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Sistema Cardiovascular Fláuber Sousa - Med - 79 – UFCG Eletrocardiograma Normal • O impulso elétrico que é gerado pelo coração também passa para os tecidos ao seu redor e pequena quantidade para a superfície do corpo; • Ao colocar eletrodos na pele, nos lados opostos do coração, é possível registrar os impulsos elétricos gerados por esse órgão, ao qual chamamos de eletrocardiograma ECG; Características do ECG Normal • É dividido em ondas de polarização e de despolarização; • É composto pela onda P, pelo complexo QRS e pela onda T; • O complexo QRS, geralmente, apresenta 3 ondas: onda Q, onda R e onda S, mas não sempre. o Onda P: produzida quando os átrios despolarizam antes da contração iniciar; o Complexo QRS: produzidos quando os ventrículos despolarizam antes de contrair (enquanto a despolarização se propaga pelos ventrículos). o Onda T: produzida quando os ventrículos se reestabelecem do estado de despolarização, ou seja, repolarizam-se. Dura entre 0,25 a 0,35 segundos após a despolarização. Comparação entre ondas de Polarização e Despolarização Observe a figura em 4 estágios do processo de despolarização e repolarização: • Despolarização: quando o potencial negativo normal interno se torna levemente positivo, ou seja, o interior se torna positivo e exterior negativo. A- Observe que a primeira metade da fibra já despolarizou; a outra metade está polarizada. Além disso, percebe-se que ao chegar à metade da fibra o registro encontra o valor máximo positivo. B- Toda a fibra já está negativa, assim a despolarização está por toda a fibra. E o registro voltou a zero, pois não há mais diferença de potencial entre os eletrodos. C- A primeira metade da fibra já repolarizou, ou seja, o interior da fibra voltou a ser negativo; a outra metade ainda está despolarizada. D- Toda a fibra já se repolarizou (lado externo positivo e interno negativo). A ddp volta a ser zero. Ondas de despolarização Onda de repolarização Relação entre o Potencial de Ação Monofásico do Músculo Ventricular e as Ondas QRS e T do Eletrocardiograma Padrão • O potencial monofásico do músculo ventricular dura de 0,25 a 0,35 segundos; • Na figura ao lado podemos observar (superiormente) um potencial de ação monofásico do músculo ventricular que: o A primeira subida íngreme do registro se refere a despolarização, enquanto que a segunda descida refere-se a repolarização. • Na mesma figura (inferiormente) observamos um ECG que for registrado no mesmo momento do potencial de ação monofásico: o É visto que no início do processo de ação monofásico o complexo QRS surge e no final a onda T aparece; o Percebe-se que não é registrado nenhum potencial quando o músculo ventricular está completamente polarizado ou completamente despolarizado. Relação entre a Contração Atrial e a Ventricular e as Ondas do Eletrocardiograma • Antes de contrair é necessário que a despolarização se distribua por todo o músculo; • A onda P ocorre no início da contração dos átrios. Enquanto que o complexo QRS ocorre no início da contração dos ventrículos; • Os ventrículos continuam contraídos até o fim da repolarização ventricular, ou seja, fim da onda T, pois a onda T é a de repolarização dos ventrículos. • O átrio se repolariza 0,15 a 0,20 segundos após o término da onda P, ou seja, o átrio se mantém contraído até esse mesmo momento. Desse modo, nesse mesmo instante, o complexo QRS está ocorrendo e, por ele ser maior, a onda de repolarização atrial geralmente é sobreposta por ele, mas não sempre. • A onda de repolarização do ventrículo é a T. Geralmente, a repolarização começa em algumas células do músculo cardíaco 0,20 segundo após o início da despolarização, entretanto, em algumas células essa repolarização começa após 0,35 segundo. Desse modo, a onda T é considerada de longa duração estendendo-se 0,15 segundo, mas sua voltagem é muito menor do que a do complexo QRS. Calibração da Voltagem e do Tempo do Eletrocardiograma • As linhas horizontais de calibração do eletrocardiograma são as que registram a ddp. Enquanto que as linhas verticais registram o tempo. • Cada 10 linhas horizontais correspondem a 1 milivolt. Assim como, se analisada acima da linha de base a ddp é positiva e abaixo é negativa. • Quanto ao tempo: cada segundo do ECG constitui 25 milímetros de distância. Assim como, cada 0,2 segundo possuem 5 milímetros de distância (divididos pelas linhas verticais mais escuras). Os intervalos de 0,2 segundo (entre as linhas verticais escuras) estão divididos em 0,04 segundo. Voltagens Normais do ECG • As voltagens registradas pelo ECG dependem de: como os eletrodos são postos em contato com o corpo e proximidade com o coração. • Locais diferentes de eletrodos: o Diretamente no ventrículo e em local distante do coração: 3 a 4 milivolts (pequena em relação ao monofásico de 110 milivolts); o Nos dois braços ou em um braço e uma perna: 1 a 1,5 milivolts (desde o pico da onda R até o ponto mais baixo de S); onda P: 0,1 a 0,3 e T 0,2 a 0,3 milivolts. Intervalo P-Q ou P-R • O intervalo P-Q é o tempo entre o início da onda P e início da onda Q e corresponde ao tempo entre o começo da estimulação dos átrios e começo da estimulação dos ventrículos (0,16 segundo). Em alguns casos não há onda Q então chamamos intervalo P-R também. Intervalo Q-T • Período da contração do ventrículo, isto é, início da onda Q (ou R se a Q estiver ausente) e fim da onda T (0,35 segundo). Determinação da Frequência Cardíaca pelo ECG • A frequência cardíaca corresponde ao inverso do intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos sucessivos. • Se o tempo entre dois batimentos for de um segundo a frequência será de 60 batimentos por minuto. Entretanto, o tempo entre dois batimentos, normalmente, é de 0,83 segundos o que pode ser calculado dividindo o tempo de um minuto pelo tempo entre os batimentos: 60/0,83 = 72 batimentos por minuto. O Fluxo da Corrente ao Redor do Coração durante o Ciclo Cardíaco Registro de Potenciais Elétricos de uma Massa de Músculo Cardíaco Sincicial Parcialmente Despolarizada • Quando ocorre a despolarização as células perdem cargas negativas ficando positivas no interior e negativas no exterior. • Se o terminal positivo do medidor for posto em contato com a parte ainda polarizada do músculo cardíaco (positivo no exterior) e o terminal negativo ser colocado na área despolarizada (negativo no exterior) teremos um registro de ddp positiva. • Se o terminal positivo for colocado na área onde há despolarização (negativa no exterior) e o terminal negativo for posto na área de polarização (positiva no exterior) irá registrar o mesmo valor de ddp, mas de forma negativa. • Caso seja posto os dois terminais em áreas simultaneamente polarizadas (ambas positivas) ou despolarizadas (ambas negativas), o aparelho registrará uma ddp igual a 0. O Fluxo das Correntes Elétricas no Tórax ao Redor do Coração • As estruturas que ficam ao redor do coração (líquidos, pulmões...) conduzem muito bem a eletricidade. Então podemos dizer que o coração está suspenso em um meio condutor; • Quando uma parte dos ventrículos se despolariza a corrente elétrica flui da área despolarizada para a área polarizada por grandes curvas (mostradas em vermelho); • Pelo fato da despolarização começar no septo interventricular, a parte interna do ventrículo se torna eletronegativa e as partes externas eletropositivas. • Levando em consideração ao visto, constata-se que o fluxo médio da corrente é negativo em direção à base do coração e positivo em direção ao ápice. • Um pouco antes da despolarização se completar o fluxo da corrente se inverte durante 0,1 segundo (ápice para a base), pois as paredes externas do ventrículo que estão junto a base são os últimos locais a serem despolarizados; • De todo modo, portanto, se for colocados um medidor de corrente em locais opostosdo coração: o Os mais próximos a base estarão negativos o Os mais próximos ao ápice positivo • E nesse caso, o medidor mostrará um valor positivo. Derivações Eletrocardiográficas As Três Derivações Bipolares dos Membros • A figura demonstra a relação entre os membros e o registro no eletrocardiógrafo as chamadas derivações bipolares padrão dos membros. • O temo bipolar indica que os eletrodos são posicionados em lados diferentes do coração (nesse caso nos membros) • Derivação é dois fios ligados combinados a seus eletrodos ligados ao eletrocardiógrafo e em locais diferentes do corpo criando um circuito completo entre eletrocardiógrafo e corpo. Derivação I • Terminal negativo no braço direito e terminal positivo no esquerdo; Derivação II • Terminal negativo ao braço direito e terminal positivo a perna esquerda; Derivação III • Terminal negativo no braço esquerdo e positivo na perna esquerda Triangulo de Einthoven • Triangulo traçado na região do coração; • Os dois ápices da parte superior do triângulo representam os pontos que os braços se conectam aos líquidos que ficam ao redor do coração e o ponto inferior é o local onde a perna esquerda se conecta aos líquidos de condução que ficam ao redor do órgão. Lei de Einthoven • Afirma que, se soubermos valor de duas derivações bipolares dos membros a terceira pode ser descoberta apenas pela soma das duas derivações que conhecemos. ECG normal registrado pelas três Derivações Bipolares Padrão dos Membros • Os três eletrocardiogramas obtidos pelas diferentes variações são semelhantes, pois registram ondas T e P positiva e a parte principal do complexo QRS também é positiva. • Quando se analisa arritmias não importa qual tipo de derivação está se usando, pois o diagnóstico baseia-se na relação temporal entre as ondas. • Quando se avalia lesão no musculo cardíaco ou no sistema de condução de Purkinje, pois anormalidade da contração ou condução podem afetar o padrão de normalidade de umas derivações, mas não de outras. As Derivações Torácicas (Derivações Precordiais) • É comum as eletrocardiografias serem analisadas pela colocação de eletrodos na superfície anterior do tórax (em algum dos pontos mostrados na figura) - eletrodo positivo; • O eletrodo negativo (eletrodo indiferente) é colocado, simultaneamente, nos braços e na perna esquerda todos com resistências elétricas iguais. • De modo geral, faz a análise por seis derivações (analisando um de cada vez, dependendo do lugar onde você põe o eletrodo). Essas derivações são V1, V2, V3, V4, V5 e V6. • Pela relação de proximidade do coração com os eletrodos, anormalidades pequenas dos ventrículos, especialmente o anterior, podem provocar alterações acentuadas. • As derivações V1 e V2 possuem o complexo QRS negativo, pois seus eletrodos são postos mais próximos a base. Então, sabemos que a base do coração permanece, na maior parte do tempo, eletronegativa no momento de despolarização ventricular. • De modo diferente as derivações V1 e V2 as variações V4, V5 e V6 possuem o complexo QRS, em sua maior parte, positiva, pois estão mais próximos ao ápice do coração, o qual se mantem eletropositivo na maior parte do tempo de despolarização ventricular. As Derivações Unipolares Aumentadas nos Membros • Nesse sistema dois membros são conectados ao terminal negativo do eletrocardiógrafo, enquanto que o terceiro membro é ligado ao terminal positivo. • Diferentes nomeações dependendo de onde o terminal positivo está ligado: o Braço direito – aVR o Braço esquerdo – aVL o Perna esquerda - aVF • Os registros dessas derivações são semelhantes aos encontrados nos bipolares padrões dos membros. Exceto a aVR que é invertido. Eletrocardiograma Normal Características do ECG Normal Comparação entre ondas de Polarização e Despolarização Relação entre o Potencial de Ação Monofásico do Músculo Ventricular e as Ondas QRS e T do Eletrocardiograma Padrão Relação entre a Contração Atrial e a Ventricular e as Ondas do Eletrocardiograma Calibração da Voltagem e do Tempo do Eletrocardiograma Voltagens Normais do ECG Intervalo P-Q ou P-R Intervalo Q-T Determinação da Frequência Cardíaca pelo ECG O Fluxo da Corrente ao Redor do Coração durante o Ciclo Cardíaco Registro de Potenciais Elétricos de uma Massa de Músculo Cardíaco Sincicial Parcialmente Despolarizada O Fluxo das Correntes Elétricas no Tórax ao Redor do Coração Derivações Eletrocardiográficas As Três Derivações Bipolares dos Membros Derivação I Derivação II Derivação III Triangulo de Einthoven Lei de Einthoven ECG normal registrado pelas três Derivações Bipolares Padrão dos Membros As Derivações Torácicas (Derivações Precordiais) As Derivações Unipolares Aumentadas nos Membros
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