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Projeto Graduação Curso Administração Disciplina Comportamento do Consumidor Tema A Criação de Valor para o Cliente e o Mercado Professora Deborah Tazima Coordenadora Mariana Monfort Barboza CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo à terceira aula da disciplina “Comportamento do Consumidor”! Como o tempo passa rápido, não é mesmo? Você já está na metade dessa disciplina! Na aula passada, discutimos os fatores sociais e culturais associados ao consumo, bem como outras questões pessoais e situacionais que influenciam o comportamento do consumidor. Além disso, entendemos a importância dos grupos de referência e o papel da família na tomada de decisão ao exploramos o ciclo de vida da família e as novas estruturas familiares. A partir de agora, iremos explorar como é feita a criação de valor para o cliente e o mercado. O primeiro passo é compreender as diversas questões ligadas a essa temática, como a satisfação do consumidor e as experiências de consumo. Para isso precisamos entender os aspectos relacionados à psicologia do consumidor e como é formada a percepção. Para relacionar esses conhecimentos, analisaremos os possíveis processos de decisão de compra. Preparado? Então vamos lá! Confira no material o vídeo com as considerações iniciais da professora. CONTEXTUALIZANDO O que é valor para o cliente? E como agregá-lo a um produto? Leia um texto que trata desse assunto no link a seguir: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-valor-para-os- seus-clientes A professora fez um vídeo falando mais um pouco sobre o tema, confira no material on-line! Após ler a reportagem da Revista Exame e assistir ao vídeo, anote em seu caderno quais são os elementos expostos no texto que podem influenciar a criação de valor para o ciente. A seguir e veja o comentário da professora sobre a pergunta que foi lançada: A matéria tem como foco associar a criação de valor de um produto ao posicionamento de sua oferta. No exemplo das canetas, podemos identificar que os benefícios esperados para uma caneta de luxo e uma caneta esferográfica são distintos, por isso a estratégia de como esse valor vai ser ofertado vai ser diferente para os dois, e essa proposição de valor precisa ficar clara para o cliente através de elementos como o preço, a experiência de consumo e a satisfação. Todos esses componentes da criação de valor para o cliente serão explorados ao longo da rota. Vamos começar? http://exame.abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-valor-para-os-seus-clientes http://exame.abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-valor-para-os-seus-clientes Tema 1 - Satisfação Você já deve ter ouvido várias vezes que o marketing busca identificar e satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores de forma lucrativa. Desta forma, proporcionar satisfação ao cliente é um dos pilares mercadológicos e, por isso, é fundamental compreender como a satisfação ocorre, para que seja possível proporcionar a melhor experiência ao cliente e influenciar suas compras futuras. Mas o que é satisfação? Para Kotler e Keller (2012, p. 134) “a satisfação é o sentimento de prazer ou decepção que resulta da comparação entre o desempenho (ou resultado) percebido de um produto e as expectativas do comprador”. Para que você entenda claramente esse conceito, apresentaremos a seguir um exemplo: Imagine que foi inaugurada uma lanchonete na sua cidade. Uma colega de trabalho visitou o local e o recomendou com muita convicção, afirmando que a comida estava deliciosa. A partir do depoimento dela, você ficou com uma alta expectativa em relação ao estabelecimento e marcou um encontro com um grupo de amigos no final de semana para conhecer a lanchonete. Entretanto, ao chegar lá, vocês se depararam com uma fila de espera de 45 minutos para conseguir uma mesa. O salão de espera estava lotado e foi necessário ficar em pé durante todo esse tempo. Ao conseguir uma mesa, o garçom demorou para trazer o cardápio, e depois de uma longa espera a comida chegou, mas o pedido veio errado para você e outro amigo, causando desconforto em todos. Você finalmente prova o prato tão recomendado pela sua colega de trabalho e se decepciona! O hambúrguer é industrializado e as batatas são prontas. Assim, essa experiência de consumo desapontou você em função do serviço ruim do restaurante, sentimento que foi agravado pela alta expectativa que você tinha. Pelo cenário fictício comentado, é possível entender a importância de ter o conhecimento de como o processo de satisfação ocorre nos indivíduos, já que assim é possível maximizar essa sensação e construir uma relação duradoura com o consumidor. Portanto, o conceito de satisfação gira ao redor da expectativa e do desempenho do produto, que pode ser um bem ou um serviço. A satisfação do consumidor influencia as futuras intenções de compra, sustentando, portanto, o relacionamento a longo prazo com o cliente e impactando na lealdade. Trata-se, dessa forma, de um componente altamente estratégico para a organização. Só sabemos se estamos satisfeitos ou não com o produto após utilizá-lo, isso porque a satisfação ou insatisfação é gerada em uma fase seguinte à experiência de consumo. Para avaliar a satisfação, o cliente faz uma comparação entre o que ele espera de um produto e as vantagens que são recebidas por ele. Para a satisfação máxima em relação à empresa, é preciso descobrir quais os atributos mais valorizados pelos clientes, para poder operar em níveis que sejam iguais ou superiores ao que eles esperam (ALVES, MONFORT E ROLON, 2014). Isso inclui tanto os atributos físicos do produto quanto os serviços que são associados a ele, como o de atendimento e de pós-venda. O que isso quer dizer? Não adianta ter uma equipe fantástica de engenheiros para desenvolver novos produtos sofisticados se a equipe de pós- venda frustrar o consumidor com um atendimento de baixa qualidade. No caso do setor de serviços, essa questão é ainda mais desafiadora, pois todo o produto é intangível e consumido ao mesmo tempo em que é produzido, portanto está sujeito a variabilidade. A empresa precisa tomar cuidado com a expectativa que vai criar no cliente, pois para gerar satisfação as expectativas precisam ser, no mínimo, plenamente atendidas e idealmente superadas. Um exemplo facilitaria muito o entendimento sobre satisfação, não é mesmo? Acompanhe um a seguir: O aniversário do seu melhor amigo é daqui a uma semana, em um sábado, e você pretende dar de presente um livro, que acabou de ser lançado, de um autor que sabe que ele gosta. Comparando com as lojas físicas, você decide comprar na internet por ser muito mais barato. Como a estimativa de entrega é para a quarta-feira, o tempo será suficiente. Você realiza a compra, o pagamento é efetuado, a loja passa o código de rastreio da mercadoria e você se tranquiliza pela “missão cumprida”. Na quarta-feira, data prometida para a entrega, o livro ainda não chegou. Você, então, utiliza o código de rastreio fornecido pelo site e descobre que o produto ainda não foi sequer separado no estoque e fica extremamente ansioso. Ao entrar em contato com a central de atendimento, descobre que muitos pedidos do livro foram feitos simultaneamente, dessa forma, a empresa está aguardando um novo estoque da editora para fazer a distribuição, portanto a entrega irá atrasar. Você fica extremamente insatisfeito e frustrado com aquela loja. O que a empresa deveria ter feito nesse caso? A opção seria dar um prazo realista de entrega e cumpri-lo para que você ficasse satisfeito e, se possível, adiantar esse prazo de entrega para surpreendê-lo. Portanto, as empresas precisam se concentrar em promessas realistas (e até modestas) para seus consumidores, para conseguirem atendê-las e, preferencialmente, entregar algoalém do que foi prometido para encantá-los. A satisfação do cliente deve ser trabalhada para obtenção de vantagem competitiva. Para isso, é necessário definir se o cliente percebe que o custo de aquisição é menor do que o “pacote de benefícios” recebido por meio do produto. Se a empresa conseguir sustentar essa relação a longo prazo (satisfação > custos de aquisição), consideramos que ela tem uma vantagem competitiva sustentável. Para compreendermos se o pacote de benefícios ofertados pela empresa é maior do que os custos de aquisição, devemos considerar três dimensões da satisfação (SAMARA E MORSCH, 2005): Satisfação funcional: São as características tangíveis que fazem parte do produto e fornecem uma proposição de valor específica ao consumidor ao ofertar uma função ou utilidade específica de um produto. Por exemplo, o anúncio a seguir enfatiza a satisfação funcional de um alvejante ao salientar o seu desempenho superior para a função de branquear uma roupa: Fonte: Reprodução. Satisfação emocional: Também é chamada de satisfação psicológica e, ao contrário da primeira, não pode ser mensurada por critérios tangíveis. Por meio desse tipo de satisfação, o consumidor pretende atingir status, prestígio, segurança ou qualquer outro benefício intangível. A campanha abaixo, por exemplo, traz apelos emocionais ao colocar no lugar do cinto de segurança o “abraço” de uma pessoa querida pelo personagem, para conscientizar sobre a importância da segurança no trânsito. Fonte: Reprodução. Satisfação de benefício de uso: Essa dimensão é intermediária entre os benefícios funcionais e emocionais e está relacionada ao valor ganho pela propriedade e uso de um bem ou serviço. É uma avaliação que o consumidor faz entre critérios racionais e outras características menos tangíveis. O anúncio a seguir tem o intuito de justamente mesclar alguns apelos emocionais (beleza e status) com outros mais racionais (custo-benefício). Fonte: Reprodução. Os profissionais de marketing precisam compreender a diferença entre essas formas de satisfação potencialmente procuradas pelos consumidores para prever o que o seu mercado-alvo está buscando e fornecer o melhor pacote de utilidades possíveis aos consumidores. Assim, consequentemente, gera-se maior satisfação e valor, como observado a seguir: Figura 1 – O produto e os tipos de satisfação. Fonte: Samara e Morsch, 2005, p. 204. Quando falamos de custos de aquisição, estamos nos referindo não somente aos recursos financeiros que serão gastos nesse produto e sim aos outros elementos que serão “desgastados” para se obter o produto, como recursos psicológicos, tempo, riscos e custos de oportunidade. Assim, o profissional de marketing precisa prover ao cliente um alto nível de satisfação e gerar valor para ele. Para isso, é necessário compreender que os custos de aquisição envolvidos afetam a satisfação do produto e garantir que os benefícios são maiores do que os custos incorridos para sua aquisição. Essa avaliação pós-compra é um parâmetro importante se o consumidor irá dar continuidade ou não à sua relação com a empresa ao longo do tempo. Desta forma, caso o resultado final da experiência de consumo seja o desapontamento, é necessário que a empresa busque “constantemente os motivos pelos quais seus clientes poderiam ficar insatisfeitos a fim de que possam melhorar” (SOLOMON, 2011, p. 393), garantindo assim que o relacionamento empresa- cliente seja contínuo. Para aprofundar os estudos a respeito dos assuntos trabalhados nessa aula, leia o capítulo 3 do seguinte livro: ALVES, E. B.; MONFORT, M. B.; ROLON, V. E. K. Marketing de Relacionamento: Como Construir e Manter Relacionamentos Lucrativos. Curitiba: Intersaberes, 2014. Acesse-o na Biblioteca Virtual! http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/662.php Para saber mais sobre satisfação do consumidor, leia o estudo de caso fictício “Pé na Areia”. Ele trata de um jovem casal e dois filhos, que passam as férias em uma pousada da Ilha do Mel, litoral paranaense. As aventuras e desventuras dão margem à http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/662.php discussão sobre os valores e as expectativas sobre os serviços prestados. http://www.espm.br/Publicacoes/CentralDeCases/Documents/PE NAAREIA.pdf Assista também ao vídeo: “A satisfação do consumidor e os resultados no mercado” para saber mais sobre a satisfação do consumidor na era da internet. https://www.youtube.com/watch?v=PMm_xSXzz4s O caso Disney é referência mundial em satisfação dos consumidores, dessa forma uma excelente indicação para saber mais sobre o tema é ler o livro “O Jeito Disney de Encantar os Clientes - Do Atendimento excepcional ao nunca parar de crescer e acreditar”, da Disney Institute. Para finalizar os estudos desse tema, veja no material on-line quais são as considerações da professora a respeito dos assuntos abordados. Tema 2 - Experiências de consumo Vivemos em um momento histórico no qual os consumidores são cada vez mais empoderados e não podem mais ser considerados como elementos passivos do processo de consumo, em contraposição à lógica dominante até alguns anos atrás. Esses clientes têm acesso a um número cada vez maior de bens e serviços, fazendo com que as empresas precisem ser sempre mais criativas na oferta de valor para gerar encantamento. Por isso, na área de gestão, salienta-se cada vez mais a necessidade de trabalhar as experiências de consumo para conquistar o cliente. http://www.espm.br/Publicacoes/CentralDeCases/Documents/PENAAREIA.pdf http://www.espm.br/Publicacoes/CentralDeCases/Documents/PENAAREIA.pdf https://www.youtube.com/watch?v=PMm_xSXzz4s A experiência de consumo não tem uma definição rígida na literatura de marketing e diversos autores buscaram construir definições acerca desse fenômeno (MELO, 2012). Por ser um tema complexo, com múltiplas dimensões, podemos discutir essencialmente os elementos subjetivos da experiência de consumo para compreender o impacto desses eventos no comportamento do consumidor. A experiência de consumo se constitui da interação do consumidor com diversos aspectos de um mesmo produto (MELO, 2012). Assim, o consumidor precisa ser envolvido em diversos níveis: Propagandas: devem despertar sensações e memórias; Embalagem: deve ser cativante; Ambiente da loja e atendimento: devem ser memoráveis. Para Barbosa, Farias e Souza (2013), há alguns elementos que precisam ser compreendidos para fornecer uma experiência de consumo plena, dois deles são: Para os autores, ao se reconhecer essas questões, é possível identificar, por exemplo, como o cliente vai lembrar da experiência. Além disso, pode-se classificá-la em relação ao seu nível de funcionalidade e hedonismo, podendo a experiência de consumo ser considerada respectivamente como um evento comum ou um evento extraordinário vivido pelo consumidor. Nessa visão sobre o consumo, o valor para o cliente só vai existir a partir da experiência de consumo, ou seja, o valor do produto só existe depois de ser devidamente utilizado, sendo a experiência uma condição essencial para a determinação de valor (LUSCH, VERGO E O’BRIEN, 2007 apud BRASIL, 2007). Desta forma, a função do marketing é justamente proporcionar a melhor experiência para o consumidor e conseguir entregar por consequência o maior valor possível ao mercado alvo. Para Solomon (2011), o varejo pode ser encarado como um teatro que proporciona as experiências imersivas que criam laços com seus clientes a partir de ambientes elaborados por projetistas de shopping. Nesse cenário“muitas lojas estão se esforçando para criar ambientes imaginativos que transportem os compradores a mundos de fantasia ou que ofereçam outros tipos de estímulo. Chamamos essa estratégia de tematização do varejo” (SOLOMON, 2011, p. 384). Muitas lojas também buscam transformar o seu ambiente para se tornar um espaço de estar, em que se pode frequentar o local ao se sentir “convidado” a se familiarizar com ele e passar experiências agradáveis no estabelecimento. As livrarias trabalham muito bem essa questão ao disponibilizar poltronas confortáveis para leitura e serviço de café, fazendo com que o cliente sinta prazer em estar ali. Um exemplo é a Livraria da Vila, em São Paulo. No link a seguir é possível ver algumas imagens: http://www.architonic.com/es/aisht/livraria-da-vila-isay- weinfeld/5102240 Portanto, a experiência de consumo deve ser pensada como um processo completo, em que a loja deve oferecer ao cliente as melhores experiências possíveis em todas as etapas de decisão, incluindo o reconhecimento do problema e a etapa pós-compra. Outras iniciativas relacionadas à experiência de consumo são aquelas empresas capazes de criar experiências que envolvem o seu consumidor de forma intensa, ao permitir que ele mesmo crie o seu produto da marca. Quer um exemplo? http://www.architonic.com/es/aisht/livraria-da-vila-isay-weinfeld/5102240 http://www.architonic.com/es/aisht/livraria-da-vila-isay-weinfeld/5102240 A Bite Beauty Lip Lab é uma empresa que fica em Nova Iorque e permite que a cliente customize o seu próprio batom escolhendo a cor, o acabamento, a essência, a textura e a embalagem. Para isso, as consumidoras têm o apoio de uma consultora, que faz um diagnóstico para entender a personalidade, os desejos e o estilo de vida da cliente, a fim de sugerir alguns pigmentos para criar um produto exclusivo. No link a seguir é possível assistir a um vídeo que mostra todo o processo de escolha e produção! http://bitebeauty.com/lip-lab-2/ A tendência de se valorizar a experiência de consumo tem se mostrado tão consistente que as próprias experiências em si têm se tornado um produto. E sabe porque isso acontece? A tendência é que as pessoas consumam cada vez mais experiências no lugar de bens físicos, como uma reação ao excesso e ao consumismo. Alguns serviços interessantes têm surgido desse debate como opções que permitem que o cliente presenteie alguém com uma “experiência”, como um dia de spa ou um salto de paraquedas. Desta forma, o resultado de uma compra é influenciado por muitos elementos além das qualidades do produto ou do serviço, pois o processo de tomada de decisão do consumidor pode ser impactado no momento da compra pela experiência ofertada. As empresas precisam investir cada vez mais no desenvolvimento de experiências de consumo memoráveis para se diferenciar de seus concorrentes. Leitura Obrigatória: PAIXÃO, Márcia Valéria. A influência do consumidor nas decisões de marketing. Curitiba. Ibpex, 2011. Capítulo 1. Acesse esse livro na Biblioteca Virtual: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in http://bitebeauty.com/lip-lab-2/ http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in Para saber mais sobre experiência de consumo, leia o artigo “Entre a Fome e a Vontade de Comer: os Significados da Experiência de Consumo em Restaurantes”, que você encontra no link a seguir: http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EMA/ema_2008/2008 _EMA49.pdf Para finalizar os estudos desse tema, veja no material on-line quais são as considerações da professora a respeito dos assuntos abordados. Tema 3 - Psicologia do consumidor O comportamento do consumidor é formado por influências externas e internas: Essas variáveis intrapessoais nos ajudam a compreender os “gatilhos” do consumo e são intensamente estudadas na psicologia do consumidor. Os fatores psicológicos afetam o modelo de decisão dos consumidores, já que o comportamento pode ser entendido como um iceberg, em que a maior parte não é explícita, mas sustenta a parte visível. A psicologia é utilizada no comportamento do consumidor para esclarecer o papel do produto nos processos de percepção, aprendizagem e memória (SOLOMON, 2011). Os profissionais de marketing precisam entender as razões subjetivas de natureza psicológica que determinam o que será comprado. Muitas escolas de pensamento buscaram explicar os processos internos do comportamento do consumidor e algumas utilizaram http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EMA/ema_2008/2008_EMA49.pdf http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EMA/ema_2008/2008_EMA49.pdf como ponto de partida a relação entre as necessidades e a motivação para entender a psicologia do consumidor. Elas consideravam que necessidades não satisfeitas impulsionam o comportamento para aliviar a tensão, como pode ser visto na figura 2 a seguir. Fonte: Samara e Morsch (2005, p. 103). A abordagem mais conhecida que relaciona as necessidades com a motivação humana foi desenvolvida pelo psicólogo Abraham Maslow, na qual "as necessidades humanas são divididas em fisiológicas, sociais, de segurança, de status e de autorrealização. E o consumo de produtos e serviços é um meio de saciar essas carências" (PAIXÃO, 2011, p. 48). Mas, na prática, como o marketing pode utilizar esses conceitos? A partir do processo apresentado na figura 2, pode-se verificar que o marketing pode oferecer um motivo/estímulo para satisfazer uma necessidade específica e induzir a um comportamento específico. Desta forma, os profissionais dessa área precisam entender como as necessidades humanas podem ser satisfeitas. Pense na campanha do chocolate Snickers que diz “você não é você quando está com fome”. Essa mensagem pode ser considerada um estímulo (motivo) para satisfazer qual tipo de necessidade? Disponível em: http://www.feedcomercial.com.br/cases/detalhes/acao-de- impacto-snickers. Com certeza é uma necessidade fisiológica: a fome. Em toda a campanha, enfatiza-se que o chocolate pode saciar a fome. Veja no quadro a seguir mais alguns exemplos de como as empresas trabalham com a satisfação da hierarquia de necessidades de forma aplicada: Necessidades Produtos Mensagens publicitárias Fisiológicas Bebidas, remédios, alimentos “Realmente, mata a sede.” (Gatorade) “Tomou Doril, a dor sumiu.” (Doril) De segurança Seguros, sistemas de alarme, investimentos “Você mais bem protegido sob o guarda-chuva.” (Travelers Insurance) “Sedex. Mandou. Chegou.” (Correios) “Potência não é nada sem controle.” (Perelli) Sociais Vestuário, bebidas, clubes, acessórios “Somos a sua companhia.” (TAP-Air Portugal) “O banco da sua vida.” (Banco Real) De estima Carros, mobília, cartões de crédito, lojas, bebidas alcoólicas, cosméticos “A estrela é você.” (Lux) “Os líderes vestem.” (Hugo Boss) “Bem estar bem.” (Natura) “A way of life.” (Brooksfield) De autorrealização Hobbies, viagens, educação, cultura, bens de luxo “Porque a vida é agora.” (Visa) “Desafios. Aventuras. Crescimento.” (Escola) “A arte de escrever.” (Montblanc) Fonte: Samara e Morsch, 2005, p. 105. http://www.feedcomercial.com.br/cases/detalhes/acao-de-impacto-snickers http://www.feedcomercial.com.br/cases/detalhes/acao-de-impacto-snickers A psicologia do consumo também deve ser levada em consideração para explicar como os clientes aprendem sobre um produto ou uma marca. Para Samara e Morsch (2005, p. 107): consumidores experientes e familiarizados com o produto poderão avaliar melhor as alternativas de marcas disponíveis, facilitando sua decisão de compra. Assim, os profissionais de marketing podem ajudar os consumidores a aprender sobre seus produtos, deixando-os ganhar experiência com eles. Assim, outro fator importante para o marketing explicado pela psicologiado consumidor é o processo de aprendizagem, um fenômeno complexo com diversas vertentes dentro da própria psicologia. Entre elas, destacam-se as teorias behavioristas e as teorias cognitivas, ambas frequentemente utilizadas pelos profissionais de marketing. Teoria behaviorista Dentro da perspectiva das teorias behavioristas de aprendizagem, entende-se que o aprendizado ocorre como resultado de respostas a eventos externos e os comportamentos são condicionados. Assim “os consumidores respondem a nomes de marcas, aromas, jingles e outros estímulos de marketing com base nas conexões aprendidas que se formaram com o passar do tempo” (SOLOMON, 2011, p. 121). Desta forma, as experiências das pessoas são moldadas pelo feedback que elas recebem ao longo do tempo, ou seja, a vivência acumulada sobre aquela categoria de produto, empresa etc. Os conceitos behavioristas da aprendizagem são bastante utilizados no marketing. Um dos mais aplicados é o da repetição, que propõe que na aprendizagem as “exposições repetidas aumentam a força das associações estímulo-resposta e impedem o desaparecimento de tais associações na memória” (SOLOMON, 2011, p. 121). Esse princípio é bastante utilizado por profissionais de propaganda para reforçar as associações à marca por repetição ao considerar que, para fins mercadológicos, os elementos básicos da aprendizagem são os estímulos (propaganda) e o reforço. Você se lembra de uma campanha antiga do chocolate Baton que repetia várias vezes a frase “peça Baton”? Fonte: Reprodução. Atualmente, com o marketing digital, esse princípio também é aplicado de forma ainda mais intensa. Pense na última vez que você fez uma busca na internet sobre um produto que queria comprar. Você deve ter observado que mesmo que não tenha feito a compra, esse produto ficou aparecendo na forma de anúncio durante vários dias nas suas redes sociais, no e-mail marketing, no Youtube etc. Isso acontece porque as empresas utilizam o seu histórico de navegação e sabem quais são os produtos pelos quais você se interessou ou pesquisou sobre. A partir dessa informação, ela tenta repetir esse estímulo ao máximo em uma tentativa de concretização da compra. Outra aplicação possível dos princípios behavioristas de aprendizagem em marketing é quando os consumidores reconhecem marca, símbolo, cores, formas, sons e cheiros por meio de associações, que criam uma memória afetiva e reforçam a lealdade do cliente. De acordo com Solomon (2011, p. 123), “Essas associações são cruciais para muitas estratégias de marketing baseadas na criação e na perpetuação do valor de marca, em que uma marca tem fortes associações positivas na memória do consumidor, o que, como resultado, produz lealdade”. Outra questão que é influenciada diretamente por fatores psicológicos comportamentais é a precificação. O preço é um dos elementos do mix de marketing, o único do composto que gera receita para a organização, além de ser mais flexível do que os demais (KOTLER; KELLER, 2012). O preço final deve estar coerente com o posicionamento adotado pela empresa e com o preço de referência relacionado àquela categoria de produto. A definição da precificação é um elemento estratégico para a empresa e influencia o volume das vendas, sendo que, em alguns casos, é recomendado utilizar a técnica do preço psicológico, no qual os centavos são números “quebrados”. De acordo com Basso e Espartel (2004, p. 3): A inclusão das dimensões comportamentais do consumidor na análise das decisões de preço provocou o surgimento do chamado preço psicológico (Monroe, 1990), que envolve hábitos, prestígio dos produtos e a utilização de preços com terminações em alguns dígitos específicos. A explicação por trás do mecanismo do preço psicológico se baseia no ganho percebido, ou seja, o cliente considera que o número quebrado traz a sensação de um pequeno ganho em relação ao número inteiro (ex.: R$29,99 vs. R$ 30,00) ao criar a ilusão de que o número quebrado é muito menor do que o número inteiro, fazendo com que o cliente tenha a sensação de que está tomando uma decisão mais assertiva e “vantajosa“ (BASSO E ESPARTEL, 2004). Teoria cognitiva Apesar das contribuições valiosas da teoria behaviorista para o marketing, seu poder de explicação não consegue abranger todos os aspectos do consumo. Desta forma, outra vertente de aprendizagem na psicologia do consumidor também deve ser compreendida. Em contraposição às teorias behavioristas, acusadas de reduzir a aprendizagem a um processo muito mecânico, os modelos de aprendizagem cognitiva enfatizam a importância dos processos mentais internos. Nessa perspectiva, os indivíduos buscam a solução de problemas mediante o processamento de informações que envolvem a habilidade humana de aprender por meio da manipulação de ideias (SAMARA E MORSCH, 2005, p. 107). Assim, os modelos de aprendizagem cognitiva explicam outros mecanismos de consumo que não podem ser simplificados a uma conexão estímulo-resposta e enfatizam a importância dos processos mentais internos. Portanto, “essa perspectiva vê as pessoas como indivíduos que solucionam problemas e que ativamente utilizam informações do mundo à sua volta para dominar o seu ambiente” (SOLOMON, 2011, p. 128). Nos modelos de aprendizagem cognitiva, entende-se que as pessoas aprendem por observação, portanto o profissional de marketing não precisa dar um reforço positivo ou negativo para cada ação específica de todos os consumidores de forma individual. Mesmo porque, para a maior parte das empresas, essa atividade seria inviável, não é mesmo? Qual seria, então, uma estratégia de marketing eficiente do ponto de vista da teoria cognitivista? Propagandas com personagens conseguindo coisas positivas a partir do uso do produto podem estimular os consumidores a imitar essas ações positivas no futuro. Desta forma, diversos fatores psicológicos influenciam a forma como as pessoas compreendem e interpretam o mundo. Portanto, o seu papel enquanto consumidor também é afetado pela psicologia. Por isso é necessário que os profissionais de marketing conheçam a psicologia do consumidor, a fim de traçar estratégias que possam estar alinhadas com essas teorias e, consequentemente, tornem-se mais eficazes ao serem aplicadas. Leitura Obrigatória: SAMARA, Beatriz Santos; MORSCH, Marco Aurélio. Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. Capítulo 4. Acesse o livro na Biblioteca Virtual: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576 050094 Para saber mais sobre o impacto dos aspectos psicológicos no consumo, leia um artigo sobre preço psicológico, intitulado “O Uso de Finais de Preços em Diferentes Faixas de Preços de Produtos e Como Sinalizador de Qualidade: Uma Análise em Encartes de Shopping Centers”. http://www.anpad.org.br/admin/pdf/mkt1738.pdf É justo cobrar um preço diferente de cada cliente? Entenda como a hiperconcorrência e a tecnologia estão revolucionando as técnicas de precificação clicando no botão a seguir: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2014/1 0/e-justo-cobrar-um-preco-diferente-de-cada-cliente.html http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050094 http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050094 http://www.anpad.org.br/admin/pdf/mkt1738.pdf http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2014/10/e-justo-cobrar-um-preco-diferente-de-cada-cliente.html http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2014/10/e-justo-cobrar-um-preco-diferente-de-cada-cliente.html A professora tem mais algumas informações importantes sobre a psicologia do consumidor. Acesse o material on-line e confira! Tema 4 - Percepção Ao realizarmos qualquer atividade na vida, precisamosutilizar a percepção, pois ela é “a maneira como as pessoas coletam e interpretam os estímulos provindos do seu meio ambiente. Cada um de nós usa a percepção para criar sua própria ‘realidade’” (SAMARA E MORSCH, 2005, p. 123). O processo de consumo também é interpretado por essa lente e, dentro da área de comportamento do consumidor, é essencial que os profissionais de marketing compreendam como o cliente cria sua realidade a partir da experiência do consumo. Isso porque essa pode influenciar a satisfação do consumidor e afetar a visão sobre a empresa e o seu valor percebido. De acordo com Solomon (2011, p. 83) “A percepção é o processo pelo qual as pessoas selecionam, organizam e interpretam essas sensações. O estudo da percepção, então, concentra-se no que acrescentamos a essas sensações em estado bruto a fim de lhes dar significado”. A percepção é formada a partir de diversas fontes de estímulos básicos como cores, sons, essências e texturas, que são “lidas” pelos nossos receptores sensoriais (olhos, ouvidos, boca, nariz e pele) e interpretadas pelo nosso cérebro, como podemos verificar na figura 3. Figura 3 – O processo perceptivo. Fonte: Samara e Morsch (2005, p. 124). Agora imagine a variedade de estímulos aos quais somos expostos todos os dias. São muitos, concorda? Pense em uma manhã comum, na qual você acorda e escova os dentes com um creme dental sabor hortelã, toma um banho com um sabonete com cheiro de baunilha enquanto ouve uma música agitada para acordar. Ao sair do banho, você se seca com uma toalha bem felpuda que acabou de sair da secadora e ainda está com o cheiro de rosas do amaciante. Antes de sair de casa, escolhe um café de cápsula que produz um cheiro maravilhoso na preparação, e o paladar confirma essa previsão alguns segundos depois. Na primeira hora do dia, você já foi bombardeado com uma quantidade razoável de cores, cheiros, texturas e sabores, mas não se dá conta disso. Caso você seja um apreciador de café, apenas ao observar a figura abaixo, muito provavelmente já se lembrou do cheiro e sabor que ele transmite, não é mesmo? Justamente por entrarmos em contato com múltiplos estímulos sensoriais é que o nosso cérebro precisa filtrar uma parte deles para não ficar sobrecarregado. Esse “filtro” é construído a partir de experiências passadas, atitudes e comportamentos aprendidos. No contexto de mercado, os consumidores buscam cada vez mais sensações únicas proporcionadas por produtos que se diferenciem dos demais por meio de estímulos únicos em função desse excesso de informação sensorial. Por isso, os profissionais de marketing precisam entender como utilizar estímulos sensoriais para se destacar de seus concorrentes. Os elementos visuais e auditivos são os mais utilizados quando falamos de estímulos sensoriais, mas outros sentidos como tato e olfato podem ser utilizados de maneira significativa no marketing. Observe o anúncio a seguir que, para se diferenciar, utilizou um estímulo extra para chamar a atenção do mercado. A peça publicitária em questão foi desenvolvida para Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) para divulgar o turismo brasileiro na Europa. Disponível em: <http://migre.me/rPc63>. Para explorar o conceito de clima tropical, os anúncios estavam posicionados em pontos de ônibus europeus durante o inverno com um aquecedor acoplado para que fosse possível se sentir o calor do Brasil. Provavelmente, esse anúncio foi uma mão na http://migre.me/rPc63 roda para quem estava passando frio esperando o transporte, não é mesmo? Com a simples adição de um outro estímulo sensorial (calor) ao invés de utilizar a imagem apenas, o apelo se tornou muito mais interessante para o público-alvo, que passou a prestar mais atenção à mensagem em questão. Outra área do marketing em ascensão é a olfativa, que trabalha com diversas atividades relacionadas a esse sentido, como o desenvolvimento de cheiros exclusivos para uma empresa, a fim de que o consumidor associe esse aroma com a marca e reconheça o estabelecimento por meio de uma identidade olfativa. Ao lado, você confere uma imagem da loja M.Martan, que proporciona uma experiência de consumo e de percepção com elementos sensoriais para o consumidor. Trata-se de um exemplo de empresa com identidade olfativa muito clara. Inclusive, a própria fragrância do cheiro da loja e de seus produtos é comercializada pela empresa. Disponível em: <http://migre.me/rPchg>. Como já discutimos anteriormente, em função do excesso de estímulos no nosso cotidiano, a nossa percepção tende a ser seletiva, fazendo com que, na maioria das vezes, alguns elementos sensoriais sejam simplesmente ignorados pelos consumidores (SAMARA E MORSCH, 2005). Precisamos dar atenção especial aos sentidos tradicionalmente estimulados no marketing, como a visão e a audição, que são mais “saturados” do que os menos convencionais. Mas se nosso cérebro ignora uma parte dos estímulos, como podemos saber se os que selecionamos para uma finalidade mercadológica estão sendo eficientes? Para alguns casos específicos, existem técnicas e ferramentas que nos auxiliam nessa questão. Você vai ver uma delas na página seguinte: Por exemplo, pela experiência acumulada em navegação de internet, nosso cérebro passou a “ignorar” algumas áreas de websites nas quais se localizavam os anúncios/banners e, portanto, essa mídia se torna cada vez menos eficaz como meio de promoção. Mas alguns profissionais lidam com essa barreira para tentar identificar essa seletividade de estímulos por meio do uso da ferramenta heatmap (mapa de calor), que indica com tons quentes o local para o qual o internauta mais direciona a sua visão, como demonstrado na figura ao lado: Disponível em: <http://migre.me/rPczn>. Como podemos observar na figura da página anterior, as áreas com as machas vermelhas são as que o internauta mais presta atenção visualmente. Essa informação é coletada durante a navegação, baseando-se no pressuposto de que o olho humano irá direcionar a sua atenção para o local onde o guia do mouse está posicionado. A partir desse mapa de calor do site, é possível identificar se os estímulos visuais posicionados estão sendo ignorados ou não. No link a seguir, você tem acesso a um conteúdo complementar, que mostra 8 opções análises de heatmap, para que você entenda bem sua aplicabilidade. Confira! http://5seleto.com.br/heatmap-teste-mapa-de-calor-como- melhorar-seu-site/ É preciso lembrar que a percepção é um elemento subjetivo, que varia para cada consumidor. Além disso, precisamos considerar alguns estágios críticos, como a exposição à informação, a atenção e a interpretação para compreendermos como se dá a seletividade dos estímulos (SAMARA E MORSCH, 2005). Assim, “muitos fatores como o design da loja, o clima ou se você acabou de brigar com sua cara-metade afetam o seu humor. A música e a programação da televisão também” (SOLOMON, 2011, p. 380). Portanto, entender o processo de percepção é fundamental para compreender o impacto dos estímulos no comportamento do consumidor e a forma como este irá interpretar o produto, a empresa e a marca. http://5seleto.com.br/heatmap-teste-mapa-de-calor-como-melhorar-seu-site/ http://5seleto.com.br/heatmap-teste-mapa-de-calor-como-melhorar-seu-site/ Leitura Obrigatória: SAMARA, Beatriz Santos; MORSCH, Marco Aurélio. Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. Capítulo 4. Acesse esse livro na Biblioteca Virtual! http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576 050094 Para saber mais sobre marketing sensorial, leia um interessante texto no link a seguir! http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT276797- 16370,00.html Para finalizaros estudos desse tema, acesse o material on-line e veja quais são as considerações da professora a respeito dos assuntos abordados: Tema 5 - O processo de decisão de compra Todos os temas vistos nesta aula, como a percepção e a experiência de consumo, mostram que diversos elementos podem afetar a criação de valor para o cliente e o mercado. Nesta seção, faremos o fechamento desse assunto ao compreendermos as etapas envolvidas no processo de compra. Esse assunto é fundamental no marketing pois “quando entendemos como se dá o processo de decisão de compra, podemos correlacioná-lo aos tipos de decisão, que são abordagens necessárias para elaborarmos um planejamento e uma estratégia de marketing” (PAIXÃO, 2011, p. 86). Dessa forma, nesse tema, exploraremos cada umas das fases de decisão de compra, relacionando-as com o comportamento do consumidor. Toda vez que uma pessoa precisa comprar algo, ela realiza um processo ou um “passo-a-passo” até chegar a decisão final, http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050094 http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050094 http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT276797-16370,00.html http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT276797-16370,00.html mesmo que não tenha consciência plena de quais foram de fato esses passos. Confira um exemplo: Imagine que você está vendo o noticiário e descobre que o verão se antecipará, e a previsão é que seja o período mais quente dos últimos 50 anos. Naquele momento, você não dá muita atenção à informação, pois o clima estava ameno. Contudo, algumas semanas depois, a previsão se concretiza e as temperaturas ficam extremamente desagradáveis. Você precisa, então, recuperar o ventilador do “quarto da bagunça”. Ao ligá-lo, descobre que não está funcionando e reconhece que será preciso comprar um novo. Esse foi o primeiro passo para a decisão de compra. Os próximos passos provavelmente envolvem a busca de informações na internet, para conhecer sobre o que cada ventilador pode oferecer; a separação de algumas alternativas e a avaliação de cada uma delas, para finalmente decidir qual será comprado. O caminho percorrido para a realização de compra que foi apresentado é chamado processo de decisão de compra. Observando a história do ventilador que foi narrada, pode-se notar que existe um passo a passo semiestruturado para as decisões de compra que tomamos. De acordo com Paixão (2011), esse fluxo pode ser dividido nas seguintes fases: reconhecimento da necessidade; busca de informações; avaliação de alternativas; decisão de compra; avaliação pós- compra e, por fim, despojamento (descarte). Assim, o processo de decisão inicia com o consumidor reconhecendo uma necessidade, que é transformada em uma ideia de compra e desencadeia uma busca por informações e uma consequente avaliação das alternativas possíveis. Por fim, ocorre a decisão pela compra em si e a avaliação da experiência. A seguir, você confere o processo de decisão de compra: Reconhecimento da necessidade Essa é a primeira fase do processo de tomada de decisão e, conforme Solomon (2011), pode surgir de duas formas: Estado real: quando há um reconhecimento de necessidade. Exemplo: falta um produto para uma atividade específica, como foi o caso do ventilador, visto anteriormente. Estado ideal: quando há um reconhecimento de oportunidade. Nesse caso, nenhum produto necessariamente falta, mas por uma mudança contextual a referência do consumidor se modifica e é preciso disparar um processo de compra. Exemplo: quando alguém é promovido dentro da empresa e precisa comprar roupas mais sofisticadas para a sua nova função. Busca de informações Depois que o consumidor reconhece que precisa de um produto, inicia-se a busca de informações, que pode ser caracterizada por uma fase na qual “o consumidor pesquisa o ambiente à procura de dados adequados para tomar uma decisão razoável” (SOLOMON, 2011, p. 337). A intensidade dessa etapa e o local de busca de informação vai variar bastante de uma compra para a outra, pois obviamente em uma compra de alto envolvimento, como um imóvel, a energia que o consumidor vai gastar é muito maior do que na compra de um sapato, por exemplo. A busca de informações pode ser feita em diversas fontes, desde as mais formais (internet e revistas especializadas) até as mais informais (opinião de colegas de trabalho). É importante salientar que, nessa fase, o consumidor vai conhecer melhor a sua oferta, mas também as vantagens e os atributos dos produtos concorrentes. Avaliação de alternativas A partir do levantamento de informações sobre os produtos, o consumidor compara as alternativas possíveis. Essa etapa fica cada vez mais desgastante e difícil para o consumidor, pois as empresas fornecem cada vez mais informações sobre seus produtos e acabam sobrecarregando o cliente nesse processo. Devido a isso, o consumidor acaba utilizando muitas vezes atalhos mentais (heurísticas) para escolher uma alternativa, como preço (inferência qualidade-preço) e conhecimento da marca (SOLOMON, 2011). Assim, a empresa pode motivar o cliente a partir de ações para permanecer na memória (PAIXÃO, 2011). Compra Depois de se fazer uma busca a respeito das possibilidades que existem no mercado sobre o produto, é necessário que o consumidor escolha apenas uma delas. Essa ação é influenciada tanto por fatores subjetivos quanto objetivos, como o preço, a forma de pagamento, a marca, a localização e o risco envolvido (PAIXÃO, 2011). Avaliação pós-compra Está associada ao conceito de satisfação já trabalho nesta aula. Aqui o consumidor avalia se o desempenho percebido do produto foi equivalente à expectativa que ele tinha. Desta forma, espera- se que a sua expectativa seja atingida ou superada, para que o consumidor possa desenvolver lealdade à marca e influenciar outros potenciais clientes (PAIXÃO, 2011). Em uma perspectiva mercadológica, compreender cada uma das fases da tomada de decisão é fundamental, pois segundo Solomon (2011, p. 333): Os gerentes de marketing devem estudar com atenção os passos da tomada de decisão para compreender como os consumidores obtêm informações, como formam crenças e quais critérios utilizam para escolher produtos. Assim, as empresas podem desenvolver produtos que enfatizam atributos adequados, e os profissionais de marketing podem personalizar estratégias promocionais para oferecer os tipos de informação que os clientes mais provavelmente desejam ter e das formas mais eficazes. Desta forma, entender quais são os passos que os consumidores devem seguir é algo que pode direcionar diversas decisões de marketing e criar uma aderência maior entre o que é ofertado e o que o consumidor quer comprar de fato. Além disso, vivemos em uma época na qual os consumidores têm um excesso de opções para qualquer categoria de produto, portanto, a complexidade da compra fica cada vez mais elevada. Por isso os profissionais de marketing precisam compreender cada uma dessas etapas, a fim de conquistar o consumidor em cada uma delas, obtendo assim vantagem competitiva. Precisamos considerar que algumas decisões de compra são mais importantes do que outras, assim, a intensidade do esforço que o consumidor vai aplicar pode variar de uma compra para a outra. Quer um exemplo? Escolher o primeiro imóvel é uma compra que exige muito mais esforço do que comprar um detergente, por envolver mais recursos e riscos. Nesse sentido, de acordo com Paixão (2011) as compras podem ser classificadas em baixo, médio ou alto envolvimento: Envolvimento baixo São aquelas compras “feitas com pouco ou nenhum esforço consciente. [...] As escolhas caracterizadas pela automaticidade são feitas com o mínimo de esforço e semcontrole consciente”. Podemos considerar que essa categoria de decisão é típica da compra do mês, quando estamos no supermercado e basicamente repomos o que acabou em casa, muitas vezes utilizando os mesmos produtos, os quais já confiamos devido a experiência anterior ter sido positiva. Envolvimento médio Para Solomon (2011), as compras de média implicação envolvem uma solução limitada do problema. As decisões não são necessariamente automáticas como nas compras de baixa implicação, mas os consumidores não estão propensos a gastar muita energia para avaliar cada alternativa de forma rigorosa e, por isso, recorrem a algumas regras para a escolha da alternativa final. Envolvimento alto Segundo Solomon (2011) as compras de envolvimento alto envolvem solução ampliada do problema. Desta forma, todas as etapas do processo de compra nessa perspectiva são mais intensas, desde o reconhecimento do problema, que é associado a um motivo muito importante, até a decisão final, que está carregada de um risco considerável. Nesse tipo de compra, o volume de informações levantadas na fase de busca de informação é muito grande, sendo que cada alternativa é avaliada de forma cuidadosa. Precisamos considerar que as compras de alta implicação são poucas, isso porque no nosso cotidiano a maior parte das compras são de baixo e médio envolvimento, portanto não fazemos cálculos mentais extremamente intensos para todo e qualquer tipo de compra. No dia a dia, utilizamos atalhos mentais, chamados de heurísticas, para tomar decisões, as quais tem como base algumas regras mentais do tipo “produtos mais caros tem maior qualidade” ou “não vou comprar dessa marca porque nunca ouvi falar”. Dessa forma, outros elementos do mix de marketing, como o preço, podem influenciar esse processo, sobretudo em compras de baixo e médio envolvimento. As empresas precisam conhecer qual é o tipo de compra ao qual os seus produtos estão associados, pois ao compreender a forma como os seus clientes avaliam e escolhem seus produtos, é possível saber em quais fases do processo de decisão se pode atuar de forma mais eficiente do que os concorrentes. Além disso, as empresas precisam considerar as heurísticas utilizadas pelos consumidores para simplificar o processo de tomada de decisão. Leitura Obrigatória: PAIXÃO, Márcia Valéria. A influência do consumidor nas decisões de marketing. Curitiba. Ibpex, 2011. Capítulo 3. Acesse-o na Biblioteca Virtual! http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in Assista ao vídeo “Os truques que os supermercados usam para fazer você comprar mais”. Aproveite para analisar as estratégias http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in utilizadas para otimizar as vendas a partir de algumas heurísticas de consumo. https://www.youtube.com/watch?v=bmYkm9og00M Para finalizar os estudos desse tema, acesse o material on-line e veja quais são as considerações da professora. TROCANDO IDEIAS Uma das etapas do processo de decisão de compra é a busca de informações, na qual o consumidor acessa diversas fontes para avaliar as alternativas disponíveis no mercado. Com a intensificação do uso da internet e o aumento do acesso da população a esse meio, a possibilidade de buscar informação foi ampliada de forma significativa. Entender como o consumidor se comporta em relação a onda de informação é um dos pontos norteadores de uma pesquisa realizada pela DraftFCB, que ouviu três mil entrevistados em cinco países: Brasil, China, Índia, Estados Unidos e Alemanha. No link a seguir você tem acesso a uma reportagem que mostra os resultados encontrados: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/decisao-de-compra- e-cada-vez-mais-baseada-em-comentarios Depois de ler a reportagem indicada na página anterior, entre no fórum e responda: A busca de informação nos comentários compartilhados em blogs, sites e redes sociais é uma ameaça ou oportunidade para as empresas? Essas informações podem ser usadas no processo de tomada de decisão de compra e na criação de valor superior para o cliente. Porém, é necessário considerar a impossibilidade de controlar o conteúdo gerado na internet, o que acarreta o registro https://www.youtube.com/watch?v=bmYkm9og00M http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/decisao-de-compra-e-cada-vez-mais-baseada-em-comentarios http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/decisao-de-compra-e-cada-vez-mais-baseada-em-comentarios permanente dessas informações, as quais poderão ser acessadas constantemente. Dê sua opinião e veja o que seus colegas têm a dizer! É o momento de tocar informações, compartilhar conhecimento. Não deixe de participar! NA PRÁTICA Que tal dar um viés prático a todo conteúdo que vimos até gora? Clicando no botão a seguir, você vai ter acesso a um texto que fala sobre o Original Unverpack, um supermercado em Berlim no qual os produtos não têm embalagem. Como isso é possível? Leia a matéria e entenda: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/conheca-o- supermercado-sem-embalagens Depois de ler o texto indicado na página anterior, responda em seu caderno os seguintes questionamentos: 1. Identifique como a empresa se preocupa com a experiência de consumo associada à satisfação do cliente. 2. Identifique se o nível de envolvimento na compra se modificaria nesse mercado em relação a um supermercado tradicional. 3. Faça uma reflexão sobre como a empresa citada consegue criar valor para o cliente. Em seguida, veja o comentário da professora a respeito da atividade: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/conheca-o-supermercado-sem-embalagens http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/conheca-o-supermercado-sem-embalagens Espera-se que o aluno seja capaz de relacionar que, na perspectiva da experiência de consumo, o varejo pode ser encarado como um teatro que proporciona as experiências imersivas as quais criam laços com seus clientes a partir de ambientes elaborados por projetistas de shopping. Como citado no texto, o Original Unverpack é um ótimo exemplo de como compreender as necessidades das comunidades para criar uma experiência que atende os desejos dos indivíduos, criando valor superior ao cliente através de uma experiência de consumo. Além disso, no mercado citado, o envolvimento ou a implicação da compra muda a partir do momento que o fazer mercado não se torna mais uma ação automatizada para reposição de produtos e sim um ato consciente em prol da sustentabilidade, influenciando inclusive o processo de tomada de decisão do consumidor. A professora gravou um vídeo com a resolução das questões lançadas. Acesse o material on-line e confira! SÍNTESE Nessa aula, vimos que a criação de valor superior para o cliente e para o mercado não é uma tarefa simples e envolve uma série de conceitos e práticas bastante sofisticados dentro do marketing. Para ser bem-sucedido ao oferecer valor ao cliente, o profissional dessa área precisa se preocupar em balancear as expectativas e o desempenho do consumidor, para gerar satisfação de uso. Para isso, é preciso trabalhar a percepção do cliente através da integração de estímulos sensoriais que irão fornecer uma experiência de consumo memorável; entender os gatilhos psicológicos associados ao comportamento do consumidor e compreender cada uma das fases da tomada de decisão. A partir do momento que o profissional domina esses princípios e os aplica nas organizações, a capacidade de criar valor ao cliente e ao mercado é potencializada, e, consequentemente, a empresa tem maior destaque dos concorrentes ao obter uma vantagem competitiva significativa. Antes de finalizar esse tema, acesse o material on-line e confira as considerações finais da professora. REFERÊNCIAS ALVES, E. B.; MONFORT, M.; ROLON, V. E. K. Marketing de Relacionamento:Como Construir e Manter Relacionamentos Lucrativos. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014, v. 1, 300p. BARBOSA, Maria de Lourdes de Azevedo; FARIAS, Salomão Alencar de; SOUZA, Anderson Gomes. Entre a fome e a vontade de comer: os significados utilitários e hedônicos da experiência de consumo em restaurantes. TURyDES (Málaga), v. 6, p. 1-16, 2013. BASSO, K.; ESPARTEL, L. B. O Uso de Finais de Preços em Diferentes Faixas de Preços de Produtos e Como Sinalizador de Qualidade: Uma Análise em Encartes de Shopping Centers. In: EnANPAD, 2010. Anais. Rio de Janeiro: ANPAD, 2010, v. XXXIV. BRASIL, Vinícius Sittoni. Experiência de Consumo: Aspectos Conceituais, Abordagens Metodológicas e Agenda de Pesquisa. In: XXXI EnANPAD. Anais do XXXI EnANPAD. Rio de Janeiro: ANPAD, 2007, v. 1, p. 1-8. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 14. Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. MELO, Bruna. S. E o que é a Experiência de Consumo? Uma retomada na Literatura de Marketing e proposta de quadros para interesses de Futuras Pesquisas. Disponível em: http://www.administradores.com.br/producao-academica/e-o-que- e-a-experiencia-de-consumo-uma-retomada-na-literatura-de- marketing-e-proposta-de-quadros-para-interesses-de-futuras- pesquisas/5025/ Acesso em: 16 out. 2015. PAIXÃO, Márcia Valéria. A influência do consumidor nas decisões de marketing. Curitiba: Intersaberes, 2012. SAMARA, Beatriz Santos; MORSCH, Marco Aurélio. Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. SOLOMON, Michael R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. http://www.administradores.com.br/producao-academica/e-o-que-e-a-experiencia-de-consumo-uma-retomada-na-literatura-de-marketing-e-proposta-de-quadros-para-interesses-de-futuras-pesquisas/5025/ http://www.administradores.com.br/producao-academica/e-o-que-e-a-experiencia-de-consumo-uma-retomada-na-literatura-de-marketing-e-proposta-de-quadros-para-interesses-de-futuras-pesquisas/5025/ http://www.administradores.com.br/producao-academica/e-o-que-e-a-experiencia-de-consumo-uma-retomada-na-literatura-de-marketing-e-proposta-de-quadros-para-interesses-de-futuras-pesquisas/5025/ http://www.administradores.com.br/producao-academica/e-o-que-e-a-experiencia-de-consumo-uma-retomada-na-literatura-de-marketing-e-proposta-de-quadros-para-interesses-de-futuras-pesquisas/5025/
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