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Vias Eferentes Somáticas - Neuroanatomia

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Ian Dondoni | Neuroanatomia | Medicina Ufes 
1 
 
Vias Eferentes Somáticas 
INTRODUÇÃO 
• As vias são uma sucessão de conexões 
sinápticas que integram várias estruturas 
anatômicas vistas ao longo do semestre 
• No caso das vias aferentes, é o caminho pelo 
qual o estímulo nervoso vai passar para que uma 
sensação se torne real 
• Já as vias eferentes somáticas são conexões 
nervosas que promovem ações somáticas e 
vamos falar, então do sistema nervoso 
voluntário relacionado ao movimento motor 
• A parte eferente faz parte do SN autônomo, ou 
seja, está relacionada ao funcionamento visceral, 
então, a parte somática, necessariamente está 
relacionada ao funcionamento de músculo 
esquelético 
• Vamos abordar, nesse resumo, as principais vias 
eferentes somáticas, ou seja, relacionadas a 
nossa motricidade voluntária, controle do tônus, 
da postura e de algumas atividades reflexas 
• Antigamente, existia uma denominação em vias 
piramidais e extrapiramidais 
• VIAS PIRAMIDAIS: tratos que passavam pela 
pirâmide bulbar | sintoma piramidal tem a ver 
com motricidade voluntária 
• VIAS EXTRAPIRAMIDAIS: tratos que não tinham 
relação com a pirâmide bulbar | sintomas 
extrapiramidais não tem relação com a 
motricidade voluntária 
• Atualmente, não faz sentido usar essa divisão, 
pois existem outras vias que não passam pelas 
pirâmides bulbares e são responsáveis pela 
motricidade voluntária 
 
 
1. TRATO CORTICOESPINAL 
 Responsável pela MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA e 
pela MODULAÇÃO DO TÔNUS 
✓ Área motora (4) maioria 
✓ Coroa radiada 
✓ Cápsula interna 
✓ Pedúnculo cerebral 
✓ Ponte 
✓ Pirâmide bulbar (decussação) 
✓ Trato corticoespinal lateral (funículo lateral) 
 
✓ Trato corticoespinal anterior (funículo anterior) 
✓ Neurônios motores contralaterais (cruzamento 
na comissura branca) 
✓ Neurônios motores de seu próprio lado 
• Responsável pela MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA e 
pela MODULAÇÃO DO TÔNUS 
• Outros tratos também possuem essa função, por 
isso uma lesão dele não vai causar uma paralisia 
• ORIGEM: a maioria das fibras tem origem no 
córtex motor, ou seja, área 4 responsável, então, 
pela nossa motricidade voluntária. Mas, tem 
algumas fibras que se originam na área 6 (área 
motora suplementar) e no córtex 
somatossensorial (isso acontece porque na área 
somestésica primária chegam informações de 
propriocepção consciente, então para que o 
tônus muscular seja devidamente controlado e 
modulado pelo trato corticoespinal, ele tem que 
receber informações de como está a função 
proprioceptiva e isso vem através das 
informações proprioceptivas que são levadas 
pelas vias aferentes a área somestésica primária 
e daí ela passa, então, para a área 4 e fala “ele 
está com o tônus muito aumentado no músculo, 
precisa diminuir ou aumentar o tônus” 
• Então, a maioria dessa fibras tem origem na área 
4 
• Depois essa fibras descem pela coroa radiada 
• Passam pela cápsula interna 
• Depois vai para o pedúnculo cerebral 
(mesencéfalo) 
• Depois vai para ponte 
• Passa pela pirâmide bulbar, onde ocorre a 
decussação 
• E aí é formado o trato corticoespinal lateral e o 
trato corticoespinal anterior 
COMO QUE SE FORMA OS TRATOS 
CORTICOESPINAL LATERAL E ANTERIOR 
• Quando chega no nível do bulbo (decussação) a 
maioria das fibras do trato corticoespinal cruzam 
para o lado oposto formando o trato 
corticoespinal lateral 
• A minoria das fibras continuam do mesmo lado, 
ou seja, no funículo anterior da medula 
formando a via trato corticoespinal anterior 
• De qualquer forma, essas fibras do trato 
corticoespinal anterior vão cruzar o plano 
mediano. Então, o trato corticoespinal influencia 
músculos do lado contralateral, pois quem não 
cruza na pirâmide cruza na comissura branca da 
medula espinal 
 
Ian Dondoni | Neuroanatomia | Medicina Ufes 
2 
 
• TRATO CORTICOESPINAL LATERAL: 
➢ Motricidade voluntária de extremidades 
➢ Cruza na decussação das pirâmides 
• TRATO CORTICOESPINAL ANTERIOR: 
➢ Controle de musculatura proximal do 
esqueleto axial 
➢ Cruza na comissura branca da medula espinal 
➢ Essas fibras terminam antes, ou seja, elas não 
pegam toda a medula (NÃO ESTÃO 
PRESENTES EM TODA A MEDULA ESPINAL) 
➢ O trato corticoespinal anterior influencia 
motoneurônio do lado contralateral ao que 
ele desce 
 
• Controle da motricidade voluntária 
 
• A imagem acima mostra as fibras do trato 
corticoespinal 
• O trato corticoespinal é o responsável pela 
capacidade realizar movimentos independentes 
dos dedos, ou seja, movimentos bem delicados 
(ex.: abotoar uma camisa ou usar uma pinça) 
AS LESÕES DO TRATO CORTICOESPINAL NÃO 
CAUSAM HEMIPLEGIA 
• Ou seja, não causam paralisia de um lado 
• Devido a uma ação compensatória pelos tratos 
rubroespinal e trato reticuloespinal 
LESÃO DO TRATO CORTICOESPINAL 
✓ Paresia: fraqueza e diminuição do tônus 
✓ Redução na velocidade do movimento 
✓ Incapacidade de realizar movimentos 
independentes de grupos musculares isolados 
(ex.: abotoar camisa) 
✓ Sinal de Babinski: extensão do hálux mediante a 
um estímulo na região medial da planta do pé (o 
normal é flexionar ou retirar). Esse sinal é um 
reflexo primitivo, ou seja, as crianças nascem 
com isso, mas depois desaparece (não se sabe 
como ele desaparece) 
 
 
 
 
 
 
Ian Dondoni | Neuroanatomia | Medicina Ufes 
3 
 
2. TRATO CORTICONUCLEAR 
 
✓ Impulsos ao tronco encefálico e não à medula 
 CONTROLE VOLUNTÁRIO DOS NEURÔNIOS 
MOTORES NOS NÚCLEOS DOS NERVOS 
CRANIANOS MOTORES 
Área 4 (representação cortical da cabeça) 
Cápsula interna 
Tronco encefálico (fibras associadas com as fibras 
do trato corticoespinal) – neurônios motores dos 
nervos III, IV, V, VI, VII e XII 
Trato corticoespinal 
Mm da metade inferior da face 
Recebem fibras do trato corticonuclear e do córtex 
do lado oposto 
 
São afetados num AVE de cápsula interna 
 
❖ São afetados em um AVE de cápsula interna por 
falta de representação 
❖ Na imagem, está representada uma paralisia 
facial periférica, onde tem a ruga está mostrando 
onde tem movimento 
❖ Só o que está paralisado nela é a metade inferior 
da face que não tem representação dos dois 
lados, então, lesou um lado, lesou o lado 
contralateral 
 
Trato corticonuclear 
 
Grande número de fibras homolaterais 
 
 
Maioria dos mm da cabeça é representada no 
córtex dos dois lados 
 
 
Predomina em mm que não podem ser contraídos 
de forma unilateral 
 
 
Mm da laringe, faringe, parte superior da face, que 
elevam a mandíbula e do olho 
 
 
 
Não são afetados em um AVE de cápsula interna 
 
❖ Grande número de fibras do trato corticonuclear 
são fibras homolaterais, ou seja, vou estimular 
os músculos do próprio lado 
❖ Porém ele tem uma diferença do trato 
corticoespinal, a maioria dos músculos da 
cabeça são representados no córtex dos dois 
lados 
❖ Essa representação dos dois lados vai 
predominar em músculos que não podem ser 
contraídos de forma unilateral (ex.: levantar a 
sobrancelha de apenas um lado) 
❖ Porque se tiver lesão de um lado, o trato 
corticonuclear do outro lado garante a inervação 
desses músculos de um lado e de outro, pois 
tem representação de ambos os lados 
 
 
Ian Dondoni | Neuroanatomia | Medicina Ufes 
4 
 
3. TRATO RUBROESPINAL 
 CONTROLA A MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA DOS 
MÚSCULOS DISTAIS DOS MEMBROS 
✓ Bem desenvolvido nos animais, macacos 
principalmente 
✓ ORIGEM: núcleo rubro do mesencéfalo 
 
✓ O trato rubroespinal desce junto com o trato 
corticoespinal lateral 
✓ Vai estimular motoneurônios situados 
laterlamente da coluna anterior 
✓ O núcleo rubro recebe importantes informações 
motoras tanto do córtex quanto do cerebelo 
✓ O cerebelo manda informação também para o 
córtex e também direto para o núcleo rubro , ou 
seja, o cerebelo interfere em todas as vias do 
movimento (planejando ou corrigindo o 
movimento) 
✓ O livro traz como via córtico-rubro-espinalpois 
ela recebe informações do córtex 
✓ Então, o trato rubroespinal vai assumir a função 
do corticoespinal, se precisar 
 
4. TRATO TETOESPINAL 
 REFLEXO DE MOVIMENTAÇÃO DA CABEÇA EM 
CONSEQUÊNCIA DE ESTÍMULOS VISUAIS 
✓ ORIGEM: colículo superior (estação sináptica de 
reflexos visuais) 
✓ Informações da retina e do córtex visual que 
influenciam motoneurônios da medula 
✓ Então, temos reflexo de movimentação da 
cabeça em função de estímulos visuais 
 
 
 
5. TRATO VESTIBULOESPINAL 
 CONTROLE DA MUSCULATURA PROXIMAL E 
AXIAL DOS MEMBROS (musculatura responsável 
por nossa postura) 
 CONTROLE DE MM. EXTENSORES DOS 
MEMBROS 
 MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO MEDIANTE 
MUDANÇAS DO CORPO NO ESPAÇO 
 AJUSTES POSTURAIS EM FUNÇÃO DOS 
ESTÍMULOS QUE ELE RECEBE DA ORELHA 
INTERNA 
✓ ORIGEM: núcleos vestibulares do bulbo 
✓ CHEGADA: medula espinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. TRATO RETICULOESPINAL (VIA 
CORTICORETICULOESPINAL / VIA 
CEREBELORETICULOESPINAL) 
 MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS E AUTOMÁTICOS 
✓ Aferências do cerebelo e córtex motor 
✓ Marcha 
✓ ORIGEM: de vários locais da formação reticular 
✓ Para que estímulos motores partam da formação 
reticular, tem estímulos que vem do córtex motor 
e do cerebelo (o cerebelo estímula diretamente 
a formação reticular) 
✓ O trato reticuloespinal é o responsável pela 
marcha automática no bebê 
FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
LESÕES DAS VIAS MOTORAS SOMÁTICAS 
✓ SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR 
• Neurônio que não sai da medula espinal 
• É o neurônio motor antes de sair da medula 
espinal 
• Lesões centrais 
✓ SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR 
• Neurônio que sai da medula espinal e vai 
formar o nervo espinal 
• Diminuição do tônus muscular 
• Poliomielite (paralisia infantil) 
Córtex e cerebelo 
T. Rubroespinal 
• Retina 
• Córtex visual 
Cerebelo 
Orelha interna 
T. Vestibuloespinal 
T. Reticuloespinal 
(Pontino e bulbar) 
Orelha interna 
Ian Dondoni | Neuroanatomia | Medicina Ufes 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Essa figura resume o que foi falado até agora 
• Essas vias vão fazer sinapse nos neurônios 
motores da medula espinal para desencadear 
uma ação motora 
• Então, a todo momento essas vias estão 
estimulando o neurônio 
• Para que o neurônio não vire uma bagunça e 
fique superestimulado (espasticidade), você tem 
diversos neurônios inibitórios na própria medula 
espinal (vamos estudar isso com detalhes na 
fisiologia), ou seja, existe uma função inibitória 
dessas vias o tempo todo 
• Em uma lesão nervosa, por exemplo um AVE, há 
a perda dessa modulação e essas vias chegam 
ao neurônio de uma maneira totalmente 
descoordenadas com estímulos excessivos 
• Tudo parte do córtex motor, mas ele sofre a 
influência de núcleos da base e seu grande 
consultor é o cerebelo que planeja e corrige o 
movimento 
• Espasticidade é quando ocorre um aumento do 
tônus muscular, envolvendo hipertonia e 
hiperreflexia, no momento da contração 
muscular, causado por uma condição 
neurológica anormal. 
CÓRTEX MOTOR

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