Buscar

Otite média aguda (OMA)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Otite média aguda
epidemiologia
De acordo com a epidemiologia da Otite média aguda há fatores que influenciam na ocorrência, como por exemplo a idade (pico de incidência e prevalência 6-20 meses, por conta da defesa imunológica desses serem menos desenvolvidas e também fatores menos favoráveis de estrutura e função da tuba auditiva), o sexo (meninos>meninas, além de ter uma maior predileção da doença também sugere uma maior gravidade), a raça (maior taxa de ocorrência em crianças brancas), os antecedentes genéticos, a condição socioeconômica (pessoas de renda mais baixa tem mais OMA e também maior predisposição para gravidade, por conta da higiene, condição nutricional, acesso limitado ao atendimento médico e recursos limitados para seguir os tratamentos prescritos), o tipo de leite ou fórmula utilizados na alimentação ( O LEITE materno protege a criança contra a OM, o grau de exposição à fumaça de tabaco, o grau de exposição a outras crianças (tanto em casa quanto na creche), a presença ou não de alergia respiratória, a estação do ano (nos climas temperados, tem uma maior ocorrência durante os meses frios e taxas mais baixas durante os meses mais quentes, acompanha o padrão de ocorrência das infecções do trato respiratório superior) e a realização ou não da vacinação pneumocócica (permite limitar os episódios frequentes de OMA e também a necessidade de intervenção cirúrgica com a inserção de tubos de timpanostomia). As crianças com determinados tipos de anomalias craniofaciais congênitas e fenda palatina submucosa são mais sujeitas à OM.
Etiologia
S. pneumoniae (40%), Haemophilus influenzae (25-30%), Moraxella catarrhalis (10-15%). Há também outros estreptococos do grupo A, com o Staphylococcus aureus e os organismos gram-negativos que são encontrados com maior frequência nos neonatos e em lactentes muito jovens hospitalizados. 
Além desses, o rinovírus e o vírus sincicial respiratório são os mais encontrados. Esses patógenos virais tem um impacto negativo sobre a função da tuba auditiva e podem prejudicar a função imunológica, aumentar a aderência bacteriana e alterar a farmacocinética, fatores que reduzem a eficácia dos medicamentos antimicrobianos.
Patogênese
Geralmente é causado por um patógeno bacteriano, e para a compressão da patogênese, vamos levar em consideração a tuba auditiva, o sistema imunológico e o perfil de fatores de risco da criança e as interações hospedeiro-patógeno.
Em condições normais, a tuba auditiva fica passivamente fechada e se abre pela contração do músculo tensor do véu palatino. A função dela em relação ao ouvido médico é a ventilação, a proteção e a limpeza, sendo a ventilação a mais importante, porque a mucosa do ouvido médio depende do suprimento de ar da nasofaringe e a interrupção desse processo de ventilação pela obstrução da tuba dá início a uma resposta inflamatória que inclui a metaplasia secretora, o comprometimento do sistema de transporte mucociliar e a efusão de líquido para o interior da cavidade timpânica.
A obstrução da tuba auditiva pode resultar da hipertrofia do tecido adenoide nasofaríngeo ou de tumor (extraluminalmente) e também do edema inflamatório da mucosa tubária por conta de uma infecção viral do trato respiratório superior ou do funcionamento inadequado do mecanismo de abertura da tuba que pode ser atribuído ao funcionamento anormal da musculatura tubária, complacência excessiva da parede tubária ou ambos (intraluminalmente).
Mas quando é causada por uma infecção viral do trato respiratório superior tem a liberação de citocinas e de mediadores inflamatórios, que podem causar uma disfunção tubária, também podem aumentar a colonização e a adesão bacteriana na nasofaringe e comprometer as defesas imunológicas do hospedeiro contra a infecção bacteriana.
Eventos como alterações da limpeza mucociliar em virtude de repetida exposição viral que ocorrre nas creches ou a fumaça de cigarro pode afetar o equilíbrio da patogênese a favor dos patógenos menos virulentos da OMA.
Manifestações clínicas
Os sinais e sintomas são variáveis, principalmente em lactentes e nas crianças pequenas. Pode haver dor de ouvido, que se manifesta com irritabilidade, mudança nos hábitos alimentares e de sono, a criança costuma segurar e puxar a orelha.
A febre também pode estar presente e raramente a ruptura da membrana timpânica com otorreia purulenta.
Os sintomas sistêmicos e os associados as infecções do trato respiratório superior também ocorrer.
Pode haver perda auditiva que pode se manifestar por alterações dos padrões de fala e é comum que passe despercebido se for unilateral ou leve, principalmente em crianças menores. Também pode ter uma dificuldade de equilíbrio, ou desequilíbrio, também podem estar associados a otite media externa, e as crianças maiores podem se queixar de um leve desconforto ou de sensação de entupimento do ouvido.
Exame do tímpano
Otoscopia
Temos dois tipos de cabeça de otoscópio para visualizar o tímpano, o cirúrgico e o diagnóstico ou pneumático.
O uso da cabeça cirúrgica é ótimo para remover o cerume ou resíduos do canal sob observação direta e é necessário à realização satisfatória da miringotomia e da timpanocentese. A cabeça diagnóstica incorpora uma lente maior, uma fonte de luz fechada e um bico para conexão de um bulbo de borracha ou um tubo.
Já a otoscopia pneumática é importante na avaliação do ouvida das crianças e também para realizar diagnóstico preciso de OM.
Então durante a otoscopia podemos estimar o grau de mobilidade da membrana timpânica em resposta às pressões positivas e negativas geradas ao se apertar e soltar o bulbo, fornecendo dados acerca da presença de líquido no ouvido médio, sendo esse sinal para OMA e OME. A iluminação adequada é essencial para a visualização ideal da membrana timpânica.
Limpeza do canal auditivo externo
Se a membrana estiver obscurecida pelo cerume, este deve ser removido sob observação direta, através da cabeça cirúrgica do otoscópio. Durante o procedimento pode ser vantajoso restringir o lactente ou a criança pequena na posição prona, virando a cabeça da criança para a direita ou a esquerda para limpar cada ouvido. Crianças maiores a partir dos 5 anos, costuma ser mais fácil, seguro e menos traumático. Vale ressaltar que a lavagem só deve ser feita se houver a certeza da integridade da membrana timpânica. 
Os ouvidos da maioria das crianças são auto-limpantes, por conta da migração escamosa da pele do canal auditivo. Mas alguns pais fazem uso de cotonete e acaba levando a impactação do cerume, que é empurrado para o interior do canal auditivo.
Achados da membrana timpânica
Vamos analisar o contorno, a coloração, transparência, alterações estruturais, se houver e a mobilidade.
Normalmente, o contorno é ligeiramente côncavo. As possíveis anormalidades são os abaulamentos e retração. A coloração normal da membrana timpânica é cinza-perolado. Quando tem um eritema pode ser sinal de inflamação ou infecção, alguns casos quando o eritema é isolado pode resultar do choro ou do aumento do fluxo vascular. A brancura anormal da membrana pode resultar de cicatrização ou da presença de líquido na cavidade do ouvido médio; o líquido também pode conferir uma coloração âmbar, amarelo-pálida ou raramente azulada. Mas normalmente a membrana é translúcida, mas pode ser um pouco opaca nos primeiros meses de vida.
Alterações estruturais são cicatrizes, perfurações, bolsas de retração e a complicação mais grave que é a formação de colesteatoma.
Diagnóstico
O paciente deve ter uma: 
História de início agudo dos sinais e sintomas; Presença de Efusão na orelha média; Sinais e sintomas de inflamação do ouvido médio.
A OMA define-se com um início recente, os sinais e sintomas surgem de forma abrupta normalmente (apresentando eritema distinta de Membrana timpânica ou otalgia distinta (que é aquele desconforto referido no ouvido que interfere ou impede do paciente fazer as atividades normais ou até mesmo no sono). 
A Presença de efusão na orelha média que é indicada pelo abaulamento da membrana timpânica, mobilidadelimitada ou ausente, nível de ar fluido atrás da MT, otorreia.

Outros materiais