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TCC - Uso de materiais alternativos na construção civil

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27
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MILENA DE OLIVEIRA PINTO
O USO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS 
NA CONSTRUÇÃO CIVIL
MACAÉ
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
	 
 Pinto, Milena de Oliveira, 2020. 
 O uso de materiais alternativos na construção civil/ Milena de Oliveira Pinto – Macaé/Rio de Janeiro, 2002 
 27 p.
Pré-projeto TCC1. Universidade Estácio de Sá – MacaéRio de Janeiro - Brasil.
1. Containers 2. Materiais de Construção Alternativos 
3. Sustentabilidade 
CDD
2
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MILENA DE OLIVEIRA PINTO
O USO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS 
NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho apresentado à Universidade Estácio de Sá, campus Macaé, como Pré-projeto TCC1 do período acadêmico 2020-2, do curso de Engenharia Civil.
ORIENTADOR: Prof. Fabio Contarini Carneiro
MACAÉ
2
202
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pré-projeto TCC1
O USO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
MILENA DE OLIVEIRA PINTO
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Fabio Contarini Carneiro
 (Orientador)
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
CONCEITO FINAL: _________________
Macaé
2020
RESUMO
A construção civil está em constante evolução e seu processo de desenvolvimento tem como consequência o aumento da demanda por recursos naturais que são finitos. Esse ramo tem buscado novas possibilidades no que tangem o melhor desempenho, aumento da produtividade e economia como aliados do crescimento econômico da indústria em detrimento da questão ambiental. Assim surgiu o uso de materiais alternativos na construção priorizando a sustentabilidade e mantendo o equilíbrio entre sociedade, economia e meio ambiente. Desta forma, avaliou-se em que medida o uso dos materiais alternativos na construção civil tornam as edificações mais sustentáveis, através da revisão da literatura, de forma a conhecer a questão ambiental e sua relação com a construção. A revisão da literatura, em sua concepção conceitual e de avaliação, orientou sobre a problemática ambiental que o mundo atravessa e mostrou a importância da relação entre o uso de materiais alternativos na construção para a sustentabilidade industrial e ambiental. A pesquisa objetivou apresentar soluções sustentáveis para a construção civil, como a escolha de materiais alternativos mais corretos voltados para o desenvolvimento sustentável, incluindo a relação dessa indústria com as tecnologias disponíveis no mercado e, neste caso específico, detalhando o uso de containers na construção. Concluiu-se que a relação entre sustentabilidade ambiental e construção civil necessita de mais investimentos em materiais e carece de estudos relativos ao melhor desempenho industrial relacionado à sustentabilidade, como pesquisas de construções sustentáveis com baixo custo, uso de materiais alternativos e outros temas que englobam a construção civil como uma indústria sustentável.
Palavras-chaves: Containers. Materiais de Construção Alternativos. Sustentabilidade.
ABSTRACT
Civil construction is constantly evolving and its development process results in an increased demand for natural resources that are finite. This branch has been looking for new possibilities in terms of better performance, increased productivity and economy as allies of the economic growth of the industry at the expense of the environmental issue. Thus, arose the use of alternative materials in construction, prioritizing sustainability and maintaining the balance between society, economy and environment. Thus, it was evaluated to what extent the use of alternative materials in civil construction makes buildings more sustainable through a literature review, in order to understand the environmental issue and its relationship with construction. The literature review, in its conceptual and evaluation conception, providing guidance on the environmental problems that the world is going through and warned about the importance of the relationship between the use of alternative materials in construction for industrial and environmental sustainability. The research aimed to present sustainable solutions for civil construction, such as the choice of more correct alternative materials aimed at sustainable development, including the relationship of this industry with the technologies available in the market and, in this specific case detailing the use of containers in construction. It was concluded that the relationship between environmental sustainability and civil construction requires more investments in materials and needs studies related to better industrial performance related to, such as research on sustainable buildings with low cost, use of alternative materials and other topics that encompass civil construction as a sustainable industry.
Keywords: Alternative Building Materials. Containers. Sustainability.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	14
2. JUSTIFICATIVA	16
3. OBJETIVO	17
3.1 OBJETIVO GERAL	17
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	17
4. METODOLOGIA	18
5. DESENVOLVIMENTO	18
5.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – UMA INTRODUÇÃO AO TEMA..........................................................................................................................18
5.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL................................................20
5.3 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ALTERNATIVOS..............................................22
5.3.1 TIJOLO ECOLÓGICO..............................................................................................22
5.3.2 CAPTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR........................................................................23
5.3.3 BAMBU.....................................................................................................................24
5.3.4 CIMENTO ECOLÓGICO..........................................................................................24
5.3.5 CONTAINERS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL........................................................25
5.3.5.1 HISTÓRIA DOS CONTAINERS...........................................................................26
5.3.5.2 TIPOS E MEDIDAS DE CONTAINERS................................................................27
6. CONCLUSÃO................................................................................................................29
7. CRONOGRAMA...........................................................................................................30
 REFERÊNCIAS	31
1. INTRODUÇÃO
A crise ambiental imposta pelas atividades industriais no uso desordenado dos recursos naturais, ao longo do desenvolvimento da humanidade, tem impactado de forma severa a sustentabilidade do planeta. No último século, com o advento da tecnologia, aumento da produção e consumo e crescimento urbano desorganizado, a crise climática acelerou o processo global no que tange a preocupação com a natureza e o uso de seus recursos para o desenvolvimento industrial em larga escala. Nesse contexto, a construção civil foi impulsionada pelo crescimento das cidades, o mesmo crescimento que vem contribuindo com a poluição urbana. De acordo com Silva (2005), no último século o crescimento populacional mundial, o aumento na taxa de consumo de recursos naturais e o processo acelerado de urbanização, resultaram em um processo de poluição urbana.
Embora a sustentabilidade ambiental seja um assunto discutido em fóruns e conferências internacionais, sendo este processo iniciado na década de 70 com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, na Suécia, o mundo ainda necessita de adequação de novos padrões de comportamento social e industrial como medidas de controle da poluição e proteção do meio ambiente. Segundo Malheiros (2005, apud SILVA, 2005) o arcabouço legal brasileiro, no que se refere à proteção ambiental,mostra-se alinhado aos princípios de desenvolvimento sustentável. As leis ambientais são abrangentes, mas, a sociedade e seu processo industrial são carentes de medidas de controle, fiscalização e autuação para que a degradação ambiental diminua nas cidades, nos campos, nas florestas, em detrimento do desenvolvimento econômico e do crescimento das indústrias de petróleo, carvão, construção civil, madeira etc. Portanto, a ideia de sustentabilidade surge como um conceito que estimula o mercado a adotar um novo olhar e a desenvolver formas inovadoras para lidar com as empresas, os negócios e os empreendimentos, gerando resultados para os acionistas, os colaboradores, o meio ambiente e a sociedade. Ela pode ser obtida com diversos recursos tecnológicos e uso de materiais alternativos. Ela leva em conta o ciclo de vida completo de uma construção, desde a escolha dos materiais até o processo de demolição e reciclagem. 
Promover a sustentabilidade faz parte da busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento social, ambiental e econômico, e isso inclui o desafio de conhecer novas formas de produção e melhor desempenho ambiental para todos os profissionais dessa era. Para Almeida (2002, apud SCHELB, 2016), a noção do desenvolvimento sustentável proporciona um novo projeto para a sociedade, capaz de garantir, no presente e no futuro, a sobrevivência dos grupos sociais e da natureza. Portanto, Engenheiros e trabalhadores da construção civil são incluídos nessa demanda na medida em que a construção tem em seus pilares o desenvolvimento urbano e a geração de riquezas em contrapartida do impacto ambiental causado por suas atividades. Podem ser incluídos nesse ramo atividades desde a extração da matéria prima até a utilização dos insumos energéticos para a manutenção de suas obras ou construções. Neste contexto, a investigação, a confecção e a avaliação de materiais alternativos vêm sendo matéria de interesse pelos profissionais da indústria da construção. 
É relevante conhecer o cenário atual e medidas de planejamento, controle e avaliação das atividades relacionadas à construção, bem como materiais e métodos inerentes como ações pautadas na manutenção da sustentabilidade dos processos relacionados à indústria. Outrossim, visando contribuir com esta investigação, foram avaliados alguns materiais existentes no mercado, como forma de utilização sustentável e ecologicamente correta. Sabe-se, ainda, que existe uma demanda reprimida por construções de cunho sustentável no Brasil e no mundo, onde o sistema econômico, o uso racional de energia e a preservação dos recursos naturais estão se tornando indispensáveis e urgentes nas execuções de projetos e nas construções. 
A questão principal no que tange a construção civil, sob a ótica da sustentabilidade, é promover soluções viáveis que envolvem todo o complexo da indústria, não só sobre a preocupação com o esgotamento dos recursos, bem como desenvolver produções mais limpas em função das emissões de carbono que têm causado a crise climática e, por fim, criar alternativas que facilitem o processo de construção orientado ao uso de materiais alternativos como parte importante da manutenção do desenvolvimento sustentável. Schelb (2016) apresenta como relevância para uma construção sustentável a necessidade de redução do desperdício e gestão de resíduos, minimizando os impactos no ambiente. Sem sombras de dúvida, o ramo da construção civil é um dos grandes contribuintes dos impactos no meio ambiente no Brasil, afinal, este inicia seu processo pela matéria prima extraída da natureza, além de utilizar energia para a produção industrial das obras e utilização de veículos de transporte dos insumos da construção, e, por fim, gera resíduos que serão utilizados no descarte das obras finalizadas contribuindo com a geração de lixo.
Embora a maior parte da sociedade não conheça a utilização de materiais alternativos, o ramo da construção civil já enxergou novas utilidades no uso desses materiais de construção e novas utilidades no uso de containers. Com esse estudo, serão apresentados materiais alternativos utilizados na construção civil como forma de manter a sustentabilidade ambiental como proposições para um planeta melhor para as gerações futuras. Segundo Silva (2003), a construção sustentável está longe de ser a solução perfeita, mas, busca equilibrar a viabilidade econômica capaz de manter as atividades, levando em consideração as limitações do ambiente e visando atender às necessidades da sociedade. Outrossim, na medida que novas ideias vão surgindo e a busca por construções sustentáveis se estabeleça no lugar das construções atuais, o mercado da construção civil é capaz de impulsionar e inovar para novas alternativas como parte de sua responsabilidade ambiental e sustentabilidade planetária. 
2. JUSTIFICATIVA
Problemas ambientais em escala global e a ação do movimento ecológico, a partir da década de 70, impulsionam uma crítica aos modelos de desenvolvimento industrial e despertam uma nova consciência, atenta à dimensão ambiental da realidade (SILVA, 2005). 
A questão ambiental iniciou seu processo de reclame a partir da década de 70, tendo como marco a primeira conferência internacional sobre o meio ambiente. A Conferência de Estocolmo, em 1972 na Suécia, é o ponto inicial histórico-político de outras iniciativas e eventos nacionais e internacionais que tratam dos temas ambientais (GUIMARÃES, 1991, apud SILVA, 2005). A partir dessa década, até a atualidade, o movimento ambiental cresceu e as conferências e os acordos internacionais ganharam espaço para uma nova disputa política, econômica e social em escala ambiental, envolvendo governos, sociedade civil e demais atores na busca pelo desenvolvimento sustentável e combate à crise climática.
O movimento em função da sustentabilidade se deu para travar o processo produtivo pautado prioritariamente no desenvolvimento econômico, sem uma preocupação com o uso dos recursos naturais e o esgotamento desses quando utilizados como insumos da produção industrial. 
A construção civil é uma das atividades que mais impactam negativamente o meio ambiente. Em função do seu dinamismo, a indústria da construção civil mundial utiliza de 20% a 50% do total dos recursos naturais consumidos pela sociedade. No Brasil, em torno de 60% dos resíduos sólidos gerados têm origem na indústria da construção civil (ROCHA, 2016). Inclusive, de acordo com o crescimento das cidades, suas atividades continuam em efervescente produção para atender à necessidade urbana e o desenvolvimento econômico, afinal, estes necessitam da construção civil para adequação de seus modelos de desenvolvimento urbano. Nessa perspectiva, a construção sustentável pode e deve ser uma alternativa de contribuir com a melhoria do ambiente. Segundo Malheiros (2005), a complexidade da questão da sustentabilidade aumenta a necessidade e importância de ações de todos os setores da sociedade para a busca de soluções integradas e sustentáveis.
O conceito de sustentabilidade na construção civil cresce a todo instante buscando garantir que antes, durante e após as construções sejam feitas ações que reduzam os impactos ambientais. Outrossim, a construção deve ser harmônica, adequada aos padrões e legislações específicos, porém, pautada na questão da sustentabilidade. Para Schelb (2016), uma arquitetura de qualidade e com ênfase na preocupação ambiental busca harmonizar os conceitos bioclimáticos, eficiência energética e materiais escolhidos. 
Para desenvolver um processo de construção economicamente viável e ambientalmente correto é de suma importância conhecer os tipos de materiais alternativos disponíveis no mercado. Quando se busca alternativas ambientalmente equilibradas para a construção é necessária a escolha dos materiais que sejam pouco processados, não tóxicos, potencialmente recicláveis, culturalmente aceitos e propícios para construção com conteúdo reciclado. Além disso deve-se evitar o uso de materiais químicos prejudiciais à saúde humana e/ou ao meio ambiente. Atualmente,há diferentes opções de materiais sustentáveis para obras disponíveis para construção de paredes, pisos, telhados, acabamentos e decorações. A cada dia a indústria vem se desenvolvendo voltada ao encontro do desenvolvimento sustentável.
Desse modo, essa pesquisa tem como proposta destacar a importância do uso dos materiais alternativos para a sustentabilidade ambiental, e em especifico, de containers na construção civil, descrevendo as principais características, modelos e adaptações necessárias para uso em construções sustentáveis.
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Conhecer critérios e parâmetros visando esclarecer e auxiliar nas escolhas dos materiais de construções que tornem as edificações mais sustentáveis.
3.2 Objetivos específicos 
· Definir desenvolvimento sustentável;
· Esclarecer a importância da construção sustentável para a construção civil;
· Descrever os materiais de construção alternativos; 
· Descrever o uso de containers na construção civil;
· Apresentar os fatores que impulsionam a sustentabilidade no uso de materiais de construção civil. 
4. METODOLOGIA
A pesquisa O Uso de Materiais Alternativos na Construção Civil consistiu na investigação dos temas referentes à construção civil, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade na construção com ênfase nos materiais alternativos de construção civil, desenvolvida por meio de pesquisas bibliográfica e documental. Foram levantados fatores em âmbito social, econômico e ambiental relacionados com a questão da construção civil. A base da pesquisa consistiu no conhecimento dos materiais alternativos e sustentabilidade na construção civil, pautado em três elementos principais: meio ambiente, impacto socioeconômico e indústria da construção civil. 
As pesquisas bibliográfica e documental, caracterizadas como estudos teóricos, para atender aos objetivos propostos, foram realizadas através de um levantamento da literatura já publicada referente ao assunto, por meio de livros, periódicos, dissertações, teses, documentos e leis, a fim de ampliar o conhecimento de novas técnicas construtivas que estão sendo utilizadas na área da construção com ênfase nos materiais alternativos. Segundo May (2004, apud SILVA, 2005) a pesquisa documental se torna um instrumento no qual o pesquisador procura uma correspondência entre a sua descrição e os eventos aos quais ela se refere. Para Gil (1991, apud SILVA, 2005) a pesquisa bibliográfica propõe ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos caracterizados de forma mais ampla.
5. DESENVOLVIMENTO
5.1 Desenvolvimento sustentável – uma introdução ao tema
O ponto emergente de questionamentos e manifestações ambientais em escala global se deu na década de 1970, onde a inclusão da preocupação sobre os problemas ambientais foi requerida na agenda de desenvolvimento das nações e das relações internacionais. Isso aconteceu na Conferência de Estocolmo, em 1972, onde foi criado o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Esta Conferência denota a preocupação com os ecossistemas naturais em termos de vulnerabilidades, enfatizando os aspectos técnicos da contaminação provocada pela industrialização acelerada, pela exploração demográfica e pela expansão do crescimento urbano (GUIMARÃES, 1991, apud SILVA 2005).
As questões emergentes pautavam-se sob a percepção do conflito crescente entre a expansão do crescimento econômico industrial e a quantidade de efeitos indesejáveis sobre os ecossistemas naturais. Portanto, a relação entre sociedade e meio ambiente ganhou um novo modelo baseado na degradação ambiental. Os impactos ambientais passaram a assumir uma nova dimensão e a despertar interesse além de seu impacto como resíduo constante do progresso capitalista. (SILVA, 2005). 
A nova ótica baseava-se na busca por um desenvolvimento econômico que respeitasse a natureza, o que se aproximaria da ótica do desenvolvimento sustentável.
O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu em 1987, de acordo com Brundtland, sendo definido como aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de também atenderem as suas (apud SACHS, 2015). Para Dias (2002), propostas de desenvolvimento sustentável têm como base a perspectiva de utilização atual dos recursos naturais na medida que sejam preservados para as futuras gerações. Segundo Roegen (1974), as políticas de desenvolvimento sustentável desde o seu surgimento significam sempre, irrefutavelmente, alguma forma de degradação do meio ambiente, o processo econômico tem que se servir da natureza de um modo mais duradouro, sóbrio e saudável do que tem sido a prática até hoje (apud CAVALCANTI, 2002). Outrossim, o desenvolvimento sustentável só será alcançado se três critérios fundamentais forem atendidos simultaneamente: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica (SACHS, 1993). Embora tenha passado algum tempo desde a construção desse conceito, este se mantém atual em sua perspectiva de atender às necessidades do presente sem comprometer às necessidades de atendimento das futuras gerações.
Assim, delimitado e contextualizado o conceito de desenvolvimento sustentável, incluindo as relações dos homens com o desenvolvimento econômico e a preservação dos recursos naturais. No contexto urbano, ou seja, na relação dos homens com o espaço construído e a natureza como fonte de insumo para as atividades humanas, o espaço construído é o resultado da profunda transformação do ambiente natural para adequá-lo às necessidades da população (SILVA, 2005). Para transformá-lo em habitat da população podemos relacionar um contexto construído com base na utilização dos recursos naturais, denominando-o, grosso modo, por arquitetura urbana ou construção civil. Falta-nos, entretanto definir a natureza das relações constitutivas do ambiente construído sob a ótica da sustentabilidade na construção civil. 
5.2 Sustentabilidade na construção civil
Os conceitos acima discutem o desenvolvimento sustentável como padrão a ser alcançado pelas sociedades em seus aspectos econômicos, sociais e ambientais. Neste subcapítulo, a sustentabilidade será enfatizada como aspecto fundamental no contexto da construção civil para as atividades construtivas da atualidade.
Sustentabilidade diz respeito ao uso dos recursos naturais de forma equilibrada, respeitando suas condições de renovação natural, na medida de não alcançaram declínio a um ponto de se tornarem não disponíveis para as futuras gerações (SILVIUS et al., 2017).
Alcançar a sustentabilidade requer um modelo de desenvolvimento capaz de superar os desafios da crise climática, ponto focal para a sustentabilidade ambiental em 2020. Em uma sociedade dotada de complexidade no que tangem as atividades econômicas e sua relação com a utilização da natureza como insumo para o processo produtivo, a construção civil se vê em uma grande emboscada. Há uma dicotomia entre sustentabilidade e desenvolvimento compreendida nos padrões de consumo e crescimento urbano. Herculano (1992) explora que a associação das noções de sustentabilidade e desenvolvimento encerra um antagonismo. Ela afirma que sustentabilidade é um conceito de ecologia, significando tendência à estabilidade, equilíbrio dinâmico e interdependência entre ecosssistemas, enquanto desenvolvimento diz respeito ao crescimento dos meios de produção, à acumulação e expansão das forças produtivas (apud Silva, 2005).
Portanto, o desafio da construção civil em apontar soluções construtivas em prol do meio ambiente requer ações pontuais desde a obtenção da matéria prima, passando pela elaboração de projetos e fase da produção, até a logística de transporte de material e o descarte dos resíduos. Durante todo esse processo, há impactos ambientais, desde a utilização dos recursos naturais, utilização de energia, produção de gases do efeito estufa, até a geração de resíduos, como partes constituintes da cadeia produtiva da construção civil. De acordo com Isaia (2007), a construção civil é um dos macrossetores da economia que produz bens de maioresdimensões físicas do planeta, sendo a maior consumidora de recursos naturais em qualquer país do mundo. 
Com o objetivo de atender às demandas atuais que priorizam a questão ambiental na utilização de recursos naturais, a construção civil tem buscado orientar ações ao apelo sustentável da humanidade. Isso significa procurar alternativas construtivas sustentáveis para colaborar com o futuro do planeta. 
Quando se relaciona o desenvolvimento sustentável e a indústria da construção civil, visando atender às necessidades do presente e das gerações futuras, pode-se considerar tais atividades como sustentáveis: seleção de materiais com menor impacto, redução de energia e de uso da água, redução de custos, conservação de energia, água e recursos naturais por reutilização, reciclagem de material, design inovador e minimização de resíduos no controle da poluição, dentre outras. Para alcançar essa relação de sustentabilidade, medidas proativas devem ser tomadas a fim de reverter ou minimizar os impactos negativos que as atividades de construção trazem para o ambiente (AIGBAVBOA; OHIOMAH; ZWANE, 2017). 
Uma das fases mais difíceis em um projeto de construção sustentável é a escolha dos materiais que serão utilizados, afinal, é preciso observar além das propriedades físico-mecânicas e tecnológicas dos materiais, a análise econômica, social e o impacto ambiental gerado por eles durante todo ciclo de vida. Dentre os principais requisitos analisados durante a escolha do material, o consumo de energia e as emissões de CO2 têm sido os indicadores de sustentabilidade mais considerados na indústria da construção civil (SAMANI et al., 2015). 
Segundo Araújo (2005), entende-se por construção sustentável um modelo capaz de propor ações conscientes no ambiente do entorno, atendendo às necessidades de projetos e edificações para a sociedade moderna, preservando o meio ambiente e os recursos naturais e garantindo qualidade de vida para as gerações futuras. Sabe-se que a indústria da construção é a grande responsável pela demanda de energia e de materiais que produzem gases de efeito estufa derivados. A partir desse entendimento, a construção sustentável não é um sistema de resolução de problemas ambientais focais devido sua complexidade. Entretanto, pode ser compreendida a partir de atividades integradas de forma sistêmica em prol de um novo paradigma capaz de intervir no meio ambiente, preservá-lo e, recuperá-lo, gerando, sobretudo, harmonia no entorno. (ARAÚJO, 2005, apud Schelb, 2015). 
Uma indústria sustentável é aquela que contribui com a melhoria da qualidade ambiental através da utilização de sua matéria prima dentro dos limites de suporte do planeta. É, além disso, voltada para práticas preventivas e orientadas ao melhor desempenho ambiental. E, principalmente, capaz de alcançar os objetivos propostos pelo desenvolvimento sustentável, através da utilização de tecnologias e materiais alternativos para reduzir o consumo de matérias primas naturais e minimizar os impactos gerados, diminuindo a geração de resíduos. Outrossim, conhecer a disponibilidade de materiais alternativos é parte desse complexo de atividades da construção civil para uma escolha sustentável antes, durante e depois de suas atividades construtivas, como apresenta o subcapítulo a seguir. 
5.3 Materiais de construção alternativos
Conhecer a disponibilidade de materiais alternativos é parte desse complexo de atividades da construção civil para uma escolha sustentável antes, durante e depois de suas atividades construtivas. Portanto, há diferentes tipos de materiais alternativos que podem tornar as edificações mais sustentáveis, conforme alguns apresentados a seguir.
5.3.1 Tijolo ecológico
O tijolo ecológico é considerado inovador para a indústria da construção civil, corroborando para uma construção mais sustentável e, ainda, considerando vantagens ambientais e econômicas em escala superior ao material mais utilizado atualmente. Este produto é feito através de uma mistura de solo e cimento prensados. Seu processo de fabricação evita desmatamentos devido não requerer a utilização da queima em forno à lenha, portanto, sem poluição atmosférica devido a não emissão de CO2 na atmosfera. Para Souza (2016) fatores que determinam uma melhor qualidade na fabricação do tijolo podem ser o tipo de matéria-prima, a umidade de moldagem, o tipo de prensa, a proporção com outras adições e o processo de cura (apud JUNIOR, 2018). 
Características consideradas importantes sobre o uso dos tijolos ecológicos como influência na durabilidade das construções e resistência aos aspectos ambientais se devem a sua boa impermeabilidade, capaz de resistir por um longo período ao desgaste e à umidade. Além disso, possui condições isolantes através de um conforto térmico e acústico. Outra questão a observar é a economia de energia pela utilização de prensas manuais que dispensam o uso de energia elétrica (ALCÂNTARA, 2015). 
O uso de materiais recicláveis contribui tanto com o desenvolvimento da economia quanto com a preservação dos recursos naturais. O tijolo ecológico além de evitar a poluição atmosférica, proporciona um impulso na economia devido o reaproveitamento de matérias vegetais descartáveis, por ser um produto com alta durabilidade e resistência, possuir baixo custo comercial e grande potencial de utilização na construção civil, sobretudo, em construções populares. (NEVES, 2017).
5.3.2 Captação de energia solar
A energia solar é uma das energias alternativas constantes da natureza. Devido sua disponibilidade possui grande potencial de exploração, grande aproveitamento em praticamente todas as quatro estações do ano e volumes de produção inesgotáveis através da utilização de painéis fotovoltaicos e sistemas para geração térmica. 
O processo de captura e uso de energia renovável pode parecer muito complexo e caro para a maioria das pessoas, no entanto, apesar dos componentes serem complicados, a teoria e as técnicas utilizadas para entender, instalar e utilizar a energia renovável não são (KEMP, 2009). 
Segundo Giampietro (2004, apud LOBO et al, 2016), o sistema fotovoltaico é mais econômico que a extensão de rede convencional, pois é mais vantajoso e barato eletrificar quinze casas localizadas a dois quilômetros da rede, por meio da energia solar, do que estender a rede elétrica. Portanto, escolher um sistema fotovoltaico no lugar do convencional dependerá da distância entre o consumidor em relação à linha de distribuição mais próxima e do número de domicílios atendidos.
No Brasil, os primeiros projetos apareceram por volta da década de 1980 e tiveram como prioridade gerar energia elétrica em locais distantes dos centros de distribuição, como área rural ou comunidades isoladas, com a função de levar água, alimentar sistemas de telecomunicação e sinalização (MORAES, 2007). Ainda segundo este autor, há algumas vantagens a serem consideradas no uso desta energia: os recursos são inesgotáveis (energia solar); não prejudica a flora e a fauna nem a qualidade do ar e da água; não provoca inundações de grandes áreas; não gera ruídos; a vida útil dos equipamentos é longa (30 anos); instalada diretamente no local de consumo, não requer linhas de transmissão; pode ser incorporada à arquitetura.
Para Cunha (2006), embora a tecnologia voltaica venha sendo utilizada no Brasil nas últimas duas décadas, somente recentemente vem sendo reconhecida como uma opção potencial para localidades e domicílios situados longe da rede de distribuição de energia elétrica. O avanço da tecnologia, principalmente na área de energia solar, vem criando opções para a geração alternativa de eletricidade, com a grande vantagem de não ser poluente. 
No ponto de vista de Adam (2001, apud MICHAEL, 2001), esquematicamente existem três modos de transformar a energia solar em edifícios:
a) incorporando dispositivos bioclimáticos ao edifício, como exemplo os jardins de inverno e outros para aquecimento e ventilação de ambientes;
b) por meio de painéis coletores solares que aproveitam a radiação solar comofonte de energia térmica, para aquecimento da água;
c) uso do sistema fotovoltaico, que converte energia solar em energia elétrica por meio de painéis de captação, geralmente são implantados nas coberturas e telhados dos edifícios. Os módulos fotovoltaicos são compostos por células de silício, que têm a propriedade de produzir eletricidade quando expostas à luz; mesmo em dias nublados, os módulos geram energia.
Para a construção civil é uma boa opção sob a ótica da sustentabilidade e deve ser estudada como alternativa, principalmente, em grandes projetos ou em áreas de difícil acessibilidade.
5.3.3 Bambu
Presente na natureza de forma abundante e rapidamente renovável, o bambu pode ser colhido anualmente sem causar prejuízo ao meio ambiente. Esteticamente elegante, é uma alternativa ao aço, concreto e madeira pois tem baixo custo, processo ágil de construção e manejo e ainda tem uma alta velocidade de retenção de carbono. Pode ser usado também para construção de assoalhos. Flexível, mas forte, sua resistência e tração podem ser até seis vezes maior que a do aço, o que leva a uma possibilidade de utilização cada vez mais ampla.
O bambu pode ser um excelente instrumento para inclusão social, pois esse material exige tecnologia com baixo investimento de capital comparado com a tecnologia utilizada no beneficiamento de madeira (BERNDSEN, 2008). 
5.3.4 Cimento ecológico
Desde 1950 o cimento ecológico está presente no Brasil e é conhecido também como CPIII. Pouco usado até algum tempo atrás devido o mercado ter criado certa resistência ao material, o cimento ecológico contém resíduos industriais, reaproveitando até 70% da matéria prima residual gerada por siderúrgicas. É ainda, considerado mais estável que os demais por ter durabilidade maior.
De acordo com a NBR16697 (2018), o cimento sustentável é um material considerado de uso geral e que pode ser utilizado em diversos tipos de obras e aplicações. Ressalta-se, ainda, que este cimento não necessita de cuidados especiais no que tangem a logística de transporte e armazenamento. Sua grande vantagem é a diminuição considerável dos danos ao meio ambiente em relação aos cimentos tradicionais (apud ECOTAP, 2019).
Outrossim, o cimento sustentável é uma prova que é possível substituir materiais de construção tradicionais por alternativas mais sustentáveis mantendo a qualidade e preservando o meio ambiente. (ECOTAP, 2019).
5.3.5 Containers para construção civil 
Visando, principalmente, reduzir impactos ambientais, a arquitetura voltou-se para a reutilização de materiais descartados. O container, composto de metais não biodegradáveis, tem vida útil de aproximadamente 10 anos, após este período é descartado, gerando lixo nas cidades portuárias (MILANEZE et al., 2012). Nos últimos anos, houve um crescente no uso deste tipo de construção, que consiste em adaptar o container como objeto de transporte de inúmeras mercadoras, tanto dentro de um país, quanto internacionalmente. 
Os containers são usados de diversas formas na área da construção civil, de modo temporário ou permanente, e podem se tornar edifícios residenciais ou comerciais ou áreas de apoio em canteiros de obras (Figura 1).
 Figura 1 – Container utilizado em canteiro de obra
Fonte: Tem Sustentável. Adaptada pelo autor, 2020
Um dos motivos do sucesso da construção ao redor do mundo utilizando containers foi sem dúvida a economia no valor da obra e a sustentabilidade. Um exemplo de construção localizado em Tel Aviv, Israel, é o projeto do escritório Potash Architects, onde fica a sede das operações do Porto de Ashdod, um dos principais do país. O edifício foi construído a partir de sete containers empilhados, conforme figura 2. Ele também abriga um espaço de eventos, e para garantir a luminosidade e integração com o resto do espaço, algumas faces de aço dos containers foram substituídas por vidro (Figura 2).
 Figura 2 – Container utilizado em canteiro de obra
Fonte: constructapp.io. Adaptada pelo autor, 2020.
5.3.5.1 História dos containers
Potash Architects é a sede das operações do Porto de Ashdod, um dos principais do país. O edifício foi construído a partir de sete containers empilhados; um deles foi posicionado num ângulo de 30 graus para abrigar uma escada para o segundo andar. 
Desde a antiguidade transportam-se mercadorias por meio dos mares. Usavam-se caixas de madeira, barris e sacos, o que tornava a atividade mais complicada, pois a carga e descarga era feita de forma lenta e os navios demoravam muito tempo nos portos e corriam risco de perdas das mais diversas formas desses materiais. Porém, com o passar do tempo foi necessário criar uma forma mais prática e padronizada de armazenar as mercadorias que seriam transportadas nos navios.
No início do século XX, surgiram os primeiros recipientes totalmente fechados e feitos de aço que eram movimentados dos caminhões para os trens e navios. Em 1926, as Indústrias Brown iniciaram testes com trailers de alumínio leve e isso pode ser considerado como o primeiro container construído. 
Perto do fim da II Guerra Mundial, o exército dos EUA usou caixas padronizadas denominadas “transportadores” que levavam bens de consumo de oficiais em campo. Um transportador era um recipiente reutilizável com 2,6 metros de comprimento, 1,91 metro de largura e 2,08 metros de altura, feito de aço rígido e com uma capacidade de carga de 9000 quilos.
De acordo com Silva e Lima (2015), Malcom Purcell McLean, dono de uma empresa de transporte por caminhões, criou o container visando melhorar o processo de transporte de mercadorias entre seus caminhões e os navios. E com essa invenção revolucionou o transporte transoceânico comprando uma companhia de navegação e colocando em prática o uso dos containers. O sucesso foi tão grande que com o passar do tempo comprou um navio que podia carregar cinquenta e oito das suas caixas para transporte de mercadorias.
5.3.5.2 Tipos e medida de container para a construção
As caixas metálicas retangulares possuem dimensões padronizadas pela International Organization for Standardization (ISO) e possuem uma unidade padrão de reconhecimento mundial chamada de TEU (twenty feet equivalent unit), que significa Unidade Equivalente a 20 Pés, amplamente utilizada para calcular a capacidade de navios para o transporte de containers (NETTO, 2012). 
É importante saber as medidas dos containers para utilizar o tamanho mais adequado de acordo com o projeto e para planejar como eles chegarão até o local da obra, pois, muitas vezes é melhor usar vários containers com medidas reduzidas ao invés de um único container de tamanho maior.
De acordo com Goi (2017), existem diversos tipos de containers marítimos, só que dois deles são mais utilizados na construção civil, o “dry standard” e o “dry high cube”, devido as suas dimensões serem mais propícias para se construir uma casa e pelo tipo de materiais que eles carregavam quando utilizados no meio marítimo, que não eram tóxicos. 
Container dry standard é fechado nos cinco lados e em um dos menores possui uma porta. Além de também ser aproveitado na construção, é utilizado para transporte de alimentos, roupas, móveis ou carros. O container dry high cube é similar ao dry staandard, porém com uma altura maior. 
Existem os containers de 20 (Figura 3), 40 (Figura 4), 45 ou 53 pés, e suas medidas variam de acordo com o tipo de container.
Figura 3 - Medidas do Container de 20 pés
Fonte: Dicas de Arquitetura. Adaptada pelo autor, 2020.
Figura 4 - Medidas do Container de 40 pés
Fonte: Dicas de Arquitetura. Adaptada pelo autor, 2020.
De acordo com o que foi apresentado nesse estudo, verifica-se que a importância e interligação entre a indústria da construção com o desenvolvimento sustentável. Outrossim, o desafio da indústria da construção civil na atualidade é desenvolver um trabalho de estudo, pesquisa e orientação profissional voltados para a construção sustentável englobando os materiais e métodos de desenvolvimento de produtos sustentáveis durante a totalidade do seu ciclo devida. (SCHELB, 2016).
6. CONCLUSÃO
Acredita-se, portanto, que a crise ambiental possa, a princípio, sensibilizar os profissionais da construção no tocante as suas atividades com ênfase na sustentabilidade, para que mais tarde, gere instrumentos que os capacite na identificação de problemas, os conscientize e os auxilie na busca de soluções sustentáveis para a indústria da construção civil. Afirma Dias (1992) que por lidar com a realidade, a conscientização ambiental pode e deve ser o agente de novos processos educativos que conduzam as pessoas por caminhos onde se vislumbre a possibilidade de mudança e melhoria do seu ambiente total.
Na primeira fase, a análise documental e bibliográfica foi uma técnica valiosa, já que isso permite segundo Caulley (1981) identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de interesse. Guba e Lincoln (1981) apresentam vantagens para o uso de documentos na pesquisa ou na avaliação educacional por constituírem uma fonte estável e rica, possibilitando várias consultas e servir de base a diferentes estudos, dando mais estabilidade aos resultados obtidos.
No tocante à análise dos conteúdos e dados estudados foi evidente que os critérios e parâmetros da indústria da construção civil, orientados pela questão ambiental, ressaltam a escolha dos materiais alternativos como responsáveis por tornar as edificações mais sustentáveis e minimizar os impactos ambientais. Entretanto, os resultados demonstram também a necessidade de ampliar o conhecimento acerca da importância das questões ambientais e dos impactos que a indústria da construção civil gera na sociedade global. 
No que tangem às informações factuais, a partir da pesquisa bibliográfica e análise documental, concluiu-se que o conteúdo teórico consolida uma práxis educativa, proporcionando um conhecimento técnico que indica satisfatoriamente a relação existente entre desenvolvimento sustentável e construção sustentável.
Ao término da revisão bibliográfica, foi possível verificar que o tema desenvolvido neste trabalho possui características bastante abrangentes. Sua aplicação é influenciada por um grande número de fatores, pois, há uma variação de custos e tipos de materiais a serem comparados aos sistemas convencionais. O setor da construção civil vem se adaptando à realidade ambiental na busca por um ambiente mais saudável, incluindo algumas tecnologias e materiais alternativos nos projetos de edificações sustentáveis, como exemplo a utilização de containers. Ainda falta maior conhecimento acerca da sustentabilidade para que os profissionais do setor possam elaborar propostas capazes de substituir materiais e técnicas tradicionais por tecnologias sustentáveis. Avalia-se também que o incentivo fiscal pode ser um instrumento favorável em prol da substituição dos sistemas tradicionais de construção civil para construções sustentáveis de forma constante e progressiva.
Conclui-se, portanto, que construções sustentáveis através do uso de materiais alternativos, precisam de mais investimento e clareza nas ideias. No tocante às construções verdes ainda existem várias barreiras para tornar sustentáveis novos edifícios em oposição aos edifícios existentes (AFSHARI; ISSA; PENG, 2013). Entre as barreiras mais comuns para tornar os edifícios existentes mais ecológicos, podem ser compreendidas as barreiras financeiras, técnicas, sociais, ambientais e organizacionais (AHN et al., 2013; ZHANG et al., 2011).
Com o intuito de ampliar essa discussão acerca de novos estudos sobre o tema, sugere-se como novas pesquisas a educação ambiental como proposta para capacitação de multiplicadores na área da construção civil visando ampliar o conhecimento sobre materiais e métodos para edificações mais sustentáveis, já que para Loureiro et al (2002) a crise ambiental contemporânea, mais do que uma questão ética é uma questão política, mais do que uma questão individual e privada é uma questão coletiva e pública. 
7. CRONOGRAMA
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REFERÊNCIAS
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