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1 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES CAPÍTULO 16 – EXAME DO TÓRAX SEMIOTÉCNICA ✓ Inspeção ✓ Palpação ✓ Percussão ✓ Ausculta INSPEÇÃO ESTÁTICA Forma do tórax e a presença ou não de abaulamento e depressões No adulto: diâmetro lateral > diâmetro anteroposterior TÓRAX CHATO Reduzido diâmetro anteroposterior. As escápulas sobressaem no relevo. + comum: longilíneos (não patológico). TÓRAX EM TONEL (BARRIL) Diâmetro anteroposterior iguala-se ao transversal. Fisiológico: idosos, brevilíneos, Patológicos: DPOC, enfisema pulmonar, distúrbios obstrutivos. TÓRAX EM TONEL NA DPOC Expiração > diminui calibre das vias aéreas > aumenta resistência total. Uso de músculos acessórios > aumenta diâmetro anteroposterior crônico - achado tardio, com baixa sensibilidade e especificidade. TÓRAX INFUNDIBULIFORME (PECTUS EXCAVATUM) Presença de uma depressão acentuada no nível do terço inferior do esterno. Causa mais importante: raquitismo. +++ acentuado = distúrbio pulmonar restritivo. TÓRAX CARINIFORME (PECTUS CARINATUM) Saliência em forma de peito de pombo ou de quilha de navio. Principal causa: raquitismo infantil. Não compromete a ventilação pulmonar. TORÁX EM SINO OU PIRIFORME Porção inferior torna-se alargada como boca de sino. Surge nas hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa. TÓRAX CIFÓTICO Decorrente do encurvamento posterior da coluna torácica. Defeito de postura ou lesão de vértebras torácicas (tuberculose, osteomielite, neoplasias ou anomalias congênitas). TÓRAX ESCOLIÓTICO Assimétrico por conta do desvio lateral do segmento torácico da coluna. Causa + comum: anomalia congênita. TÓRAX CIFOESCOLIÓTICO Combinação de uma alteração cifótica + escoliose. Pode causar insuficiência respiratória. DINÂMICA Analisa o tipo respiratório, o ritmo e frequência, a amplitude dos movimentos respiratórios, a presença ou não de tiragem e a expansibilidade dos pulmões. TIPO RESPIRATÓRIO Em condições normais, 2 tipos de respiração: costal superior e toracoabdominal. RESPIRAÇÃO COSTAL SUPERIOR: principal no sexo feminino, predomínio da ação dos músculos escaleno e esternocleidomastóideo que deslocam a parte superior do tórax para cima e para frente. RESPIRAÇÃO TORACOABDOMINAL: principal em sexo masculino, musculo diafragmática é de grande importância, comum em crianças de ambos os sexos. INSPEÇÃO ESTÁTICA DINÂMICA simetria deformidades pele ritmo simetria expansibilidade esforço 2 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES Na posição deitada, ambos sexos, respiração é predominantemente diafragmática, movimentação da metade inferior do tórax e da parte superior do abdome. RITMO RESPIRATÓRIO Observar por 2 minutos (mínimo) a sequência, a forma e a amplitude das incursões respiratórias. Normal: sucessão regular de movimentos respiratórios, de profundidade mais ou menos igual. RESPIRAÇÃO DISPNEICA/DISPNEIA Sucessão regular de movimentos respiratórios amplos e desconfortáveis ao paciente (quase sempre). Surge na insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar, bronquite, pneumonias, atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e anemias graves. PLATIPNEIA Dificuldade para respirar em posição ereta, se alivia ao deitar-se. Pode ocorrer após pneumectomia. ORTOPNEIA Dificuldade para respirar mesmo na posição deitada. TREPOPNEIA Condição que o paciente se sente + confortável para respirar em decúbito lateral. Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva e derrame pleural. RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES “dispneia periódica” : apresenta incursões respiratórias que vão se tornando cada vez mais profundas até atingirem uma amplitude máxima > dai, os movimentos começam a diminuir gradativamente (risco de apneia). E isso se repete, tornando-se um ciclo. Patológico: insuficiência cardíaca grave, AVC, traumatismos cranioencefálicos, intoxicações por morfina. Explica-se pelas variações de tensões de O2 e CO2 no sangue. Excesso de CO2 (na apneia) > centro respiratório estimula > aumentam amplitude dos movimentos respiratórios > maior perda de CO2 > concentração decai > centro respiratório não mais estimulado > diminuição na profundidade da respiração. RESPIRAÇÃO DE BIOT Ocorrência de períodos de apneia que interrompem a sequência das incursões respiratórias. Nítidas variações na amplitude dos movimentos torácicos = arritmia respiratória. Comum na meningite, neoplasias e hematoma extradural. (lesão no centro respiratório, no estado comatoso e nas afecções que há grave comprometimento do encéfalo). Indica sempre mau prognóstico! RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL Amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de apneia após as quais ocorrem expirações profundas e ruidosas sucedidas por pausas de apneia. RESPIRAÇÃO SUSPIROSA Presença de uma inspiração + profunda seguida de expiração mais demorada interrompendo a sequência regular das incursões respiratórias. Pode fazer parte um transtorno de ansiedade. AMPLITUDE DA RESPIRAÇÃO Aumento ou redução da amplitude, ou seja, respiração profunda e respiração superficial, respectivamente. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA TAQUIPNEIA: acima do normal - fisiológica: esforço físico, emoções - patológico: febre, lesões pleuropulmonares Incursões profundas > “falta de ar” (anamnese) 3 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES BRADIPNEIA: frequência inferior. - fisiológica: sono, atletas. - patológica: lesões cerebrais com hipertensão intracraniana, intoxicação exógena. VALORES NORMAIS RN 40-45 irpm LACTENTES 25-35 irpm PRÉ-ESCOLARES 20-35 irpm ESCOLARES 18-35 irpm ADULTOS 16-20 irpm TIRAGEM Nas regiões axilares e infra-axilares, os espaços intercostais apresentam depressão durante a inspiração (fenômeno fisiológico) Quando há obstáculo em uma via respiratória, dificultando ou impedindo a penetração do ar, essa parte não expande. A pressão atmosférica, ao atuar nessa parte provoca uma leve depressão dos espaços intercostais = tiragem. Tiragem em um hemitórax > oclusão de um brônquio principal por exsudato espesso (tampão mucoso), neoplasia ou corpo estranho. INSPEÇÃO DO PESCOÇO Respiração auxiliada pela ação dos músculos acessórios > sinal precoce de obstrução das vias respiratórias. Músculos acessórios auxiliam na ventilação > elevando a clavícula e a parede torácica anterior > aumentando a pressão intratorácica negativa e o volume pulmonar. Na inspeção, isso é mostrado como a retração das fossas supraclaviculares e dos espaços intercostais. PALPAÇÃO Investigam-se 3 parâmetros: estrutura da parede torácica, expansibilidade ou mobilidade e frêmito toracovocal ESTRUTURA DA PAREDE TORÁCICA Estudo semiótico da pele, tecido subcutâneo, músculos, cartilagense ossos. EXPANSIBILIDADE OU MOBILIDADE EXPANSIBILIDADE DOS ÁPICES: Examinador atrás do paciente → ambas as mãos sobre as regiões correspondentes aos ápices pulmonares → polegares se toquem levemente em ângulo quase reto no nível da vértebra proeminente. Os demais dedos, justapostos e semifletidos, exercem leve pressão sobre o tórax. Solicita que o paciente respire mais fundo, e o examinador observa a movimentação de suas mãos. EXPANSIBILIDADE DAS BASES: Examinador segue atrás do paciente → polegares próximos/juntos na altura da apófises espinhosas da 9ª ou 10ª vértebra torácica. Palma da mão e face ventral dos dedos, estendidos e justapostos, abarquem o máximo da área correspondente. A movimentação da região deve levar consigo a mão do examinador, a amplitude da movimentação das mãos indica o grau de expansibilidade. A diminuição da expansibilidade pode ser: - unilateral: • Apical: processo infeccioso do ápice pulmonar • Basal: derrame pleural, hepatomegalias, esplenomegalias. • Difusa: pneumotórax, hidrotórax, atelectasia, pleurodinia e no traumatismo torácico. - bilateral: • Ápices: processo infeccioso ou cicatricial • Basal: gravidez, ascite, obesidade grave e derrame pleural bilateral. • Difusa: enfisema pulmonar, esclerodermia, senilidade. FRÊMITO TORACOVOCAL Vibrações percebidas na parede torácica pela mão do examinador quando o paciente emite algum som. SEMIOTÉCNICA Examinador com mãos sobre as regiões do tórax, ao mesmo tempo que o paciente proSnuncia seguidamente as palavras “trinta e três”. Enquanto fala, o examinador desloca a mão para percorrer toda a extensão da parede torácica. O que interessa é a intensidade do frêmito toracovocal: + fraco nas mulheres por seu timbre de voz, em casos com parede torácica espessa e nas que tem voz débil. Aumento do frêmito traduz > consolidação de uma área pulmonar, como em casos de pneumonia e no infarto de pulmão. Diminuição ou desaparecimento > anormalidade que impede, parcial ou totalmente, a transmissão das ondas sonoras originadas na laringe, como em derrame pleural, espessamento da pleura, atelectasia, pneumotórax e enfisema pulmonar. PERCUSSÃO Percussão das faces laterais: paciente com as mãos na cabeça. Atualmente só se a percussão digitodigital, ficar atento ao ruído provocado pelo golpe. Há nítida relação entre macicez e maior resistência, bem como hipersonaridade ou timpanismo e menor resistência. 4 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES Roteiro preestabelecido: 1. Iniciar pela face anterior, indo de cima para baixo e golpeando, de um lado e de outro em pontos simétricos. 2. Passa a regiões laterais. 3. Conclui na face posterior. Na área de projeção do coração, fígado e do baço obtém-se som maciço ou submaciço. No resto do tórax encontra-se sonoridade pulmonar ou som claro pulmonar (som claro atimpânico) ALTERAÇÕES NA PERCUSSÃO DO TÓRAX Podendo ser: hipersonaridade pulmonar, submacicez, macicez e som timpânico. HIPERSONARIDADE PULMONAR Nota de percussão está mais clara e mais intensa. Indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares. Causa + comum: enfisema pulmonar. Ressonância skódica: hipersonaridade que pode ser percebida nas áreas situadas ao redor de uma condensação ou acima de um derrame pleural. SUBMACICEZ E MACICEZ Diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar e indicam redução ou inexistência de ar no interior dos alvéolos. Causas + comuns: derrames ou espessamentos pleurais, condensação pulmonar (pneumonias, tbc, infarto pulmonar). SOM TIMPÂNICO Indica ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax) ou em uma grande cavidade intrapulmonar (ex: caverna tuberculosa). AUSCULTA SEMIOTÉCNICA E SONS PLEUROPULMONARES Paciente sentado com o tórax total ou parcialmente descoberto. Em hipótese alguma colocar o receptor do estetoscópio sobre qualquer tipo de roupa. Solicitar ao paciente que respire + profundamente com os lábios entreabertos. SONS NORMAIS SOM TRAQUEAL E RESPIRAÇÃO BRÔNQUICA Reconhecem 2 componentes: inspiratório e o expiratório. Som traqueal: audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal, origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na própria traqueia. Inspiratório: ruído soproso. Expiratório: + forte e + prolongado. Respiração brônquica: som traqueal audível na zona de projeção de brônquios maiores, na face anterior do tórax. Se assemelha muito ao som traqueal, diferenciando apenas o componente expiratório menos intenso. MURMÚRIO VESICULAR Os ruídos respiratórios são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes (bronquíolos > alvéolos). Inspiratório: + intenso, + duradouro e de tom + alto. Ausculta-se em quase todo o tórax, exceção apenas das regiões esternal superior, interescapulovertebral direita e no nível da 3ª-4º vértebras dorsais. 5 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES RESPIRAÇÃO BRONCOVESICULAR Características da respiração brônquica + murmúrio vesicular. Intensidade e duração da inspiração e da expiração = igual magnitude, mais fortes que no murmúrio, mas sem igualar a brônquica. Nas crianças > audíveis em regiões + periféricas Auscultada na região esternal superior, na interescapulovertebral direita e no nível da 3ª e 4º vertebra dorsal. Há necessidade que haja na área lesionada alvéolos mais ou menos normais. Em outras regiões = condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou presença de caverna. SONS ANORMAIS SONS OU RUÍDOS ANORMAIS DESCONTÍNUOS Representados pelos estertores, podendo ser finos ou grossos. ESTERTORES FINOS: final da inspiração, frequência alta (agudos) e duração curta. Comparado ao ruído produzido pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido, ou ao som ao se fechar e abrir um velcro. Audíveis em bases pulmonares. São produzidos pela abertura sequencial de vias respiratórias anteriormente fechadas em razão da pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no parênquima pulmonar. Presente na pneumonia, congestão pulmonar da insuficiência ventricular esquerda e doenças intersticiais pulmonares. ESTERTORES GROSSOS: frequência menor e duração maior. Sofrem alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax. São audíveis no início da inspiração e durante toda a - expiração. Origem na abertura e fechamento das vias respiratórias que contêm secreção viscosa e espessa. Comuns na bronquites e nas bronquiectasias. SONS OU RUÍDOS ANORMAIS CONTÍNUOS RONCOS E SIBILOS RONCOS: sons graves, baixa frequência Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento. Asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e nas obstruções; Ocorrem tanto na inspiração como na expiração (predominante). SIBILOS: sons agudos, alta frequência Originam-se de vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, ocorrendo na inspiração e expiração. São múltiplos e disseminados ESTRIDOR Ruído inspiratório produzido pela obstrução da laringe ou traqueia. Pode ser provocada por difteria, laringite aguda, câncer de laringe e estenose da traqueia. SOM ANORMAL DE ORIGEM PLEURAL ATRITO PLEURAL Folhetos visceral e parietal da pleura se recobrem de exsudato (pleurite), passando a produzir um ruído irregular, descontínuo, + intensona inspiração. Som de duração maior e frequência baixa, de tom grave. Audível nas regiões axilares inferiores. AUSCULTA DA VOZ Ausculta-se a voz falada e voz cochichada. Ressonância vocal: sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica. Mais intensa no ápice do pulmão direito, nas regiões interescapulovertebrais e esternal superior. Normal: sons incompreensíveis, não se distinguem as silabas da frase “trinta e três”. Patologicamente: quando consolidado (pneumonia, infarto pulmonar) as palavras ficam nítidas. Egofonia: tipo especial de broncofonia, quando esta adquire qualidade nasalada e metálica, comparado ao balido de cabra. SÍNDROMES BRÔNQUICAS E PLEUROPULMONARES SÍNDROMES BRÔNQUICAS Decorrem de obstrução (asma), dilatação e/ou infecção dos brônquios (bronquites, bronquiectasias e broncopneumonias). 6 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES ASMA BRÔNQUICA Afecção inflamatória crônica, caracterizada pela hiper-reatividade das vias respiratórias inferiores, com limitação do fluxo. Estreitamento difuso dos condutos respiratórios de pequeno calibre, por edema da mucosa, constrição da musculatura (broncospasmo) e hipersecreção das células brônquicas. Manifestações clinicas: dispneia, aperto no tórax, dor torácica difusa, chieria e tosse. INSPEÇÃO: dispneia, tórax em posição de inspiração profunda e tiragem PALPAÇÃO: frêmito toracovocal normal ou diminuído. PERCUSSÃO: normal ou hipersonaridade AUSCULTA: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos. BRONQUITES BRONQUITE AGUDA: causada por vírus, micoplasma, clamídia ou bactérias, com sintomas gerais, desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca Principal achado, à ausculta, são estertores grossos em ambos pulmões. BRONQUITE CRÔNICA: excessiva secreção de muco na árvore brônquica, diretamente relacionada com a asma brônquica e a DPOC. Manifestação principal: tosse com expectoração mucopurulenta Ao exame físico: estertores grossos disseminados em ambos hemitórax, roncos e sibilos são frequentes. BRONQUIECTASIAS Dilatação dos brônquios em consequência de destruição de componentes da parede desses. Bronquiectasias basais extensas: redução da expansibilidade e submacicez nas bases. À AUSCULTA: estertores grossos. BRONCOPNEUMONIAS Lesões brônquicas com comprometimento alveolar pelo processo inflamatório. Ao exame físico: estertores finos SÍNDROMES PULMONARES Compreende: consolidação, atelectasia, hiperaeração e congestão passiva dos pulmões; Principais causas da consolidação: pneumonias, infarto pulmonar e tuberculose. Causas de atelectasia: neoplasias e corpos estranhos Síndrome de hiperaeração: enfisema pulmonar (DPOC) SÍNDROME DA CONSOLIDAÇÃO Manifestações clínicas: dispneia e tosse. Expectoração hemoptoica: presença de sangue com muco ou pus. A condensação caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato. INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal aumentado PERCUSSÃO: submacicez ou macicez AUSCULTA: respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, broncofonia ou egofonia, pectoriloquia e estertores finos. ATELECTASIA Desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por celulas ou exsudato. Provocada por: obstrução das vias ou compressão dos pulmões. Causas + comuns: neoplasias e presença de muco ou corpo estranho INSPEÇÃO: retração do hemitórax e tiragem PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal diminuído ou abolido PERCUSSÃO: submacicez ou macicez. 7 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES AUSCULTA: respiração broncovesicular e ressonância vocal diminuída. ENFISEMA PULMONAR (DPOC) Alterações anatômicas caracterizadas pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal + modificações estruturais das paredes alveolares = hiperaeração. Manifestação clínica: dispneia Na fase final: manifestações de insuficiência respiratória. Nas iniciais: exame físico com redução do murmúrio vesicular e expiração prolongada. Com a evolução, exame físico: INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída e tórax em tonel (casos avançados) PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída, frêmito toracovocal diminuído. PERCUSSÃO: sonoridade pulmonar normal no início e hipersonoridade à medida que a enfermidade se agrava AUSCULTA: ressonância vocal diminuída. Bronquite crônica + enfisema pulmonar se coexistem frequentemente, por ter fator etiopatogênico em comum: TABAGISMO. São agrupados sob a denominação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), características principais dessas enfermidades: cronicidade e obstrução do fluxo aéreo. CONGESTÃO PASSIVA DOS PULMÕES Principal causa: insuficiência ventricular esquerda O líquido acumula-se no interstício, causando dispneia de esforço, dispneia de decúbito e dispneia paroxística noturna, além de tosse seca e chieira. INSPEÇÃO: expansibilidade normal PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal normais PERCUSSÃO: submacicez nas bases pulmonares AUSCULTA: estertores finos nas bases dos pulmões ESCAVAÇÃO OU CAVERNA PULMONAR São consequências de eliminação de parênquima em uma área que tenha sofrido necrobiose. Pode ocorrer nos abscessos, neoplasias e micoses. Causa principal: tuberculose. Manifestações clínicas: tosse seca e vômica Para ser detectada no exame físico, é necessário que a caverna esteja situada próxima à periferia do pulmão e tenha diâmetro mínimo de +/- 4 cm INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída na região afetada PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal aumentado. PERCUSSÃO: sonoridade normal ou som timpânico AUSCULTA: respiração broncovesicular ou brônquica, ressonância vocal aumentada ou pectoriloquia. SÍNDROMES PLEURAIS Pleurite, derrame pleural e pneumotórax PLEURITE Inflamação dos folhetos pleurais. Pode ocorrer em: tuberculose, pneumonias, moléstia reumática, viroses e neoplasias Pode ser aguda ou crônica, com ou sem derrame (seca). PLEURITE SECA AGUDA Principal sintoma: dor localizada em um dos hemitórax, com características de dor pleurítica + tosse, dispneia e febre. INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos PERCUSSÃO: sonoridade normal ou submacicez AUSCULTA: atrito pleural 8 EXAME CLÍNICO – SEMIOLOGIA – PORTO CAROLINA BORGES PLEURITE CRÔNICA Espessamento dos folhetos (paquipleuriz), dor de caráter surdo ou inexistir. Dispneia aos grandes esforços INSPEÇÃO: retração torácica e expansibilidade diminuída PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos. PERCUSSÃO: submacicez ou macicez AUSCULTA: murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída. DERRAME PLEURAL Nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, insuficiência renal, síndrome nefrótica e IC. INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido PERCUSSÃO: macicez, ressonância skódica acima do derrame. AUSCULTA: murmúrio vesicular abolido e egofonia na parte + alta do derrame PNEUMOTÓRAX Acumula ar no espaço pleural, que penetra através de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural ou afecções pulmonares (tuberculose, pneuconiose, neoplasia) Dor no hemitórax comprometido, tosse seca e dispneia. INSPEÇÃO: normal ou abaulamento dos espaços intercostais PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos PERCUSSÃO: hipersonoridade ou som timpânico, AUSCULTA: murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Algum tipo de alteração que impossibilita uma adequada troca de gases, ou seja, absorção de oxigênio e eliminação de gás carbônico. Dx: provasde função pulmonar Pode ser classificada em 2 grupos: ventilatória e hipoxêmica ou alveolocapilar. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA VENTILATÓRIA: funcionamento inadequado dos centros nervosos e do aparelho muscular, de obstrução das vias respiratórias e da impossibilidade do parênquima distender. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA HIPOXÊMICA OU ALVEOLOCAPILAR Decorrente da proporção inadequada entre ventilação e perfusão ou redução da permeabilidade das estruturas que ocorrem trocas de gases. Consequências são reconhecíveis no sangue: hipoxemia (PaO2 <= 60mmHg, SatO2 <= 90%) e hipercapnia (PaCO2 >= 50mmHg) Sinais e sintomas da hipoxemia; confusão mental, inquietação, agressividade, incoordenação muscular, taquicardia e aumento da pressão arterial Hipercapnia: sonolência, desorientação, cefaleia, sudorese, rubor e hiperemia das mucosas. A IR pode ser aguda ou crônica IRA: se deve a traumatismos cranioencefálicos, depressão medicamentosa dos centros respiratórios ou síndrome de angústia respiratória do adulto (SARA). SARA - progressiva - causa principal: edema pulmonar intersticial - evolui com cianose IRC: afecções brônquicas, parenquimatosas ou intersticiais Fatores agravantes: infecções broncopulmonares, traumatismo torácico, descompensação cárdiaca, embolia pulmonar.
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