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Exame dos pulmões - Semiologia - Exame Clínico

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1 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
CAPÍTULO 16 – EXAME DO TÓRAX 
SEMIOTÉCNICA 
✓ Inspeção 
✓ Palpação 
✓ Percussão 
✓ Ausculta 
INSPEÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁTICA 
Forma do tórax e a presença ou não de abaulamento e 
depressões 
No adulto: diâmetro lateral > diâmetro anteroposterior 
 TÓRAX CHATO 
Reduzido diâmetro anteroposterior. As escápulas 
sobressaem no relevo. 
+ comum: longilíneos (não patológico). 
 TÓRAX EM TONEL (BARRIL) 
Diâmetro anteroposterior iguala-se ao transversal. 
Fisiológico: idosos, brevilíneos, 
Patológicos: DPOC, enfisema pulmonar, distúrbios 
obstrutivos. 
 TÓRAX EM TONEL NA DPOC 
Expiração > diminui calibre das vias aéreas > aumenta 
resistência total. 
Uso de músculos acessórios > aumenta diâmetro 
anteroposterior crônico 
- achado tardio, com baixa sensibilidade e 
especificidade. 
 TÓRAX INFUNDIBULIFORME (PECTUS EXCAVATUM) 
Presença de uma depressão acentuada no nível do 
terço inferior do esterno. 
Causa mais importante: raquitismo. 
+++ acentuado = distúrbio pulmonar restritivo. 
 
 
 TÓRAX CARINIFORME (PECTUS CARINATUM) 
Saliência em forma de peito de pombo ou de quilha de 
navio. 
Principal causa: raquitismo infantil. Não compromete a 
ventilação pulmonar. 
 TORÁX EM SINO OU PIRIFORME 
Porção inferior torna-se alargada como boca de sino. 
Surge nas hepatoesplenomegalias e na ascite 
volumosa. 
 TÓRAX CIFÓTICO 
Decorrente do encurvamento posterior da coluna 
torácica. 
Defeito de postura ou lesão de vértebras torácicas 
(tuberculose, osteomielite, neoplasias ou anomalias 
congênitas). 
 TÓRAX ESCOLIÓTICO 
Assimétrico por conta do desvio lateral do segmento 
torácico da coluna. 
Causa + comum: anomalia congênita. 
 TÓRAX CIFOESCOLIÓTICO 
Combinação de uma alteração cifótica + escoliose. 
Pode causar insuficiência respiratória. 
DINÂMICA 
Analisa o tipo respiratório, o ritmo e frequência, a 
amplitude dos movimentos respiratórios, a presença 
ou não de tiragem e a expansibilidade dos pulmões. 
 
TIPO RESPIRATÓRIO 
Em condições normais, 2 tipos de respiração: costal 
superior e toracoabdominal. 
RESPIRAÇÃO COSTAL SUPERIOR: principal no sexo 
feminino, predomínio da ação dos músculos escaleno 
e esternocleidomastóideo que deslocam a parte 
superior do tórax para cima e para frente. 
RESPIRAÇÃO TORACOABDOMINAL: principal em sexo 
masculino, musculo diafragmática é de grande 
importância, comum em crianças de ambos os sexos. 
INSPEÇÃO 
ESTÁTICA DINÂMICA 
simetria 
deformidades 
pele ritmo simetria 
expansibilidade 
esforço 
 
2 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
Na posição deitada, ambos sexos, respiração é 
predominantemente diafragmática, movimentação da 
metade inferior do tórax e da parte superior do 
abdome. 
RITMO RESPIRATÓRIO 
Observar por 2 minutos (mínimo) a sequência, a forma 
e a amplitude das incursões respiratórias. 
Normal: sucessão regular de movimentos 
respiratórios, de profundidade mais ou menos igual. 
 
 
 
 RESPIRAÇÃO DISPNEICA/DISPNEIA 
Sucessão regular de movimentos respiratórios amplos 
e desconfortáveis ao paciente (quase sempre). 
Surge na insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar, 
bronquite, pneumonias, atelectasia, pneumotórax, 
derrame pleural e anemias graves. 
 PLATIPNEIA 
Dificuldade para respirar em posição ereta, se alivia ao 
deitar-se. 
Pode ocorrer após pneumectomia. 
 ORTOPNEIA 
Dificuldade para respirar mesmo na posição deitada. 
 TREPOPNEIA 
Condição que o paciente se sente + confortável para 
respirar em decúbito lateral. 
Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva e 
derrame pleural. 
 RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES 
“dispneia periódica” : apresenta incursões 
respiratórias que vão se tornando cada vez mais 
profundas até atingirem uma amplitude máxima > dai, 
os movimentos começam a diminuir gradativamente 
(risco de apneia). E isso se repete, tornando-se um 
ciclo. 
Patológico: insuficiência cardíaca grave, AVC, 
traumatismos cranioencefálicos, intoxicações por 
morfina. 
Explica-se pelas variações de tensões de O2 e CO2 no 
sangue. 
Excesso de CO2 (na apneia) > centro respiratório 
estimula > aumentam amplitude dos movimentos 
respiratórios > maior perda de CO2 > concentração 
decai > centro respiratório não mais estimulado > 
diminuição na profundidade da respiração. 
 
 RESPIRAÇÃO DE BIOT 
Ocorrência de períodos de apneia que interrompem a 
sequência das incursões respiratórias. Nítidas 
variações na amplitude dos movimentos torácicos = 
arritmia respiratória. 
Comum na meningite, neoplasias e hematoma 
extradural. (lesão no centro respiratório, no estado 
comatoso e nas afecções que há grave 
comprometimento do encéfalo). 
Indica sempre mau prognóstico! 
 RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL 
Amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos 
períodos de apneia após as quais ocorrem expirações 
profundas e ruidosas sucedidas por pausas de apneia. 
 RESPIRAÇÃO SUSPIROSA 
Presença de uma inspiração + profunda seguida de 
expiração mais demorada interrompendo a sequência 
regular das incursões respiratórias. 
Pode fazer parte um transtorno de ansiedade. 
 
AMPLITUDE DA RESPIRAÇÃO 
Aumento ou redução da amplitude, ou seja, respiração 
profunda e respiração superficial, respectivamente. 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
TAQUIPNEIA: acima do normal 
- fisiológica: esforço físico, emoções 
- patológico: febre, lesões pleuropulmonares 
Incursões profundas > “falta de ar” (anamnese) 
 
3 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
BRADIPNEIA: frequência inferior. 
- fisiológica: sono, atletas. 
- patológica: lesões cerebrais com hipertensão 
intracraniana, intoxicação exógena. 
VALORES NORMAIS 
RN 40-45 irpm 
LACTENTES 25-35 irpm 
PRÉ-ESCOLARES 20-35 irpm 
ESCOLARES 18-35 irpm 
ADULTOS 16-20 irpm 
TIRAGEM 
Nas regiões axilares e infra-axilares, os espaços 
intercostais apresentam depressão durante a 
inspiração (fenômeno fisiológico) 
Quando há obstáculo em uma via respiratória, 
dificultando ou impedindo a penetração do ar, essa 
parte não expande. A pressão atmosférica, ao atuar 
nessa parte provoca uma leve depressão dos espaços 
intercostais = tiragem. 
Tiragem em um hemitórax > oclusão de um brônquio 
principal por exsudato espesso (tampão mucoso), 
neoplasia ou corpo estranho. 
INSPEÇÃO DO PESCOÇO 
Respiração auxiliada pela ação dos músculos 
acessórios > sinal precoce de obstrução das vias 
respiratórias. 
Músculos acessórios auxiliam na ventilação > 
elevando a clavícula e a parede torácica anterior > 
aumentando a pressão intratorácica negativa e o 
volume pulmonar. Na inspeção, isso é mostrado como 
a retração das fossas supraclaviculares e dos 
espaços intercostais. 
PALPAÇÃO 
Investigam-se 3 parâmetros: estrutura da parede 
torácica, expansibilidade ou mobilidade e frêmito 
toracovocal 
ESTRUTURA DA PAREDE TORÁCICA 
Estudo semiótico da pele, tecido subcutâneo, 
músculos, cartilagense ossos. 
EXPANSIBILIDADE OU MOBILIDADE 
EXPANSIBILIDADE DOS ÁPICES: 
Examinador atrás do paciente → ambas as mãos 
sobre as regiões correspondentes aos ápices 
pulmonares → polegares se toquem levemente em 
ângulo quase reto no nível da vértebra proeminente. 
Os demais dedos, justapostos e semifletidos, exercem 
leve pressão sobre o tórax. Solicita que o paciente 
respire mais fundo, e o examinador observa a 
movimentação de suas mãos. 
EXPANSIBILIDADE DAS BASES: 
Examinador segue atrás do paciente → polegares 
próximos/juntos na altura da apófises espinhosas da 
9ª ou 10ª vértebra torácica. Palma da mão e face 
ventral dos dedos, estendidos e justapostos, 
abarquem o máximo da área correspondente. 
A movimentação da região deve levar consigo a mão 
do examinador, a amplitude da movimentação das 
mãos indica o grau de expansibilidade. 
A diminuição da expansibilidade pode ser: 
- unilateral: 
• Apical: processo infeccioso do ápice pulmonar 
• Basal: derrame pleural, hepatomegalias, 
esplenomegalias. 
• Difusa: pneumotórax, hidrotórax, atelectasia, 
pleurodinia e no traumatismo torácico. 
- bilateral: 
• Ápices: processo infeccioso ou cicatricial 
• Basal: gravidez, ascite, obesidade grave e 
derrame pleural bilateral. 
• Difusa: enfisema pulmonar, esclerodermia, 
senilidade. 
FRÊMITO TORACOVOCAL 
Vibrações percebidas na parede torácica pela mão do 
examinador quando o paciente emite algum som. 
SEMIOTÉCNICA 
Examinador com mãos sobre as regiões do tórax, ao 
mesmo tempo que o paciente proSnuncia 
seguidamente as palavras “trinta e três”. Enquanto 
fala, o examinador desloca a mão para percorrer toda 
a extensão da parede torácica. 
O que interessa é a intensidade do frêmito 
toracovocal: + fraco nas mulheres por seu timbre de 
voz, em casos com parede torácica espessa e nas que 
tem voz débil. 
Aumento do frêmito traduz > consolidação de uma 
área pulmonar, como em casos de pneumonia e no 
infarto de pulmão. 
Diminuição ou desaparecimento > anormalidade que 
impede, parcial ou totalmente, a transmissão das 
ondas sonoras originadas na laringe, como em 
derrame pleural, espessamento da pleura, 
atelectasia, pneumotórax e enfisema pulmonar. 
PERCUSSÃO 
Percussão das faces laterais: paciente com as mãos 
na cabeça. 
Atualmente só se a percussão digitodigital, ficar 
atento ao ruído provocado pelo golpe. 
Há nítida relação entre macicez e maior resistência, 
bem como hipersonaridade ou timpanismo e menor 
resistência. 
 
4 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
 
Roteiro preestabelecido: 
1. Iniciar pela face anterior, indo de cima para baixo 
e golpeando, de um lado e de outro em pontos 
simétricos. 
2. Passa a regiões laterais. 
3. Conclui na face posterior. 
 
Na área de projeção do coração, fígado e do baço 
obtém-se som maciço ou submaciço. 
No resto do tórax encontra-se sonoridade pulmonar 
ou som claro pulmonar (som claro atimpânico) 
ALTERAÇÕES NA PERCUSSÃO DO TÓRAX 
Podendo ser: hipersonaridade pulmonar, submacicez, 
macicez e som timpânico. 
 HIPERSONARIDADE PULMONAR 
Nota de percussão está mais clara e mais intensa. 
Indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares. 
Causa + comum: enfisema pulmonar. 
Ressonância skódica: hipersonaridade que pode ser 
percebida nas áreas situadas ao redor de uma 
condensação ou acima de um derrame pleural. 
 SUBMACICEZ E MACICEZ 
Diminuição ou desaparecimento da sonoridade 
pulmonar e indicam redução ou inexistência de ar no 
interior dos alvéolos. 
Causas + comuns: derrames ou espessamentos 
pleurais, condensação pulmonar (pneumonias, tbc, 
infarto pulmonar). 
 SOM TIMPÂNICO 
Indica ar aprisionado no espaço pleural 
(pneumotórax) ou em uma grande cavidade 
intrapulmonar (ex: caverna tuberculosa). 
AUSCULTA 
SEMIOTÉCNICA E SONS PLEUROPULMONARES 
Paciente sentado com o tórax total ou parcialmente 
descoberto. 
Em hipótese alguma colocar o receptor do 
estetoscópio sobre qualquer tipo de roupa. 
Solicitar ao paciente que respire + profundamente 
com os lábios entreabertos. 
 
SONS NORMAIS 
 SOM TRAQUEAL E RESPIRAÇÃO BRÔNQUICA 
Reconhecem 2 componentes: inspiratório e o 
expiratório. 
Som traqueal: audível na região de projeção da 
traqueia, no pescoço e na região esternal, origina-se 
na passagem do ar através da fenda glótica e na 
própria traqueia. 
Inspiratório: ruído soproso. Expiratório: + forte e + 
prolongado. 
Respiração brônquica: som traqueal audível na zona 
de projeção de brônquios maiores, na face anterior do 
tórax. 
Se assemelha muito ao som traqueal, diferenciando 
apenas o componente expiratório menos intenso. 
 MURMÚRIO VESICULAR 
Os ruídos respiratórios são produzidos pela 
turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as 
saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por 
cavidades de tamanhos diferentes (bronquíolos > 
alvéolos). 
Inspiratório: + intenso, + duradouro e de tom + alto. 
Ausculta-se em quase todo o tórax, exceção apenas 
das regiões esternal superior, interescapulovertebral 
direita e no nível da 3ª-4º vértebras dorsais. 
 
 
 
 
5 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
RESPIRAÇÃO BRONCOVESICULAR 
Características da respiração brônquica + murmúrio 
vesicular. 
Intensidade e duração da inspiração e da expiração = 
igual magnitude, mais fortes que no murmúrio, mas 
sem igualar a brônquica. 
Nas crianças > audíveis em regiões + periféricas 
Auscultada na região esternal superior, na 
interescapulovertebral direita e no nível da 3ª e 4º 
vertebra dorsal. Há necessidade que haja na área 
lesionada alvéolos mais ou menos normais. 
Em outras regiões = condensação pulmonar, 
atelectasia por compressão ou presença de caverna. 
SONS ANORMAIS 
 SONS OU RUÍDOS ANORMAIS DESCONTÍNUOS 
Representados pelos estertores, podendo ser finos ou 
grossos. 
ESTERTORES FINOS: final da inspiração, frequência alta 
(agudos) e duração curta. 
Comparado ao ruído produzido pelo atrito de um 
punhado de cabelos junto ao ouvido, ou ao som ao se 
fechar e abrir um velcro. Audíveis em bases 
pulmonares. 
São produzidos pela abertura sequencial de vias 
respiratórias anteriormente fechadas em razão da 
pressão exercida pela presença de líquido ou 
exsudato no parênquima pulmonar. 
Presente na pneumonia, congestão pulmonar da 
insuficiência ventricular esquerda e doenças 
intersticiais pulmonares. 
ESTERTORES GROSSOS: frequência menor e duração 
maior. Sofrem alteração com a tosse e podem ser 
ouvidos em todas as regiões do tórax. 
São audíveis no início da inspiração e durante toda a -
expiração. 
Origem na abertura e fechamento das vias 
respiratórias que contêm secreção viscosa e espessa. 
Comuns na bronquites e nas bronquiectasias. 
 SONS OU RUÍDOS ANORMAIS CONTÍNUOS 
RONCOS E SIBILOS 
RONCOS: sons graves, baixa frequência 
Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e 
do conteúdo gasoso quando há estreitamento. Asma 
brônquica, bronquites, bronquiectasias e nas 
obstruções; 
Ocorrem tanto na inspiração como na expiração 
(predominante). 
SIBILOS: sons agudos, alta frequência 
Originam-se de vibrações das paredes bronquiolares 
e de seu conteúdo gasoso, ocorrendo na inspiração e 
expiração. São múltiplos e disseminados 
ESTRIDOR 
Ruído inspiratório produzido pela obstrução da laringe 
ou traqueia. Pode ser provocada por difteria, laringite 
aguda, câncer de laringe e estenose da traqueia. 
 SOM ANORMAL DE ORIGEM PLEURAL 
ATRITO PLEURAL 
Folhetos visceral e parietal da pleura se recobrem de 
exsudato (pleurite), passando a produzir um ruído 
irregular, descontínuo, + intensona inspiração. 
Som de duração maior e frequência baixa, de tom 
grave. 
Audível nas regiões axilares inferiores. 
AUSCULTA DA VOZ 
Ausculta-se a voz falada e voz cochichada. 
Ressonância vocal: sons produzidos pela voz e 
ouvidos na parede torácica. Mais intensa no ápice do 
pulmão direito, nas regiões interescapulovertebrais e 
esternal superior. 
Normal: sons incompreensíveis, não se distinguem as 
silabas da frase “trinta e três”. Patologicamente: 
quando consolidado (pneumonia, infarto pulmonar) as 
palavras ficam nítidas. 
 
 
 
Egofonia: tipo especial de broncofonia, quando esta 
adquire qualidade nasalada e metálica, comparado ao 
balido de cabra. 
SÍNDROMES BRÔNQUICAS E 
PLEUROPULMONARES 
SÍNDROMES BRÔNQUICAS 
Decorrem de obstrução (asma), dilatação e/ou 
infecção dos brônquios (bronquites, bronquiectasias e 
broncopneumonias). 
 
6 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
ASMA BRÔNQUICA 
Afecção inflamatória crônica, caracterizada pela 
hiper-reatividade das vias respiratórias inferiores, 
com limitação do fluxo. Estreitamento difuso dos 
condutos respiratórios de pequeno calibre, por edema 
da mucosa, constrição da musculatura 
(broncospasmo) e hipersecreção das células 
brônquicas. 
Manifestações clinicas: dispneia, aperto no tórax, dor 
torácica difusa, chieria e tosse. 
INSPEÇÃO: dispneia, tórax em posição de inspiração 
profunda e tiragem 
PALPAÇÃO: frêmito toracovocal normal ou diminuído. 
PERCUSSÃO: normal ou hipersonaridade 
AUSCULTA: diminuição do murmúrio vesicular com 
expiração prolongada, sibilos. 
BRONQUITES 
BRONQUITE AGUDA: causada por vírus, micoplasma, 
clamídia ou bactérias, com sintomas gerais, 
desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca 
Principal achado, à ausculta, são estertores grossos 
em ambos pulmões. 
BRONQUITE CRÔNICA: excessiva secreção de muco na 
árvore brônquica, diretamente relacionada com a 
asma brônquica e a DPOC. 
Manifestação principal: tosse com expectoração 
mucopurulenta 
Ao exame físico: estertores grossos disseminados em 
ambos hemitórax, roncos e sibilos são frequentes. 
BRONQUIECTASIAS 
Dilatação dos brônquios em consequência de 
destruição de componentes da parede desses. 
Bronquiectasias basais extensas: redução da 
expansibilidade e submacicez nas bases. 
À AUSCULTA: estertores grossos. 
 
BRONCOPNEUMONIAS 
Lesões brônquicas com comprometimento alveolar 
pelo processo inflamatório. 
Ao exame físico: estertores finos 
 
 
SÍNDROMES PULMONARES 
Compreende: consolidação, atelectasia, hiperaeração 
e congestão passiva dos pulmões; 
Principais causas da consolidação: pneumonias, 
infarto pulmonar e tuberculose. 
Causas de atelectasia: neoplasias e corpos estranhos 
Síndrome de hiperaeração: enfisema pulmonar 
(DPOC) 
SÍNDROME DA CONSOLIDAÇÃO 
Manifestações clínicas: dispneia e tosse. 
Expectoração hemoptoica: presença de sangue com 
muco ou pus. 
A condensação caracteriza-se pela ocupação dos 
espaços alveolares por células e exsudato. 
INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída 
PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal aumentado 
PERCUSSÃO: submacicez ou macicez 
AUSCULTA: respiração brônquica substituindo o 
murmúrio vesicular, broncofonia ou egofonia, 
pectoriloquia e estertores finos. 
ATELECTASIA 
Desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o 
espaço alveolar seja ocupado por celulas ou 
exsudato. 
Provocada por: obstrução das vias ou compressão 
dos pulmões. 
Causas + comuns: neoplasias e presença de muco ou 
corpo estranho 
INSPEÇÃO: retração do hemitórax e tiragem 
PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal diminuído ou abolido 
PERCUSSÃO: submacicez ou macicez. 
 
7 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
AUSCULTA: respiração broncovesicular e ressonância 
vocal diminuída. 
 
ENFISEMA PULMONAR (DPOC) 
Alterações anatômicas caracterizadas pelo aumento 
anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo 
terminal + modificações estruturais das paredes 
alveolares = hiperaeração. 
Manifestação clínica: dispneia 
Na fase final: manifestações de insuficiência 
respiratória. 
Nas iniciais: exame físico com redução do murmúrio 
vesicular e expiração prolongada. 
Com a evolução, exame físico: 
INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída e tórax em tonel 
(casos avançados) 
PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída, frêmito 
toracovocal diminuído. 
PERCUSSÃO: sonoridade pulmonar normal no início e 
hipersonoridade à medida que a enfermidade se 
agrava 
AUSCULTA: ressonância vocal diminuída. 
Bronquite crônica + enfisema pulmonar se coexistem 
frequentemente, por ter fator etiopatogênico em 
comum: TABAGISMO. São agrupados sob a 
denominação de doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC), características principais dessas 
enfermidades: cronicidade e obstrução do fluxo aéreo. 
CONGESTÃO PASSIVA DOS PULMÕES 
Principal causa: insuficiência ventricular esquerda 
O líquido acumula-se no interstício, causando 
dispneia de esforço, dispneia de decúbito e dispneia 
paroxística noturna, além de tosse seca e chieira. 
INSPEÇÃO: expansibilidade normal 
PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal 
normais 
PERCUSSÃO: submacicez nas bases pulmonares 
AUSCULTA: estertores finos nas bases dos pulmões 
ESCAVAÇÃO OU CAVERNA PULMONAR 
São consequências de eliminação de parênquima em 
uma área que tenha sofrido necrobiose. Pode ocorrer 
nos abscessos, neoplasias e micoses. 
Causa principal: tuberculose. 
Manifestações clínicas: tosse seca e vômica 
Para ser detectada no exame físico, é necessário que 
a caverna esteja situada próxima à periferia do 
pulmão e tenha diâmetro mínimo de +/- 4 cm 
INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída na região afetada 
PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal aumentado. 
PERCUSSÃO: sonoridade normal ou som timpânico 
AUSCULTA: respiração broncovesicular ou brônquica, 
ressonância vocal aumentada ou pectoriloquia. 
 
SÍNDROMES PLEURAIS 
Pleurite, derrame pleural e pneumotórax 
PLEURITE 
Inflamação dos folhetos pleurais. Pode ocorrer em: 
tuberculose, pneumonias, moléstia reumática, viroses 
e neoplasias 
Pode ser aguda ou crônica, com ou sem derrame 
(seca). 
PLEURITE SECA AGUDA 
Principal sintoma: dor localizada em um dos 
hemitórax, com características de dor pleurítica + 
tosse, dispneia e febre. 
INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída 
PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal 
diminuídos 
PERCUSSÃO: sonoridade normal ou submacicez 
AUSCULTA: atrito pleural 
 
 
8 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES 
PLEURITE CRÔNICA 
Espessamento dos folhetos (paquipleuriz), dor de 
caráter surdo ou inexistir. 
Dispneia aos grandes esforços 
INSPEÇÃO: retração torácica e expansibilidade 
diminuída 
PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal 
diminuídos. 
PERCUSSÃO: submacicez ou macicez 
AUSCULTA: murmúrio vesicular diminuído e 
ressonância vocal diminuída. 
 
 
DERRAME PLEURAL 
Nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, 
insuficiência renal, síndrome nefrótica e IC. 
INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída 
PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito 
toracovocal abolido 
PERCUSSÃO: macicez, ressonância skódica acima do 
derrame. 
AUSCULTA: murmúrio vesicular abolido e egofonia na 
parte + alta do derrame 
 
PNEUMOTÓRAX 
Acumula ar no espaço pleural, que penetra através de 
lesão traumática, ruptura de bolha subpleural ou 
afecções pulmonares (tuberculose, pneuconiose, 
neoplasia) 
Dor no hemitórax comprometido, tosse seca e 
dispneia. 
INSPEÇÃO: normal ou abaulamento dos espaços 
intercostais 
PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal 
diminuídos 
PERCUSSÃO: hipersonoridade ou som timpânico, 
AUSCULTA: murmúrio vesicular diminuído e 
ressonância vocal diminuída. 
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 
Algum tipo de alteração que impossibilita uma 
adequada troca de gases, ou seja, absorção de 
oxigênio e eliminação de gás carbônico. 
Dx: provasde função pulmonar 
Pode ser classificada em 2 grupos: ventilatória e 
hipoxêmica ou alveolocapilar. 
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA VENTILATÓRIA: 
funcionamento inadequado dos centros nervosos e do 
aparelho muscular, de obstrução das vias 
respiratórias e da impossibilidade do parênquima 
distender. 
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA HIPOXÊMICA OU 
ALVEOLOCAPILAR 
Decorrente da proporção inadequada entre ventilação 
e perfusão ou redução da permeabilidade das 
estruturas que ocorrem trocas de gases. 
Consequências são reconhecíveis no sangue: 
hipoxemia (PaO2 <= 60mmHg, SatO2 <= 90%) e 
hipercapnia (PaCO2 >= 50mmHg) 
Sinais e sintomas da hipoxemia; confusão mental, 
inquietação, agressividade, incoordenação muscular, 
taquicardia e aumento da pressão arterial 
Hipercapnia: sonolência, desorientação, cefaleia, 
sudorese, rubor e hiperemia das mucosas. 
A IR pode ser aguda ou crônica 
IRA: se deve a traumatismos cranioencefálicos, 
depressão medicamentosa dos centros respiratórios 
ou síndrome de angústia respiratória do adulto 
(SARA). 
SARA 
- progressiva 
- causa principal: edema pulmonar intersticial 
- evolui com cianose 
IRC: afecções brônquicas, parenquimatosas ou 
intersticiais 
Fatores agravantes: infecções broncopulmonares, 
traumatismo torácico, descompensação cárdiaca, 
embolia pulmonar.

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