serotoninérgicos é 
controverso (ciproheptadina 12mg/dia) 
o Resolução em 24h após descontinuação das 
medicações. 
ELETROCONVULSOTERAPIA (ECT) 
• Inicialmente era usada como punição/coerção; 
• Atualmente é um tratamento muito efetivo em 
pacientes com depressão severa/ideação suicida 
quando bem suicida; 
• Estigmatizada! 
• Feita sob anestesia geral 
• Intervenção terapêutica mais polêmica da história 
• Mecanismo de ação: Não totalmente conhecido. 
Ocorre indução da convulsão pelo uso da corrente 
elétrica. 
• Indicações: depressão grave com risco de suicídio, 
psicoses agudas acompanhadas de delírios e 
alucinações e esquizofrenia catatônica; 
• Não há contraindicação absoluta; 
• Contraindicações relativas: lesões cerebrais 
expansivas, aneurisma ou MAV, doença coronária 
crônica, HAS não controlada, HIC, glaucoma, 
descolamento de retina, AVE recente, 
luxação/subluxação cervical, contraindicação 
anestésica 
• ATENÇÃO: uso de marca passo, arritmias, 
osteoporose/doenças ósseas (risco de fratura), HAS, 
doença pulmonar, diabetes 
• Equipe: psiquiatra, anestesista, clínico, enfermeiro 
especialista, psicólogo, auxilia de enfermagem 
• Considerações éticas: TCLE, compreensão do 
conteúdo pelo paciente e família/responsável, 
assinatura do paciente ou responsável, avaliação 
clínica acurada (evitar complicações) e 
procedimentos anestésicos de acordo com a lei nº 
1640/2002 do CFM (anestesia geral). 
INDICAÇÕES DE FILMES/DOCUMENTÁRIOS 
Estamira. 30 anos esta noite 
Adaptação Garota, interrompida 
Voltar a morrer As horas 
Paris, Texas Melancolia 
Dirigindo no escuro Um novo despertar 
Jornada da alma Beleza americana 
O iluminado Requiem para um sonho 
Psicose Tideland 
Uma mente brilhante 
Eu, Christiane F, 13 
anos, drogada e 
prostituida 
Sentimentos que curam Trainspotting 
AmadeusQuem tem medo de 
Virgínia Wolf? 
Mr. Jones Frances 
Precisamos falar sobre 
o Kevin 
28 dias 
Um estranho no ninho Farrapo humano 
Felicidade não se 
compra 
Tempo de despertar. 
Ensina-me a viver 
 
CONCLUSÃO 
O treinamento, coordenação e empenho da equipe tem 
importância fundamental para o atendimento eficaz e 
com riscos mínimos para o paciente e à equipe de 
emergência. 
 
 
 
 
 
 
Tudo que incomoda você sobre outros seres é apenas uma 
projeção do que você não resolveu em si mesmo. 
- Buda

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