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Hipersensibilidade e alergias - IMUNOLOGIA

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Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
 Hipersensibilidade e alergias 
O QUE É HIPERSENSIBILIDADE? 
→ Resposta imunológica excessiva e inapropriada a uma 
substância inócua (a qual chamamos de alérgeno) 
→ Requer um contato prévio do indivíduo com o alérgeno (chamado 
de sensibilização) 
→ A resposta pode ser celular ou humoral e causar uma 
inflamação sistêmica ou local 
→ Existem 4 tipos de hipersensibilidade 
Tipos Reagente 
imune 
Localização Exemplo 
I. Imediata ou 
anafilaxia 
IgE Anticorpos – 
Células 
Rinite 
II. Citotóxica IgG ou IgM Ag – Células DHRN 
III. Imunocomplexos IgG ou IgM Ag-Ac 
extracelular 
Glomerulo-
nefrite 
IV. Tardia Células T Ag/MHC/ 
Células 
Teste 
tuberculínico 
 
I. Imediata ou anafilaxia: são mediadas por anticorpos, 
principalmente IgE. Essas IgE ficam ligadas na superfície de 
mastócitos ou eosinófilos e, quando os antígenos entram em 
contato, fazem com que essas células liberem mediadores 
químicos (histamina) para causar vasodilatação, etc. Um dos 
exemplos mais clássicos são as rinites alérgicas: locais 
empoeirados causam hipersensibilidade na mucosa nasal e, com 
isso, logo há espirros, coriza, etc. 
II. Citotóxica: também é mediada por anticorpos, mas dessa vez 
IgG ou IgM. Novamente, esses anticorpos se ligam a antígenos 
na superfície de células. O exemplo mais clássico é a Anemia 
Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) onde Rh diferentes fazem 
com que a mãe produza anticorpos contas as moléculas de Rh. 
III. Imunocomplexos (antígeno ligado a um ou vários anticorpos): 
esse complexo imune (formado tanto por moléculas de IgM 
quanto de IgG) está associado a antígenos solúveis (não na 
superfície de células, como no tipo I e II). Exemplos de antígenos 
solúveis são vírus, restos bacterianos, etc. Os imunocomplexos 
podem se depositar nos glomérulos dos rins, causando o 
processo de glomerulonefrite. 
IV. Tardia: é mediado por células, não por anticorpos (como os 
anteriores), principalmente por células T e neutrófilos. É uma 
reação no MHC das células contra células T. Um dos exemplos 
não é uma doença, mas sim um teste, o teste tuberculínico, 
onde é inoculada uma substância da bactéria da tuberculose e 
observa-se se há reação intradérmica (formando uma pápula) e, 
com isso, é possível saber se o indivíduo esteve em contato ou 
não com o bacilo da tuberculose. 
 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I 
→ IgE é um anticorpo cuja região Fc está ligada a um receptor 
chamado FCeR1 que fica na superfície de mastócitos e 
eosinófilos. Em resumo, quase 96% dos 
anticorpos IgE estão ligados a mastócitos. 
→ IgE é produzido por linfócitos B através do 
estímulo de citocinas (IL-4, IL-5, IL-9, IL-10 
e IL-13) 
→ IgE está presente em todo o trato digestório, 
respiratório, nas mucosas e pele. Por isso, 
ao causar degranulação de mastócitos, as 
reações serão vistas nesses locais. 
→ Por exemplo: rinite alérgica (sist. respiratório superior), asma 
(sist. respiratório inferior), dermatite (pele), etc. 
 
Mastócitos 
→ Estão localizados na pele, tecido conjuntivo, submucosa 
intestinal, espaços alveolares do pulmão, órgãos linfoides, 
próximos a vasos sanguíneos e nervos 
→ O conteúdo dos grânulos são de histamina, heparina, 
quimiocinas, proteoglicanos ácidos, proteases, mediadores 
lipídicos e tóxicos, etc. 
→ Por expressarem o receptor FCeR1, possuem alta afinidade com 
a porção Fc do anticorpo IgE 
→ A ligação do antígeno com o IgE vai causar a ativação do 
mastócito que, ao se tornar efetora, vai degranular e isso vai 
estar associado às reações hipersensibilidade imediata/ alergia 
 
Basófilos 
→ Estão localizados no sangue (<1% dos leucócitos totais) 
→ O conteúdo dos grânulos é de histamina, heparina, IL-4 e IL13 
→ Sua ativação também se dá pela ligação de antígenos com 
moléculas de IgE na superfície da célula, já que basófilos 
também produzem esse receptor FCeR1. 
→ A ligação do IgE com o antígeno também gera degranulação 
 
Eosinófilos 
→ Também possui o receptor FCeR1 que se ligam a IgE, porém a 
afinidade da porção Fc do IgE a esse receptor é menor do que 
a afinidade encontrada em mastócitos e basófilos. Isso faz com 
que, apesar das IgE poderem estar ligadas a eosinófilos, a 
intensidade é bem menor. 
→ Estão localizados no sangue (2,5 a 4% dos leucócitos totais) 
→ São encontrados em vários locais, mas principalmente tecido 
conjuntivo, epitélio respiratório e intestinal e trato geniturinário 
→ As funções efetoras estão relacionadas a eliminação de 
parasitas e amplificação de resposta inflamatória, porém, seus 
grânulos podem causar lesão tecidual pois, ao tentar matar o 
patógeno, pode destruir o tecido em volta. 
→ A ativação vai gerar a produção de citocinas (IL-4 e IL-5) que vão 
resultar no padrão de resposta Th2 
 
Papel protetor contra parasitas (helmintos) 
→ Numa infecção por parasitas, as células apresentadoras de 
antígeno (APC) podem capturar restos dos parasitar e 
apresentar (via MHC) para as células TCD4 não ativadas, 
causando sua ativação 
→ Após ativadas, sofrem expansão clonal, onde vão proliferar para 
um padrão Th2 
→ Vão produzir IL-4 e, com isso, fazer com que células B produzam 
tanto anticorpos neutralizantes IgG quanto IgE 
→ IgE vão ficar na superfície de mastócitos, basófilos e eosinófilos 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
→ Eosinófilos são 
estimulados por IL-5 
que foi produzido pelo 
padrão Th2 da célula T 
→ Tanto mastócitos 
quanto eosinófilos 
ligados a IgE vão 
degranular e eliminar os 
helmintos 
→ Esse é o processo 
contra parasitas, porém, 
ele pode acontecer 
também contra 
alérgenos, causando 
degranulação 
 
O que é atopia? 
→ Atopia é uma predisposição dos indivíduos a produzir anticorpos 
IgE, causando fortes respostas de sensibilidade imediata 
→ Alergia é a reação, enquanto atopia é a tendência que o 
indivíduo possui (por motivos genéticos) a desenvolver IgE 
contra antígenos ambientais comuns. 
→ A somatória da susceptibilidade genética com o ambiente leva a 
geração de uma alergia 
 
Características – Hipersensibilidade tipo I 
→ Principal molécula desencadeadora: anticorpo IgE 
→ Respondem contra antígenos solúveis 
→ Mecanismo efetor: ativação de mastócitos 
→ Células envolvidas: mastócitos, basófilos e eosinófilos 
→ Exemplos: asma, rinite alérgica, dermatite atópica, anafilaxia 
sistêmica e febre do feno 
 
Como ocorre a sensibilização e ativação? 
→ Alérgeno é reconhecida por células B, que captura, processa e 
apresenta para as células T 
→ Células T se diferenciam para padrão Th2, produzem IL-4 e IL-5 
→ IL-4 vai estimular produção de IgE 
→ IL-5 vai estimular produção de eosinófilos e mastócitos 
→ Mastócitos (e células que possuem receptor FCeR1) vão se ligar 
a IgE na superfície = SENSIBILIZAÇÃO 
→ Posteriormente, um 
segundo contato com 
o alérgeno vai fazer 
com que as IgE 
ligadas ao mastócito, 
ao se depararem com 
o antígeno, sinalizem 
para o interior do 
mastócito, fazendo 
com que esse libere 
seus grânulos (com 
mediadores), que vão 
causar a 
hipersensibilidade tipo 
I. 
→ Alguns mediadores 
são liberados de 
forma imediata 
(mediadores químicos) e outros de forma tardia (mediadores 
que causam infiltrado celular) = relacionados aos sintomas. 
→ Toda essa ligação (alérgeno ligado ao IgE, que está ligado ao 
receptor FCeR1) Vai ativar correceptores, ocorrendo sinalização 
celular, levando às funções efetoras, que são: 
o Degranulação de grânulos com mediadores pré-formados. 
Os grânulos contem aminas vasoativas (causa dilatação 
vascular (vermelhidão) e contração do músculo liso) e 
proteases (casa dano tecidual) 
o Fragmentação enzimática do ácido araquidônico (AA) 
causa liberação de mediadores lipídicos como 
prostaglandinas (dilatação vascular) e leucotrienos 
(contração do m. liso) 
o Ativação de transcrição dos genes da citocina que, de 
forma mais tardia, vai produzir citocinas, principalmente 
TNF (recrutamento de leucócitos) 
→ Além disso, há influxo de cálcio 
→ Aliberação de grânulos vai causar degradação das cadeias 
leves de miosina 
→ Alterações na membrana plasmática vai causar liberação de AA 
 
Mediadores 
→ A ativação de mastócitos vai levar a liberação de mediadores 
pré-formados e mediadores recém sintetizados (a partir da 
degradação do AA) 
→ Pré- formados: histamina, serotonina, fatores quimiotáticos, 
heparina. Possuem vida curta e seus efeitos estão confinados às 
vizinhanças dos mastócitos (ação parácrina). 
 
 
→ Recém sintetizados: leucotrienos, prostaglandinas, fator 
ativador de plaquetas, bradicininas, tromboxanos. 
 
 
Reações de hipersensibilidade causada por mediadores 
→ Elas podem levar a eventos sistêmicos que causam sintomas 
relacionados à hipersensibilidade do tipo I 
→ A ativação de mastócitos está relacionado a ativação de aminas 
biogênicas (histamina) ou mediadores lipídicos (PAF, 
prostaglandinas) que vão estar associados a reações como 
↑permeabilidade vascular, broncoconstrição, 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
hipermotilidade intestinal (nas alergias alimentares, pode-se 
ter diarreia pois o aumento da mobilidade intestinal somado à 
diminuição da capacidade do intestino de absorver água resulta 
em fezes líquidas 
→ Além disso, há liberação de citocinas (TNF) e outros 
mediadores lipídicos (PAF, prostaglandinas) que vão estar 
relacionados a inflamação e migração de neutrófilos. 
→ Ademais, tem-se a função enzimática (triptase e outras 
proteases) que vão estar relacionadas a lesão tecidual 
→ A ativação de eosinófilos normalmente serve para a morte de 
parasitas, porém, a ativação deles num processo alérgico, há 
liberação de enzimas (peroxidades) que, junto a outras, podem 
gerar lesão tecidual 
 
 
Reações alérgicas mediadas por IgE 
→ Asma alérgica: estimulada pelos mais diversos alérgenos (pelos 
de gatos, pólen, fezes de ácaros, etc.) e geralmente a via de 
entrada é inaláveis. Ao ser inalado, a resposta é constrição 
brônquica aumento da produção de muco e inflamação das vias 
aéreas 
→ Urticária aguda: estimulada por picada de inseto (via de 
entrada: subcutânea) gerando a resposta de ↑permeabilidade 
vascular e ↑fluxo sanguíneo 
→ Rinite alérgica: estimulado por pólen, fezes de ácaros, pelos 
(via de entrada: inalação) gerando resposta de edema e irritação 
da mucosa nasal 
→ Alergias a alimentos: estimulada por muitas coisas, sendo os 
mais comuns nozes, amendoins, leite, ovos, crustáceos, peixes, 
etc. (via de entrada: oral), gerando respostas de inflamação no 
TGI, principalmente no intestino (já que o tempo que fica no 
estômago é menor) levando a respostas de vômito, diarreia, 
prurido, urticária, anafilaxia 
→ Anafilaxia sistêmica: relacionado a drogas (licitas e ilícitas, 
inclusive a medicamentos – principalmente penicilina), soros, 
venenos, amendoins (via de entrada: intravenosa , sendo 
diretamente ou após absorção para o sangue), gerando 
respostas como edema, ↑permeabilidade vascular, 
broncoconstrição da traqueia, colapso circulatório e, sem uma 
intervenção rápida, leva a morte. 
Destrinchando cada um deles... 
Asma 
→ Sinais e sintomas: falta de ar, dificuldade respiratória, tosse 
(especialmente à noite), chiado ou ruido característico 
relacionado à movimentação do muco. 
→ Sintomas aparecem após exposição a alérgenos 
→ Diagnóstico é clinico (não há exames laboratoriais) 
 
→ Normalmente, vias respiratórias contem músculo liso e mucosa 
→ Na asma, devido a todos os mediadores, há inflamação da 
camada mucosa e, em quadros graves (durante ataque), há 
contração da m. lisa, diminuindo ainda mais a passagem de O2. 
→ Detalhando: ao entrar em contato com o alérgeno, mastócitos ou 
basófilos na mucosa do trato respiratório, através dos 
mediadores (PAF, leucotrienos, etc.) vão levar à 
broncoconstrição. Além disso, através das aminas biogênicas 
(TNF, IL-4, IL-5), vão aumentar a inflamação, já que o aumento 
da permeabilidade celular vai permitir a migração de neutrófilos 
e, principalmente, eosinófilos. 
→ No tratamento, são utilizadas substâncias como cromoglicato e 
corticosteroides para fazerem antagonismo de leucotrienos 
ou bloqueio da produção de citocinas para bloquear tanto a 
broncoconstrição quanto a inflamação. Além disso, é utilizada a 
epinefrina para relaxamento brônquico. 
 
Urticária aguda 
→ Nossos mastócitos estão ligados às IgE. Na presença de 
antígeno, esses mastócitos fazem degranulação 
→ As substâncias dos grânulos vão levar a ativação dos nervos 
daquela região, gerando o prurido 
→ A vasodilatação e diapedese de células leva a eritema e pápula 
→ A quimiotaxia de células leva ao infiltrado 
 
→ A urticária se apresenta com coceira, lesões não delimitadas 
que podem acontecer em todas as regiões do corpo 
 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
Rinite alérgica 
→ Acontece na região da mucosa nasal. O alérgeno inalado vai 
penetrar no epitélio nasal, vai ser reconhecido por células 
dendríticas que, via MHC II, vão apresentar para as células T 
naïve que vão se transformar em células do padrão Th2 
→ Células do padrão Th2 vão produzir IL-4 e IL-13 e ativar células 
B a se tornarem plasmócitos produtores de IgE 
→ Essa IgE se liga na superfície de mastócitos pelo receptor 
FCeR1 e, em um contato secundário com o alérgeno, faz com 
que os mastócitos ou basófilos degranulem, liberando 
histaminas, mediadores, IL-13, IL-4, TNF, etc. e seus efeitos 
 
→ Muitas vezes ocorre espirro numa tentativa do corpo de remover 
o alérgeno da mucosa nasal 
→ Pode estar associado a tosse pois a produção de muco é tão 
grande que ele desce pela orofaringe e, ao chegar na garganta, 
produz irritação que leva a tosse 
→ O tratamento é com drogas antialérgicas, mas deve-se retirar o 
paciente do ambiente onde há o alérgeno 
 
Alergias alimentares 
→ A presença do alimento e das bactérias normais no lúmen 
intestinal vai levar a um processo de tolerância 
→ Porém, partes de certos alimentos podem ser capturados por 
células dendríticas, apresentados às células T naïve que vão se 
diferenciar em células do padrão celular Th2 e, com isso, 
produzir IL-4, IL-13 e IL-5 
→ IL-5 → estimula eosinófilos 
→ IL-13 e IL-4 → estimular a produção de IgE 
→ IgE se liga aos receptores FCeR1 dos mastócitos 
→ Quando houver um segundo contato com esse alimento, os 
anticorpos IgE vão ativar os mastócitos, causando degranulação 
→ Grânulos vão exercer sua função: ↑permeabilidade, migração, 
inflamação, ↑motilidade intestinal (diarreia) 
→ Se houver grande quantidade desse alimento OU grande 
degranulação em todo o TGI, pode haver um quadro sistêmico 
de hiperativação = anafilaxia sistêmica 
→ Nesse sentido, existe uma hipótese muito bem aceita chamada 
Hipótese da Higiene. Ela explica que crianças que possuem 
contato com sol, exposição a microrganismos, etc., se tornarão 
adultos menos alérgenos. 
 
→ O contato pequeno e constante com alérgenos leva a uma 
produção muito grande de células T regulatórias de memória. 
Além disso, aumenta a diversidade de microbiota. Isso faz com 
que o nosso organismo não reconheça essas 
bactérias/alimentos como algo a ser combatido 
 
Anafilaxia sistêmica 
→ O quadro é semelhante aos anteriores, mas não localizado, ele 
ocorrem de forma sistêmica 
→ Alergias a medicamentos são muito importantes (em um estudo 
com 112 participantes, 44% deles possuía alergia). 
→ No geral, entre 30 a 40% da população mundial tem alergia a 
algum tipo de medicamento. 
→ Entre eles, os mais alérgenos são os opioides, seguidos pelos 
bloqueadores neuromusculares, AINEs e contraste iodado 
→ Ela leva a vermelhidão, inchaço da língua, incapacidade para 
engolir, inchaço rápido dos tecidos da garganta (fechamento da 
glote), pode levar à perda de consciência e morte 
 
OBS: DIAGNÓSTICO DAS ALERGIAS 
→ Nos braços dos pacientes, são marcados os números referentes 
aos alérgenos que serão testados, sendo pingado uma 
substância com o alérgeno ao lado do local. Após isso, é feito 
um furo em cima decada gota para que a substância alérgena 
penetre na região, além de fazer também com uma substância-
controle (que se sebe não causar alergia) e uma positiva (que se 
sabe causar alergia rapidamente). 
→ Entre 10 a 15 min, confere-se o positivo, medindo a pápula que 
foi formada e comparando com uma tabela de medidas. 
→ Os testes dos alérgenos não são lidos na hora, mas entre 1 a 2 
dias depois, sendo positivo com a formação de pápula 
 
Dosagem de IgE 
→ Pode-se pedir a dosagem do total de IgE que o indivíduo possui. 
Serve mais para verificar se há uma hiper expressão de IgE, que 
indica quadro de parasitose ou de alergia 
→ É possível pedir a dosagem de IgE específica contra um 
alérgeno, por exemplo, pedir a IgE contra caseína do leite 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO II 
→ São mediadas por IgG e subdivididas em 2 tipos (nesse resumo, 
elas serão chamadas de subtipo A e subtipo B) 
→ Os antígenos que o IgG vai detectar estão na superfície celular 
ou são receptores que serão reconhecidos como antígenos 
→ No subtipo A, o mecanismo de efetividade pode ser mediado por 
sistema complemento, fagócitos ou células NK. Os exemplos 
mais comum são as alergias a drogas, como a penicilina 
→ No subtipo B, o mecanismo de efetividade é aquele mediado pela 
ligação de anticorpos a receptores celulares que, ao fazer 
isso, bloqueiam a sinalização e gerando efeitos sistêmicos. Um 
exemplo é a urticária crônica. 
 
→ A hipersensibilidade do tipo II do subtipo A é decorrente do 
efeito citopático de anticorpos dirigidos contra antígenos 
presentes na superfície ou na matriz celular. Existem 3 
mecanismos principais de ativação desse subtipo: 
1) Citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC): os 
anticorpos vão reconhecer antígenos na superfície da célula e 
uma célula NK, por exemplo, vai reconhecer a porção Fc desse 
anticorpo e causar, através de grânulos, a degradação/lise dessa 
célula com o anticorpo. 
2) Lise celular: anticorpos se ligam a uma célula e, ao estarem com 
sua porção Fc exposta, ativam sistema complemento (pela via 
clássica), gerando uma resposta do complemento que leve a lise 
3) Fagocitose: o próprio anticorpo ligado a superfície da célula ou 
até mesmo o sistema complemento ligado a esse anticorpo pode 
ser reconhecido por célula fagocitária (macrófago, neutrófilo) e 
realizar a fagocitose 
 
→ Assim, percebe-se que, no subtipo A, todos os eventos irão levar 
a destruição tecidual mediada por anticorpos 
 
→ A hipersensibilidade do tipo II do subtipo B também possui 3 
mecanismos efetores. Esse subtipo causa doenças que afetam 
especificamente as células/tecidos onde esses antígenos estão 
presentes, logo, essas doenças não costumam ser sistêmicas. 
1) Opsonização e fagocitose: ocorre o reconhecimento dos 
anticorpos a estruturas celulares, seguido de ativação do 
complemento (ou de fagócitos), levando a fagocitose e 
destruição da células. Um exemplo é a anemia hemolítica do 
recém-nascido, onde há uma destruição das hemácias do 
recém-nascido pelos anticorpos produzidos pela mãe, levando a 
um quadro grave de anemia 
 
2) Inflamação mediada por complemento e receptor a Fc: os 
anticorpos depositados nos tecidos recrutam outros mediadores 
(neutrófilos e macrófagos) que, quando ativados, vão levar a 
inflamação e lesão tecidual. Um exemplo é a glomerulonefrite 
por depósito. Nesse caso, há anticorpos que se ligam a proteínas 
do rim e isso faz com que seja montada uma resposta do 
complemento, causando inflamação no glomérulo 
 
3) Respostas fisiológicas anormais sem lesão celular/tecidual: 
ligação de anticorpos bloqueiam receptores TSH (hormônio 
estimulante da tireoide). Isso vai impedir que os receptores 
recebam as moléculas que deveriam (nesse caso, os hormônios 
tireoidianos) e estimular o receptores sem o ligante. Um exemplo 
disso é a Doença de Graves (figura da direita). Outro exemplo 
desse caso é o da Miastenia Gravis (figura da esquerda), onde 
há anticorpos direcionados a receptores da acetilcolina, fazendo 
com que essa, quando liberada na fenda, não se ligue aos 
receptores, inibindo a ativação muscular. 
 
 
Quadro das principais doenças de hipersensibilidade tipo II 
 
Destrinchando algumas delas... 
 
Anemia hemolítica do recém-nascido 
→ É uma reação citotóxica que envolve tanto IgG quanto IgM contra 
antígeno aderido à célula (do órgão afetado). 
→ Gera uma resposta contra essa célula, sendo mediada ou por 
sistema complemento ou por células do sist. imune 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
→ Uma vez que a mãe possui sangue de Rh- (negativo, ou seja, 
não possui o fator Rh) e, numa primeira gestação, seu filho 
possua Rh+, durante o parto, o sangue da criança pode entrar 
em contato com o sangue da mãe, estimulando a produção de 
anticorpos na mãe contra o fator Rh. Se, eventualmente, numa 
segunda gestação, a mãe tiver novamente um filho Rh+, os 
anticorpos produzidos pela mãe vão entrar na corrente 
sanguínea do filho e destruir suas hemácias, levando a anemia 
hemolítica. Seu hemograma apresentaria muitos reticulócitos, 
hemácias microcíticas (devido à falta, o organismo libera 
hemácias muito pequenas), além de icterícia (bilirrubinas). 
→ Diagnóstico: Para detectar isso, é feito no laboratório o Teste de 
Coombs, podendo ser de 2 tipos: direto ou indireto. 
o No teste direto, é coletado sangue da criança, as 
hemácias são “lavadas” e é adicionado o reagente de 
Coombs (um anticorpo anti-anticorpo humano 
produzido em coelho). Caso haja no sangue da criança 
hemácias ligadas a anticorpos produzidos pela mãe, o 
anti-anticorpo vai se ligar a esses anticorpos, formando 
um precipitado/aglutinação, o que caracteriza um teste 
positivo. 
o No teste indireto, é possível determinar se a mãe está 
produzindo anticorpos anti-Rh durante a gestação. É 
coletado não o sangue, mas o soro. Se ela estiver 
produzindo anticorpos anti-Rh, lá eles serão 
encontrados. Então, adiciona-se hemácias Rh+ e, caso 
a mãe tenha esses anticorpos, eles irão se ligar às 
hemácias. Por fim, utiliza-se o reagente de Coombs, 
que se ligarão e causarão aglutinação, caracterizando 
um teste positivo. 
 
Púrpura trombocitopênica autoimune 
→ Nessa doença, há anticorpos anti-plaquetas. Ou seja, haverá 
anticorpos contra proteínas presentes nas plaquetas 
(principalmente as integrinas) 
→ Com isso, haverá a ligação com anticorpo a elas e uma célula 
fagocítica irá fagocitar a plaqueta. Ao fazer isso, haverá ↓ 
número de plaquetas, levando a hemorragia (já que plaquetas 
são importantes na coagulação) 
→ Inicia-se com micro hemorragias (formando petéquias) e evolui 
para algo mais severo, como no TGI, mucosas (gengiva), etc. 
→ Como toda doença autoimune, também há relações genéticas e 
pode ser desencadeado por infecções bacterianas especificas 
→ Havendo susceptibilidade genética, pode ser que macrófagos 
que capturam H. pylori (bactéria de infecções estomacais) vão 
apresentar para célula T naïve que vai ativar a célula T, que pode 
começar a fazer sinalização contra plaquetas. Isso acontece 
porque durante a captura do H. pylori, devido às lesões 
estomacais, pode ser capturado também algumas plaquetas, 
gerando anticorpos autoimunes 
→ Além disso, a célula T ativada (que agora se torna uma célula T 
helper) pode promover a destruição dos megacariócitos, já que 
eles são as células precursoras das plaquetas 
 
Diabetes resistente à insulina (autoimune) 
→ Nas ilhotas de Langerhans (pâncreas) há diversos tipos células. 
As células beta produzem insulina. 
→ Na diabetes autoimune, há anticorpos que irão reconhecer 
receptores da superfície e destruir as células beta, gerando 
diminuição ou ausência de insulina, causando a diabetes 
 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO III 
→ Semelhante aos anteriores, a hipersensibilidade do tipo III 
também é mediada por anticorpos, nesse caso, por IgG 
→ Sua reação é contra antígenos solúveis (circulando no sangue) 
→ O exemplo mais clássicode hipersensibilidade III é a doença do 
sono, caracterizada pela reação de Arthus (que é uma vasculite) 
 
→ COMO OCORRE: A ligação antígeno-anticorpo forma 
imunocomplexos, que deixam expostas suas regiões Fc e, com 
isso, faz com que neutrófilos (através de seus receptores contra 
a porção Fc) reconheçam, degranulem e causem lesão tecidual, 
gerando uma vasculite nesse vaso. A lesão tecidual pode 
acontecer também pela ativação do sistema complemento 
→ O depósito dos imunocomplexos pode acontecer em pequenas 
artérias, capilares cerebrais, vasos e válvulas cardíacas, nos 
glomérulos dos rins, etc., levando a uma vasculite 
→ Ademais, a vasculite pode ser secundária a uma doença 
reumatológica (lúpus) ou infecciosa (hepatite C crônica) 
Exemplos de doenças mediadas por imunocomplexos 
Doença Antígeno envolvido Manifestação 
Lúpus eritematoso 
sistêmico 
DNA, nucleoproteínas, etc. Nefrite, artrite, 
vasculite 
Glomerulonefrite 
pós-estreptocócica 
Antígenos do estreptococo 
podem fazer reação 
cruzada com células da 
memb. basal glomerular 
Nefrite 
Doença do soro Proteínas variadas Nefrite, artrite, 
vasculite 
 
Lúpus eritematoso sistêmico 
Devido a fatores genéticos e ambientais, há desregulação do 
sist. imune com ↑apoptose e ↓capacidade de remover fragmentos. 
Isso faz com que antígenos do próprio organizamos presentes 
naqueles fragmentos sejam capturados, apresentados para células 
naïve e seja montada uma resposta celular e humoral contra essas 
estruturas (que, na verdade, são próprias) 
São formados anticorpos que reagem contra esse DNA próprio, 
formando imunocomplexos que podem se depositar no vasos 
(vasculite) ou lesionar vasos, gerando ↑depósito de placas de 
ateroma (vasculopatias) ou ainda se depositar nos rins 
 
Glomerulonefrite pós-estreptocócica 
Na infecção, anticorpos são produzidos contra a bactéria, 
formando um imunocomplexo. Esse irá se depositar no glomérulo, 
expondo a porção Fc dos anticorpos para que células (fagócitos, 
macrófagos e neutrófilos, sistema complemento) sejam ativados, 
causando lesão tecidual no glomérulo 
O depósito dos imunocomplexos leva a inflamação e destruição 
tecidual. Para repor, tecido conjuntivo é colocado, mas isso se 
transforma em fibrose, ↓capacidade de filtração do glomérulo 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – IMUNOLOGIA – BBPM V 
HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV 
→ Diferente dos outros, é mediado por células T. São 4 subtipos: 
1) Mediado por células Th1. Detecta antígenos solúveis. Seu 
mecanismo efetor é por ativação de macrófagos, 
produzindo IFN-gama e citocinas. Exemplos: dermatites de 
contato, reação tuberculínica. 
2) Mediado por células Th2. Detecta antígenos solúveis. Seu 
mecanismo efetor é por produção de IgE que vão induzir 
ativação de mastócitos e eosinófilos que irão induzir 
citocinas. Exemplos: asma crônica, rinite alérgica crônica 
3) Mediada por linfócitos T citolíticos (CTL). Detecta 
antígenos associados à célula. Seu mecanismo efetor é por 
citotoxicidade, já que a função do CTL é ser citotóxico. 
Porém, ao invés de atacar o que é de fora, ele passa a ser 
citotóxico contra as células do organismo, levando a 
destruição do tecido. Exemplo: dermatite por contato. 
→ A hipersensibilidade do tipo IV é conhecido como tardia, já que 
é necessária a produção de células T (processo mais demorado) 
 
→ Um exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a formação do 
granuloma, que consiste em um agregado de macrófagos 
circundado por um colar de linfócitos e delimitada por uma 
cápsula de tecido conjuntivo. Ocorre em inflamações crônicas. 
→ Além disso, outro exemplo são as reações tuberculínicas, onde 
é inoculado o antígeno de maneira intradérmica e, após 48h ou 
72h, é feita a medição do diâmetro: >0,5cm é teste positivo. Isso 
indica que o paciente tem resposta celular contra o antígeno. 
Teste de Mantoux (PPD) = tuberculose 
Teste de Machado Guerreiro = chagas 
Teste de Mitsuda = hanseníase 
Teste de Montenegro = leishmaniose 
→ A dermatite de contato pode ser mediada tanto por células T do 
padrão Th1 quanto por CTL. É uma reação alérgica (mas não 
imediata) contra diversos compostos, como metais, venenos de 
plantas, borracha, látex, etc. 
→ A presença desses compostos vai ser capturada por células 
dendríticas, mostrado para células do padrão Th1 que irão 
causar a produção de interleucinas que estimulam a vinda de 
células (principalmente neutrófilos) e, nesse local, secretarão 
substâncias como: IL-1, fator de necrose tumoral, NO, etc. o que 
leva a inflamação e lesão tecidual mostrada abaixo 
 
→ O subtipo número 4 da hipersensibilidade IV é mediado por 
neutrófilos. Uma das doenças mais características é a Doença 
de Behçet, uma reação autoimune que leva a dano tecidual, 
vasculite, disfunção endotelial e trombose. Isso é mediado por 
citocinas produzidas por neutrófilos, APC, células T-gama-delta. 
→ Para desenvolver essa doença, é preciso que haja 
susceptibilidade genética somada a infecções 
→ É raro no Brasil (15 mil casos totais). Comum na “Rota da Seda” 
→ Características patológicas de ulceras repetidas na boca 
(mucosa), nas regiões genitais (próximo da bolsa escrotal) e 
olhos avermelhados, inflamação dos pequenos vasos, etc. 
 
RESUMINDO 
→ As hipersensibilidades são divididas em 4 tipos 
1) Imediata. Mediada por IgE e mastócitos 
2) Mediada por IgG e IgM contra antígenos de superfície 
3) Mediada por IgG e IgM contra antígenos solúveis, depósitos 
4) Tardio, mediada por células T e neutrófilos 
 
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