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Estratégias de Ação para Prevenção em Saúde • Estratégia populacional: → Apropriada para lidar com problemas de saúde específicos, espalhados na população. → É direcionada a todas as pessoas da sociedade. → Reduz a incidência da doença porque todas as pessoas estão menos expostas às causas e/ou expostas aos fatores protetores. • Estratégia de alto risco: → Indicada para indivíduos com alto risco e implementada na clinica - Requer alto nível de cooperação; - É onerosa; - Efeitos positivos, em geral, temporários não evitam a recorrência da doença. • Estratégica de risco comum: → Políticas públicas orientadas para melhorar as condições de saúde em geral e de subgrupos com risco, em particular. → Ações direcionadas para prevenção de uma doença servem ao mesmo tempo para prevenção de outra. Ex: Saneamento básico. Níveis de Prevenção em Saúde Bucal • Prevenção primária: Impedir a iniciação da doença. • Prevenção secundária: Impedir a progressão e recorrência da doença. • Prevenção terciária: Evitar a perda de função. Níveis de Prevenção da Cárie • Prevenção primária: Fluoretação, escovação, controle da dieta, selantes. • Prevenção secundária: Diagnóstico precoce, intervenção direta nas lesões • Prevenção terciária: Próteses Flúor – Perfil Brasileiro • Quadro epidemiológico bucal: redução na prevalência e gravidade da cárie dentária em crianças e adolescentes -> fruto de medidas adotadas em escalas populacional. • Segundo maior sistema de fluoretação de águas de abastecimento público do mundo (1° EUA). • Um dos maiores consumidores de dentifrícios fluoretados. • População expostas a múltiplas formas de produtos fluorados. • Aumento da prevalência da fluorese. Flúor: Breve Histórico • Início: fluoretação nas águas de abastecimento público nos EUA e Canadá em 1945-46. • Fluoretação uma das 10 medidas de saúde pública mais importante no século XX. • Início do séc. XXI: método recomendado pela OMS. • Fluoretação das águas no Brasil → Baixo Gandu, em 1953 → Lei Federal 6.050, em 1974 • 1960: inicio da comercialização dos dentifrícios fluoretados em países desenvolvidos. • Brasil: comercialização dos dentifrícios fluoretados em 1989. • Hoje o Brasil é o terceiro pais em consumo per capita de dentifrícios atrás apenas dos EUA e Japão. Fluoretos Recomendação da OMS (2007). • Recomendações de continuar usando fluoretos. • A fluoretação das águas de abastecimento é a principal tecnologia empregada. • A IADR (Associação Internacional de Pesquisas Odontológicas), desde 2001 endossa plenamente e recomenda fortemente a fluoretação. Flúor: um dos principais responsáveis pelo declínio da cárie dentária e pela redução na progressão de novas lesões. Mecanismo de Ação do Flúor E Importante • Diferença entre mecanismo de ação e modos de aplicação. • O mecanismo de ação do flúor é essencialmente local, na cavidade bucal, mesmo quando seu modo de aplicação é sistêmico e não tópico. Água de Abastecimento Público • Eixo da PNSB. • Produtos: fluossilicato de sódio e ácido fluorsilício. • Forma mais abrangente e socialmente justa com acesso ao flúor nos municípios com sistema de tratamento de água. • Eficácia: 60% de redução da ocorrência da cárie. • Efetividade: → Baixo Gandu, CPOD aos 12 anos = 8,6 (1953), 10 anos depois reduziu para 3,7 (declínio de 57%). → Populações sem fluoretação -> CPOD 34,3% maior. → SBBrasil 2003: • Eficiência: → Custos para implantar e manter variam no país devido as desigualdades regionais. → Baixo custo. → São Paulo: custo médio per capita R$ 0,08 em 2003. Em 18 anos o custo foi de R$ 1,44 per capita. → 7-12 anos: economia de custo de R$ 83,68 no serviço público por hab/ano. • Maior impacto preventivo quanto maior a desigualdade social, tanto em decíduos quando em permanentes. • No Brasil, estudos mostram que a fluoretação concentra-se nas regiões e municípios com melhores indicadores sociais. No ambiente bucal I Queda do pH gerada no biofilme bacteriano favorece a dissolução da HA. Havendo íon flúor presente no meio bucal, a FA tende a se precipitar. Em certa faixa do pH, haverá dissolução de HA e precipitação de FA contrabalanceando a perda mineral da estrutura dental, retardando o desenvolvimento de lesões de cárie. 5,5 – pH crítico SEM exposição diária ao F 4,5 – pH crítico COM contato diário com F Entre 4,5 e 5,5, o dente perde minerais na forma de HA e, ao mesmo tempo, parte dos íons cálcios e fosfatos dissolvidos retornam ao dente na forma de FA. Resultado da presença de F no meio: redução da desmineralização do esmalte- dentina. No ambiente bucal II Quando o pH retorna à neutralidade, o F ativa a remineralização da saliva e o esmalte-dentina tem uma maior reparação dos minerais perdidos que teriam na ausência de F. Há uma potencialização do efeito remineralizador da saliva. Crianças de 5 anos: Cidades fluoretadas: ceod médio = 2,52 Cidades não fluoretadas: ceod médio = 3,57 Aos 12 anos: Com flúor CPOD = 2,27 Sem flúor CPOD = 3,38 “No contexto atual do Brasil, não fluoretar a água ou interromper sua continuidade deve ser considerada uma atitude juridicamente ilegal, cientificamente insustentável e socialmente injusta. • Efetividade depende da continuidade e manutenção de teor adequado de flúor de acordo com a temperatura do local. • Paralisação da fluoretação após 5 anos: aumento da prevalência da cárie em 27% para decíduos e 35% para permanentes. • Valor máximo permitido = 1,5 ppm (1,5 mg fluoreto por litro de água). • Teor ideal de F na água = 0,7 ppm. • Águas hipofluoradas: < 0,55 ppmF. • Águas hiperfluoradas: > 0,84 ppmF Níveis de flúor e temperatura ambiente Temperatura média anual (°C) Variação de flúor (ppm) / recomend 4,4 – 12,6 1,1 – 1,7 (1,2) 12,7 – 14,6 1,0 – 1,6 (1,1) 14,7 – 17,7 0,9 – 1,5 (1,0) 17, 8 – 21,4 0,8 – 1,4 (0,9) 21,5 – 26,2 0,7 – 1,3 (0,8) 26,3 – 32,5 0,6 – 1,2 (0,7) Fluoretação das Águas de Abastecimento • Adequado: Beneficia a todos sem distinção. • Eficaz: Diminui a incidência de cáries em 60% em médias. • Seguro: a 1 ppm não produz efeitos tóxicos. • Eficiente (econômico): Custo médio de U$ 0,51 per capital/ano. • Prático: Similar a outros procedimentos da ETA. • Fortaleza (1989) → Fluossilicato de sódio → Redução de 80%. • Fortaleza (atualmente) → Ácido fluorsilicico (0,2 natural acrescenta-se 0,5). Fluoretação do Sal • Recomendado onde não é possível a fluoretação das águas de abastecimento. • Dificuldades práticas quanto à dosagem = variação de consumo (crianças). • 1955 – Suíça. Dose inicial de 90 mg F/Kg de sal = insuficiente. Atual = 250 ppm. Fluoretação do Leite • O flúor no leite é incompletamente ionizado resultando em efeitos tópicos pós-eruptivos inferiores aos da água de abastecimento. • Consumido mais por crianças de status social médio e de menor idade. • Escolas: 5 mg de F por litro de leite = 200 ml por dia/crianças = 200 dias letivos. Fluoretação de Gomas de Mascar • Justificativa: Maior incidência de cáries em pessoas que utilizam chicletes com sacarose. • A cárie pode ser em parte controlada mediante uso de gomes de mascar livres de açúcares cariogênicos (xilitol, sorbitol). • Alternativa para casos de xerostomia. Não é guloseima. • Suécia: 0,25 mg de F. Suplementos com flúor Recomendações: • Têm limitada aplicação em saúde pública. • Não devem ser prescritos em locais que possuem água de abastecimento fluoretada. Não previne cárie Risco de fluorose • Eram indicados antes quando se acreditava no efeito sistêmico do flúor (pré-natal).• Nenhum estudo comprovou a eficácia da ingestão do flúor durante a gravidez na diminuição da incidência de cárie em dentes decíduos. Bochechos com Flúor • Comprovada eficácia, facilidade de aplicação. • Redução da cárie: 23% a 30%. • Brasil (1972) – FSESP = Escolares. • Soluções neutras de fluoreto de sódio a 0,2% (semanal ou quinzenal) e a 0,05% (diário). • Fluoreto estanoso (SnF2) a 0,1% = sabor ácido, solução instável. • Benefícios do uso concomitante da água de abastecimento fluoretada e do bochecho. Vantagens e Restrições: • Mais indicado para grupos de médio e alto risco. • Facilidade de aplicação (leigos). • Custo: R$ 1,14 por crianças (programa semanal). • Aplicação fora da clínica. • Interligação com atividades educativas; • Não indicado para < 6 anos (deglutição). • Pelo menos 25 bochechos semanais por ano, sem interrupções prolongadas. Aplicação Tópicas de Flúor Gel • NaF a 2%: Técnica de Knutson: 4 aplicações, 4 minutos, semanal, aos 3,7,10 e 13 anos. • SNF2: Semestral, instável, manchamento. • FFA gel: 1,23% de NaF em ácido fosfórico a 0,1% não irritante, não mancha, estável, fácil de aplicar (moldeiras, escova) • Mancha branca: 4 aplicações de flúor, 1 vez por semana. Géis fluoretados • No contexto brasileiro é considerado “meio coletivo” de obtenção de flúor. • Desde 1990, uso em procedimentos coletivos. • 19 a 37% de redução da prevalência de cárie. • Pouco risco de fluorose, pois apesar da alta concentração, a frequência é baixa. Vernizes com flúor • Materiais aderentes aplicados pelo profissional à superfície dentária, permitindo lenta liberação de flúor para o esmalte. • Redução na prevalência de cárie de 38 a 46% (perm.) e 33% (dec.) com 2 aplicações anuais. • No âmbito da saúde pública recomenda-se de 2 a 4 aplicações anuais. • Vantagens: uso em idade pré-escolar; baixo risco de fluorese. • Desvantagem: técnica de aplicação. Dentifrícios com flúor • Método mais racional de prevenção da cárie, pois alta remoção do biofilme à exposição constante ao flúor. • Eficácia na prevenção de cárie: 21% a 28% • Uma das principais armas no combate à cárie em países industrializados. • Custo: programa R$ 0,46 por criança. • No Brasil e Europa limite de 1.500 pm. • Agentes: Na2PO3F monofluorfosfato de sódio e NaF são os mais utilizados. • Crianças costumam deglutir entre 0,12 e 0,38 mg a cada escovação. • Indicação de tamanho de “grão de arroz”. • Dentifrícios com baixos teores de flúor não tem comprovação cientifica de redução de cárie. • Embora seja adquirido pelos indivíduos e famílias é considerado meio coletivo de obtenção de flúor. A possibilidade de aquisição do produto de decisões governamentais. Escovação • Função de desorganização da placa dental. • A placa leva 2H para tornar-se madura, assim uma única escovação bem feita seria suficiente. A recomendação é de pelo menos 2x ao dia. • Prática de escovação com creme dental fluoretado é responsável por grande parte do declínio de cárie em países do Ocidente. • Melhor meio de prevenção da gengivite. Escovação Supervisionada • Direta: → Preocupação com a qualidade da desorganização do biofilme. → Semestral, quadrimestral ou trimestral. • Indireta: → Pode ser feita por não profissionais de saúde. → Finalidade maior de levar flúor. → Diária, semanal, quinzenal ou mensal. OBS: Realizar a escovação supervisionada direta mais do que 4 vezes ao ano não implica ganhos adicionais relevantes ao processo educativo, bem como, onera desnecessariamente os recursos alocados à atividade. • Vantagens: → Acesso ao flúor. → Melhoria dos padrões de higiene oral. • Desvantagens: → Dificuldades operacionais, principalmente em ambientes escolares. Escovação Supervisionada ou Bochechos Semanais NaF 0,2% • Indicação para grupos de risco em locais com algum desses requisitos: → Água de abastecimento sem flúor. → Água de abastecimento com teor de até 0,54 ppm. → CPOD médio > 3 anos 12 anos. → < 30% dos indivíduos estejam livres de cárie aos 12 anos. → Residentes em áreas de pobreza. Associação de Métodos • A combinação de dois ou mais tipos de fluoretos tem-se mostrado mais eficaz que uma só modalidade. a) Bochechos (sem) + dentifrícios (diário) b) Bochechos + dentifrícios + aplicação tópicas gel + água de abastecimento. c) Água de abastecimento + suplementos = NÃO UTILIZAR – risco de superdosagem = Fluorose. • Na ausência de água fluoretada = uso regular do dentifrício fluoretado + métodos tópicos (bochechos, gel ou verniz). Como esses métodos tem eficácia semelhante, avaliar o aspecto operacional e o custo nesta associação. • Não combinar 2 métodos sistêmicos!! • No contexto brasileiro, a base dos sistemas de prevenção, segundo a lógica da associação de métodos é: água fluoretada + dentifrício fluoretado. → Universalização do acesso regular. → Dentifrício + bochecho ou gel ou verniz. → O custo beneficio da associação com gel é maior. Doenças Periodontais Sistema de Prevenção • Controle individual do biofilme dentário – escovação. • Controle profissional do biofilme dentário • Controle por meios químicos. Não existe medida para uso coletivo que tenha alta eficácia, pois os problemas periodontais de interesse, disposição e engajamento pessoal para o seu controle. Controle Profissional do Biofilme Dentário • Educação em saúde. • Ensino da prática de higiene bucal. • Deplacagem (profilaxia): não há diferenças significativas na saúde gengival entre pessoas com 2 ou 4 sessões preventivas anuais. • Raspagem supra e subgengival. • Remoção dos fatores retentivos de biofilme/placa. Controle Químico • Realizado por meio de procedimentos químicos em associação ao controle mecânico. • É um coadjuvante do controle mecânico. • Não deve substituir o controle mecânico. • Clorexidina, quaternários de amônia, óleos essenciais, triclosan, fitoterápicos, antimicrobianos. • Não é utilizado como meio coletivo de prevenção – Prescrição INDIVIDUAL.
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