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MICROBIOLOGIA Micro-organismos potencialmente patogênicos do Sistema Reprodutor . Streptococcus agalactiae . ● Estreptococo do grupo B (EGB) ● Cocos Gram positivos agrupados em cadeias curtas e catalase negativo (não degrada o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio); ● Colonizam o trato respiratório superior, trato intestinal baixo e a vagina ⇒ de forma assintomática ● São causadores de sepse puerperal, infecções neonatais e perinatais ⇒ quadros graves de septicemia, pneumonia e meningite. ● Pesquisa de colonização (vaginal/anal) por EGB para definir o uso da quimioprofilaxia antibiótica intraparto ⇒ na busca de diminuição da incidência de sepse neonatal. ● Os antibióticos habitualmente utilizados na quimioprofilaxia são penicilina ou ampicilina e, nos casos de alergia, eritromicina ou clindamicina. Fatores de virulência ● Tropismo pelo Sistema Nervoso Central ● Presença de cápsula: aderência e proteção ● Baixa ativação do sistema complemento ● Receptores de superfície no epitélio vaginal ● Pili: formação de biofilmes ⇒ resistência à fagocitose ● Fatores de antiaderência, invasão, colonização, entre outros. Patogênese 1. Colonização assintomática retovaginal materna pelo microrganismo; 2. Rompimento de membranas placentárias; 3. Facilitação do processo de colonização fetal ⇒ transmissão vertical. 4. Epitélio vaginal e placenta ⇒ adesão às células epiteliais da boca/faringe, epitélio e endotélio alveolar do feto; 5. Causa aguda de infecções fulminantes no neonato ● A possível aspiração dos microrganismos pode levar aos alvéolos pulmonares ⇒ ganhar a corrente sanguínea⇒ causar sepse ● Lesões pulmonares associadas às propriedades citotóxicas da hemolisina ou da citolisina produzida no local da infeção. ● O recém-nascido, principalmente o prematuro, possui menor quantidade de macrófagos alveolares e deficiências tanto no sistema complemento como na quimiotaxia dos neutrófilos. ● A indução das citocinas pró-inflamatórias pela bactéria é responsável pelo início do choque tóxico. Diagnóstico ● Teste de fator CAMP⇒ detecção do S. agalactiae ● Semeia-se um inóculo de Staphylococcus aureus (ou cepa de S. aureus com duplo halo de hemólise) de um ponto a outro da placa de ágar sangue; ● Semeia-se perpendicularmente (90°) a colônia de Streptococcus β-hemolítico a ser testada, sem que haja o contato com a estria de Staphylococcus aureus. ● A formação de uma seta ou meia-lua convergindo para o S. aureus na intersecção do crescimento das duas bactérias indica que o teste é positivo, é indicativo de S. agalactiae. ● Isso acontece porque o fator CAMP potencializa a ação hemolítica da β-lisina do S. aureus. . Neisseria Gonorrhoeae . ● Diplococos Gram negativos, oxidase (enzima citocromo C oxidase) e catalase (degrada o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio) positivos. ● Agente etiológico da gonorréia ⇒ termo que faz referência ao corrimento purulento característico da uretrite gonocócica. ● Pode infectar mucosa genital/anal/orofaringe e, ocasionalmente, a conjuntiva do recém-nascido. ● Raramente invade a corrente sanguínea do hospedeiro. ● Facilita a transmissão de HIV. Fatores de virulência ● Composição por LOS, um tipo curto de LPS (lipopolissacarídeo) ⇒ um lipo-oligossacarídeo simples ⇒ endotoxina ⇒ danos celulares ⇒ produção de fator de necrose tumoral (TNF), proteases e fosfolipases ⇒ inflamação ● Adesinas ● Porinas ⇒ capacidade de fugir dos fagolisossomos. ● Captação do DNA do meio extracelular ● IgA1 proteases ⇒ cliva a IgA humana e auxilia no processo de colonização dos epitélios. Patogênese 1. Contato sexual 2. Aderência inicial às microvilosidades do epitélio colunar não ciliado ⇒ mediada por fímbria do tipo 4, que se liga ao receptor celular humano CD46. 3. Aderência íntima e forte do gonococo ao epitélio 4. Endocitose do patógeno 5. Alcance da camada subepitelial 6. Uma vez no tecido subepitelial, se prolifera e é capturada por fagócitos 7. Ação da LOS no processo de reação inflamatória 8. Migração leucocitária 9. Descamação do epitélio, formação de microabscessos e exsudatos. Manifestações clínicas Na mulher: ● Provoca cervicite e se estende para outros órgãos; ● É muitas vezes assintomática, ou sintomática com presença de mucosa intensificada ⇒ corrimento vaginal e disúria. ● Se prolongada, a infecção pode causar infertilidade, DIP (doença inflamatória pélvica) e salpingite ⇒ estender-se para útero, trompas e ovários. No homem: ● Provoca uma uretrite ● Descarga uretral purulenta contendo bactérias e leucócitos, acompanhado de disúria e dor durante a micção. ● A partir da uretra, a infecção pode se estender para a próstata, vesícula seminal e epidídimo. No neonato: ● Provoca infecção na conjuntiva ⇒ oftalmia neonatal. ● Geralmente infectado na hora do parto. Diagnóstico ● Sintomas + presença de Diplococos Gram negativo no interior de leucócitos PMN (polimorfonucleares). ● Nas mulheres pode ser um falso positivo ⇒ necessidade de se fazer cultura. Complicações ● Seleção de cepas resistentes (mutantes) a partir de erros como dosagem sub-inibitória ● A dosagem sub-inibitória pode ocorrer por: ○ dose inadequada ○ curso incompleto da terapia pelo paciente ○ droga de escolha errada ○ uso contínuo desnecessário . Treponema pallidum . ● Agente etiológico da sífilis: Treponema pallidum subsp pallidum; ● Colonizam a microbiota oral e podem também estar associadas a biofilmes e periodontites; ● Espiroqueta parasita intracelular ● Apresentam flagelos que se iniciam na extremidade distal da bactéria ● Não visualizadas em esfregaços corados pelo método de GRAM; ● Não podem ser cultivados in vitro, em nenhum meio de cultura; ● Baixa variabilidade genética; ● A sífilis é uma doença infecto-contagiosa, transmitida pela via sexual e verticalmente durante a gestação ⇒ enfermidade infecciosa sistêmica de evolução crônica. ● Alterna períodos de atividade e inatividade, sendo classificadas 3 fases. Fatores de virulência ● Alta capacidade de evasão da resposta imune. ● Adesão: adesinas proteicas que são receptores (fibronectina) ● Mucopolissacaridose: enzima que dissolve mucopolissacarídeos responsáveis pela união das células endoteliais, permitindo a passagem da bactéria para espaços extravasculares; ● Cápsula: constituída de ácido hialurônico, sulfato e condroitina (substâncias semelhantes às encontradas nos tecidos do hospedeiro) ● Imunossupressão relacionada às manifestações da sífilis ⇒ mesmo que o T. pallidum provoque forte resposta imune humoral e celular, ele é capaz de sobreviver décadas no hospedeiro infectado). Patogênese ● Pouco conhecida ● Período de incubação de aprox. 3 semanas; 1. Penetração via mucosa ou pele lesionada; 2. Multiplicação no local da inoculação 3. Disseminação ampla pela corrente sanguínea 4. Envolvimento dos vasos sanguíneos 5. Alcance em diferentes sistemas do corpo Diagnóstico ● Microscopia de campo escuro ● Imunofluorescência direta (IFD) ● PCR (proteína C reativa) ● Testes não-treponêmicos: VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) ⇒ detectar anticorpos inespecíficos produzidos pelo organismo em resposta a antígenos fosfolipídicos presentes na superfície dos treponemas. ○ Permitem acompanhar a terapêutica, visto que apresentam rápida resposta confirmada pela queda de títulos e mesmo pela negativação. ● Testes treponêmicos: ELISA (enzimaimunoensaio) ⇒ detectam anticorpos IgM e IgG, utilizando como frações antigênicas proteínas recombinantes ⇒ consegue detectar tanto infecções atuais (IgM) como anteriores (IgG); ○ Pouco utilizado para análise dos efeitos terapêuticos. Fases da Sífilis Sífilis recente ● Sífilis primária: lesões genitais com exsudato cheio de bactérias ⇒ cancro-duro ⇒ surge em média 3 semanas após a infecção inicial e desaparece espontaneamente após 4 a 5 semanas, sem deixar cicatrizes; ● Sífilis secundária: Após período de latência que pode durar de 6 a 8 semanas⇒ atinge pele e os órgãos internos correspondendo à distribuição do T. pallidumpor todo o corpo ⇒ surgimento de manchas diversas nas regiões palmares, plantares, na face, na mucosa oral, entre outros. ○ Evolui no 1° e 2° ano da doença com novos surtos que regridem espontaneamente entremeados por períodos de latência cada vez mais duradouros. ● Sífilis latente: Por fim, os surtos desaparecem, e um grande período de latência se estabelece. Sífilis tardia ● Sífilis terciária: Até 10 anos após o surgimento da 1° lesão ⇒ Desenvolvem-se lesões localizadas envolvendo pele e mucosas, sistema cardiovascular e sistema nervoso ⇒ Podem estar acometidos ainda: ossos, músculos e fígado. ○ Neurossífilis, sífilis cardiovascular, sífilis congênita. . Chlamydia trachomatis . ● Cocos minúsculos, parasitas intracelulares obrigatórios; ● Apresenta mais de 15 sorotipos ⇒ causa diversas patologias; ● Afinidade por células do epitélio colunar; ● IST: maior frequência na população feminina ⇒ oligossintomática ou mesmo, assintomática. ● No recém-nascido pode causar conjuntivite de inclusão⇒ cerca de 50%. Sorotipos mais importantes Sorotipo A, B, Ba e C: ● Tracoma endêmico⇒ conjuntivite granulomatosa crônica; ● Principal causa de cegueira evitável no mundo; ● Exacerbações progressivas e remissões ⇒ ocorrem, ao evoluir, neovascularização da córnea e cicatrização de conjuntiva, córnea e pálpebras ⇒ as cicatrizes produzem deformidades que evoluem para retração da pálpebra e levam a cegueira Sorotipo B, D, E, F, G e K: ● Oftalmia⇒ conjuntivite de inclusão ● 5 a 19 dias após o parto ⇒ secreção mucopurulenta nos olhos do RN; ● Síndrome de Reiter ⇒ artrite reativa ⇒ reação inflamatória em qualquer parte do corpo, principalmente articulações e tendões; ● Ela surge cerca de 1 a 4 semanas após uma infecção por Chlamydia sp. (ou também por outros microorganismos, como Salmonella sp.) ● Pode envolver olhos e sistema urogenital Sorotipo L1, L2 e L3: ● Linfogranuloma venéreo⇒ possui 3 fases ○ FASE PRIMÁRIA: Poucos sintomas com cura espontânea ⇒ aparecimento de pápula pequena ou úlcera herpetiforme; ○ FASE SECUNDÁRIA: Linfadenopatias e sintomas sistêmicos ⇒ gânglios linfáticos inchados separados e recoberto por pele eritematosa (Sinal de Groove - patognomônico: sulco entre o gânglio femoral e o inguinal) ○ FASE TERCIÁRIA: Hipertrofia granulomatosa crônica com ulceração no gânglios genitais externos ⇒ obstrução linfática (edema) Fisiopatologia ● Ciclo de vida dividido em 2 fases distintas: ○ A: Corpo Reticulado ⇒ forma ativa, sem parede celular e intracelular ○ C: Corpo Elementar ⇒ forma inativa, possui parede celular e é extracelular 1. A forma infectante (corpúsculo elementar - CE) se liga ao receptor específico no epitélio colunar; 2. Ocorre fagocitose: incorpora-se a bactéria no fagossoma 3. Dentro do fagossoma, ela se diferencia de CE para corpúsculo reticular (CR) 4. A forma CR faz divisão binária com depleção de ATP e aminoácidos essenciais. 5. CRs vão se condensando para formarem CEs 6. Ocorre então, a lise da célula hospedeira e liberação de novos CEs 7. Processo de infecção em novas células. Características da infecção ● Incubação de 6 a 14 dias ● Portadores assintomáticos representam 60-70% dos casos ⇒ possibilidade de ascensão em mulheres (DIP + sequelas) No Recém-nascido: ● Transmissão vertical da mãe para o feto ⇒ prematuridade, baixo peso, natimorto e maiores chances de aborto; ● Pode causar a conjuntivite de inclusão Nas mulheres férteis: ● Síndrome uretral aguda: disúria, polaciúria (micção frequente) ou piúria (leucócitos presentes) ● Salpingite e maior risco de esterilidade ou gestação ectópica; ● Presença de muco amarelado ou esverdeado ● Ectopia cervical com edema e eritema acentuado ● Ausência de vaginite Diagnóstico ● Sorologia ● Anticorpos monoclonais ● Detecção antigênica ● Biologia molecular ● Citologia esfoliativa ● Laparoscopia . Haemophilus ducreyi . ● Bacilos Gram negativos (pequenos); ● Exclusivamente transmissão sexual; ● Agente etiológico da infecção conhecido por Cancro Mole; ● A doença se caracteriza pela formação de uma ou mais ulcerações nos órgãos genitais, acompanhadas ou não de adenopatia unilateral. ● O processo inflamatório se acompanha de infiltração de linfócitos CD4+ ⇒ pode facilitar a aquisição de HIV. Manifestações clínicas ● Diferentemente do ‘cancro duro’ da Sífilis, essa lesão possui bordas e base não endurecidas. ● Os sintomas iniciais incluem: febre, dor de cabeça, fraqueza e mal estar generalizado. ● O período de incubação varia entre 3 a 5 dias em média. No homem: ● O cancro mole localiza-se mais frequentemente na glande e no prepúcio Na mulher: ● A lesão localiza-se nos grandes ou pequenos lábios e clitóris. ● A mulher pode transmitir o hemófilo sem apresentar o cancro mole ⇒ portadora assintomática. Diagnóstico ● Exame bacterioscópico⇒ coloração de Gram ● Cultura do material coletado da úlcera ⇒ difícil cultivo. Tratamento ● Feito com diferentes antibióticos (eritromicina, azitromicina) e quimioterápicos (ciprofloxacina) ● Os parceiros sexuais do paciente devem ser identificados e tratados. . Mycoplasma genitalium e hominis . . e Ureaplasma urealyticum . ● Não possuem distinção de parede celular no Gram; ● São muito pequenos e altamente polimórficos; ● Não são invasivos e simplesmente colonizam a superfície de células por ligação a receptores específicos e então produzem produtos tóxicos; ● Podem causar: uretrites não-gonocócica, DIP, febres pós-parto, infertilidade, esterilidade, aborto espontâneo, síndrome uretral aguda. . Klebsiella granulomatis . ● Enterobactéria, bacilo Gram negativo; ● Agente etiológico da Donovanose ⇒ Doença Granulomatosa de evolução crônica; Características da infecção ● Possui período de incubação médio entre 30 dias a 6 meses; ● Acomete preferencialmente a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus; ● Causa úlceras e destrói a pele infectada. ● É uma infecção pouco frequente, e típica de ocorrer em climas tropicais e subtropicais. Diagnóstico ● Biópsia da lesão: corpúsculos de Donovan . Gardnerella vaginalis . ● Pequeno bacilo pleomórfico e Gram variável ● Pode causar a vaginose bacteriana (Síndrome clínica) ⇒ não usa-se vaginite pois não há sinal de inflamação. ● É a causa mais comum de ardor e corrimento vaginal anormal; ● Na gestante, pode ser causa de prematuridade. Fatores de risco ● Múltiplos parceiros sexuais; ● Relação com um novo parceiro sem proteção; ● Tabagismo ● Ducha vaginal e uso de DIU Diagnóstico ● Presença de Clue cells: bactérias aderidas às superfícies das células do hospedeiro. . Obs: Bacilos de Doderlein . ● Lactobacillus acidophilus ● São bacilos Gram positivos ● São parte comum da microbiota natural da vagina e fazem o papel de manter o pH vaginal ácido . Trichomonas vaginalis . ● É um protozoário móvel ● Diferente de outras espécies da sua família, como o Trichomonas tenax (vive na cavidade oral humana) e o Trichomonas hominis (habita o trato intestinal humano), ele é patogênico; ● Agente etiológico da Tricomoníase ● Transmissão sexual majoritária ⇒ A transmissão não sexual é incomum, mas pode ocorrer. Na infância: ● A sua instalação e proliferação é desfavorável; ● Mucosa vaginal fina e epitélio pobre em glicogênio ⇒ secreção escassa e pH neutro Após a puberdade: ● Sua instalação é mais favorável ● Epitélio espesso e células ricas em glicogênio, pH 3,8 - 4,5 e aumento de bacilos de Doderlein ● Em caso de modificações, como o período menstruação, as alterações hormonais ao longo do ciclo e prejuízos no sistema imune por diferentes causas ⇒ pH mais básico e diminuição de bacilos de Doderlein ⇒ colabora para maior receptividade a infecções. Patogênese ● A implantação está associada a: ○ Modificações da microbiota natural ○ Acentuada descamação epitelial (acesso facilitado) ○ Acidez local diminuída ⇒ mais alcalino ○ Alterações hormonais ⇒ ação irritativa ou processo inflamatório 1. Adesão apartir de moléculas de superfície do protozoário que vão se ligar aos receptores das células humanas; 2. Efeito citopático ⇒ enzimas hidrolíticas ⇒ promove o descolamento das células epiteliais 3. Processo inflamatório nessas células epiteliais⇒ causa a secreção branca e sem sangue (leucorréia) 4. Caso desenvolva-se uma descamação do epitélio, pode levar à ulceração. ● Resposta imune protetora a partir da IgA secretora ⇒ as reinfecções estão associadas à ausência de imunidade adquirida e a grande variabilidade de isolados. Ciclo Biológico ● Hospedeiro definitivo é o ser humano; ● Localiza-se no trato genital feminino e na uretra e próstata do trato masculino ● Se replicam por meio da divisão binária ● Não apresenta a forma cística (de resistência), somente a forma trofozoítica e, portanto, não sobrevive no ambiente externo por muito tempo. Complicações de saúde ● Problemas relacionados à gestação: parto prematuro, baixo peso do RN, grávidas com ruptura espontânea de membrana baixo peso ao nascer associado a parto prematuro, endometrite pós-parto, natimorto e morte neonatal ● Problemas relacionados com a fertilidade: o risco é quase 2x maior em mulheres com história de tricomoníase comparado com as que nunca tiveram tal infecção. ● Facilitação da transmissão do HIV: ○ A resposta inflamatória induz alta infiltração de leucócitos, incluindo as células-alvo do HIV (linfócitos TCD4+ e macrófagos) ⇒ nos quais o HIV pode se ligar e ganhar acesso ○ Pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo o acesso direto do vírus para a corrente sanguínea. Manifestações clínicas Na mulher: ● Corrimento ⇒ leucorréia com aspecto bolhoso e de odor fétido - infiltrado de leucócitos - fluido e abundante ● Ardor ⇒ ação abrasiva do corrimento sobre as células epiteliais ● Dores no baixo ventre, salpingite, mucosa friável (dor durante o ato sexual), dor ao urinar (disúria) e aumento da frequência miccional (polaciúria) No homem: ● Dificuldade para eliminar a primeira urina matinal; ● Escoriações e uretrite. Diagnóstico ● Diagnóstico diferencial em relação a candidíase, gonorréia, HPV, Gardnerella vaginalis; ● Diagnóstico clínico: quadro muito variável ● Diagnóstico laboratorial: secreção vaginal na mulher e secreção uretral ou prostática no homem; ○ Cultura (acompanhamento terapêutico) e PCR ○ Exame a fresco na microscopia; ○ Esfregaço corado ⇒ Giemsa ou Gram. . Candida albicans . ● Fungo dimórfico: leveduriforme (37°C) e filamentosa (26°C); ● Habitat: pele, cavidade oral, trato genital e trato digestivo, sem causar infecções. ● A parede dos fungos possui quitina, mananas e glicanas ⇒ reconhecidos pela resposta imunológica ● A membrana celular contém o ergosterol (que faz o mesmo papel do colesterol)⇒ alvo para os antifúngicos. ● Outras espécies importantes de Candida spp: Candida auris, Candida tropicalis. Modo de infecção ● Endógeno: quando ele sai de um ambiente onde é considerado parte da microbiota normal e se transloca para um local onde ele se torna potencialmente patogênico; ● Contato direto com pessoas que o possuem. Fatores de virulência ● Escapa da fagocitose dos macrófagos através da neutralização das enzimas digestivas ● Mudam de estado para a morfologia de hifas ⇒ dificulta o reconhecimento da resposta imunológica; ● Produção de enzimas hidrolíticas, IgA proteases ⇒ quebram defensinas, lactoferrinas ● Formação de biofilmes; Patogenia ● Podem produzir doença aguda ou crônica, superficial ou profunda, na presença de fatores predisponentes (genéticos, microbiota, imunossupressão, uso de antibióticos, gestação, diabetes e outras infecções). ● Formação de biofilmes com outras cepas: interação física com outros microorganismos que favorece sua proliferação e disseminação na corrente sanguínea. Resposta imunológica ● Receptores toll-like 4 e 2 (externos) e 9 (interno na célula) para C. albicans + Receptores de mananas⇒ reconhecimento; ● Ativação da via NF-kappa beta ⇒ liberação de citocinas (IL-6, IL-8 e TNF alfa) ● Microbiota oral e vaginal + imunidade de mucosa no processo de prevenção de Candidíase. Manifestações clínicas ● A Candida oral causa lesões esbranquiçadas na língua e nos lábios ● No caso de Inflamação vulvovaginal: prurido, eritema, corrimento branco, leitoso, branca com aspecto de queijo; ● No homem, aparece vermelhidão e uma espécie de nata na ponta do pênis Diagnóstico ● Cultura ⇒ meio de cultura especial, o Chromagar, para a colônia de leveduras, que ajuda na identificação das espécies de Candida sp. ● Exame direto do material obtido, no microscópio; ● Teste sorológico, PCR e imunofluorescência. Tratamento ● Compostos de iodo, nistatina, derivados azólicos; ● Corrigir os fatores predisponentes antes do uso do antifúngico.
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