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Introdução 3 Tipos de Anestésicos 4 Como calcular a dose anestésica para o meu paciente 9 Como realizar a anestesia local? 13 10 dicas de como administrar o anestésico de forma adequada e o menos traumática possível 31 Farmacologia 34 Intercorrências 44 Considerações finais 48 SUMÁRIO 3 ÍNDICE Introdução Segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com lesão tecidual real ou potencial. A importância da dor tornou-se ainda mais evidente quando a Joint Commission Accreditation Health Care Organization (JCAHO) a incluiu como o quinto sinal vital. A palavra anestesia vem do grego anaisthèsia e significa ausência de sensações. A anestesia local é necessária na maioria das intervenções odontológicas, e é caracterizada pela perda da sensação em uma determinada área sem induzir a perda de consciência ou bloqueio motor. Ela é realizada através do uso de soluções anestésicas, cujas moléculas impedem a condução do estímulo nervoso ao modificarem o potencial da membrana das células, por meio do bloqueio dos canais de sódio. Em resumo, ocorre um bloqueio entre a origem do impulso e o cérebro, fazendo com que o paciente não possa interpretar aquela intervenção como dor, porém, as sensações como tato e pressão permanecem parcialmente presentes. Quer saber um pouco sobre a história da anestesia? O cirurgião-dentista Horace Wells é considerado o pai da Anestesiologia, quando em 1845 utilizou o óxido nitroso para a realização de procedimento cirúrgico. Já a anestesia local foi realizada pela primeira vez pelo médico oftalmologista Carl Köller, em 1884, que utilizou o efeito tópico da cocaína na córnea. ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS 01 Tipos de Anestésicos 5 ÍNDICE Os anestésicos locais podem ser classificados de acordo com a sua função orgânica em ésteres e amidas (Quadro 1). Os anestésicos locais mais utilizados em odontologia são do tipo amida: lidocaína, mepivacaína, articaína, prilocaína e bupivacaína. Quadro 1: Anestésicos do grupo Éster e Amida GRUPO ÉSTER Benzocaína usado como anestésico tópico 2% sem vasoconstritor 2% com adrenalina 1:50.000 2% com adrenalina 1:100.000 2% com adrenalina 1:200.000 3% sem vasoconstritor 2% com levonordefrina 1:20.000 2% com adrenalina 1:100.000 2% com adrenalina 1:200.000 3% sem vasoconstritor 3% com felipressina 0,03UI 4% com adrenalina 1:200.000 4% com adrenalina 1:100.000 4% com adrenalina 1:200.000 0,5% com adrenalina 1:200.000 Lidocaína Cocaína Mepivacaína Tetracaína Prilocaína Procaína Articaína Cloroprocaína Bupivacaína Propoxicaína Ropivacaína* Etidocaína* Dibucaína* *menos utilizados GRUPO AMIDA 6 ÍNDICE ATENÇÃO - pacientes renais crônicos: Doenças renais significativas (ASA 4 ou 5) constituem contraindicação relativa a administração de anestésicos locais. Isso inclui pacientes que se submetem à diálise e aqueles portadores de glomerulonefrite ou pielonefrite crônica. Importante: O pH do tecido também influencia muito sua ação no bloqueio do nervo. A acidificação do tecido diminui a eficácia do anestésico local e resulta em anestesia inadequada quando os anestésicos locais são infiltrados em áreas com infiltrado inflamatório ou infectadas. Portanto, a realização de procedimentos odontológicos em regiões afetadas deve ser postergada em detrimento do tratamento medicamentoso, quando possível, para que a anestesia tenha o efeito desejável. 7 ÍNDICE VASOCONSTRITORES Todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes são vasodilatadores, trazendo maior aporte sanguíneo à região e dissolução mais rápida dessas substâncias. Para inibir esses efeitos, agentes vasoconstritores são adicionados ao tubete anestésico. Estes contraem os vasos sanguíneos, reduzindo o fluxo de sangue e a difusão de sangue pelos tecidos. Ao reduzir o fluxo sanguíneo, temos maior hemostasia local e menor sangramento transoperatório. Ao reduzir a perfusão tecidual, temos menor dissolução do anestésico local tanto para os órgãos que irão degradar esta substância (como fígado e rim) quanto para o sistema cardiovascular. Desta forma, o vasoconstritor mantém o anestésico local na região de aplicação por mais tempo (aumentando o tempo de ação do anestésico) e reduz o encaminhamento desta substância para vasos maiores, inibindo efeitos indesejados ao sistema cardiovascular. 8 ÍNDICE Fonte: Adaptado de Ferreira (2007) e Malamed (2013). Solução anestésica Polpa dentária Tecidos moles Lidocaína 2% 5-10 minutos 40-120 minutos 45-60 minutos 120-400 minutos 60-90 minutos 170-300 minutos 10-60 minutos 90-240 minutos 60-75 minutos 170-360 minutos 20-40 minutos 90-180 minutos 30-90 minutos 140-480 minutos 45-60 minutos 120-300 minutos 60-90 minutos 130-300 minutos 60-90 minutos 180-300 minutos 90-180 minutos 240-600 minutos Lidocaína 2% + epinefrina 1:50.000 ou 1:100.000 Mepivacaína 2% + epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 Mepivacaína 3% Mepivacaína 2% + levonordefrina 1:20.000 Prilocaína 4% + epinefrina 1:200.000 Prilocaína 3% + felipressina 0,03UI Articaína 4% + epinefrina 1:100.000 Articaína 4% + epinefrina 1:200.000 Bupivacaína 0,5% + epinefrina 1:200.000 Prilocaína Tabela 1 - Principais anestésicos e seus respectivos tempos de ação. ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS 02 Como calcular a dose anestésica para o meu paciente 10 1ª ETAPA: Calcular a dose máxima de anestésico local (mg/kg) para o paciente com base na tabela abaixo. Fonte: Adaptado de Ferreira (2007) e Malamed (2013). Solução anestésica Solução anestésica Quantidade máxima de tubetes Dose máxima em mg/kg Dose máxima total (mg) Lidocaína com vasoconstritor (epinefrina) Lidocaína 2% 8 tubetes (sem vasoconstritor) 13 tubetes (com vasoconstritor) 11 tubetes (com vasoconstritor) 7 tubetes (sem vasoconstritor) 7 tubetes (com vasoconstritor) 7 tubetes (com vasoconstritor) 10 tubetes (com vasoconstritor) Mepivacaína 3% Articaína 4% Mepivacaína 2% Prilocaína 3% Bupivacaína 0,5% Mepivacaína com vasoconstritor (levonordefrina ou adrenalina) Prilocaína com vasoconstritor (epinefrina ou felipressina) Articaína com vasoconstritor (epinefrina) Bupivacaína com vasoconstritor (epinefrina) Lidocaína sem vasoconstritor Mepivacaína sem vasoconstritor Prilocaína sem vasoconstritor Articaína sem vasoconstritor Bupivacaína sem vasoconstritor 6,6-7,0 4,5 6,6 6,6 6,0-8,0 6,0-8,0 7,0 (5,0¹) 7,0 (5,0¹) 1,3-3,0 (2,5¹) 3,0 (2,5¹) 500 400 400-600 500 90-225 300 400 400-600 500 175-200 2ª ETAPA: observar a tabela de quantidade máxima de tubetes para o anestésico local. Fonte: Adaptado de Ferreira (2007) e Malamed (2013). 11 ÍNDICE 3ª ETAPA: conferir a tabela de quantidade máxima de tubetes para o vasoconstritor. Fonte: Adaptado de Ferreira (2007) e Malamed (2013). Vasoconstritor Quantidade máxima de tubetes Quantidade máxima para cardiopatas Adrenalina 1:50.000 5,5 tubetes 1,1 tubetes 22,2 tubetes 4,4 tubetes 18,8 tubetes 7,7 tubetes 5,5 tubetes 2,2 tubetes 11,1 tubetes 2,2 tubetes 9,4 tubetes 3,8 tubetes 11,1 tubetes 2,2 tubetes - 5 tubetes Adrenalina 1:200.000 Levonordefrina 1:20.000 Adrenalina 1:100.000 Noradrenalina 1:100.000 Noradrenalina 1:50.000 Fenilefrina 1:2.500 Felipressina 0,03UI/ml 12 ÍNDICE EXEMPLO: Vou anestesiar um paciente ASA 1 de 50kg com lidocaína 2% associada ao vasoconstritor adrenalina 1:200.000. 1ª ETAPA Dose máxima da solução anestésica (lidocaína): 7,0mg/kg = 7,0mg x 50kg = 350mg Quantidade de mg em 1 tubete: 36mg 350mg/36mg = 9,7 tubetes 2ª ETAPA Dose máxima de tubetes de solução anestésica (lidocaína): 13 tubetes 3ª ETAPA Dose máxima de tubetes de vasoconstritor (adrenalina 1:200.000): 22,2 tubetes O MENOR VALOR DAS 3 ETAPAS É O VALOR QUE POSSO APLICAR NO PACIENTE. NESTE CASO, 9,7 TUBETES.ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS 03 Como realizar a anestesia local? 14 ÍNDICE Considerar 6 fatores: 1 – Duração do controle da dor necessária; 2 – Necessidade de controle analgésico pós-operatório; 3 – Possibilidade de automutilação pós-operatória; 4 – Necessidade de hemostasia; 5 – Contraindicação relativa a alguma droga; 6 – Condição clínica do paciente. TÉCNICAS ANESTÉSICAS Há diferenças anatômicas importantes que alteram as anestesias locais? As variações anatômicas podem influenciar a anestesia, sim. Há uma variação extrema de uma pessoa para outra, como no tamanho e na forma da cabeça ou na espessura dos ossos. As técnicas anestésicas são baseadas na média das medidas, em indivíduos ditos normorreativos. Exemplos comuns de variações anatômicas são observados na altura do forame mandibular e mentual, na largura do ramo e na espessura da cortical do osso. As causas mais comuns de insucesso na anestesia, são as variações anatômicas e a realização da técnica incorretamente. COMO SELECIONAR O ANESTÉSICO LOCAL? 15 ÍNDICE E em crianças? As técnicas de anestesia local em crianças não são muito diferentes das usadas em adultos. Contudo, os crânios das crianças, de fato, apresentam algumas diferenças anatômicas em relação aos dos adultos. Por exemplo, os ossos maxilares e mandibulares em crianças, geralmente, são menos densos, o que representa uma vantagem para o dentista. Na técnica do nervo alveolar inferior, em crianças em que não houve a erupção do primeiro molar permanente, utiliza-se a técnica direta: a área da punção se localiza abaixo do plano oclusal dos molares deciduos. A seringa deve ficar posicionada entre o canino e o primeiro molar decíduo do lado oposto e ligeiramente inclinado para baixo, já que nessa criança a língula da mandíbula se situa no plano oclusal ou ligeiramente abaixo dele. 16 ÍNDICE USO DO ANESTÉSICO TÓPICO: Antes de iniciarmos a injeção anestésica, é recomendada a aplicação de um anestésico tópico para alívio da sintomatologia associada à introdução da agulha anestésica. - BENZOCAÍNA: pode ser encontrada em aerossol, gel, gel adesivo, pomada ou solução. - LIDOCAÍNA: pode ser encontrada em aerossol, pomada, adesivo ou solução. Como aplicar o anestésico tópico? Previamente à aplicação, devemos secar a mucosa com o uso de uma gaze, algodão ou com a seringa tríplice. Após a secagem, o anestésico tópico de escolha deve ser aplicado somente no local da penetração da agulha. A aplicação é feita através da colocação de uma pequena quantidade de anestésico tópico em um pedaço pequeno de algodão e aplicada diretamente no local da injeção. Idealmente, o anestésico tópico deve permanecer em contato com o tecido por 2 minutos para assegurar sua eficácia. https://www.dentalcremer.com.br/chaordic/search/result/?terms=gaze&q=gaze&utm_source=youtube&utm_medium=referral&utm_campaign=ebook_anestesia&utm_content=ebook_anestesia_lista_gaze https://www.dentalcremer.com.br/rolo-dental-ssplus-388701.html?utm_source=youtube&utm_medium=referral&utm_campaign=ebook_anestesia&utm_content=ebook_anestesia_rolo_dental_ssplus 17 ÍNDICE TÉCNICAS REGIONAIS: - MAXILARES: 1) Nervo Alveolar Superior Anterior: para realizar essa técnica, localiza-se o forame infraorbitário, que fica 10mm abaixo da depressão infraorbitária. Mantem-se o dedo sobre o forame e afasta-se o lábio superior, expondo o fundo de sulco. A agulha então deve ser introduzida na altura dos pré-molares, paralelamente ao longo eixo dos dentes, com a carpule tocando levemente o lábio inferior. O bisel deve estar voltado para o osso e a agulha é introduzida em média 16mm em um adulto. Recomenda-se agulha longa para adultos e curta para crianças. Para anestesiarmos este nervo, recomenda-se a injeção de 2/3 do tubete anestésico. Fonte: autores e Malamed (2013). forame infraorbitário incisura infraorbitária https://www.dentalcremer.com.br/seringa-carpule-com-refluxo-colorida-golgran-dc21991.html?utm_source=youtube&utm_medium=referral&utm_campaign=ebook_anestesia&utm_content=ebook_anestesia_seringa_carpule_golgran 18 ÍNDICE 2) Nervo Alveolar Superior Médio: deve-se afastar a mucosa jugal, expondo o fundo de sulco, onde introduz-se a agulha entre os pré-molares superiores, paralelamente ao longo eixo do dente, com o bisel voltado para o osso. A agulha deve ser introduzida até a altura dos ápices dos pré-molares, aproximadamente 10mm. Nessa técnica, também é recomendada a introdução de 2/3 do tubete anestésico. Fonte: autores e Malamed (2013). DICA: por ser um nervo que a maior parte da população (78%) não tem, deve ser feita quando o Alveolar Superior anterior não produz anestesia pulpar distal ao canino superior ou quando o procedimento envolve apenas os pré-molares superiores. 19 ÍNDICE 3) Nervo Alveolar Superior Posterior: com uma agulha longa, afasta-se a mucosa jugal do lado a ser anestesiado, expondo o sulco mucogengival na distal do segundo molar, onde será feita a introdução da agulha. A agulha deve avançar simultaneamente em 3 direções: para dentro, para trás e para cima (45 graus em relação ao plano oclusal). A seringa carpule deve ficar apoiada na comissura labial do mesmo lado e o bisel voltado para o osso. Nessa técnica, deve-se introduzir 16 mm da agulha em adultos e 2/3 do tubete anestésico. Fonte: autores e Malamed (2013). 20 ÍNDICE 4) Nervo Nasopalatino: para a região anterior do palato (de canino a canino) devemos anestesiar o forame incisivo que está sob a papila incisiva (localizado na linha média posterior aos incisivos centrais). A seringa carpule deve estar em um ângulo de 45 graus, levemente encostada na comissura labial, e deve ser introduzida certa de 6mm, depositando 1/3 do tubete anestésico. Para facilitar a técnica, pede-se ao paciente para fazer uma maior abertura bucal e extensão da cervical, olhando para superior. Fonte: autores e Malamed (2013). 21 ÍNDICE 5) Nervo Palatino Maior: localiza-se na região posterior do palato e para o anestesiarmos, a seringa carpule estará em contato com a comissura bucal do lado oposto. A agulha será introduzida em média 5 mm em um ponto equidistante da sutura palatina mediana com a margem gengival livre, palatina do segundo molar superior. A quantidade de anestésico introduzida será de ⅓ do tubete. Fonte: autores e Malamed (2013). 22 ÍNDICE - MANDIBULARES: 1) Nervo Alveolar Inferior: a técnica anestésica desse nervo se inicia com a palpação da maior concavidade da linha oblíqua. Após, realizamos um quarto de volta do nosso dedo, indicando o local de introdução da nossa agulha. Então, repousamos a seringa carpule na comissura labial do lado oposto (na altura de pré-molares inferiores) e, em um movimento contralateral, introduzimos nossa agulha na depressão pterigomandibular, em um ponto equidistante dos planos oclusais superior e inferior. A agulha penetrará 20mm e, assim, depositaremos ⅔ do tubete anestésico. Fonte: autores e Malamed (2013). 23 Técnica Vazirani Akinosi: é feita nos casos em que o paciente apresenta limitação de abertura de boca, impedindo a realização da técnica do Alveolar Inferior. É feita com uma agulha de calibre 25 ou 27. Iremos afastar a mucosa jugal e palpar com o dedo indicador a incisura coronóide. O corpo da seringa é mantido paralelo ao plano oclusal maxilar, com a agulha ao nível da junção mucogengival do terceiro (ou do segundo) molar maxilar. Deve- se orientar o bisel em direção oposta ao ramo mandibular; assim, à medida que a agulha avança pelos tecidos, sua deflexão se dá em direção ao ramo da mandíbula e ela permanece bem próxima ao nervo alveolar inferior. Avançar a agulha 25 mm para dentro do tecido (essa distância é medida a partir da tuberosidade maxilar). A paralisia dos nervos motores ocorre tão ou mais rapidamente que a anestesia sensorial. O paciente com trismo começa a perceber maior capacidade de abrir a mandíbula logo após o depósito doanestésico. Fonte: autores e Malamed (2013). 24 ÍNDICE Técnica Gow-Gates: a terceira técnica de injeção que proporciona anestesia pulpar aos dentes mandibulares, é a técnica de Gow- Gates. Em 1973, George Albert Edwards Gow-Gates (1910- 2001), um dentista clínico geral na Austrália, descreveu uma nova abordagem à anestesia mandibular. É uma verdadeira injeção de bloqueio mandibular, proporcionando anestesia regional a praticamente todos os ramos sensoriais desse nervo. O nervo alveolar inferior, o lingual, o milohióideo, o mentual, o incisivo, o auriculotemporal e o bucal são todos bloqueados pela injeção de Gow-Gates. Dois benefícios são vistos quando ele é utilizado: (1) os problemas associados às variações anatômicas na altura do forame mandibular são eliminados e (2) juntamente com a anestesia do nervo alveolar inferior, é geralmente obtida a anestesia dos outros ramos sensoriais do nervo mandibular. Uma frequência de sucesso acima de 95% pode ser obtida com a aderência apropriada ao protocolo (e com a experiência no uso dessa técnica). As desvantagens dessa técnica é que o tempo até o início da anestesia é um pouco mais longo (5 minutos) e que há uma curva de aprendizado no uso da técnica de Gow-Gates. A experiência clínica é necessária para se aprender efetivamente a técnica. 25 ÍNDICE Figura: marcos extraorais e intraorais para um bloqueio mandibular de Gow-Gates. A ponta da agulha é colocada imediatamente abaixo da cúspide mesiolingual do segundo molar maxilar (A) e é movida até um ponto imediatamente distal ao molar (B), mantendo a altura estabelecida na etapa anterior. Esse é o ponto de inserção para um bloqueio do nervo mandibular de Gow-Gates. Figura 14-15. Área anestesiada por um bloqueio do nervo mandibular (de Gow-Gates). Canto da boca Tecido mole e osso linguais Tecido mole extraoral Forame mentual Membrana mucosa alveolar Língua A B 26 2) Nervo lingual: é feita na sequência do Nervo Alveolar Inferior. Então, a partir da posição final da técnica do Alveolar Inferior, devemos recuar a agulha cerca de 1 centímetro e deslocar a seringa da comissura labial do lado oposto para a linha média mandibular. Confirmamos se a agulha segue em um ponto equidistante dos dois planos oclusais e, então, injetamos ⅓ de tubete. Fonte: autores e Malamed (2013). Fonte: autores e Malamed (2013). 3) Nervo Bucal/Bucinador: palparemos a linha oblíqua com o dedo indicador e apoiaremos a seringa carpule no plano oclusal superior. Esta será direcionada para introdução junto à linha oblíqua. Aprofundaremos a agulha cerca de 2mm e faremos a injeção de ⅓ do tubete anestésico. 27 ÍNDICE 4) Nervo Mentual/Mentoniano: iremos afastar o lábio inferior e a mucosa jugal, expondo a região de fundo de sulco junto aos pré- molares inferiores. A introdução da agulha será feita de superior para inferior entre os dois pré-molares inferiores. Após introduzirmos cerca de 6mm da agulha, injetaremos ⅔ de tubete anestésico. Fonte: autores e Malamed (2013). Forame mentual 28 ÍNDICE TÉCNICAS INFILTRATIVAS - SUBMUCOSA: infiltração no plano mais superior da camada submucosa, sem atingir tecido ósseo. - TRANSSEPTAL: infiltramos no centro da papila dentária até atingirmos o septo interdentário. 29 - INTRALIGAMENTAR: punção diretamente no espaço periodontal do dente a ser anestesiado. Essa técnica, por vezes, requer maior pressão durante a infiltração devido à resistência do ligamento periodontal. - INTRAPULPAR: punção diretamente na câmara pulpar do dente. Para realizarmos essa técnica, a câmara pulpar deve estar exposta, ou seja, durante tratamento endodôntico ou durante odontossecção para exodontia. 30 ÍNDICE INSTRUMENTAÇÃO - Seringa Carpule - Agulha gengival para Seringa Carpule (curta ou longa) - Tubete anestésico As agulhas gengivais estão disponíveis em três comprimentos: longas (30mm), curtas (22mm) e extracurtas (15mm). As extracurtas são indicadas para anestesia de pacientes pediátricos. As curtas podem ser usadas em toda e qualquer anestesia em que não haja necessidade da penetração em uma profundidade significativa. Ou seja, praticamente todas técnicas anestésicas. As longas são utilizadas quando é necessária a penetração de espessuras significativas de tecidos moles (p. ex.: bloqueios do nervo alveolar inferior, mandibular de Gow-Gates, mandibular de Akinosi) DICA: Não se recomenda massagear a área após a introdução do anestésico, ja que não há comprovação de que tenha funcionalidade. Essa manobra estimula a vasodilatação, o que nao é desejável para o melhor efeito e duração da anestesia. https://www.dentalcremer.com.br/seringa-carpule-com-refluxo-colorida-golgran-dc21991.html?utm_source=youtube&utm_medium=referral&utm_campaign=ebook_anestesia&utm_content=ebook_anestesia_seringa_carpule_golgran https://www.dentalcremer.com.br/agulha-gengival-allprime-dc25611.html?utm_source=youtube&utm_medium=referral&utm_campaign=ebook_anestesia&utm_content=ebook_anestesia_agulha_gengival_allprime ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS 10 dicas de como administrar o anestésico de forma adequada e o menos traumática possível 04 32 ÍNDICE A administração de anestésicos locais não precisa ser dolorosa e não deveria ser assim. Seguem 10 dicas que poderão lhe auxiliar na adequada aplicação da anestesia local: Dica 1: O operador pode sentir aumento na resistência dos tecidos à introdução da agulha. Por isso, recomenda-se que as agulhas descartáveis de aço inoxidável sejam trocadas após cada três ou quatro penetrações teciduais. Dica 2: Utilize anestésico tópico. Os anestésicos tópicos produzem anestesia dos 2 ou 3 mm mais externos da membrana mucosa. Porém, a dor causada pela penetração da agulha na ausência de anestesia tópica adequada, pode ser eliminada em odontologia pelo uso de agulhas de calibre não superior a 25. Dica 3: Verifique o fluxo da solução anestésica local antes da aplicação. Dica 4: Determine se o cartucho anestésico ou a seringa devem ser aquecidos. Cartuchos armazenados em refrigeradores ou outras áreas frias devem estar em temperatura ambiente antes do uso. 33 ÍNDICE Dica 5: Estabeleça um apoio firme para a mão. É essencial manter controle completo o tempo todo. Fazer isso exige uma mão firme, de modo que a penetração dos tecidos possa ser efetuada facilmente, com precisão e sem cortes inadvertidos nos tecidos. Dica 6: Mantenha a seringa fora da linha de visão do paciente. Observe o paciente e se comunique com ele. Dica 7: Faça a agulha avançar lentamente até o alvo e injete a solução anestésica no percurso. Dica 8: Deposite lentamente a solução anestésica local. A injeção rápida acarreta desconforto imediato (por alguns segundos), seguido por irritabilidade prolongada (dias) quando a dormência proporcionada pelo anestésico local se dissipa. Dica 9: Retire lentamente a seringa, e sempre, observe e comunique-se com o paciente. Dica 10: Registre a substância e quantidade anestésica utilizada na ficha do paciente ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAISFarmacologia 05 35 ÍNDICE PACIENTES COM COMPROMETIMENTO SISTÊMICO - Hipertensos: Deve-se aferir a pressão antes de iniciar o procedimento e 5 minutos após a anestesia, não podendo exceder 160/100. Para pacientes hipertensos, a dose de vasoconstritor por consulta deve ser controlada (4,4 tubetes de adrenalina 1:200.000, 2,2 tubetes de adrenalina 1:100.000 ou 1 tubete de adrenalina 1:50.000). - Angina pectoris: esses pacientes podem sentir dor no peito em exercícios leves ou intensos. No caso de dor ao realizar exercícios leves ou se o paciente relatar que a angina está instável, devemos adiar a cirurgia eletiva. Para pacientes controlados, devemos limitar a dose de vasoconstritor (como descrito acima) e ter disponível comprimidos de dinitrato de isossorbida ou spray de nitroglicerina. - Infarto e AVC há menosde 6 meses: cirurgias eletivas devem ser adiadas. Após os 6 meses, utilizar dose controlada de vasoconstritor. - Diabetes: realizar apenas se a diabetes estiver controlada. Se controlada, agendar a consulta para o período da manhã e evitar consultas longas. Além disso, devemos orientar o paciente a tomar seu café da manhã e suas medicações. - Hipertireoidismo: pacientes com evidência clínica de hipertireoidismo ou com hipertireoidismo não tratado, possuem contraindicação no uso de adrenalina. 36 ÍNDICE - Asma: o principal aliado durante o atendimento do paciente asmático é o controle da ansiedade. Devemos conversar continuamente com o paciente e realizar um atendimento humanizado para que a ansiedade não seja o ponto gatilho para o início de uma crise asmática. Além disso, a bomba de inalação pessoal deve sempre estar presente e o uso de AINES deve ser evitado. - Gestantes: a primeira opção é sempre adiar qualquer procedimento para depois do parto, mas se for necessário, dar preferência ao segundo trimestre de gravidez. As dicas são: evitar a posição supina, interromper o atendimento corriqueiramente para que a gestante possa ir ao banheiro (a pressão fetal na bexiga é bastante comum), evitar o uso dos anestésicos prilocaína e articaína (pois poderão estimular o desenvolvimento de metahemoglobinemia) e evitar o uso dos vasoconstritores noradrenalina e felipressina (a primeira poderá causar diminuição da irrigação placentária e a segunda poderá aumentar ocitócicas/ aumento das contrações uterinas). Por isso, indica-se a anestesia local com lidocaína associada à adrenalina. - Pacientes com necessidades especiais: esses pacientes possuem particularidades de cada doença e condição no qual estão associados. A dica é: sempre contate o médico de referência antes de realizar algum procedimento que envolva anestesia local, ele irá orientar corretamente o uso de fármacos para o paciente. 37 ÍNDICE - Pediátricos: a principal dica para o atendimento desses pacientes é o controle da dose anestésica. Para isso, temos uma tabela abaixo que relaciona o anestésico com o peso do paciente. 10kg 20kg 30kg15kg 25kg 35kg 40kg Lidocaína 2% sem vasoconstritor 1,25 1,87 2,91 2,91 2,91 3,88 3,88 3,88 2,44 3,66 3,66 2,22 1,38 1,38 1,38 5,55 4,86 4,86 4,86 3,05 4,58 4,58 2,77 1,73 1,73 1,73 6,94 5,5* 5,83 5,83 3,66 5,5* 5,5 3,33 2,08 2,08 2,08 8,33 5,5* 6,8 6,8 4,27 5,5* 6,41 3,88 2,43 2,43 2,43 9,72 5,5* 5,5* 7,7 7,7 4,88 7,33 4,44 2,77 2,77 2,77 11,1 2,5 3,12 3,75 4,37 5 1,94 1,94 1,94 1,22 1,83 1,83 1,11 0,69 0,69 0,69 2,77 4,16 1,04 1,04 1,04 1,66 2,75 2,75 1,83 Mepivacaína 3% sem vasoconstritor Articaína 4% sem vasoconstritor Articaína 4% + epinefrina 1:100.00 Articaína 4% + epinefrina 1:200.00 Bupivacaína 0,5% + epinefrina 1:200.000 *Valor limitado pela dose máxima de tubetes vasoconstritor. Fonte: Adaptado de Malamed (2013) e Wannmacher e Ferreira (2007). Lidocaína 2% + adrenalina 1:50.000 Lidocaína 2% + adrenalina 1:100.000 Mepivacaína 2% + adrenalina 1:100.000 Mepivacaína 2% + levonordefrina 1:20.000 Prilocaína 3% + felipressina 0,03UI/ml Lidocaína 2% + adrenalina 1:200.000 38 ÍNDICE Figura 1 - Efeitos adversos frente ao uso de anestésicos locais em diferentes sistemas. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: podem causar depressão desse sistema. Na presença de superdosagem, a primeira manifestação clínica é a convulsão e, por isso, o controle da dose é tão importante. MIOCÁRDIO E VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA: diminuem a excitabilidade elétrica do miocárdio, a velocidade de condução e a força de contração, além de produzirem vasodilatação periférica pelo relaxamento da musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos. Fonte: Elaborado pelos autores. SISTEMA RESPIRATÓRIO: exercem um efeito duplo sobre a respiração. Em níveis normais, eles têm ação relaxante direta sobre o músculo liso brônquico, enquanto em níveis de superdosagem podem produzir parada respiratória Figura 1 ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS Interações frente ao uso concomitante de anestésicos locais e outros fármacos 06 40 ÍNDICE - O uso de anestésicos locais em pacientes que fazem uso de antiarritmicos (mexiletina, tocainida), pode acarretar em depressão aditiva do Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Cardiovascular (SCV). - Em pacientes que fazem uso de barbitúricos (Fenobarbital - Gardenal), pode ocorrer depressão aditiva do SNC, depressão respiratória e aumento da velocidade de metabolismo do anestésico local. - O uso de benzodizepínicos (Midazolan, Diazepam, Alprazolam, Lorazepam e Oxazepan) diminui a neurotoxicidade do anestésico, mas aumenta o efeito cardiodepressor. Pode ocorrer uma possível depressão aditiva do SNC e depressão respiratória. - O uso de anestésicos locais diminuem a ação dos bloqueadores neuromusculares (Succilinicolina). - O uso concomitante de anestésicos locais e de depressores do SNC (álcool, antidepressivos, antihistamínicos, antipsicóticos, anti-hipertensivos de ação central, relaxantes musculares, outros anestésicos locais, substâncias ansiolíticas, fenotiazinas) podem provocar possível depressão aditiva do SNC e depressão respiratória. 41 ÍNDICE E quando meu paciente utiliza outros fármacos? O que faço? Quando há a indicação de se utilizar dose de vasoconstritor com cautela, a recomendação é que a dose máxima seja de aproximadamente 4 tubetes com solução de epinefrina 1:200.000 ou 2,2 tubetes de epinefrina 1:100.000. - Antagonistas β-adrenérgicos não seletivos (ex: propanolol): realizar dose mínima inicial de epinefrina (1 tubete contendo solução 1:200.000) e, então, devem ser monitorados para verificação de efeitos sistêmicos por 5 minutos (PA, frequência e ritmo cardíaco). Após, dose adicional cuidadosa pode ser injetada. - Antidepressivos triciclos (ex: amitriptilina, amoxapina, imipramina, nortriptilina, cloripramina): a administração de noradrenalina e levonordefrina é contraindicada. Recomenda-se a utilização de epinefrina e que a dose máxima seja de 5,5 tubetes de solução 1:200.000 ou 3 tubetes de solução 1:100.000. - Antipsicóticos ou bloqueadores β-adrenoceptores (ex: haloperidol, tioridazina, fenoxibenzamin, prazosina): os vasoconstritoes devem ser utilizados com cautela, já que podem produzir hipotensão significativa. 42 ÍNDICE - Bloqueadores neuronais adrenérgico (ex: prometazina, fenergam): o efeito colateral envolve o sistema cardiovascular e a hipotensão postural e os vasoconstritores devem ser usados em doses reduzidas. - Compostos fenotiazínicos (ex: clorpromazina, fluefenazina e levomepromazina): podem causar hipotensão se ocorrer injeções intravasculares; portanto, devemos ter bastante atenção ao realizar a infiltração anestésica. - Estimulantes do SNC (ex: anfetamina, metilfenidato): deve- se utilizar vasoconstritor com cautela para que não haja sobrestimulação do SNC. - Glicosídeos digitálicos (ex: digoxina, digitoxina): aumenta o risco de arritmias cardíacas. Consultar com médico do paciente. - Sinais e sintomas de hipertireoidismo: vasoconstritores devem ser usados com precaução. Doses altas podem acarretar um risco de toxicidade cardíaca em pacientes que fazem uso de hormônio tireoidiano (Tiroxina). 43 ÍNDICE ATENÇÃO: sempre que possível, não devemos administrar vasoconstritores em pacientes que usaram cocaína no dia de sua consulta. Níveis sanguíneos de cocaína alcançam seu pico em 30 minutos e, usualmente, retornam ao normal em 2 horas. No entanto, por via intranasal, o efeito pode durar por 4 a 6 horas. Os procedimentos odontológicos eletivos devem ser adiados por pelo menos 24 horas após a última exposição à droga. O uso de fio de retração gengival impregnado com adrenalina está absolutamente contraindicado nestes pacientes. - Os inibidores da monoaminoxidase - IMAO (ex: fluoxetina, clorgilina, isocarboxazida,moclobemida, pargilina, fenelzina, selegilina, tranilcipromina, brofaromina, iproniazida, isoniazida) podem potencializar as ações dos vasoconstritores. Quando associados ao vasoconstritor fenilefrina, pode causar crise hipertensiva, não sendo indicada essa associação. ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS Intercorrências 07 45 ÍNDICE QUEIMAÇÃO À INJEÇÃO: Uma sensação de queimação que ocorre durante a injeção de um anestésico local não é incomum. Embora usualmente transitória, a sensação de queimação à injeção de um anestésico local indica que está ocorrendo irritação tecidual. Como prevenir: Diminuir a velocidade da injeção ajuda. Não exceder a velocidade recomendada de 1,8 mL/min. TRISMO: limitação da abertura bucal, reversível, relativamente comum e que ocorre, geralmente, na realização da técnica anestésica do nervo alveolar inferior ou alveolar superior posterior. A etiologia pode estar associada ao trauma direto da agulha nas fibras musculares, injeção rápida, volume excessivo de anestésico, ou ainda de origem infecciosa. Como prevenir: adequada antissepsia da região a ser puncionada e correta execução da técnica anestésica, com menor trauma possível e evitando múltiplas punções. O tratamento é feito através de medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, alem de fisioterapia com aplicação de calor úmido e exercícios de abertura, fechamento e lateralidade da mandíbula. 46 ÍNDICE FRATURA DA AGULHA ANESTÉSICA: pode ocorrer por encurvamento intencional da agulha pelo cirurgião-dentista antes da injeção, contato vigoroso com o osso ou movimentos bruscos e inesperados do paciente. Caso ocorra, o que fazer? O profissional deve orientar o paciente a não realizar movimentos. Se o fragmento da agulha estiver visível, deve-se buscar removê-lo com uma pinça mosquito. Caso o fragmento esteja imerso nos tecidos, um serviço de referência hospitalar deverá ser procurado para avaliação da condição. TAQUIFILAXIA: por vezes, o profissional tem que readministrar anestésico, pois o procedimento odontológico ultrapassou o tempo de eficácia e o paciente sente dor. A Taquifilaxia é quando há o aumento da tolerância a uma droga que é administrada repetidamente, não ocorrendo o controle eficaz da dor após reinfiltrações. 47 ÍNDICE HEMATOMA: coleção de sangue nos espaços extracelulares que pode ser causado pelo trauma direto da agulha ou de algum instrumental em um vaso sanguíneo durante o transcirúrgico, mas tem regressão espontânea entre 7 e 14 dias. O hematoma ocorre com maior frequência em pacientes em uso de antiagregante plaquetário ou anticoagulante e portadores do coagulopatias. Caso ocorra, o que fazer? Monitoramento de possíveis infecções (os hematomas aumentam a incidência de infecção da ferida cirúrgica). Possibilidade de aplicação de calor úmido após 72h da cirurgia (para acelerar a reabsorção do hematoma). PARESTESIA: perda de sensibilidade de uma região que pode ser causada por trauma da agulha durante a sua inserção/remoção dos tecidos, hemorragias no interior ou ao redor da bainha neural e injeção ou infiltração de soluções anestésicas alteradas contendo álcool ou outras substâncias usadas para a assepsia dos tubetes. Recomenda-se também evitar o uso do anestésico articaína para bloqueio do nervo alveolar inferior. Caso ocorra, o que fazer? A resolução espontânea da parestesia é esperada e ocorre em um período aproximado de 8 semanas. Entretanto, o efeito poderá durar até 24 meses. O tratamento envolve fisioterapia, laserterapia de baixa intensidade e prescrição de complexo B - vitamina B1 (ação antineurítica/inflamação de nervos) e B12 (antinevrálgica/combate à dor neural) – além dessas ações, a vitamina B também participa da formação da bainha de mielina que reveste as fibras nervosas. ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAIS ANESTESIAS LOCAISConsiderações finais 08 49 ÍNDICE A anestesia local é um procedimento que faz parte da rotina do cirurgião-dentista. Executá-la com cuidado e conhecimento é muito importante. Os anestésicos locais podem e devem ser administrados de maneira não dolorosa ou atraumática. Para tanto, o cirurgião-dentista deve conhecer a farmacologia e administração dos anestésicos, a neuroanatomia e conhecer seu paciente, no que concerne, seu medo e ansiedade. Apesar de ser um procedimento seguro, os anestésicos locais não são drogas absolutamente inócuas. O profissional deve procurar descobrir o maior número possível de informações sobre o estado físico e mental do paciente antes da administração de um anestésico local. E por fim, com relação as técnicas anestésicas, é imprescindível que profissional tenha treinamento e domínio sobre elas, e saiba diferentes possibilidades para obter o efeito desejado através da associação de diferentes técnicas, quando necessário. 50 ÍNDICE PROFA. ADRIANA CORSETTI • Mestre e Doutora em Odontologia CTBMF UFRGS • Professora Adjunta, Fac. Odontologia (UFRGS/HCPA) • Professora Preceptora do Curso de Residência em Saúde Bucal UFRGS. • Especialista em Prótese Bucomaxilofacial (ABENO), SP • Habilitação em Odontologia Hospitalar, Conselho Federal de Odontologia (CFO) TAÍSE SIMONETTI • Cirurgiã-dentista formada pela UFRGS • Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela UFRGS/HCPA 51 ÍNDICE REFERÊNCIAS MALAMED, S.F. Técnicas de Anestesia Maxilar. In: ___. (org.). Manual de anestesia local. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Cap 13, p. 188-224. MALAMED, S.F. Técnicas de Anestesia Mandibular. In: ___. (org.). Manual de anestesia local. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Cap 14, p. 225-252. MALAMED, S.F. Complicações locais. In: ___. (org.). Manual de anestesia local. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Cap 17, p. 292-310. PURICELLI, E. Técnicas anestésicas em odontologia. In: ___. (org.). Técnica anestésica, exodontia e cirurgia dentoalveolar. Porto Alegre: Artes médicas, 2014. Cap 3, p.29-42. CONFIRA NOSSAS REDES SOCIAIS Dental Cremer Dental Cremer @dentalcremer dentalcremer Dental Cremer dentalcremer.com.br blog.dentalcremer.com.br marketing@dentalcremer.com.br https://www.facebook.com/DentalCremer/ https://br.pinterest.com/dentalcremer/_created/ https://www.instagram.com/dentalcremer/ https://open.spotify.com/user/dentalcremer? https://www.youtube.com/channel/UCs9ZT5tOJq-Skw9s3ENhrhA https://www.dentalcremer.com.br/?utm_source=youtube&utm_medium=referral&utm_campaign=ebook_anestesia&utm_content=ebook_anestesia_loja_virtual https://blog.dentalcremer.com.br/ mailto:?subject= Introdução Tipos de Anestésicos Como calcular a dose anestésica para o meu paciente Como selecionar o anestésico local? 10 dicas de como administrar o anestésico de forma adequada e o menos traumático possível Farmacologia Intercorrências Considerações finais
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