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Giardia lamblia - Giardíase Giardíase é uma parasitose do intestino delgado humano, causada pelo protozoário flagelado conhecido como Giardia lamblia (G. duodenalis, G. intestinalis). Morfologia – Trofozoíto (forma ativa) · Piriforme (forma de pera) · Corpos parabasais · 12,0 a 15,0 μm de comprimento · Quatro pares de flagelos · Dois núcleos · Disco adesivo (fixação na mucosa intestinal) · Blefaroplasto · Axóstilo Morfologia – Cisto (forma de resistência) · Oval/ovoide · 8,0 a 12,0 μm de comprimento · Corpos parabasais · Dois ou quatro núcleos · Membrana cística · Flagelo contraído (não se locomove) · Axóstilo Transmissão É transmitido, mais comumente, em ambientes comunitários, pela rota fecal-oral. · Água sem tratamento (somente a cloração não mata o cisto) · Hortaliças contaminadas · Mãos contaminadas (principalmente manipuladores de alimentos infectados e assintomáticos) · Ingestão de cisto (vetores mecânicos – moscas, formigas, baratas; fezes de animais domésticos) Ciclo biológico Se inicia com a ingestão do cisto que, posteriormente, começa a desencistar no estômago (devido ao baixo pH, a membrana cística e desfeita) e retorna a sua forma ativa (trofozoíto), onde se multiplica enquanto se adere a parede do intestino delgado (disco adesivo). Ao chegar ao intestino grosso, se encista para ser eliminado junto das fezes. Sintomatologia O quadro clínico do individuo infectado por Giardia é associado à cepa (mais ou menos virulenta), carga parasitária, resposta imunológica, microbiota intestinal (competição interespecífica) e estado nutricional. · Assintomáticos · Sintomáticos · Diarreia aguda/autolimitante ou diarreia crônica · Perca de peso · Fase aguda · Diarreia aquosa (explosiva e pútrida) · Evacuações constantes · Mal-estar · Cólicas · Distensão abdominal · Gases · Anorexia · Náuseas · Fase crônica · Esteatorreia – fezes acinzentadas ou claras (engorduradas) · Má absorção (gordura; vitaminas A, D, E, K, B12; ácido fólico; ferro; lactose) *Em casos de quadro diarreico muito severo, o trofozoíto é liberado junto das fezes antes de poder se encistar, e morre com pouco tempo ao ambiente. Patogenia · Lesão das microvilosidades – má absorção · Lesão mecânica direta (fixação pelo disco adesivo do parasita) · Lesão por liberação de proteases · Indução de apoptose dos enterócitos · Processo inflamatório (mecanismo da resposta imune) *Ocorre uma rápida renovação dos enterócitos, mas pouco eficientes. · “Atapetamento” da mucosa intestinal (devido a grande quantidade de trofozoítos) Diagnóstico · Clínico – por meio da sintomatologia · Parasitológico · Exame parasitológico de fezes · Rastreio dos cistos – fezes formadas · Rastreio dos trofozoítos – fezes diarreicas (deve ser feito o mais rápido possível, devido ao curto tempo de vida fora do intestino) · Imunológico (anticorpos do soro) · Molecular (DNA do parasito em fezes – PCR) Profilaxia · Higiene pessoal · Tratamento dos doentes · Tratamento da água · Dar destino correto às fezes (privadas e fossas) · Combate aos vetores mecânicos · Cuidados durante a manipulação e realizar a proteção dos alimentos · Cuidado aos animais domésticos (tratamento e vacinação) · Amamentação Tratamento · Metronidazol · Tinidazol · Ornidazol · Secnidazol · Albendazol e mebendazol (anti-helmínticos que também atuam contra a Giárdia) Referências: Neves, D.P., Melo, A.L., Linardi, P.M., Vitor, R.W.A. Parasitologia Humana. 13ᵃ Edição, Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2016.
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