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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DE UMA EMPRESA METALÚRGICA UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA

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Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DE UMA EMPRESA
METALÚRGICA: UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA
Ana Elise Chuch1
Resumo: A ergonomia é um tema que vem sendo amplamente discutido, e este fato
está relacionado com a crescente cobrança por parte dos órgãos fiscalizadores. As
empresas precisam adotar ações mínimas que garantam a saúde e segurança de
seus empregados, entre essas estão às adequações dos postos de trabalho. No
primeiro momento o artigo vai apresentar uma revisão bibliográfica,
estabelecendo-se itens específicos como ergonomia, acidentes de trabalho, LER
(Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao
Trabalho), e análise ergonômica. Em seguida, serão mostrados os resultados de
uma avaliação qualitativa das condições de trabalho em uma linha de produção de
carrinhos de mão. As fontes pesquisadas foram livros e artigos científicos, e a
empresa objeto de estudo é do setor metalúrgico. O resultado da análise mostrou os
principais aspectos que precisam ser melhorados na linha, bem como propostas
para adequação dos mesmos.
Palavras-chave: Ergonomia.Saúde. Segurança. Riscos ergonômicos.
ANALYSIS OF THE WORKING CONDITIONS OF A METALLURGICAL COMPANY:
AN ERGONOMIC APPROACH
Abstract: Ergonomics is a topic that has been discussed, and this is a fact that is
being reported with a growing survey by the supervisory bodies. Companies need to
take action to ensure the health and safety of their jobs, including the adequacy of
jobs. In the first moment it is an article that shows the bibliographical revisions,
establishing specific items such as concern, work accidents, RSI and DORT, and
ergonomic analysis. Next, the results of a qualitative assessment of working
conditions in a handcart production line will be shown. As researched sources were
books and scientific articles, and a study company is from the metallurgical sector.
The result of the analysis showed the main aspects that need to be improved in the
line, as well as the proposal for their adaptation.
Keywords: Ergonomics Health. Safety. Ergonomic risks.
1Ana Elise Chuch. E-mail: anaelisechuch@hotmail.com.
1
Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
Introdução
É fundamental que as empresas busquem adequar as suas condições de
trabalho, para que estas não comprometam a saúde e segurança do empregado.
Uma das ferramentas que possibilita aos gestores uma visão dos agentes
causadores de acidentes e doenças ocupacionais é a análise ergonômica do
trabalho.
Um ambiente de trabalho ergonomicamente adequado aliado a práticas
conscientes, além de garantir a saúde do trabalhador, proporciona ao empregador
uma redução dos custos diretos e indiretos. Esta redução de custos está relacionada
com a diminuição de afastamentos, entre eles, aqueles provocados por distúrbios
osteomusculares, decorrentes da má adequação dos postos de trabalho.
A empresa objeto de estudo é do ramo metalúrgico, estando no mercado com
a fabricação de fogões à lenha desde o ano de 1956. No ano de 1992, a empresa
passa por uma expansão, e com isto dois novos produtos são incluídos em seu
portfólio: escadas domésticas e carrinhos de mão. Contando hoje com uma área
física de 15 mil m² construídos, a empresa possui 290 funcionários.
É mantido na empresa um SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho), composto por Engenheiro de Segurança do
Trabalho e Médico do Trabalho terceirizado, mais dois Técnicos em Segurança do
Trabalho em período integral.
Através de uma revisão bibliográfica sobre o tema, será possível definir
parâmetros da análise ergonômica do trabalho, que servirão para realizar um estudo
do ambiente de trabalho da empresa. Essa dinâmica possibilita aliar teoria e prática,
o que contribui significativamente para o conhecimento do acadêmico.
O presente relatório tem como objetivo geral realizar uma análise das
condições de trabalho da linha de carrinhos de mão, através de uma abordagem
ergonômica, onde serão evidenciadas as oportunidades de melhorias, não
conformidades encontradas e soluções para as mesmas.
Alinhados ao objetivo geral, os objetivos específicos são:
● Fundamentar conceitos como ergonomia, acidentes de trabalho, LER
(Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho), e análise ergonômica;
● Identificar os principais aspectos das condições de trabalho da linha de
produção, através de um estudo in loco na mesma;
2
Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
● Apresentar propostas de melhorias para as não conformidades
encontradas nos setores, bem como para melhorias no processo.
Explorar as condições de trabalho, e adequar os sistemas de produção de
modo que os funcionários não prejudiquem sua integridade física e psicológica,
garante também à organização uma maior produtividade em decorrência do menor
número de afastamentos e funcionários mais motivados.
1 DEFINIÇÃO DE ERGONOMIA
O estudo das adequações do trabalho ao homem e suas características
individuais, é chamado de ergonomia, que de acordo com Dul e Weerdmeester
(2012, p.13), “é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos,
sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e
eficiência no trabalho”.
A ergonomia pode ainda ser compreendida como o estudo do relacionamento
entre o homem e o trabalho, equipamento e ambiente, e, além disso, trata
particularmente a aplicação dos conceitos de anatomia, fisiologia e psicologia na
solução dos problemas surgidos desse relacionamento (LIDA, 2003).
Dul e Weerdmeester (2012) complementam que, a ergonomia considera ainda
a postura e os movimentos corporais durante a execução das tarefas (sentado e/ou
em pé e manuseio de cargas), as condições do ambiente de trabalho, e o
relacionamento e comunicação da equipe.
1.1 RISCOS ERGONÔMICOS
Marziale e Rodrigues (2002) definiram riscos ergonômicos como sendo
aqueles resultantes da relação e adaptação entre o trabalho e o trabalhador. Os
fatores principais são: as condições que se encontram as máquinas e equipamentos,
layout do posto de trabalho, métodos com que o trabalho é realizado, comunicação
entre a equipe e o meio ambiente.
Os riscos ergonômicos muitas vezes são associados somente aos fatores
biomecânicos presentes no ambiente de trabalho, mas estão interligados também a
agentes físicos (ruído, temperatura, umidade, etc) dos quais não se podem separar,
pois estes interferem diretamente nas condições de trabalho. Os agentes
ergonômicos mais comuns são: posturas adotadas, esforços físicos, manipulação de
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Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
sobrecargas, movimentos repetitivos e atividades monótonas (Centro de
Reabilitação Profissional de Gaia, 2008).
2 ACIDENTES DE TRABALHO
Os acidentes de trabalho são rotineiros, e eles acontecem em distintas
atividades profissionais. De acordo com Apóstolo (2008, p.17, apud Azevedo e Cruz,
2006), “a probabilidade de ocorrer um dano físico ou psíquico para o trabalhador,
está presente em qualquer situação de trabalho, em diferentes graus e níveis, de
acordo com a empresa e a natureza da atividade realizada”.
Segundo Tortorello (2014, p.11), “o acidente de trabalho poder ser
conceituado como um fato ou acontecimento, o qual esteja relacionado ao trabalho
do acidentado e que determine a morte, perda ou redução da capacidade para o
trabalho”, podendo essas perdas e reduções serem temporárias ou permanentes.
De acordo com a Legislação Trabalhista Brasileira (Lei nº 8.213 de julho de
1991), existem três tipos de acidente de trabalho. São eles:
● Acidentes típicos: são aqueles que ocorrem durante a jornada de trabalho e
provocam lesões imediatamente, como cortes queimaduras,
esmagamentos, fraturas, etc.
● Acidentes de trajeto: São aqueles sofridos fora do local e horário de
trabalho,no trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho e
vice-versa;
● Doenças profissionais ou ocupacionais: Provocadas pela exposição
contínua a algum agente agressor no ambiente de trabalho e inerentes a
determinado ramo de atividade.
Muitos autores apresentam ainda as doenças do trabalho, que são
freqüentemente confundidas com doenças profissionais. Para Pretto (2017),
doenças do trabalho são aquelas inerentes ao ambiente de trabalho, mas que não
estão ligadas diretamente a uma profissão ou local especifico, como por exemplo, a
LER (Lesão por Esforço Repetitivo) desencadeada por movimentos repetitivos ou
posturas forçadas.
4
Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
2.1LER E DORT
As terminologias usadas para definir Lesões por Esforço Repetitivo e
Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho (LER/DORT), apesar de
não serem reconhecidas como um diagnóstico no Código Internacional das Doenças
(CID), são bastante utilizadas (MORAES; BASTOS, 2017).
Segundo Reis e Moro (2014) apud Brasil (2003), LER vem sendo usada para
aquelas doenças já instaladas, ou seja, que já tenham provocado alguma lesão para
o trabalhador, ao mesmo tempo em que DORT é usado para descrever sintomas
iniciais e desconfortos, sofridos por profissionais em potencial de desenvolver
problemas osteomusculares.
3 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
A Norma Regulamentadora - NR 17 (Portaria GM n.° 3.214, de 08 de junho
1978), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata dos assuntos
relacionados à ergonomia, informa que “cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho”, sendo esta uma intervenção no ambiente de trabalho, para
estudo das consequências físicas e psicofisiológicas, resultantes das interações
entre o homem e o trabalho. Ela busca conhecer melhor a situação do trabalhador,
comparar com suas aptidões e limitações, identificar não conformidades de acordo
com a legislação vigente, propor melhorias para o processo, produto e layout do
ambiente e posto de trabalho (FERREIRA e RIGHI, 2009).
A análise ergonômica do trabalho utiliza de métodos para identificar situações
que possam interferir nas condições de trabalho, e com base nas informações
geradas, preconizar medidas para eliminar ou minimizar tais riscos. De acordo com
Rojas (2015), são duas as possibilidades de abordagem no momento de se realizar
uma análise ergonômica:
● Abordagem tradicional: Tem como regra a “economia de movimento”, onde
são estudados os movimentos corporais do trabalhador, e o tempo gasto
para executar uma determinada tarefa. Os movimentos executados
seqüencialmente devem ser feitos em menor tempo e com menor número
de movimentos. Esse método requer o auxílio de analistas de processos
para adequar a posição de ferramentas e tempos.
● Abordagem ergonômica: Vai analisar o trabalho realizado por um indivíduo,
e a sua integração com as máquinas e equipamentos. Para se analisar o
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Curso de Engenharia de Produção
posto de trabalho, é necessário que antes se conheça o trabalhador e seus
comportamentos durante a execução das atividades.
Rojas (2015) ainda destaca que são três os passos para a elaboração de uma
análise ergonômica dos postos de trabalhos. São elas:
● Análise da demanda: Usada para definir o problema a ser analisado com
base no ponto de vista dos empregados, empregador e outros envolvidos.
As informações serão utilizadas para a elaboração de uma intervenção
ergonômica.
● Análise da tarefa: Nesta etapa são identificadas as condições do ambiente,
organizacionais e técnicas do trabalho, e ainda as interações
homem-máquina e/ou homem-tarefa. Serão usadas juntamente com a
análise de demanda para o diagnóstico ergonômico.
● Diagnóstico Ergonômico: é a conclusão dos estudos e o parecer com base
nas análises realizadas. Deve-se ter uma visão global dos fatos para que
seja possível realizar adequações no processo. É importante que apareça
nesta etapa as conseqüências que as não conformidades encontradas,
podem gerar ao trabalhador, como exemplo os acidentes de trabalho.
3.1 ASPECTOS DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Para que uma análise ergonômica do trabalho alcance seu objetivo de
garantir conforto, segurança e desempenho eficiente, ela deve considerar como
objeto de estudo no mínimo os itens mencionados da Norma Regulamentadora- NR
17(MTE, 1978), que são eles:
● Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
● Mobiliário dos postos de trabalho;
● Equipamentos dos postos de trabalho;
● Condições ambientais de trabalho;
● Organização do trabalho.
Os aspectos característicos dos trabalhadores, e as exigências das tarefas
devem ser observados, para que em conjunto com os itens mencionados acima,
consiga-se projetar um posto de trabalho adequado às necessidades.
Atividades de Estágio Propostas
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Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
Plano de atividade de Estágio – PAE
Nº 2716/2018
Área: Engenharia do Trabalho.
Subárea: Ergonomia.
Período: 13 de agosto de 2018 a 24 de setembro de 2018, somando 20 horas
semanais.
Atividades de Estágio Desenvolvidas
Ao longo do estágio supervisionado, foi possível acompanhar as atividades da
linha de produção de carrinhos de mão de uma empresa metalúrgica, com foco na
avaliação das posturas e movimentos dos funcionários, movimentação de cargas,
organização e layout dos postos de trabalho, com a supervisão de Elisangela
Bernardino Velho, supervisora de segurança do trabalho, e Sônia Mara Andrade,
supervisora do setor de carrinhos de mão.
A linha de produção de carrinhos está dividida em três setores: o setor de
carrinho estamparia, onde são estampados todos os componentes dos produtos; o
setor de carrinho pintura, onde é realizada a pintura por imersão dos componentes;
e o setor de carrinho acabamento, onde os componentes dos produtos são
revisados e embalados.
Sendo a maior parte dos trabalhos da linha de produção semi-manuais, faz-se
necessário um número considerável de trabalhadores. Atualmente a linha opera com
62 trabalhadores, sendo 30 do sexo masculino e 32 do sexo feminino, divididos nos
três setores como mostra a Tabela 1
Tabela 1: Quantidade de funcionários em cada setor
Setor Quant. Setor Feminino Masculino
Carrinho
Estamparia
34 20 14
Carrinho Pintura 2 0 2
Carrinho
Acabamento
26 12 14
Total 62 32 30
Fonte: Autor (2018).
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Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
A produção de carrinhos de mão está situada em dois pavilhões, um ao lado
do outro. No primeiro as caçambas são estampadas (através de prensas
hidráulicas), é feito a embalagem dos kits e a montagem de pneus. Já no segundo
pavilhão estão concentradas a maior parte das presas, a linha de pintura e a
montagem dos kits. Após finalizar essas etapas os produtos seguem para a
expedição, de onde serão encaminhados aos clientes.
Durante as atividades de estágio foi possível conhecer o cenário atual da
linha de produção de carrinhos de mão, seguindo uma abordagem ergonômica. Para
identificar as não conformidades foram adotados os seguintes passos: levantamento
de problemas através de conversas com os funcionários e visitas in loco; e estudo
do ambiente de trabalho, organização, e interações homem-máquina.
As informações obtidas foram agrupadas por aspectos de riscos, e não por
cargos e funções, uma vez que existe uma constante mudança de postos de
trabalho entre os funcionários do setor. Foram avaliados qualitativamente os
espaços físicos, sistemas organizacionais, movimentos e posições dos
trabalhadores.
Buscando evidenciar os aspectos identificados na linha de produção de
carrinhos de mão, optou-se por apresentar na Tabela 2, uma descrição das
características mais relevantes e que influenciam diretamente nas condições de
trabalho, bem como algumas propostas de melhorias
Tabela 2: Aspectos gerais das condições de trabalho e melhoriaspropostas
Aspectos Gerais do Setor Propostas de Melhorias
Espaço Físico
Ambos os pavilhões são bem arejados,
possuem iluminação insuficiente, um
amplo espaço de circulação, porém sem
demarcação, o piso é irregular, e o
acumulo de materiais de trabalho
próximo as máquinas muitas vezes
atrapalham a circulação no entorno.
Realizar uma manutenção nos pisos do
setor, e demarcar áreas de circulação de
pessoas e empilhadeiras, bem como
demarcar locais de armazenamento de
matérias. Rever a iluminação do setor,
problema que poderia ser solucionado
com a utilização de luzes já instaladas,
mas que ficam apagadas na maior parte
do tempo.
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Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
Organização do Trabalho
Manutenção
No setor as manutenções acontecem
apenas de forma corretiva, ou seja, só é
realizada manutenção quando acontece
algum problema com as máquinas. Está
condição de certa forma sobrecarrega o
funcionário, pois quando uma máquina
quebra após voltar às atividades os
funcionários precisão aumentar o ritmo
de trabalho para compensar o tempo de
máquina parada.
Realizar um cronograma de manutenção
preventiva, ou seja, vistoriar as
máquinas e realizar ajustes a fim de
evitar problemas futuros.
Repetitividade
Os operadores de prensa se enquadram
no conceito de atividades repetitivas,
onde mantém os mesmos padrões de
movimentos na maior parte de sua
jornada de trabalho, em ciclos menores
que 30 segundos. Nas demais funções
já acontecem um rodízio de atividades.
Realizar um cronograma de alternância
de atividade, a fim de garantir que o
funcionário faça movimentos diferentes.
Transporte manual de Cargas
Para movimentar cargas no setor, os
funcionários utilizam paleteiras manuais,
e eventualmente todos os funcionários
acabam realizando esse transporte. São
os próprios funcionários que determinam
a quantidade de carga a ser
transportada, e muitas vezes colocam
cargas excedentes, sendo necessário
fazer o transporte em duas pessoas,
onde uma faz força de impulsão, e o
outro de tração. Esses movimentos
O transporte de cargas maiores deverá
ser realizado com o auxílio de uma
paleteira elétrica ou empilhadeiras, e as
cargas menores poderão ser
transportadas manualmente, uma vez
que os funcionários sejam treinados da
maneira correta de realizar o transporte.
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Curso de Engenharia de Produção
exigem muito esforço físico, estando
associado também ao piso irregular.
Trabalho sentado
No setor existem funcionários que
permanecem sentados durante toda a
sua jornada de trabalho, e outros que em
alguns períodos realizam atividades em
pé. Os assentos desses funcionários são
de material metálico e com bases
rígidas, sem encosto, sem regulagem e
não possui apoio para os pés. Essa
situação pode provocar acidentes e
dores musculares com possibilidade de
agravamentos.
Criar um sistema de alternância de
atividades, afim do funcionário alternar
entre atividades sentadas e em pé.
Substituir os assentos por assentos
ergonômicos com regulagem de altura,
estofados, com encosto, e apoio para os
pés onde aplicável.
Trabalho em pé
Existem no setor funcionários que
realizam trabalhos em pé durante toda a
jornada de trabalho, com poucos
deslocamentos, e outros que realizam
pequenos deslocamentos frequentes. O
trabalho em pé sobrecarrega as
articulações dos membros inferiores,
podendo prejudicar a saúde do
trabalhador.
Criar um sistema de rodízio de funções,
ginástica laboral e utilização de tapetes
anti-fadiga.
Fonte: Autor (2018).
Optou-se por propor soluções acessíveis e que possam ser aplicadas em um
curto período de tempo, até que um estudo mais detalhado apresente medidas
específicas para cada função.
Resultados e Discussão
As informações apresentadas evidenciam que existem muitas não
conformidades nos setores avaliados, desde irregularidades no espaço físico até
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Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
falta de orientação e treinamentos dos funcionários. Essas circunstâncias colaboram
para que haja sobrecarga sobre as posturas dos trabalhadores, e podem provocar
acidentes de trabalho, entre eles LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT
(Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho).
Com o intuito de prevenir lesões futuras aos trabalhadores, e garantir a
qualidade de vida dos mesmos, é indicado que a empresa siga as medidas de
adequações propostas para os setores analisados. Essas ações são apenas o início
de um amplo conjunto de medidas a serem adotadas, como a elaboração de uma
análise ergonômica do trabalho, e um programa educativo de correções e
conscientização postural a todos os trabalhadores.
A análise ergonômica possibilitará identificar todas as particularidades dos
postos de trabalho e características do trabalhador, permitindo assim uma melhor
adequação das máquinas e equipamentos do setor. O documento citado deverá ser
estendido para todos os setores da empresa, e elaborado por profissional
qualificado.
A empresa possuía um programa de ginástica laboral acompanhado por
fisioterapeuta, onde diariamente os funcionários realizavam exercícios orientados
por aproximadamente 10 minutos. Este programa apresentou ótimos resultados, e é
importante que o mesmo seja restaurado.
Considerações Finais
O presente artigo apresentou as atividades do estágio supervisionado do
curso de Engenharia de Produção, e explanou as condições de trabalho de uma
linha de produção de carrinhos de mão, em uma empresa do setor metalúrgico.
O estudo teve como contribuição principal a apresentação de ações eficientes
e acessíveis, que podem ser implantadas na linha. Foram feitas sugestões gerais de
melhorias para cada um dos aspectos analisados. Contudo, a empresa deve através
de uma análise ergonômica, identificar as necessidades individuais de cada
atividade.
É importante, em estudos futuros, analisar o impacto da adoção das medidas
propostas na redução de afastamentos, e no aumento da produtividade. Sabe-se
que atualmente a empresa enfrenta problemas com o presenteísmo, e o
absenteísmo de funcionários que em grande parte é provocado por lesões
osteomusculares.
11
Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
Em longo prazo, a empresa poderá estudar a viabilidade da implantação de
uma linha de produção automatizada, afim de reduzir as sobrecargas e movimentos
repetitivos dos funcionários, garantindo a qualidade de vida dos mesmos,
aumentando a produção, e melhorando a qualidade de seus produtos.
De modo geral, os objetivos foram alcançados, e pode-se perceber a
importância de um ambiente de trabalho pensado no bem-estar do trabalhador. Os
resultados do estudo limitaram-se a apresentar um panorama geral das condições
de trabalho de uma linha produtiva. Novos estudos podem contribuir com o tema
abordado, uma vez que o processo produtivo é dinâmico, e sofre alterações
constantes.
12
Relatório de Estágio Supervisionado (2018/2)
Curso de Engenharia de Produção
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